Dois pensamentos aos leitores e leitoras deste blog.

Dois pensamentos de boas-vindas aos leitores e seguidores deste blog:
- Mesmo que vivas um século, nunca deixes de aprender!!!
- O importante não é saber tudo, e sim, nunca perder a capacidade de aprender!



quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Pensamento da Semana/Leitura, Salmo e Evangelho do Dia - Minutos de Sabedoria/Nossa amada Língua Portuguesa/ Mensagem: A Inveja corrói corações/ Anúncio de Cristo no mundo digital/Método de Leitura da Bíblia...

Igreja Matriz da Paróquia da Imaculada Conceição - Aracoiaba - CE.
Autor da foto: Lusmar Paz

PENSAMENTO DA SEMANA
Experiência não é o que acontece
com o ser humano;
é o que o ser humano
faz com o que lhe acontece.
Aldous Huxley

Leitura, Salmo e Evangelho do dia
Sexta-Feira, 29 de Janeiro de 2010
SANTO DO DIA:
Santo Afraates, anacoreta; Beata Boleslava Maria Lament, Virgem
Primeira Leitura:
2° Samuel 11, 1-4ª.5-10ª.13-17
Leitura do Segundo Livro de Samuel:
1No ano seguinte, na época em que os reis costumavam partir para a guerra, Davi enviou Joab com os seus oficiais e todo o Israel e eles devastaram o país dos amonitas e sitiaram Rabá. Mas Davi ficou em Jerusalém. 2Ora, um dia, ao entardecer, levantando-se Davi de sua cama, pôs-se a passear pelo terraço de sua casa e avistou dali uma mulher que se banhava. Era uma mulher muito bonita. 3Davi procurou saber quem era essa mulher e disseram-lhe que era Betsabéia, filha de Eliam, mulher do hitita Urias. 4aEntão Davi enviou mensageiros para que a trouxessem. Ela veio e ele deitou-se com ela. 5Em seguida, Betsabeia voltou para casa. Como ela concebesse, mandou dizer a Davi: "Estou grávida". 6Davi mandou esta ordem a Joab: "Manda-me Urias, o hitita". E ele mandou Urias a Davi. 7Quando Urias chegou, Davi pediu-lhe notícias de Joab, do exército e da guerra. 8E depois disse-lhe: "Desce à tua casa e lava os pés". Urias saiu do palácio do rei e, em seguida, este enviou-lhe um presente real. 9Mas Urias dormiu à porta do palácio com os outros servos do seu amo, e não foi para casa. 10aE contaram a Davi, dizendo-lhe: "Urias não foi para sua casa". 13Davi convidou-o para comer e beber à sua mesa e o embriagou. Mas, ao entardecer, ele retirou-se e foi-se deitar no seu leito, em companhia dos servos do seu senhor, e não desceu para sua casa. 14Na manhã seguinte, Davi escreveu uma carta a Joab e mandou-a pelas mãos de Urias. 15Dizia nela: "Colocai Urias na frente, onde o combate for mais violento, e abandonai-o para que seja ferido e morra". 16Joab, que sitiava a cidade, colocou Urias no lugar onde ele sabia estarem os guerreiros mais valentes. 17Os que defendiam a cidade, saíram para atacar Joab, e morreram alguns do exército, da guarda de Davi. E morreu também Urias, o hitita.
- Palavra do Senhor.
- Graças a Deus.
SALMO 50
Tende piedade, ó meu Deus, misericórdia! Na imensidão de vosso amor, purificai-me! Lavai-me todo inteiro do pecado e apagai completamente a minha culpa!
R: Misericórdia, ó Senhor, porque pecamos!
Eu reconheço toda a minha iniquidade, o meu pecado está sempre à minha frente. Foi contra vós, só contra vós, que eu pequei, e pratiquei o que é mau aos vossos olhos!
R: Misericórdia, ó Senhor, porque pecamos!
Mostrais assim quanto sois justo na sentença, e quanto é reto o julgamento que fazeis. Vede, Senhor, que eu nasci na iniquidade e pecador já minha mãe me concebeu.
R: Misericórdia, ó Senhor, porque pecamos!
Fazei-me ouvir cantos de festa e de alegria, e exultarão estes meus ossos que esmagastes. Desviai o vosso olhar dos meus pecados e apagai todas as minhas transgressões!
R: Misericórdia, ó Senhor, porque pecamos!
Evangelho de Jesus Cristo 
segundo São Marcos 4, 26-34
Proclamação do Evangelho segundo S. Marcos:
Naquele tempo, 26Jesus disse à multidão: "O Reino de Deus é como quando alguém espalha a semente na terra. 27Ele vai dormir e acorda, noite e dia, e a semente vai germinando e crescendo, mas ele não sabe como isso acontece. 28A terra, por si mesma, produz o fruto: primeiro aparecem as folhas, depois vem a espiga e, por fim, os grãos que enchem a espiga. 29Quando as espigas estão maduras, o homem mete logo a foice, porque o tempo da colheita chegou". 30E Jesus continuou: "Com que mais poderemos comparar o Reino de Deus? Que parábola usaremos para representá-lo? 31O Reino de Deus é como um grão de mostarda que, ao ser semeado na terra, é a menor de todas as sementes da terra. 32Quando é semeado, cresce e se torna maior do que todas as hortaliças, e estende ramos tão grandes, que os pássaros do céu podem abrigar-se à sua sombra". 33Jesus anunciava a Palavra usando muitas parábolas como estas, conforme eles podiam compreender. 34E só lhes falava por meio de parábolas, mas, quando estava sozinho com os discípulos, explicava tudo.
- Palavra da Salvação.
  MINUTOS DE SABEDORIA
Não pare jamais de trabalhar para o bem!
Cada vez que paramos, nossa alma começa a ficar na rigidez cadavérica.
A alma inativa morre de tédio e cansaço.
Não deixe que seu espírito se enfraqueça na inação.
Viva alegre e entusiasta e empregue todas as suas forças na plantação do bem, do amor, do carinho no coração daqueles que o cercam na vida.


