Dois pensamentos aos leitores e leitoras deste blog.

Dois pensamentos de boas-vindas aos leitores e seguidores deste blog:
- Mesmo que vivas um século, nunca deixes de aprender!!!
- O importante não é saber tudo, e sim, nunca perder a capacidade de aprender!



terça-feira, 15 de novembro de 2011

Temos novidades:

1. Catequese 

- O Significado das Alianças
- O que é a Igreja Brasileira, ou Igreja católica Brasileira
- As Seitas evangélicas e suas superstições

2. Cançao Nova Notícias 
 
- O Papa na África...
- O que representa a 2ª viaegem do Papa à África...

3. Cançao Nova Formação
Vários assuntos.

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Não esquecer!!!

Atenção Zeladores do Apostolado da Oração da Região do Maciço de Baturité.

Encontro de Formação: Cidade de Ocara-CE.
Data: Dia 20 de Novembro (domingo) 
Tema: A Alegria de Servir.
Local: Salão Paroquial
Início: 9h (Manhã)
Obs.: Mais detalhes vocês encontrarão no blog apostoladoregiaoserra.blogspot.com

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Canção Nova – Notícias

Canção Nova - Formação




CATEQUESE

O SIGNIFICADO DAS ALIANÇAS

Fonte de Pesquisa: Site Universo Católico
As alianças que marido e mulher usam na mão são sinal de felicidade um do outro. Amando-se os esposos estão amando a Deus. Na Bíblia existe uma passagem importante a esse respeito. É o dilúvio. Nele, Noé é salvo com sua família.

Depois do dilúvio, Deus abençoa a humanidade renovada e renova a aliança com a família de Noé. O arco-íris é o sinal da grande aliança do Criador com suas criaturas. O arco era uma arma de guerra. Mas Deus não usa arma que mata. Seu arco, sua aliança é um sinal de paz e reconciliação. É sinal de vida nova. O arco-íris significa que a humanidade não sofrerá um novo castigo, como no Dilúvio. As armas de Deus são o amor e a fidelidade. Ao ver o arco-íris, Deus se recorda de sua “Aliança” e tem piedade de Seu povo.

As alianças que os esposos usam são um pequeno arco-íris. Quando Deus olha as alianças de marido e mulher Ele se lembra de sua aliança, com a humanidade. As alianças que os esposos usam querem significar todo o amor que Deus sente pelos homens. As ALIANÇAS são um selo de fidelidade. Quando o sacerdote benze as alianças, representa que Deus está se “lembrando” de Seu contrato de amor para conosco. O cônjuge que é fiel ao seu companheiro está sendo fiel ao seu Criador e tornando concreto e atual o contrato amoroso de Deus com Seu povo. Aquele que é infiel, quebra a “Aliança com Deus”. O mais importante é ser fiel a quem se jurou fidelidade sob as bençãos de Deus através do Sacramento do Matrimônio.

Paróquia São Francisco Xavier “Círculo Felicidade”- Niterói, Setembro de 2003 Casal Coordenador: Abel e Lourdinha Passos

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O que é a Igreja Brasileira, ou Igreja Católica Brasileira?
Escrito por D. Estevam Bettencourt


A Igreja Católica Apostólica Brasileira ou "Igrejas Católicas Apostólicas Brasileiras" (ICAB), têm lançado confusão no público, pois pretendem guardar a aparência de Igreja Católica e facilitam a praxe religiosa dos seus seguidores. - Daí a conveniência de uma análise precisa do fenômeno.

1. Origem da ICAB

A "Igreja Católica Apostólica Brasileira" (ICAB) tem como fundador D. Carlos Duarte Costa. Este nasceu aos 21 de julho de 1888 no Rio de Janeiro e recebeu a ordenação sacerdotal a 1º de abril de 1911. Aos 4 de julho de 1924 foi nomeado bispo de Botucatu (SP). Pouco feliz foi o governo do novo prelado, que se viu envolvido em questões de mística desorientada (devoções pouco condizentes com a reta fé); também enfrentou problemas de administração financeira e de embates políticos. Em conseqüência foi afastado de sua diocese e nomeado bispo titular de Maura (na Mauritânia, África Ocidental); fixou então residência no Rio de Janeiro. Em breve, porém, D. Carlos viu-se a braços com novas lutas: em 1942 o Brasil entrou em guerra contra o nazi-fascismo; nessa ocasião o bispo apelou publicamente para o Presidente da República a fim de que interviesse na Igreja e expulsasse bispos e sacerdotes "fascistas, nazistas e falangistas"; acusou a Ação Católica de espionagem em favor do totalitarismo da direita; prefaciou elogiosamente o livro "O Poder Soviético" de Hewlet Johnson e atacou por escrito as Forças Armadas do Brasil. Em conseqüência, foi preso como comunista e enviado a uma cidade de Minas Gerais, onde permaneceu na qualidade de hóspede.
Diante dos rumores que se propagavam em torno da pessoa de D. Carlos, as autoridades eclesiásticas procuraram apaziguá-lo. Como isto não desse resultado, D. Carlos em 1944 foi suspenso de ordens, isto é, perdeu a autorização para exercer as funções do sagrado ministério. Esta medida de nada serviu; por isto D. Carlos foi excomungado aos 6 de julho de 1945; neste mesmo dia resolveu fundar a sua Igreja, dita "Igreja Católica Apostólica Brasileira". Em vista desta atitude, o Santo Ofício declarou D. Carlos excomungado vitandus (= a ser evitado) aos 3 de julho de 1946.
Um dos primeiros atos públicos da ICAB foi a fundação do "Partido Socialista Cristão", sob a orientação de D. Carlos. Este chegou a apresentar um candidato à presidência da República, o qual, porém, se desentendeu em breve, ficando fracassado o novo Partido.
D. Carlos promoveu direta ou indiretamente a ordenação de numerosos "bispos" e "presbíteros", cuja formação doutrinária e cultural era precária. O infeliz prelado veio a falecer aos 26 de março de 1961; terminou a vida de maneira desvairada, obcecado por paixões, que se exprimiam em injúrias através do seu jornal "LUTA". Todavia um Concílio Nacional da ICAB, aos 6 de julho de 1970, chegou a atribuir-lhe o título de "Santo": "São Carlos Duarte"!

2. Doutrina e atuação da ICAB

Em matéria de doutrina, a ICAB procura reproduzir a da Igreja Católica, excluindo (como se compreende) o primado de Pedro... A sua mensagem teológica é muito diluída, visão que os seus orientadores pouco estudam. Vários destes são homens que tentaram chegar ao sacerdócio na Igreja Católica, mas, por um motivo ou outro, não o conseguiram; então passaram-se para a ICAB, onde o estudo e o acesso às ordens sagradas lhes foram extremamente facilitados. Infelizmente nota-se nos membros da hierarquia e nos fiéis da ICAB certo oportunismo, ou seja, a procura de atender a interesses pessoais: ordenação "sacerdotal" ou "episcopal", lucros financeiros mediante celebração do culto, "casamento" facilitado em favor de pessoas já casadas, "batizados" sem preparação dos pais e padrinhos... Dir-se-ia que a ICAB procura adeptos a todo e qualquer preço; lê-se, por exemplo, na Lista Telefônica de assinantes classificados do Rio de Janeiro:

"ICAB, Igreja Católica Apostólica Brasileira, Paróquia São Jorge: casamento com ou sem efeito civil de pessoas solteiras, desquitadas e divorciadas. Crismas. Consagrações. Também em residências ou Clubes Realengo, Piraquara".
Dado que a ICAB se adapta às diversas oportunidades de crescer, há atualmente muitos ramos da mesma independentes uns dos outros, o que sugere a denominação "Igrejas Católicas Apostólicas Brasileiras" em vez de "Igreja Brasileira".

O que dá certo êxito a essa corrente religiosa, são os dois seguintes fatores:

1) A reprodução dos ritos e a conservação dos símbolos (inclusive da linguagem) da Igreja Católica. Muitas pessoas não conseguem distinguir entre a Igreja Católica e a Igreja Brasileira. Parece haver a intenção de guardar em tudo as aparências da Igreja Católica entre os responsáveis das Igrejas Brasileiras.
2) O procedimento facilitário e oportunista dos mentores da ICAB. Esta não apresenta normas definidas de Direito Eclesiástico, de modo que os seus ministros são capazes de "legitimar" religiosamente qualquer situação ilegal daqueles que os procuram. Este comportamento facilitário é, naturalmente, fonte de dinheiro, pois a ICAB sabe prevalecer-se da generosidade dos fiéis. A exploração se torna ainda mais fácil em virtude da ignorãncia religiosa de muitos cidadãos brasileiros.
A falta de estrutura doutrinária e disciplinar das Igrejas Brasileiras lhes tira a coesão desejável e faz que não tenham quase significado no cenário público do Brasil; apesar disto, conseguem penetrar dentro da população desprevenida da nossa Pátria, favorecendo o ecleticismo e solapando a vitalidade religiosa de muitos católicos.

A propósito pergunta-se:

3. Qual a validade dos ritos da ICAB?

Respondemos em três etapas:

3.1. A eficácia dos Sacramentos

a) Um sacramento é um rito mediante o qual Cristo comunica as graças da Redenção ex opere operato, ou seja, desde que o ministro respectivo aplique a matéria (água, pão, vinho, óleo) e a forma devida (as palavras que indicam o efeito da matéria).
b) Os sacramentos não são eficazes ou não conferem a graça em virtude da santidade do homem (sacerdote, bispo) que os administra mas sim por ação do próprio Cristo, que se serve do homem como instrumento de sua obra redentora. Todavia, para a validade do sacramento, requer-se que:
- O ministro tenha sido validamente ordenado padre ou bispo;
- Tenha, ao administrar o sacramento, a intenção de fazer o que Cristo queria que fosse feito, ou a intenção de se identificar com as intenções de Cristo, Sumo Sacerdote.

3.2. Que diz a ICAB?

Os adeptos da ICAB afirmam que

- Seus ministros foram validamente ordenados padres e bispos, pois receberam a sucessão apostólica das mãos de D. Carlos Duarte Costa, que foi verdadeiro bispo da Igreja Católica, sagrado por D. Sebastião Leme. Embora Dom Carlos se tenha separado da Igreja Católica, conservou o caráter episcopal perenemente impresso em sua alma
- D. Carlos e os bispos que ele ordenou sempre fizeram questão de transmitir as ordens sacras segundo o ritual exato adotado pela Igreja Católica (usando mesmo o latim em algumas ocasiões);
- As missas, os batizados e outros ritos ocorrentes nas cerimônias de culto da ICAB obedecem estritamente à essência do Ritual sempre vigente na Igreja Católica.
Por conseguinte, concluem os ministros da ICAB, a Igreja Brasileira possui autênticos bispos e presbíteros, e ministra validamente os sacramentos.

3.3. E que diz a Igreja Católica?

a) Embora os ministros da Igreja Brasileira apliquem exatamente a matéria e a forma de cada sacramento, falta-lhes algo de essencial para que seus sacramentos sejam válidos, isto é, a intenção de fazer o que Cristo quis fosse feito. Na verdade, os ministros da ICAB, mediante os seus ritos, intencionam criar e desenvolver uma "Igreja" separada da única Igreja fundada por Cristo; tal "Igreja" nova já não professa as verdades do Credo Apostólico, mas se entrega ao ecleticismo religioso: protestantes, espíritas, maçons e comunistas podem ser igualmente membros da ICAB. Sim; a revista "A Patena", revista da "diocese da Baixada Fluminense" da ICAB, em seu nº 3 de 1971, 4ª capa, diz que a Igreja Brasileira "religiosamente é católica, porque aceita em seu grêmio cristãos de qualquer mentalidade, sem repelir os que sejam ou se digam protestantes, espíritas, maçons, católicos-romanos etc.". Isto significa que a Igreja Brasileira vem a ser uma sociedade filantrópica, humanitária, mas já não tem a mensagem religiosa definida que o Cristo confiou ao mundo e que o Símbolo de fé apostólico professa.

Donde se vê que a ação dos ministros da ICAB carece daquela intenção que é essencial para a validade dos sacramentos: a intenção de fazer o que Cristo faz mediante os sacramentos.
b) Já que a ICAB se ramificou, dando origem a múltiplas "Igrejas", Ordens e Irmandades independentes, já não se pode saber até que ponto nas denominações "católico-brasileiras" se conserva a fidelidade aos ritos sacramentais; com o tempo as arbitrariedades e os desvios facilmente se introduzem nas pequenas comunidades. Em conseqüência, a Igreja Católica não reconhece as ordenações conferidas pela ICAB, muito menos reconhece a autenticidade das Missas e dos sacramentos celebrados pela ICAB.

4. Observações Finais

A Igreja fundada por Cristo (cf. Mt 16,16-19) é Católica (aberta a todos os homens), Apostólica (baseada sobre a ação missionária dos doze Apóstolos) e Romana, isto é, governada visivelmente por Pedro e seus sucessores, que têm sede em Roma (como poderiam ter em Jerusalém, Antioquia, Alexandria... se a Providência Divina tivesse encaminhado Pedro e os acontecimentos iniciais da história da Igreja em rumo diverso do que realmente ocorreu).
O título de "Romana" portanto não significa que a Igreja de Cristo esteja presa aos interesses políticos da cidade de Roma ou da nação italiana; nem implica subordinação dos fiéis católicos do Brasil a uma potência estrangeira, mas apenas indica que essa Santa Igreja tem seu chefe visível, instituido por Cristo, na cidade de Roma.
Os fatos atrás apontados evidenciam a urgência de sólida catequese para o povo de Deus no Brasil.

As seitas evangélicas e suas superstições

Escrito por Elbson do Carmo   

O Brasil é um país supersticioso. Na Bahia há um dito popular que exemplifica isso de forma jocosa e muito bem humorada: “80% são católicos, 15% são protestantes, 5% pertencem a outras religiões e 100% vestem branco às sextas-feiras”. A superstição está tão engendrada em nossa sociedade que chega a independer do nível sócio-econômico ou cultural. Entretanto, há quem se aproveite do espírito supersticioso do brasileiro de forma torpe e irresponsável, em questão, diversas seitas evangélicas.

Todos nós já escutamos nos meios de comunicação chamadas como: “dia do descarrego”; “meia-noite da libertação”; “noite da quebra de feitiços”, “dia do óleo santo de Israel”; “corrente dos empresários”; “culto da sexta-feira 13”. E alguns mais hilários como: “sexta-feira forte, desencapetamento total” ou “venha receber seu shampoo sagrado”. Este último, por sinal, quem vos escreve teve oportunidade de escutar.