Nossa Amada Língua Portuguesa
Eminente e Iminente

Postado por Prof. Sacconi, 22 Abril, 2009
Eminente (todo o mundo sabe) significa que se destaca pela qualidade ou excelência; excelente,
importante, emérito: um cientista eminente, um cirurgião eminente, um político eminente, um professor eminente. Significa, ainda, que sobressai pela altura ou elevação; alto, elevado: uma montanha eminente.
Iminente (todo o mundo sabe) significa que está prestes a ocorrer ou a se efetivar: chuva iminente, 
ameaça iminente, greve iminente, golpe de Estado iminente, parto iminente.
Alguém que frequentou direitinho a escola, mesmo somente até o ensino médio, errará no emprego
dessas palavras? Queria acreditar que não. Mas vejam o que escreveu um jornalista carioca:
O secretário Paulo Hirano agiu correto, ao admitir que Campos, o maior município do interior do Estado,
está diante de uma eminente epidemia de dengue.
Chamar uma epidemia de excelente não chega a ser crime contra a saúde popular?…
É de lamentar
Postado por Prof. Sacconi, 18 Abril, 2009
Sempre que a expressão de + infinitivo equivaler a um adjetivo, não se usa o pronome se 
depois da preposição. Vejamos exemplos:
É de estranhar que ela não me tenha telefonado. (de estranhar = estranho, portanto não se 
usa é de “se” estranhar)
É de admirar o que aconteceu aqui. (de admirar = admirável)
É de esperar que se tomem as providências cabíveis. (de esperar= esperável)
Foi de espantar a reação da moça. (de espantar = espantável)
Foi de notar a sua irritação. (de notar = notória)
Era de impressionar a sua disposição. (de impressionar = impressionante)
Tais arbitrariedades não são de tolerar. (de tolerar = toleráveis)
Era de temer um retrocesso político. (de temer = temível ou temeroso)
Essas notícias não são de crer. (de crer = críveis).
Uma reação da moça será de compreender. (de compreender = compreensível)
É de entender que isso tenha ocorrido. (de entender = entendível)
Não sendo possível a substituição, então, usar-se-á o pronome se:
É de se perguntar: que país é este, que não combate a violência?
Será de se responder: este é um país que vai “pá” frente…
No entanto, termina assim o seu post uma velha jornalista de O Globo, ao comentar a cassação de 
Jackson Lago:
É de “se” lamentar a cassação de Jackson Lago, mas não se pode permitir que, para encerrar um 
dos mais longos domínios coronelistas do Brasil (quase 50 anos, é bom repetir), sejam utilizados os 
mesmos e condenáveis métodos largamente utilizados pelo clã dominante.
É de lamentar MESMO…
Torre da Matriz de Aracoiaba - Foto tirada às 17h30min pelo jovem Luis Filho, 
Ministro da Sagrada Comunhão na Paróquia da Imaculada Conceição em Aracoiaba-CE.
Ameaça e Ameaças, ameaço ou ameaços

Convém não confundir. Ameaça é palavra, atitude ou gesto intimidativo: ameaça de greve, 
ameaça de agressão, ameaça de guerra, ou promessa de fazer algum malefício: receber
ameaça de morte.
Ameaças, ameaço ou ameaços são sinal ou prenúncio de um mal ou de algo indesejável: 
 tive umas ameaças (ou um ameaço, ou uns ameaços) de infarto.
Assim, não há propriedade em dizer que alguém teve “uma ameaça” de infarto nem que 
existe “ameaça” de tempestade.
Em suma: ameaças, ameaço e ameaços se aplicam indiferentemente ao que independe 
da vontade 
humana, ao contrário de ameaça.
A inveja corrói corações


Imagem de Destaque


A inveja corrói corações
O mau sentimento germina onde a semente do amor não foi semeada

Estamos sempre aprendendo alguma coisa em nossas convivências. Fazemos a cada dia uma
nova experiência no laboratório de nossos relacionamentos. Seja dentro da família ou em outras
esferas sociais, vivemos situações de desconfiança, de raiva, de ingratidão, de ciúme...e, entre tantas 
outras, estamos sujeitos a deparar com a inveja. Independentemente do grau de parentesco, esse mal 
pode também encontrar oportunidades para se instalar em todos os nossos relacionamentos. 
Há pessoas que aparentam não trazer esse sentimento até o momento em que o seu profissionalismo
não é ofuscado ou a sua situação de vida continue sendo superior.
A manifestação desse mal, muitas vezes, pode nos confundir com um outro, que também 
provoca instabilidade dentro das relações: o ciúme! São sentimentos muito próximos, contudo,
o ciúme acontece quando nos preocupamos em perder aquilo que temos, seja o amor de uma
pessoa,
um bem ou uma posição social. No caso da inveja, a pessoa cobiça o objeto de conquista do amigo, 
do irmão, vizinho, etc. E nem sempre essa avidez pode significar um bem material. Às vezes, esse 
sentimento se manifesta quando o invejoso percebe a maneira como alguém se veste, as amizades 
que alguém possa ter, a qualidade do entrosamento entre um casal, a harmonia dentro de uma família, passando por outros inúmeros exemplos de coisas materiais.
O sentimento de inveja incomoda e corrói a autoestima da pessoa que carece das coisas que, 
na vida do outro, parecem acontecer com maior facilidade. E por não conseguir alcançar seus 
objetivos ou ser reconhecida naquilo que foi o sucesso do amigo, a pessoa invejosa se recusa a 
celebrar a conquista daquele que, na alegria, veio partilhar suas vitórias. Tomada por um “mix” de sentimento, que vai do ciúme à inveja, passando pelo orgulho, a pessoa tomada por esse 
sentimento não consegue comemorar a alegria do outro sem ocultar o seu desdém.
Tudo aquilo que se referir à pessoa bem-sucedida, o invejoso terá alguma coisa para 
contradizê-la, na intenção de desviar o foco da conversa ou ofuscar a imagem dela com 
comentários ácidos. Como pecado capital, essa fraqueza se desdobra em outros sentimentos; multiplicando-se em manifestações de ingratidão, raiva e destrato por alguém que nada 
lhe fez nem lhe causou prejuízo algum.
É bom que se saiba que nada se consegue sem esforço e nenhuma conquista é atribuída 
ao acaso. 
Se alguém recebe elogios ou se destaca no local de trabalho, tudo isso é resultado de muito 
trabalho e dedicação, por meio dos quais o “vitorioso” colhe os frutos da sua competência na 
realização de seus planos.
Na verdade, a inveja é o resultado da falta de empenho de alguém na realização de suas 
próprias metas. Como todos os outros sentimentos daninhos, se não buscarmos a correção
para esse mal, vamos colocar a perder relacionamentos de anos de conivência.
Lembremos que todo mau sentimento germina onde a semente do amor não foi semeada. 
Esforcemo-nos na erradicação dos sentimentos nocivos, aplicando-nos na vivência do amor, 
temperando nossos laços afetivos.
Quem ama se faz um com aqueles que se rejubilam e solidários com os que sofrem.