Não raro, em programas de rádio ou TV dessas seitas, os “pastores” que apresentam tais programas, quando perguntados por ouvintes sobre as razões de seus infortúnios, respondem sem pestanejar: “Foi um feitiço, um trabalho, uma maldição que jogaram em você! Compareça a nossa igreja...”. Já se estabelece nesse curto contato uma relação de sugestionador e sugestionado, entre o pretenso "pastor" e sua vítima em potencial.

Termos como “descarrego” sempre estiveram tradicionalmente relacionados ao fetichismo e à magia, temas que sempre foram objeto de repúdio por parte do cristianismo. Qual seria então a justificativa para a venda de falsos objetos sagrados e da utilização de elementos da superstição popular por parte de seitas evangélicas em pleno século XXI? As respostas são várias, mas orbitam em torno de uma única motivação: dinheiro. Soma-se ainda uma tática covarde: a submissão da consciência dos fiéis  a uma ótica atávica. Ou seja, ao invés de libertar mentes de crenças ancestrais que subjugam a verdadeira espiritualidade libertária do cristianismo, essas seitas perpetuam e disseminam a crença  em supertições e fetiches, além de escravizar,  inexoravelmente, seus membros a uma  permanente relativização de sua relação com Deus.

Essa verdadeira escravização de mentes, é em parte responsável pelo esplêndido crescimento dessas seitas. Não há uma explícita negação daquilo que pode ser classificado como crendice popular e superstição. O fiel não precisa rever seus conceitos motivado por uma doutrina que o conduza a uma reflexão acerca de suas crenças anteriores, simplesmente não é preciso abandonar nada, não é preciso modificar sua ótica em relação ao que recebeu como herança do seu folclore e cultura. O fiel é conduzido a permanecer na ignorância, a mesma ignorância que justifica para esse mesmo fiel que basta ter fé para salvar-se, ou seja, um caminho religioso pavimentado por aparentes facilidades. O fiel permanece arraigado a superstições, e é estimulado diuturnamente pela seita a continuar nessa mesma situação de voluntária escravidão. Afinal, permanecer dentro da seita é a garantia de “corpo fechado”, de proteção.

O “pastor”, por sua vez, ocupa uma posição bastante similar a de um curandeiro, dententor de uma "magia boa”, antídoto  que protege o fiel de toda uma miríade de riscos espirituais aos quais o mesmo está exposto fora da seita. E a seita ocupa grande parte de sua pregação em solidificar esses conceitos em seus fiéis, basta adentrar qualquer desses templos e o que se notará é uma sequência de pregações e testemunhos reforçando dia após dia a imagem de um mundo ancestralmente cheio de superstições. Serão pastores falando de feitiços, magias, bruxarias e demônios, e testemunhos de fiéis falando que foram libertados exatamente dessas coisas. Com tanta repetição, qualquer mentira passa virtualmente por verdade.

Por mais absurdo que pareça, a observação comprova essa relação de sujeição dos fiéis motivada pelo medo e ignorância, da mesma forma que atesta o comportamento vicioso dos pretensos pastores, o que os coloca no mesmo calibre dos curandeiros, feiticeiros e passistas que dizem combater.

Em geral, com os fiéis incentivados a relacionar sua fé cristã a fetichismos e crendices, não ocorre uma verdadeira conversão, não há um momento de íntima descoberta e encontro com o Cristo.  Muito embora o slogan “encontrei Jesus” seja o mais repetido pelos adeptos de tais seitas, Jesus, nesse contexto, é tão somente um elemento a mais nesse processo de aprisionamento, e não o motor de uma grande mudança de vida. A mensagem cristã que lhes chega é bastante distante da real. E o "jesus'' que lhes é oferecido é tão somente aquele dos milagres e dos exorcismos, deixam de fora o real Jesus, que também exige uma verdadeira revolução moral na vida do fiel. Não importa QUEM é Jesus, mas o que Ele pode proporcionar.

Sob esse aspecto, inclusive, cabe fazer uma censura peremptória àqueles que se identificam como católicos e apegam-se a sincretismos, comportando-se da mesma maneira que os fiéis evangélicos que mencionamos. O sincretismo é um elemento estranho à fé católica, e o pretenso católico que o pratica está em grave estado de pecado. Não se pode ser católico e espiritista ou fetichista ao mesmo tempo. Não se pode servir a dois senhores. Entretanto, cabe lembrar, que ao contrário das seitas que aqui abordamos, a Igreja Católica condena e reprova de todas as formas tanto o pensamento quanto a manifestação supersticiosa. Fé católica e crendice são elementos amplamente dissociados, e não há espaço para contemporizações a esse respeito.

Ao recorrer a símbolos de magia, a seitas evangélicas contribuem para a solidificação de princípios amplamente contrários a fé cristã. E para maioria das pessoas que integram tais seitas, uma sessão de “descarrego” ou ir ao templo à meia-noite de uma sexta-feira 13 é algo que faz parte da fé cristã. Idéia que contraria frontalmente os fundamentos do cristianismo, que em sua origem e doutrina , é completamente avesso à crendice e ao fetichismo; a qualquer forma de relativização do poder de Deus. Se nem mesmo uma flor nasce sem a permissão do altíssimo, é absurdo imaginar então que mal-olhado é suficiente para lançar a vida de qualquer pessoa na falência, mas é isso que a seita ensina, mesmo que a biblia, a tradição e a patrística cristã afirme o contrário. Dessa forma, a seita envangélica distancia-se de tal forma da fé cristã, que em relação a ela guarda pouca ou nenhuma consonância.

Ao conduzir o fiel a acreditar que as práticas da seita referentes a “proteção” contra maldições é suficiente garantia de sua paz e integridade, o fiel é na verdade conduzido a colocar Deus como mero coadjuvante do poder da seita. Ou seja, Deus, apenas, não seria suficiente à sua necessidade de proteção. Uma prova bastante nítida desse processo de alienação religiosa, é a forma pródiga como essas seitas exploram pseudo exorcismos e testemunhos de fiéis que livraram-se de "feitiços, trabalhos e maldições" através da seita. Para o fiel, Deus, sem a seita  "não surte efeito".


Em resumo, para essas seitas e seus pobres e enganados fiéis, sem as correntes, sem a falsa água do rio Jordão, sem o óleo de Israel fabricado no quintal, sem os descarregos teatrais, e para não deixar de citar, sem o “fantástico” shampoo sagrado, o cristianismo não acontece.

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  A Festa de Nossa Senhora da Conceição em Guaramiranga-CE., está se aproximando. Vale a pena participar da mesma.

Pároco: Pe. Frei Glauber, OfmCap.

A Jesus por Maria!

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Vejam as novidades da semana:

FORMAÇÕES

No mundo atual ainda se reza?
Você conhece mártires do Brasil?
O Ano da Fé.
A Sociedade dos Perfeitos

NOVIDADES NA LÍNGUA PORTUGUESA:

Quem é “você”: segunda ou terceira pessoa?
“A sós” e “só”
Diferenças Regionais
Qual a forma correta: “Se não” ou “senão”

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Cruz da JMJ visita a Basílica de Aparecida

JMJ Rio 2013 / Jornada Mundial da Juventude



Jovens dos quatro cantos do Brasil seguiram em peregrinação rumo ao Santuário de Nossa Senhora Aparecida na Terceira Romaria Nacional da Juventude, onde a cruz e o ícone de Nossa Senhora, símbolos da Jornada Mundial da Juventude, estavam presentes para a veneração dos fiéis.
Na madrugada desta terça-feira (15/11), mesmo debaixo de uma forte chuva, houve uma grande concentração de jovens na praça da Catedral de Guaratinguetá (SP), para a acolhida dos ícones da JMJ.

Ana Cristina, de Varginha Minas Gerais, chegou com um grupo de 46 pessoas ao local, onde passou à noite toda em vigília, tendo em vista que a programação da veneração da cruz seguiu noite adentro: “Foi um momento de muita emoção, eu pude tocar a cruz e estar pertinho dela. Quanto mais jovens vierem para dar seu testemunho de fé, mais jovens vamos atrair para a Igreja.”
Já durante a manhã cerca de 15 mil jovens lotaram o santuário, a celebração foi presidida pelo Cardeal Arcebispo de Aparecida, Dom Raymundo Damasceno Assis, e concelebrada por vários bispos e padres, entre eles o presidente da Comissão Episcopal Pastoral para Juventude, da CNBB, Dom Eduardo Pinheiro da Silva.

De ouvidos atentos os presentes puderam presenciar uma catequese na homilia de Dom Damasceno sobre a missão destes sinais visíveis, cujo objetivo é preparar as dioceses para este encontro do Papa com os jovens: “A cruz é sinal do amor de Cristo pela humanidade. Ela nos convida à fé. Eu vos convido à luta por um mundo mais justo, mais humano e mais fraterno”, acentuou o arcebispo, aplaudido calorosamente como sinal de aprovação por parte dos jovens que coloriam o santuário com bandeiras e largos sorrisos.

Mais de 20. 000 fiéis lotaram a Basílica neste feriado
Mais de 20 mil fiéis lotaram a basílica neste feriado 

Lembrando que a cruz de madeira foi confeccionada e estabelecida como símbolo da fé católica, perto do altar principal na Basílica de São Pedro durante o Ano Santo da Redenção (da Semana Santa de 1983 à Semana Santa de 1984).
No final daquele ano, depois de fechar a Porta Santa, o Papa João Paulo II ofereceu essa cruz como um símbolo do amor de Cristo pela humanidade.
Quem a recebeu, em nome de toda a juventude, foram os jovens do Centro Juvenil Internacional São Lourenço. O saudoso Papa polonês lhes disse  naquela ocasião: “Meus queridos jovens, na conclusão do Ano Santo, eu confio a vocês o sinal deste Ano Jubilar: a Cruz de Cristo! Carreguem-na pelo mundo como um símbolo do amor de Cristo pela humanidade, e anunciem a todos que somente na morte e ressurreição de Cristo podemos encontrar a salvação e a redenção”. (Sua Santidade João Paulo II, Roma, 22 de abril de 2004).
A cruz segue seu caminho abrindo as portas dos corações, recordando o Evangelho de hoje, que narra o encontro de Zaqueu com Jesus e que provocou no coração daquele homem uma mudança radical de vida. Desejamos que em cada diocese visitada o mesmo possa acontecer com aqueles que se depararem com este sinal de contradição, que nos remete ao compromisso e à vivência fiel do Evangelho.

No final da Santa Missa foi feita a consagração a Nossa Senhora, que, com sua presença  materna, próxima da humanidade, deseja que nós, a exemplo do Apóstolo João, possamos acolhê-la em nossas vidas.
A cruz e o ícone de Nossa Senhora seguem sua missão, como peregrinos partem para o solo mineiro, aonde levarão aquilo que portam: uma espiritualidade única. O Destrave estará presente em muitos destes momentos. Fique atento, pois também nós queremos fazer esta experiência de seguir o Cristo Crucificado.
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Quarta-feira, 16 de novembro de 2011, 12h05

Jesus é vencedor na batalha entre o bem e o mal, afirma Bento XVI

Leonardo Meira
Da Redação, com Rádio Vaticano e Asia News (tradução de CN Notícias)


Reprodução / Ecclesia
''Mais forte é o Senhor, nosso verdadeiro Rei e sacerdote, porque combate com a força de Deus''
"Sim, no mundo há muito mal, há uma batalha permanente entre o bem e o mal e parece que o mal seja mais forte. Não! Mais forte é o Senhor, o nosso verdadeiro Rei e sacerdote, Cristo, porque combate com a força de Deus e, apesar de todas as coisas que nos fazem duvidar do êxito positivo da história, vence Cristo e vence o bem, vence o amor, não o ódio", afirmou confiante o Papa Bento XVI na Catequese desta quarta-feira, 16, em que falou sobre o Salmo 109 (110).

"Nestas últimas Catequeses, quis apresentar-vos alguns Salmos, preciosas orações que encontramos na Bíblia e que refletem as várias situações da vida e os vários estados de ânimo que podemos ter diante de Deus. Gostaria, portanto, de renovar a todos o convite a rezar mais com os Salmos, também habituando-se a utilizar a Liturgia das Horas, as Laudes pela manhã, as Vésperas ao final da tarde, as Completas antes de dormir. A nossa relação com Deus não poderá deixar de ser enriquecida no cotidiano caminho rumo a Ele, realizado com maior alegria e confiança", destacou.

A tradição da Igreja considera este Salmo como um dos textos messiânicos mais significativos. O rei cantado pelo Salmista é Cristo, o Messias que instaura o Reino de Deus e vence as potências do mundo, é o Verbo gerado pelo Pai antes de toda a criatura. O evento pascal de Cristo torna-se, assim, a realidade a que o Salmo convida a olhar, olhar a Cristo para compreender o sentido da verdadeira realeza, viver no serviço e no dom de si, em um caminho de obediência e amor levado "até o fim" (cf. Jo 13,1 e 19,30).

"Rezando com este Salmo, peçamos portanto ao Senhor para poder proceder também nós em seus caminhos, no seguimento de Cristo, o Rei Messias, dispostos a subir com Ele o monte da cruz para chegar com Ele à glória, e contemplá-lo sentado à direita do Pai, rei vitorioso e sacerdote misericordioso, que dé perdão e salvação a todos os homens. E também nós, tornados, por graça de Deus, 'raça escolhida, um sacerdócio régio, uma nação santa' (cfr 1 Pe 2,9), poderemos chegar com alegria às fontes da salvação (cf. Is 12,3) e proclamar a todo o mundo as maravilhas d'Aquele que nos 'chamou das trevas à sua luz maravilhosa' (cf. 1 Pe 2,9)", destacou o Pontífice.
Acesse

.:ÌNTEGRA da Catequese de Bento XVI sobre o Salmo 110

O Salmo

No Salmo, Deus entroniza o rei na glória, fazendo-o sentar à Sua direita, sinal de grandíssima honra e absoluto privilégio. Desse modo, o rei participa do senhorio divino, do qual é mediador junto ao povo.

"Assenta-te à minha direita, até que eu faça de teus inimigos o escabelo de teus pés" (Sl 109,1).

"Essa glorificação do rei foi assumida pelo Novo Testamento como profecia messiânica; por isso, o versículo está entre os mais usados pelos autores neotestamentários. Jesus mesmo menciona este versículo a propósito do Messias, para mostrar que o Messis é mais que Davi, é o Senhor de Davi, e Pedro o retoma no seu discurso em Pentecostes, anunciando que, na ressurreição de Cristo, realiza-se esta entronização do rei. É o Cristo, de fato, o Senhor entronizado, o Filho do homem sentado à direita de Deus, que vem sobre as nuvens do Céu, como Jesus mesmo se define durante o processo diante do Sinédrio".