contato@dadomoura.com
Dado Moura é membro aliança da Comunidade Canção Nova e trabalha atualmente na Fundação João Paulo II para o Portal Canção Nova como articulista.
Outros temas do autor: www.dadomoura.com


Grande Religiosa! Mãe dos pobres!Expressão do rosto materno de Deus!
Madre Tereza, do Céu, interceda por nós!!!

PAPA CONVIDA SACERDOTES A ANUNCIAREM CRISTO NO MUNDO DIGITAL
Na mensagem para o próximo Dia das Comunicações
(Por Jesús Colina)
Bento XVI encoraja os sacerdotes a anunciarem Cristo no mundo digital, assegurando a eles 
que nesse contexto encontram-se como que no limiar de uma "história nova".
É a proposta contida na mensagem para o próximo Dia Mundial das Comunicações Sociais 
(16 de maio), apresentada este sábado à imprensa e que tem por tema "O sacerdote e a pastoral no 
mundo digital: os novos media (meios de comunicação social) ao serviço da Palavra".
No Ano Sacerdotal agora em curso, o Papa quis escolher este tema para mostrar como a 
comunicação no mundo digital oferece ao sacerdote “novas possibilidades para exercer o
seu serviço à Palavra e da Palavra”.
Falando dos homens e mulheres do mundo digital, o Papa pede aos sacerdotes: “como 
hão-de acreditar n’Aquele de quem não ouviram falar? E como hão-de ouvir falar, se não
houver quem lhes pregue? E como hão-de pregar, se não forem enviados?"
INÍCIO DE UMA HISTÓRIA NOVA
Segundo o bispo de Roma, “o sacerdote acaba por encontrar-se como que no limiar de 
uma "história nova", porque quanto mais intensas forem as relações criadas pelas modernas
tecnologias e mais ampliadas forem as fronteiras pelo mundo digital, tanto mais será chamado
o sacerdote a ocupar-se disso pastoralmente, multiplicando o seu empenho em colocar os 
media ao serviço da Palavra”.
O Papa pede aos presbíteros “a capacidade de estarem presentes no mundo digital em 
constante fidelidade à mensagem evangélica, para desempenharem o próprio papel 
de animadores de comunidades, que hoje se exprimem cada vez mais frequentemente através 
das muitas "vozes" que surgem do mundo digital”.
Em particular, convida-os a “anunciar o Evangelho recorrendo não só aos media (meios 
de comunicação social) tradicionais, mas também ao contributo da nova geração de  
audiovisuais (fotografia, vídeo, animações, blogues, páginas internet) que 
representam ocasiões inéditas de diálogo e meios úteis inclusive para a evangelização e a 
catequese”.
“Através dos meios modernos de comunicação, o sacerdote poderá dar a conhecer a 
vida da Igreja e ajudar os homens de hoje a descobrirem o rosto de Cristo, conjugando 
o uso oportuno e competente de tais meios - adquirido já no período de formação - 
com uma sólida preparação teológica e uma espiritualidade sacerdotal forte, alimentada 
pelo diálogo contínuo com o Senhor.”
DEUS VIVO
O sacerdote não é um técnico da comunicação, assinala o Papa, no entanto, “o presbítero
deve fazer transparecer o seu coração de consagrado, para dar uma alma não só ao seu 
serviço pastoral, mas também ao fluxo comunicativo ininterrupto da ‘rede’".
A este propósito, o pontífice propõe “uma pastoral que torne Deus vivo e atual na 
realidade de hoje e apresente a sabedoria religiosa do passado como riqueza donde
haurir para se viver dignamente o tempo presente e construir adequadamente o futuro”.
Daí que “a tarefa de quem opera, como consagrado, nos media (meios de comunicação social)
é aplanar a estrada para novos encontros, assegurando sempre a qualidade do contacto humano 
e a atenção às pessoas e às suas verdadeiras necessidades espirituais; oferecendo, às pessoas
que vivem nesta nossa era ‘digital’, os sinais necessários para reconhecerem o Senhor”.
A mensagem foi apresentada esse sábado à imprensa pelo arcebispo Claudio Maria Celli,
presidente do Pontifício Conselho para as Comunicações Sociais.
Respondendo às perguntas dos jornalistas, o prelado explicou que com sua mensagem o 
Papa não quer dizer aos sacerdotes que eles abandonem a paróquia para dedicar todo o tempo 
à internet.
“Creio muito na pastoral da paróquia – afirmou. Mas creio que se possa fazer uma 
pastoral paroquial ‘digital’. Uma pessoa que se encontra no âmbito virtual deve ser 
encontrada depois na comunidade verdadeira, que a acolhe, e com a qual caminha”.
“Acredito que não é apenas uma questão de ter um site. O tema é mais profundo.
Nasce no coração. De um coração apaixonado nascem as várias formas de comunicação”,
disse.
(fonte: www.zenit.org)