Entre o rei celebrado no Salmo e Deus existe uma relação inseparável, pois os dois governam em conjunto. "O exercício do poder é um encargo que o rei recebe diretamente do Senhor, uma responsabilidade que deve viver na dependência e na obediência, tornando-se assim sinal, no interior do povo, da presença poderosa e providente de Deus", explica Bento XVI.

É também neste salmo que se encontra o conhecido versículo "Tu és sacerdote para sempre, segundo a ordem de Melquisedec" (v. 4).

Melquisedec era o sacerdote rei de Salem, que tinha abençoado a Abraão e oferecido pão e vinho após a vitoriosa campanha militar conduzida pelo patriarca para salvar o sobrinho Lot das mãos dos inimigos que o haviam capturado. "Na sua figura, poder real e sacerdotal convergem e são proclamados pelo Senhor em uma declaração que promete eternidade: o rei celebrado será sacerdote para sempre, mediador da presença divina em meio ao seu povo, ponte da bênção que vem de Deus e que, na ação litúrgica, encontra-se com a resposta benedicente do homem", complementa o Bispo de Roma.

O Santo Padre indica ainda que, no Senhor Jesus ressuscitado e ascenso aos céus, onde está à direita do Pai, atua-se a profecia do Salmo e o sacerdócio de Melquisedec é levado a cumprimento, porque tornado absoluto e eterno, tornado uma realidade que não conhece anoitecer. "E a oferta do pão e do vinho, feita por Melquisedec nos tempos de Abraão, encontra o seu cumprimento no gesto eucarístico de Jesus, que, no pão e no vinho, oferece a si mesma e, vencida a morte, leva à vida todos os crentes. Sacerdote perene, santo, inocente, sem mácula, ele pode salvar perfeitamente aqueles que, por meio dele, aproximam-se de Deus; ele, de fato, está sempre vivo para interceder em nosso favor".

Ao final do Salmo, está o rei triunfante que, apoiado pelo Senhor, supera os inimigos e julga as nações. "O soberano, protegido pelo Senhor, abate cada obstáculo e procede seguro rumo à vitória".


A audiência

O encontro do Santo Padre com os cerca de 20 mil fiéis reunidos na Praça de São Pedro, no Vaticano, aconteceu às 10h30 (horário de Roma - 7h30 no horário de Brasília). A reflexão faz parte da "Escola de Oração", iniciada pelo Papa na Catequese de 4 de maio. A seção dedicada ao Saltério, iniciada em 7 de setembro, chegou ao fim nesta quarta-feira.

Ao final da audiência, o Papa recordou, na saudação em francês, a viagem apostólica que fará ao Benin, na África, a partir desta sexta-feira. "Depois de amanhã [sexta-feira], vou visitar o continente africano. Não se esqueçam disso na vossa oração e na vossa generosidade".

Na saudação aos fiéis de língua portuguesa, o Papa salientou:

"Queridos peregrinos de língua portuguesa, sede bem-vindos! Saúdo todos os fiéis brasileiros, particularmente, os grupos de São Paulo e Brasília. Ao concluir este ciclo de catequeses sobre a oração no Saltério, convido-vos a rezar sempre mais com os salmos, para assim enriquecerdes a vossa relação diária com Deus. E que as suas bênçãos desçam sobre vós e vossas famílias!".





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Formações da Semana!

Imagem de Destaque

No mundo atual ainda se reza?

Para muitos a oração não é mais atividade necessária
As preocupações do homem moderno parece que se deslocaram. Seu comportamento é de quem assumiu com as próprias mãos o destino de seus dias. Os humanos não contam mais com auxílio externo para ter sucesso nos seus negócios. Os seus planos, a sua inteligência, e a sua capacidade de trabalho são a chave da vitória de seus empreendimentos. A atual crise econômica mundial, no entanto, vem desmentir essas soberanas convicções.
O que acontece é que a grande motivação cristã da felicidade, na eternidade, foi puxada para baixo. As promessas de plenitude do nosso ser aterrissaram. Tudo o que de belo a fé nos garantia virou paraíso terrestre.

O comunismo – que tinha alguns ideais muito interessantes - pecou por essa razão: seu olhar se baixou para o horizonte exclusivo desta vida. Por isso, nos dias atuais, a população quer cuidar do corpo, porque pretende viver sempre, precisa estudar sem parar para estar em condições de competir com qualquer contendor. O corpo deve ficar cada vez mais belo e perfeito; sente-se a necessidade de enriquecer para ter todo conforto possível; deve aprender a evitar conflitos desnecessários com o semelhante, pois a caminhada vai ser longa; a religião é proposta como garantia de prosperidade...neste mundo. Então, “comei, bebei, inebriai-vos” (Ct 5, 1). A oração toma contornos surreais; não é mais uma atividade necessária.

No entanto, o vazio da vida, que teima em nos incomodar, só o deixamos de sentir em comunicação com nosso Deus e amigo. "Por ti, ó Deus, suspira a minha alma" (Sl 42,1). Sem referência ao Eterno somos pássaros de uma asa só
Jesus, o orante por excelência, nos mostrou que a atitude de busca pelo Pai se deve expressar no louvor, na humilde adoração, na gratidão. "Oferecei a Deus sacrifícios de louvor” (Am 4,5). É certo que, nós como Seus filhos, temos direito de pedir resultados para os nossos trabalhos. Mas Jesus selecionou – como forte sugestão – quais os pedidos, aos quais devemos dar preferência: que venha o Reino, que tenhamos o Espírito Santo e que se faça a vontade do Pai Criador.

Nada impede aos filhos acrescentar outras petições. O importante é nos aproximarmos desse Ser Amoroso, de cuja amizade depende a nossa realização.
Dom Aloísio R. Oppermann scj- Arcebispo de Uberaba
domroqueopp@terra.com.br

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Você conhece os Mártires do Brasil?

O culto desses mártires foi confirmado por Pio IX em 1854
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Creio que poucas pessoas sabem que o Brasil é berço de muitos mártires que morreram por defender a fé católica em solo brasileiro. Nem todos eram nascidos no país, mas evangelizavam aqui e por isso morreram pela fé católica. Mártir, para a Igreja, oficialmente, é só aquela pessoa que foi beatificada pelo Papa e declarada por ele mártir, após um longo e rigoroso processo. Infelizmente se tem usado a palavra "mártir" na Igreja indevidamente. Não podemos nos adiantar à decisão da Instituição criada por Cristo.

Vejo pessoas chamarem Dom Romero de mártir, por ter lutado pela justiça na sua pátria; outros chamam padre Józimo de mártir da terra, padre Rodolfo Lukenbein, defensor dos índios contra posseiros no Mato Grosso, etc. Nem mesmo um processo de beatificação existe instalado no Vaticano sobre eles, então, não podemos chamá-los de mártires, embora possam ter sido grandes cristãos e terem sido assassinados. Só é considerado mártir pela Igreja quem morre explicitamente em defesa da fé, e não por causa social e política como Martin Luther King, Robert Kennedy, Tiradentes, entre outros. Não se pode querer definir as coisas na Igreja sem o Sumo Pontífice.