 Método de Leitura da Bíblia

Lectio Divina

Este é, certamente, um dos métodos mais falados actualmente. A primeira coisa que nos
poderá interpelar é a expressão latina Lectio Divina, que vem desde os Padres da Igreja, e
que significa “leitura divina” ou seja, Leitura da Sagrada Escritura. Devemos ao concílio 
Vaticano II a oficialização desta antiquíssima maneira de ler a Bíblia, que estava adormecida na 
Igreja depois das controvérsias da Reforma. Trata-se, fundamentalmente, duma leitura crente e
orante da Bíblia que encontra as suas raízes no Novo Testamento. Lucas apresenta-nos Jesus
convidar os discípulos de Emaús a reler o Antigo Testamento a partir do acontecimento da 
Páscoa (Lc 24,13-35). E podemos dizer que os Evangelhos seguem, em grande parte, esta 
dinâmica. A Lectio Divina (LD) pode assumir diferentes formulações e práticas. Vamos aqui 
apresentar o que este método de leitura bíblica tem de essencial.
Origem e história: Podemos dizer que a Lectio Divina é tão antiga como a Igreja, porque consiste, essencialmente, em rezar a Palavra, da qual ela depende como a água da fonte (DV 7.10.21).
É, portanto, a leitura crente e orante da Bíblia, baseada na Palavra de Jesus e no Seu Espírito: 
Tenho-vos dito isto, estando convosco, mas o Consolador, o Espírito Santo, que o Pai enviará 
em Meu nome, Esse ensinar-vos-á todas as coisas e vos recordará tudo o que vos tenho dito 
(Jo 14,25-26; ver 16,12).
Foi Orígenes (séc.III) quem baptizou a Lectio Divina com este belo nome. 
Generalizou-se no
séc. IV e V, como maneira predominante de ler a Bíblia, e, a partir desta leitura, veio a 
leitura do Ofício Divino.
Como método de leitura, encontra-se dentro da própria Bíblia (releitura do Antigo pelo Novo 
Testamento) e foi o método de interpretação bíblica que prevaleceu no tempo de S. Bento. 
A regra deste santo Patriarca repousa sobre este método de oração e interpretação da Bíblia. 
Mas foi já na baixa Idade Média que a Lectio Divina foi estruturada, sobretudo com as ordens 
mendicantes.
Guigo II, abade da Grande Cartucha, deixou-nos, por volta de 1150, uma apresentação 
orgânica da Lectio Divina, com o longo título: “Escada de Jacob - Tratado sobre o modo 
de orar, escada dos monges e escada do Paraíso”.[1]
S. Francisco de Assis é certamente devedor da LD e esta foi talvez um dos factores que 
contribuiu para que ele fosse um apaixonado pela Palavra de Deus. Para ele, ler a Palavra era
também rezar a Palavra. As Ordens religiosas, que surgiram no séc. XIII, utilizaram todas o
método da Lectio Divina, levando ao povo este método orante da Bíblia.[2]
Esta oração está, pois, ligada à teologia monástica que, ao contrário da escolástica, é mais vital, 
mais ligada ao coração e ao ambiente popular. Poderíamos chamá-la, por isso, uma “leitura 
saborosa (ou sapiencial) da Bíblia”.
A partir da Idade Média, deixou de ser aconselhada, porque entrou na Igreja o receio de 
ler a Bíblia; posteriormente, o medo das heresias e do protestantismo fez o resto. Os católicos 
perderam, assim, em grande parte, o contacto com a fonte da sua fé. Santa Teresa de Ávila não 
tinha licença para ler o Antigo Testamento… Sem a Palavra de Deus, as ordens religiosas, e outras associações, passaram a insistir na “leitura espiritual”, isto é, a trocaram a Palavra de Deus por palavras humanas piedosas.
O Concílio Vaticano II, ao insistir na Palavra de Deus, como base de toda a espiritualidade
cristã, insistiu também na Lectio Divina como método de oração: Debrucem-se, pois, gostosamente
sobre o texto sagrado, quer através da sagrada liturgia, rica em palavras divinas, quer pela leitura 
espiritual (piam lectionem…”) (nº 25).
Ligar a fé e a vida: Um dos grandes problemas do cristianismo de hoje é o hiato entre fé e vida, 
que encontra na frase “sou católico não praticante” uma espécie de anti-programa. Segundo o 
card. de Milão, Carlo Maria Martini, um dos grandes impulsionadores deste método de leitura da
Bíblia, a Lectio Divina pretende despertar para o sentido do mistério escondido nas páginas da Bíblia, a abertura ao infinito e
a tensão para Deus. Por isso, “Sacra página”, “páginas santas”, “páginas do Livro de Deus”
e outras expressões semelhantes eram nomes que os Padres da Igreja, davam às Escrituras. 
Porque elas encerram um mistério que nenhum homem poderá desvendar completamente [3].
A ligação da fé com a vida repousa no dinamismo interno de toda a palavra, que, para além 
duma simples dimensão fática, tem a dimensão poética (de poieo=fazer, agir). Toda a palavra tem 
em si um dinamismo do concreto e da acção. Na Bíblia, esta dimensão é tal que palavra e objecto, significante e significado se confundem e dizem do mesmo modo (dabar). A Lectio Divina 
abrange,
como método de leitura bíblica, as duas dimensões essenciais da Palavra e da vida.
O Método: A leitura espiritual da Bíblia necessita dum método, para ser criativa, segura e profunda.
Nada de importante na vida, muito menos quando se trata da oração, pode ser fruto do acaso, 
apenas da boa vontade ou da emoção. É neste sentido que uma leitura popular da Bíblia pode 
ser tão profunda como uma leitura mais sistemática. A Lectio Divina repousa, tradicionalmente, 

depois do já referido Guigo II, sobre quatro etapas ou degraus, que pretendem elevar o 
leitor-orante da terra ao Paraíso.
Uma observação prévia, antes de entrar no método propriamente dito: não existe uma clara
distinção ou fronteira entre as diferentes etapas ou momentos do método, porque cada etapa 
segue, com toda a naturalidade, a anterior.



I. LECTIO (leitura)
apropriar, situar, respeitar o texto.
Trata-se duma “leitura” em sentido etimológico, isto é, duma “recolha” (de lego), muito mais 
rica do que um simples “ler”. Porque se trata-se dum “ler” com a finalidade de “recolher”, 
não tanto conhecimentos de tipo intelectual quanto o sentido profundo da Palavra: mensagem,
sugestões, inspirações.
Trata-se da primeira etapa do processo da apropriação da Palavra pelo leitor que, por isso, 
privilegia o ler, o re-ler, a análise dos verbos, as personagens, os sentimentos, os ambientes….
É por isso que esta “lectio” se qualifica de divina. Poderia dizer-se, talvez, ainda melhor “sagrada”. 
Mas o mais importante é a lectio. Leitura e re-leitura, em ordem a uma apropriação profunda 
da Palavra.
Esta primeira etapa não é fácil, como poderia parecer à primeira vista. Trata-se duma espécie 
de visita que fazemos a um amigo: há gestos, amizade, respeito, silêncios, atenção a um 
determinado cerimonial. Como se trata dum amigo, a leitura é desinteressada, perseverante, 
quotidiana.
A lectio é ainda o ponto de partida e não o ponto de chegada. Por isso, exige que ponhamos
o pé em terreno firme: porque só sobre o terreno firme duma Lectio bem feita poderá o 
crente-leitor 
entrar na etapa seguinte, no diálogo da Meditatio. A exegese, como método científico de
leitura bíblica, coloca-se ao serviço da “lectio”, para que esta seja mais eficaz, e o texto lido 
seja respeitado na sua autonomia. Este modo de proceder levará o leitor a recolher o melhor 
do texto escrito na Bíblia. Deste modo, a lectio tem três diferentes níveis:
* Nível literário: fixar o texto e responder a questões muito simples, como estas: Quem?
Onde? Como? Porquê? Que ligação entre texto e contexto?
* Nível histórico: Procurar o contexto histórico em que o texto foi escrito e analisá-lo sob 
quatro aspectos: económico, social, político, ideológico. Descobrir os problemas aos quais o 
texto pretende dar resposta e que, de algum modo, aparecem no fundo ou à superfície do texto.
* Nível teológico: descobrir a mensagem para o homem, nesta situação histórica concreta: 
como é que o texto a manifesta, modo como as pessoas desse tempo representavam a Deus, 
como é que Ele Se lhes revelava, como é que o povo vivia esta mensagem.
A finalidade da Lectio não é o estudo científico do texto, mas este é um meio para perceber 
o texto a haver uma boa leitura. Deste modo, a Lectio prepara o leitor / ouvinte da Palavra 
para
uma melhor “auditio” da mesma. Este estudo depende das capacidades e exigências do leitor
e dos instrumentos de trabalho que ele é capaz de utilizar. O que mais interessa é, de facto, conseguir
vencer a distância entre o hoje do leitor e o ontem, por vezes muito remoto, do texto e das suas circunstâncias. Na Idade Média, Guigo II já era exigente, quando dizia: “estudo assíduo, com espírito atento”; e Paulo VI, dizia a este propósito, que se deve adquirir uma certa conaturalidade entre as preocupações actuais e o objecto do texto (do passado), para se poder escutá-lo. Por outras 
palavras, temos que cavar, ao mesmo tempo, no texto e na nossa experiência vital de hoje. O texto pode não nos falar, pode esconder-nos o seu sentido profundo, não por falta de estudo, mas por falta de aprofundamento da nossa própria vida.
É a ligação entre estes dois factores fundamentais da lectio, ou melhor, as duas leituras, que podem 
evitar o fundamentalismo. Este depende duma deficiente leitura dos textos, nas duas vertentes 
enunciadas: por um lado, separa o texto da vida e da história do povo, fazendo dele um absoluto, 
o único lugar da manifestação da vontade de Deus. O resto da vida e da história do Povo nada 
mais diriam sobre 
a vontade de Deus. Por outro lado, o fundamentalismo anula a acção da Palavra de Deus na 
vida e na história concreta das pessoas, rouba-lhes a consciência crítica, leva-as a um moralismo
sem ligação com a Palavra, a um individualismo requintado e a um espiritualismo vazio de conteúdos libertadores da pessoa e da comunidade. Este é a leitura de que mais gostam, por motivos óbvios, os ditadores de todas as cores e épocas. Porque esta perspectiva lhes permite manipular a Bíblia 
à sua vontade. Esta leitura alienante da Bíblia só pode ser corrigida, situando o texto no 
seu contexto histórico passado, vendo aí, ao mesmo tempo, um reflexo da situação actual, com as
suas luzes e sombras. Por isso, a lectio nunca se poderá desligar da vida, porque é, simultaneamente,
leitura da Bíblia e leitura da vida. Ou melhor, uma maneira de ler que dá sentido à vida.
Como estamos a ver, a lectio cria uma certa osmose entre leitor e autor, história do passado e
história do presente do leitor. A este propósito, dizia o monge Cassiano que o leitor fica de
tal modo penetrado dos mesmos sentimentos com os quais o texto foi escrito, que se torna, de
algum modo, seu autor[4]. Damo-nos, então, conta de que Deus nos quer falar. Entramos, então,
no silêncio. Estamos preparados para a escuta da Palavra de Deus, para a etapa seguinte, a 
Meditatio.
Este estudo do texto inclui também a “auditio”: esta poderá inclusive ser física, preparando 
a uma certa memorização “semita” da Palavra (haggadah) e à meditatio. A “lectio” inclui,
portanto, os olhos, a mente e o ouvido, mas unicamente como canais de passagem da Palavra 
para o mais recôndito do homem: o coração, como o Senhor diz a Ezequiel: Filho do homem, 
todas as palavras que Eu te disser, guarda-as no teu coração, escuta-as com atênção” (3,10). 
É no coração que se encontra a sala onde o Senhor é acolhido[5]


.