Mas no Brasil houve grandes mártires no Rio Grande do Norte na época (1630-1654) em que os holandeses protestantes calvinistas ocuparam alguns lugares no país e quiseram obrigar o povo católico  a se tornar calvinistas. Morreram em defesa da fé católica e por isso os que foram identificados foram beatificados pelo Papa. O primeiro grupo de católicos massacrados pelos calvinistas, cerca de 70 pessoas aproximadamente, foi trucidado na capela da Vila de Cunhaú, Rio Grande do Norte. O segundo grupo de mesmo número foi chacinado em Uruaçu. Esses mártires foram beatificados no ano 2000.  Dom Estevão Bettencourt narrou bem os fatos sobre esse assunto em sua revista (PR, Nº 451, 1999, pg. 530).

Os holandeses invadiram o Nordeste do Brasil e dominaram a região desde o Ceará até Sergipe, de 1630 a 1654. Eram protestantes calvinistas e vieram com seus pastores para doutrinar os índios. Isso gerou uma situação difícil para os católicos da região, porque foi proibida a celebração da Santa Missa. Em Cunhaú, RN, um pastor protestante prometeu poupar a vida a todos, caso negassem a fé católica, o que a população não aceitou. Então, no domingo, 16 de julho de 1645, festa de Nossa Senhora do Carmo, na capela da Vila de Cunhaú concentravam-se aproximadamente setenta pessoas para participar da Santa Missa.

Padre André de Soveral, com seus noventa anos de idade, iniciou a Santa Missa. Os soldados holandeses, armados de baionetas, chefiando um grupo de índios canibais invadiram a capela, em grande algazarra, logo após a consagração do pão e do vinho. Fecharam-se as portas da capela e começaram a massacrar os fiéis, impossibilitados de fugir. O sacerdote foi morto a golpes de sabre. O chefe da carnificina foi um alemão a serviço dos holandeses com o nome de Jacob Rabbi. Terminado o massacre, os algozes se retiraram, deixando os cadáveres estendidos no chão da capela. Um relato da época diz que os índios canibais devoraram as carnes das vítimas.

Outro grupo, mais numeroso, cerca de setenta pessoas, sem contar os escravos e as crianças, foram para um local às margens do Rio Grande (Rio Uruaçú), onde construíram um abrigo fortificado e tomaram o nome de Comunidade Potengi. Essa comunidade foi atacada por índios armados, comandados por Jacob Rabbi e um famoso chefe indígena e acompanhados por soldados holandeses. Mataram todos os habitantes da fortaleza, inclusive padre Ambrósio Ferro e muitas pessoas de Natal. Relatam os cronistas que a uns cortaram os braços e as pernas, a outros degolaram, a outros arrancaram as orelhas ou arrancaram a língua antes de os matarem. Alguns cadáveres foram esquartejados: a Mateus Moreira arrancaram o coração pelas costas; antes de morrer ainda pôde gritar em alta voz: “Louvado seja o Santíssimo Sacramento!”.

Esta é a versão dos fatos como se encontra no livro “O Valoroso Lucideno” de autoria de Frei Manuel Calado, publicado em Lisboa no ano de 1648. Frei Manuel escreveu na mesma época em que tudo ocorreu. Existe outra versão do episódio, idêntica à anterior e com mais detalhes. Encontra-se no livro “Os Holandeses no Brasil” de monsenhor Paulo Herôncio.

Um outro fato que merece menção é o martírio de padre Inácio Azevedo e seus companheiros. Ele foi a Portugal buscar reforços para a evangelização dos índios no Brasil. No dia 5 de junho de 1570, o sacerdote e 39 companheiros, na caravela mercante “São Tiago” partiram de volta para o solo brasileiro. A caravela foi alcançada pelo corsário francês Jacques Sourie, calvinista, que partira de La Rochelle para capturar os jesuítas. Esses foram friamente degolados; o número de mártires foi 40. O culto desses mártires foi confirmado por Pio IX em 1854. (Sgarbosa, 1978, p. 224) e a memória litúrgica deles é dia 17 de julho.

Esses fatos formam uma triste “inquisição” desconhecida e que não é contada.
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Felipe Aquino
felipeaquino@cancaonova.com
Prof. Felipe Aquino, casado, 5 filhos, doutor em Física pela UNESP. É membro do Conselho Diretor da Fundação João Paulo II. Participa de aprofundamentos no país e no exterior, escreveu mais de 60 livros e apresenta dois programas semanais na TV Canção Nova: "Escola da Fé" e "Trocando Idéias". Saiba mais em Blog do Professor Felipe Site do autor: www.cleofas.com.br

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O Ano da fé

Não podemos aceitar que o sal se torne insípido
No dia 11 de outubro de 2011, pela Carta Apostólica “Porta fidei”, o Papa Bento XVI proclamou um novo Ano da Fé, que será de 11 de outubro de 2012 a 24 de novembro de 2013, Solenidade de nosso Senhor Jesus Cristo Rei do Universo, no cinquentenário da abertura do Concílio Vaticano II.

O último Ano da Fé proclamado por um papa foi em 1967 quando, após o Concílio Vaticano II, o Pontífice Paulo VI o proclamou e o encerrou com a sua "Profissão de Fé", o “Credo do Povo de Deus”. O objetivo era dissipar os erros de doutrina que se propagavam após o Concílio Vaticano II. Também para que houvesse, em toda a Igreja, “uma autêntica e sincera profissão da mesma fé”. Certamente, Bento XVI quer hoje também coibir os erros de doutrina que se espalham na Igreja.

O Papa Bento XVI começa dizendo que "não podemos aceitar que o sal se torne insípido e a luz fique escondida" (cf.Mt 5,13-16). "Trabalhai, não pelo alimento que desaparece, mas pelo alimento que perdura e dá a vida eterna" (Jo 6,27). O Santo Padre lembra que, na data de 11 de outubro de 2012, completam-se vinte anos da publicação do "Catecismo da Igreja Católica". Ele ressalta que convocou um Sínodo dos Bispos para o mês de outubro de 2012 tendo por tema "a nova evangelização para a transmissão da fé cristã". 

O Pontífice fala efusivamente da importância do Concílio Vaticano II: "Sinto hoje ainda mais intensamente o dever de indicar o Concílio como a grande graça que beneficiou a Igreja no século XX. Nele se encontra uma bússola segura para nos orientar no caminho do século que começa”. Quero aqui repetir com veemência as palavras que disse a propósito do Concílio poucos meses depois da minha eleição para Sucessor de Pedro: "Se o lermos e recebermos, guiados por uma justa hermenêutica, o Concílio pode ser e tornar-se cada vez mais uma grande força para a renovação sempre necessária da Igreja”. Essas palavras do Papa fazem calar aqueles que se opõem ao Concílio.

O Ano da Fé, diz o Papa, é um “convite para uma autêntica e renovada conversão ao Senhor, único Salvador do mundo” (cf. At4,12). Teremos oportunidade de confessar a fé no Senhor Ressuscitado nas nossas catedrais e nas igrejas do mundo inteiro, nas nossas casas e no meio das nossas famílias”. O Papa quer que, neste Ano da Fé, tanto as comunidades religiosas como as paroquiais e todas as realidades eclesiais, antigas e novas, “façam publicamente profissão do Credo”. Ele quer que cada crente “confesse a fé plenamente e com renovada convicção, com confiança e esperança”.