II. Meditatio (meditação)
ruminar, dialogar, actualizar
Se a Lectio respondia à pergunta: “Que diz o texto?”, a Meditatio pretende responder 
à pergunta: 
“Que diz o texto, para mim?”. A Lectio pretendia descobrir as correspondências entre o texto
e os seus diferentes contextos, a mensagem que o texto dava aos fiéis do seu tempo. Desde 
então para cá, os contextos são completamente diferentes, os conflitos e problemas são outros.
Mas, como Palavra de Deus que é, a Bíblia foi escrita também para o Povo de Deus de hoje; 
o texto é portador de valores que não caducam na História nem envelhecem com o tempo. 
Por isso, a Meditatio é, antes de mais, uma actualização do texto, para mim, um quedar-se
nos valores permanentes do texto. Ainda segundo Guigo II, ” a meditação é uma acção da 
mente que procura com ardor, sob a guia da razão, o conhecimento da verdade escondida” [6].
Como se faz, concretamente, a Meditatio? Guigo II dizia que é necessário utilizar a razão e o 
sentido comum para encontrar a verdade escondida no texto. Para isso, é necessário dialogar
com o texto, colocando-lhe certas questões, que o levam a entrar no nível da nossa vida:
-Que semelhanças e diferenças existem entre as circunstâncias do texto e as de hoje?
-Conflitos de ontem e de hoje? Que diz o texto à situação de hoje?
-Que mudança de comportamento me inspira no aqui e agora da minha vida pessoal e social?…
Um outro modo de actuar o método poderá ser o de ruminar, mastigar o texto, como fez
Maria
para os acontecimentos que ocorriam à sua volta, até encontrar o que ele me quer dizer
(ver Lc 2,19.51; Sl 1,2; Is 26,8). Podemos tentar resumir o texto numa só frase do mesmo, 
que sirva para repetir, guardar para todo o dia, de modo a servir não só de lema, mas que 
chegue a fazer parte da vida desse dia.
Este ruminar a Palavra faz que ela se torne a “espada” que julga e corta (Heb 4,12-13). 
A Meditatio faz que a Palavra deite abaixo máscaras, preconceitos, alienações nas quais 
nos encontramos muitas vezes. Cassiano dizia, a este propósito: “Instruídos pelo que nós
próprios sentimos, já não vemos o texto apenas como uma coisa que escutámos, mas 
como algo que experimentamos e tocamos com as nossas
próprias mãos; não como uma história estranha e desconhecida, mas como algo que 
fazemos brotar do mais profundo de nós próprios, à imagem dos sentimentos que fazem 
parte do nosso próprio ser. Insistimos: não é a leitura que nos permite penetrar no sentido das
palavras, mas a nossa experiência, adquirida antes, na vida de todos os dias” 
(Consollationes X,11)[7].
Desaparece, assim, em parte, a diferença entre Bíblia e vida, entre a Palavra de Deus e a 
nossa palavra. É nesta quase identificação que se encontra o significado profundo que 
a Bíblia tem para nós. O mesmo Cassiano diz, inclusive, que esta percepção profunda da 
Palavra não advém do estudo mas da experiência quotidiana. Alguém explicou, assim, a 
relação entre as várias partes: a leitura faz o fio eléctrico; a experiência cria a energia, a
meditação liga o botão e faz que a energia corra, iluminando o texto. Portanto, a linha e 
a energia são necessárias para que haja luz. A vida ilumina o texto, o texto ilumina a vida.
A Meditatio aprofunda a dimensão pessoal da Palavra; esta tem valor em si mesma, mas o seu 
maior valor é relacional, isto é, torna-se um veículo de amor entre Deus e o homem[8]. Uma palavra de amor deixa sair energia, recria as pessoas. Pela Palavra, a pessoa eleva-se até à Pessoa. É aqui 
que a Lectio Divina atinge a dimensão mística. Por outras palavras, a Lectio rompe a casca, a 
Meditatio faz provar os frutos do Espírito: “A letra mata; o Espírito é que dá vida” 
(2Cor 3,6; ver 2Tim 3,16).
Pela Meditatio, o Espírito comunica-se a nós, inspira-nos, dá-nos os mesmos sentimentos
de Jesus Cristo (Fil 2,5), leva-nos à Verdade total (Jo 16,13), deixa-nos compreender que, 
sem Ele, nada podemos fazer (Jo 15,5). O Espírito que enche toda a terra enche também o 
nosso coração (Sab 1,7). É Ele o mesmo Espírito que falava aos profetas e que fará de nós os
profetas de hoje, pela Sua Palavra. Mas a Meditatio, para além de ser uma actividade individual,
é também comunitária. O sentido mais profundo e total da Palavra vem da experiência 
comunitária e da oração em grupo. Daí a necessidade de levar a Lectio divina também aos
grupos e às familias.
A passagem da Meditatio à Oratio, tal como acontecia na passagem da Lectio à 
Meditatio, faz-se progressivamente. Como acontece com a passagem duma estação à outra, 
de uma idade à outra. Os critérios podem ser os seguintes: A Meditatio actualiza o texto de modo
a eu /nós percebermos o sentido do texto para nós, aqui e agora. Quando isso se tornou mais claro,
faz-se, então, a passagem para a etapa seguinte, com uma questão, como esta. ” E agora que vou /
vamos dizer a Deus? Esta questão depende, portanto, da certeza de que Deus me chama a 
colaborar com Ele. Mas esta colaboração com Deus na minha / nossa História põe a descoberto 
todos os meus medos e fraquezas, tal como aconteceu com os profetas da Bíblia, chamados a 
anunciar e a viver uma Palavra difícil (ver Is 6,1-13; Jer 1,4-19). Podemos dizer que a Meditação 
bem feita leva-nos insensivelmente à Oração, como a semente leva à planta.