O Papa lembra que a profissão de fé não pode ser apenas algo privado, no silêncio dos lares e da Igreja, mas pública: "Por sua vez, o professar com a boca indica que a fé implica um testemunho e um compromisso público. O cristão não pode jamais pensar que o crer seja um fato privado. A fé, precisamente por que é um ato da liberdade, exige também assumir a responsabilidade social daquilo que se acredita. No dia de Pentecostes, a Igreja manifesta, com toda a clareza, esta dimensão pública do crer e do anuncia a própria fé a toda gente”. Assim, o Papa pede uma ação clara contra o laicismo anticatólico agressivo que quer confinar a fé nas casas e nas igrejas.

Fortemente, o Papa Bento XVI chama a atenção para o uso do "Catecismo da Igreja" no Ano da Fé. "Para chegar a um conhecimento sistemático da fé, todos podem encontrar um subsídio precioso e indispensável no Catecismo da Igreja Católica. o Beato João Paulo II escrevia: “Este Catecismo dará um contributo muito importante à obra de renovação de toda a vida eclesial (...). Declaro-o norma segura para o ensino da fé e, por isso, instrumento válido e legítimo ao serviço da comunhão eclesial”. “O Ano da Fé deverá exprimir um esforço generalizado em prol da redescoberta e do estudo dos conteúdos fundamentais da fé, que têm no Catecismo da Igreja Católica a sua síntese sistemática e orgânica. Nele, de fato, sobressai a riqueza de doutrina que a Igreja acolheu, guardou e ofereceu durante os seus dois mil anos de história.

Desde a Sagrada Escritura aos padres da Igreja, desde os mestres de teologia aos santos que atravessaram os séculos, o Catecismo oferece uma memória permanente dos inúmeros modos em que a Igreja meditou sobre a fé e progrediu na doutrina para dar certeza aos crentes na sua vida de fé. O Catecismo da Igreja Católica apresenta o desenvolvimento da fé até chegar aos grandes temas da vida diária. Repassando as páginas, descobre-se que o que ali se apresenta não é uma teoria, mas o encontro com uma Pessoa que vive na Igreja. Na mesma linha, a doutrina do Catecismo sobre a vida moral adquire todo o seu significado se for colocada em relação com a fé, a liturgia e a oração”.
E continua o Papa: “No ano em questão, o Catecismo da Igreja Católica poderá ser um verdadeiro instrumento de apoio da fé, sobretudo para quantos têm a peito a formação dos cristãos, tão determinante no nosso contexto cultural”.
Por fim, o Papa pede que, ao longo deste ano, mantenhamos o olhar fixo sobre Jesus Cristo, “autor e consumador da fé” (Heb 12,2); pois “o justo vive pela fé” (Hab 2,3; Rm 1, 17; Gal 3. 11; Hb 10,38) e “sem fé é impossível agradar a Deus” (Hb 11,6).
Foto Felipe Aquino
felipeaquino@cancaonova.com
Prof. Felipe Aquino, casado, 5 filhos, doutor em Física pela UNESP. É membro do Conselho Diretor da Fundação João Paulo II. Participa de aprofundamentos no país e no exterior, escreveu mais de 60 livros e apresenta dois programas semanais na TV Canção Nova: "Escola da Fé" e "Trocando Idéias". Saiba mais em Blog do Professor Felipe Site do autor: www.cleofas.com.br
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A sociedade dos perfeitos

Aqueles que exigem perfeição dos outros exigem algo que também não têm



Na sociedade dos perfeitos, ser imperfeito está fora de moda. Ao ligarmos a televisão ou acessarmos a internet, encontramos protótipos de pessoas perfeitas. Seres humanos imperfeitos maquiados com aparência sagrada. Uma forte tendência dos tempos atuais é a exigência de que o outro seja perfeito. Esta marca de nossa época vem disfarçada com o nome de “falta de paciência”: “Não tenho paciência com as pessoas de minha família”, “Sou extremamente impaciente com meus colegas de trabalho”, “Meus pais não são do jeito que eu quero”... Frases como estas são mais comuns do que ousamos imaginar.

Exige-se a perfeição do outro a qualquer custo. Pessoas que se consideram perfeitas exigem que seus irmãos e irmãs também o sejam. Caso isso não ocorra, as brigas e decepções acontecem em níveis agressivos.

No tempo de Jesus não era diferente. Os fariseus, escribas e mestres da Lei, responsáveis pelo cuidado do templo e, consequentemente, pela formação religiosa do povo, consideravam-se perfeitos. Julgavam ter atingido um grau de plenitude tal que se achavam no direito de catalogar as impurezas do povo de acordo com normas e critérios religiosos que oprimiam o ser humano.

Jesus percebeu a hipocrisia contida nos gestos e atitudes destes pretensos perfeitos. Estes exigiam que os fiéis carregassem pesados fardos e cumprissem normas que beneficiavam apenas a eles próprios.

Aqueles que exigem perfeição dos outros se esquecem de que também são imperfeitos. Muitas vezes exigem algo que nem eles próprios conseguem cumprir. Ocupam, inconscientemente, o lugar de Deus. Tornam-se juízes: julgam, condenam e decretam a sentença. O outro, raras vezes, tem a chance de defesa, tendo em vista que, na maioria dos casos, o julgamento vem embrulhado em presentes perfeitos.

Quando falamos de imperfeição entramos em contato com nossas próprias imperfeições. Esbarramos em nossos próprios limites e falhas. Uma atitude farisaica descarta a imperfeição e se reconhece canonizado. Os grandes santos nunca se consideraram santos em vida. O que os tornou santos foi a humildade com que se revestiram. Reconciliados com sua própria humanidade, estes homens e mulheres que hoje são venerados nos altares, transformaram as imperfeições em degraus para a santidade. No pecado que estava impresso em seu DNA humano, eles se revestiram da força de Cristo. Viram no Mestre o caminho para a humildade, o serviço e a doação ao próximo.

Respeitar o processo de caminhada de cada pessoa é fundamental para quem deseja construir hoje seu caminho de santidade. Quem não aprendeu a respeitar as imperfeições do outro, dificilmente irá conhecer o caminho da humildade que o guiará à paz interior.

Jesus compreendia as imperfeições humanas. Ele sabia que a natureza que nos reveste precisava ser purificada não por rituais de exclusão, mas sim por rituais de inclusão. Cristo incluía no Seu amor os excluídos do amor dos outros.

Somente quem compreendeu que tão imperfeito quanto o outro é ele mesmo, descobriu o caminho para o amor e a santidade manifestada no cotidiano dos sentimentos.

Pe. Flávio Sobreiro
Vigário da Paróquia Nossa Senhora do Carmo, Cambuí (MG)
Padre da Arquidiocese de Pouso Alegre(MG)
Bacharel em Filosofia pela PUCCAMP
Padre Flávio Sobreiro
www.flaviosobreiro.com
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NOSSA LÍNGUA PORTUGUESA
Prof. Pasquale Cipro Neto

Quem é "você": segunda ou terceira pessoa?