III. Oratio (oração)
suplicar, louvar, orar
Na Lectio, a pergunta era: Que diz o texto?; na Meditatio, perguntávamos: Que me diz o texto? 
Agora, a pergunta fundamental é: Que me faz dizer o texto a Deus? Até agora, era o Senhor
a falar connosco, a apresentar-nos a Sua proposta; agora, é o momento da nossa resposta à 
proposta de Deus. Esta é a característica fundamental da oração cristã. E esta minha resposta 
exprime-se em sentimentos de louvor, súplica, acção de graças, pedido de perdão…Guigo dizia: 
“A oração é o impulso fervente do coração a Deus, pedindo-lhe que Ele evite os males e nos 
conceda coisas boas”[9].
Devemos, no entanto, afirmar que este momento de Oração não impede que haja oração nas
outras duas etapas anteriores. Porque, na Lectio Divina, as etapas não são estanques nem 
cronologicamente definidas. As quatro etapas são quatro atitudes que têm momentos típicos mas 
não únicos para se manifestar. No princípio da Leitura invoca-se o Espírito do Senhor da Palavra; 
a oração está presente desde o princípio e a Lectio, por exemplo, adquire maior claridade à
medida que as etapas avançam. A Meditação está já cheia de oração. Mas este é o momento 
em que se manifesta mais profundamente a Oração.
A atitude fundamental da Oração deverá ser, mais uma vez, a de Maria: Faça-se em Mim 
segundo a Tua Palavra (Lc 1,38). Maria não diz uma palavra da Bíblia, mas uma palavra saída 
dum coração que, antes, meditou uma Palavra, que lhe purificou o olhar e o coração (Lc 2,19.51). 
Só um coração purificado pela Meditação da Palavra é capaz de a acolher e deixar incarnar - o que aconteceu n’Ela de maneira excelsa e total. Só os que a sentem encarnada na vida são capazes
de a rezar, cantando, como fez Maria, no Magnificat (Lc 1,46-55).
Esta oração, essencialmente espontânea, pode assumir várias formas: louvor, petição, súplica de
perdão… e deve reflectir sempre uma dimensão comunitária. Pode utilizar orações já feitas,
sobretudo Salmos. Estes eram, na Idade Média, aprendidos de cor e alimentavam a oração
pessoal do monge. Por este motivo, foram distribuídos ao longo das diferentes “horas” do dia.
Os tempos são outros, mas o método pode ser hoje semelhante: guardar uma frase que alimente
o coração e encha a memória, ao longo do dia.
Esta Palavra lida, meditada, rezada não é simples palavra para dizer; é uma palavra criadora. 
De algum modo, é sacramental: faz o que diz e diz o que faz. Ou seja, é um dabar (palavra), 
sempre eficaz. Toda a palavra rezada está chamada a entrar na vida concreta: A Palavra diz e faz; 
anuncia e arrasta; ensina e anima; ilumina e reconforta. É luz e força, é Palavra e Espírito.
É mediante esta Palavra que a Lectio Divina tem as suas raízes na Bíblia e valoriza as duas
vertentes do Dabar bíblico: a Lectio descobre a sua mensagem; a Meditatio, e sobretudo a Oratio, 
comunica a sua força e leva à “encarnação” na vida.
A prática pastoral tem separado muitas vezes estes dois aspectos. Certos movimentos
espiritualistas empenham-se na oração mas não fazem o mesmo na vida, na atitude crítica e na
intervenção social. Isto acontece por uma deficiente leitura do texto bíblico: este é desligado do seu 
contexto, o que leva a um moralismo sem bases, a um certo fundamentalismo e individualismo alienantes. 
Por isso, a sua meditação e oração não estão fundamentadas nem no texto bíblico nem na realidade
da vida de hoje. No extremo oposto, encontram-se certos movimentos de libertação, que se 
alimentam do Evangelho. Fazem uma boa Leitura, mas falta-lhes a fé perante muitos problemas da 
realidade humana. Acham que o tempo da Oração é tempo perdido e o importante é a intervenção
directa e imediata na sociedade.
A Lectio Divina bem praticada corrige um outro extremismo. A Oração tem sempre duas
vertentes, ou melhor duas direcções: a vertical e a horizontal. É libertadora do orante - 
em direcção a Deus; e é libertadora dos irmãos - em direcção aos oprimidos de hoje.
IV. Contemplatio (contemplação)
discernir, agir, saborear
Quando se passa de Oratio à Contemplatio? Alguem disse que a Contemplatio é o que fica 
nos olhos e no coração, quando acabou a Oratio. É como o fruto da árvore. A Contemplatio é, fundamentalmente, a concentração da minha atenção, não em sentimentos ou em orações, mas na 
Pessoa de Jesus e na Sua relação com o nosso mundo. Esta, sendo o ponto de chegada de todas as
etapas da LD, exige um novo começo de todo o processo, isto é, torna-se o ponto de partida para 
nova Lectio, Meditatio, Oratio. O processo recomeça, sem nunca acabar. Porque há sempre lugar
para uma leitura, meditação e oração mais profundas. É aqui que se situa a Contemplatio: um saborear, degustar, um novo modo de ver a vida e o mundo, que são vistos a partir de cima, a partir dos
critérios de Deus. Este novo olhar de Deus no orante é a Contemplatio.
É olhar, saborear e agir novos. S. Agostinho diz-nos que, pela leitura da Palavra, Deus faz-nos 
contemplar e ver o mundo de modo diferente e leva-nos a transformá-lo, para que ele se torne,
de novo, uma teofania. A Contemplação leva o orante a olhar mais para o mundo, de modo 
a poder encontrar nele toda a profundidade dos acontecimentos e a presença escondida de Deus.
Como estamos a ver, esta Contemplação é totalmente diferente da daquele que se retira do
mundo, da política, dos sindicatos, dos problemas do bairro e da empresa, para “poder 
contemplar a Deus”. A verdadeira contemplação, para além do escutar, vai até ao fazer (Mt 7,24-28).
Para os fundamentalistas, a Palavra de Deus encontra-se unicamente na Bíblia. O mundo, a vida
e a história estão cheios de espíritos diabólicos. A LD abre-nos os olhos, dá-nos uma lente 
telescópica, para ver mais longe e mais profundamente.
A este respeito, dizia Guigo que a contemplação é “A escada dos monges que penetra as
nuvens e procura os segredos do céu”, isto é, antecipa o futuro, dá-nos a visão das coisas 
a partir de Deus. E acrescenta, a título de resumo das diferentes etapas: ” A Leitura procura 
a doçura bem-aventurada; a Meditação encontra-a; a Oração pede-a e a Contemplação 
saboreia-a. A Leitura conduz o alimento à boca; a
Meditação mastiga-o e digere-o; a Oração verifica o seu gosto e a Contemplação é a 
doçura que dá a alegria. A Leitura toca a casca, a Meditação penetra no interior, a Oração
formula o desejo e a Contemplação atinge o gosto e a doçura; a Contemplação é uma elevação 
do espírito acima de mim próprio; suspensa em Deus, ela saboreia as alegrias da doçura 
eterna”.
Segundo isto, a Contemplação relativiza o que é verdadeiramente relativo, quedando-se no que é 
Absoluto. E o contacto com o Absoluto torna-se a fonte da alegria e da esperança em todas 
as tribulações.
Deste modo, a Contemplação é o último degrau da subida à Sétima Morada, a uma
torre muito alta: quanto mais se sobe, mais belo é o panorama.
Segundo o card. Martini, a LD produz a Discretio, isto é, a capacidade de seleccionar 
os valores que são conformes ao Evangelho e de rejeitar os que não o são. Produz ainda 
a Deliberatio, ou seja, a escolha comprometida dos valores do Evangelho. A Actio é o agir que 
se lhe segue.
Para terminar, poderíamos perguntar-nos: Será possível este método de leitura e de
oração bíblicas na vida quotidiana? Comecemos por afirmar que o método pode 
assumir certas modalidades, segundo a cultura e a formação das pessoas ou se é praticado
individualmente ou em grupo. Mas não pode esquecer as qualidades essenciais apontadas. 
Toca a cada um adoptá-lo às suas condições concretas.
Propostas simples de Lectio Divina
Na convicção de que a LD pode aplicar-se a todas as pessoas e a todas as circunstâncias,
apresentamos aqui alguns modos simples de levar à prática a LD:
* Numa reunião de grupo qualquer, se pode fazer sempre um pouco de Lectio Divina:
- Proclamação da Palavra (breve);
- breve silêncio
- breve partilha sobre o que o Espírito comunicou a cada um no silêncio
- Oração comunitária, espontânea, como resposta àquela Palavra de Deus.
Este não será um “tempo perdido” num grupo de catequistas ou outro. Será o tempo mais útil,
porque muito ajudará no desenvolvimento dos trabalhos.
* Criar nas paróquias um grupo ou grupos que possam preparar as leituras dominicais
(leitores, acólitos, etc), seguindo este método simples. Os Grupos de Dinamização Bíblica
fazem esta preparação durante um longo período de uma hora e meia a duas horas (ver 6.3).
* As famílias são convidadas, uma vez por semana, a ler um texto bíblico e a seguir o
método simples acima referido. Isso muito contribuirá para a união mais íntima das nossas
famílias de hoje[1]. A Oratio poderá ser um mistério do terço.
* Este mesmo método poderá seguir-se na preparação dos sacramentos
(da reconciliação ou outro) ou mesmo no exame de consciência diário. Isso levar-nos-á a 
ver na Palavra de Deus a medida de confronto da nossa vida.
* Mas é, sem dúvida, na meditação diária que poderemos provar a verdade deste método
de leitura bíblica. Um dia poderemos quedar-nos mais na Leitura, outro na Contemplação…
——————————————————————————-
[1]. Ver, a este propósito, C.M. Martini, Senhor, ensina-nos a rezar em família, Gráfica de
Coimbra, 1986, 33 páginas.
——————————————————————————–
[1] Dizia: “A leitura leva à boca o alimento sólido, a meditação corta-o e mastiga-o, a 
oração saboreia-o, a contemplação é a própria doçura que alegra e recria”.
[2] “Assim como da pedra fria, talhada pelo martelo, saltam faíscas, da palavra divina, por
inspiração do Espírito santo, brota fogo” (S. Gregório Magno).
[3]. Ver Masini, Mario, Iniziazione alla Lectio Divina, ed Messagero, Padova, 1988, p. 91.
[4]. Ver Bulletin Dei Verbum, Stuttgart, 1992, nº 22, p. 16.
[5]. Ver Iniziazione…p.92.
[6]. Ver Iniziazione… p. 92.
[7]. Ver Bulletin Dei Verbum, Stuttgart, 1992, nº 23, p. 5; nº 27 (1993), p.5-7.
[8]. A este propósito, veja-se Alves, H. A Bíblia, Palavra e testemunho de Deus em Jesus Cristo, in Documentos da Igreja sobre a Bíblia, p. 13-17.
[9]. Ver ibidem, p. 5.