O pronome "você" pertence à segunda pessoa ou pertence à terceira pessoa do singular? Veja o exemplo que temos neste trecho da canção "Ana Júlia", de Marcelo Camelo e gravada por Los Hermanos:

Quem te vê passar assim por mim
não sabe o que é sofrer
ter que ver você assim
sempre tão linda
contemplar o sol do teu olhar
perder você no ar
na certeza de um amor
me achar um nada

É bom lembrar a origem da palavra "você":

Vossa Mercê > Vossemecê > Vosmecê > você
De início o pronome de respeito "Vossa Mercê" era um pronome de formalidade, mas acabou se tornando, no Brasil, pronome de intimidade, que se usa entre iguais. Em Portugal a situação é diferente: "você" é ou pronome de respeito, ou um pronome relativamente neutro. 

"Você" conjuga verbo na terceira pessoa:


Você é
você pode
você diz

Em se tratando de língua padrão, os pronomes associados devem ser da terceira pessoa: "seu", "o", "a", "lhe" etc. Ocorre que, na estrutura do discurso, "você" é a pessoa a quem se fala e, portanto, da segunda pessoa.

Para que não fique nenhuma dúvida: na estrutura do discurso, "você" é da segunda pessoa, é o interlocutor; por outro lado, "você", como os demais pronomes de tratamento (senhor, vossa senhoria etc.), pede o verbo conjugado na terceira pessoa, e não na segunda pessoa.

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"A sós" e "só"
Qual a forma correta?

"Ela quer ficar a só"
ou
"Ela quer ficar a sós"?

O programa foi às ruas saber a opinião de algumas pessoas. De sete entrevistados, três erraram e quatro utilizaram a forma correta:

Ela quer ficar a sós.

Quando utilizamos a preposição "a", a expressão é fixa, invariável, nunca se flexiona:

Eu quero ficar a sós.
Ela quer ficar a sós.
Nós queremos ficar a sós.
Elas querem ficar a sós.

E se tirarmos a preposição "a"? Nesse caso "sós" passa a ser adjetivo e, dessa forma, precisa concordar em número com o pronome ou substantivo com que se relaciona:

Eu quero ficar .
Ela quer ficar .
Nós queremos ficar sós.
Elas querem ficar sós.

Uma dica: o "", nesse segundo caso, equivale a "sozinho".

Substitua uma palavra pela outra e veja se a frase faz sentido: "Eu quero ficar a sós." / "Eu quero ficar a sozinhos." Não faz o menor sentido, não é?

Mas no outro caso a substituição dá certo. Não há como errar!
Eu quero ficar . / Eu quero ficar sozinho.
Ela quer ficar . / Ela quer ficar sozinha.
Nós queremos ficar sós. / Nós queremos ficar sozinhos.
Elas querem ficar sós." / "Elas querem ficar sozinhas.
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Qual é a forma correta: "se não" ou "senão"? 
 Essa dúvida foi enviada, por e-mail, pela telespectadora Mirian Keller. 

Para explicar isso, vamos observar um trecho da canção "Nos Lençóis desse Reggae", de Zélia Duncan:

Nos lençóis desse reggae
passagem pra Marrakesh
dono do impulso que empurra o coração
e o coração, pra vida.
Não me negue, só me reggae
só me esfregue quando eu pedir
e eu peço sim
senão pode ferir o dia
todo cinza que eu trouxe pra nós dois...

Esse "senão" que Zélia usou na letra deve ser escrito numa palavra só. Ele significa "do contrário" ou "caso contrário".

senão = do contrário / caso contrário

Exemplo:
Faça isso, senão haverá problemas.
Faça isso, do contrário haverá problemas.
Faça isso, caso contrário haverá problemas.

Já a combinação das palavras "se" e "não" tem outro significado. "Se" é uma conjunção condicional, isto é, uma conjunção que indica condição.
Se não chover, irei à sua casa.
Caso não chova, irei à sua casa. 

Nesse caso, a dica é simples: substitua mentalmente o "se não" por "caso não". Se for o sentido desejado, escreva "se" e "não" separadamente.
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Diferenças Regionais

A pronúncia do alfabeto no Brasil é freqüentemente tema de polêmica. Há uma música muito apropriada para abordar esse problema. Trata-se de "Forró do ABC", de Moraes Moreira e Patinhas:

No forró do A nós vamos amar
E no forró do BÊ nós vamos beber
No forró do CÊ nós vamos comer
Me depois É
E no forró do FÊ
...no forró do GUÊ...

Nessa música as letras do alfabeto são enunciadas de forma diferente em relação ao sul do país. F é chamado de FÊ, por exemplo. Não está errado, pois algumas letras têm dois "nomes".
Para reforçar, Luiz Gonzaga registrou o fato em um de seus sucessos, "ABC do Sertão", de Zé Dantas e Luiz Gonzaga. Verifique o trecho abaixo:

Lá no meu sertão pra o caboclo lê
tem que aprender novo ABC.
O J é JI, o L é LÊ
o S é SI, mas o R tem nome de RÊ....

Nessa letra temos o alfabeto como é dito no Nordeste. Essas formas estão registradas nos dicionários.
Portanto pais e educadores, especialmente do sul do país, não devem repreender crianças que mantêm a forma de pronunciar o alfabeto da sua região de origem. Elas estão absolutamente certas.
No Sul não houve preconceito quando chamavam o antigo caminhão da Fábrica Nacional de Motores de FENEMÊ. Ninguém corrigia para FNM: EFE/ENE/EME. A maneira nordestina de pronunciar o alfabeto é sem dúvida legítima.

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CALENDÁRIOS PERPÉTUOS


Veja o calendário de qualquer ano (do ano 1 da Era Cristã ao infinito). Observamos as regras do mundo católico. Por isso, você verá que no ano de 1582, ano da transição do Calendário Juliano para o Calendário Gregoriano, inexistiram os dias 5 a 14 de outubro:
Ano (1 a 9999...)→




Veja, abaixo, os Feriados Móveis (Páscoa, Carnaval e Corpus Christi) para o mesmo calendário anual (se o desejar, veja pormenores sobre o cálculo desses Feriados Móveis):
Domingo de PÁSCOA Terça de CARNAVAL Quinta de C.CHRISTI
Obs.: Se você confrontar nossos dados com o Microsoft/Office/Excel, verá disparidade no ano de 1900. O problema é do Excel, que considera 1900 um ano bissexto, incorretamente.
E se o assunto datas é muito importante para você, não deixe de visitar também a minha página sobre Dias Julianos.

O Menor Calendário Perpétuo do Mundo!
Calendários de bolso, anunciados como perpétuos, eu conheço muitos, há pelo menos 50 anos. Nenhum é perpétuo. O primeiro que eu conheci abrangia apenas 28 anos. Depois conheci outros que abrangiam 40, 50 e 100 anos. Ainda hoje eles são ofertados pelo mundo. No ano de 1994 fiz-me o desafio de criar um calendário de bolso efetivamente perpétuo. No começo de 1995 eu já havia chegado à solução. No mesmo ano (3/2/1995) obtive o registro do invento no INPI - 

Instituto Nacional da Propriedade Industrial, sob número PI 9500471-8. No ano seguinte divulguei o invento na Internet, nesta página que mantenho até hoje. O grande diferencial, que o faz inédito no mundo, é que este calendário combina milhar/centena do ano desejado com dezena/unidade, permitindo qualquer composição de data, de 1º de janeiro de 0001 a 31 de dezembro de 9999 e, por extensão, até o infinito, pois a cada 4 séculos tudo se repete. Ou seja, o milhar/centena 20, por exemplo, vale para 24, 28, 32 e daí até o infinito.
Conheça, portanto, o menor (e único) calendário perpétuo de bolso no mundo, que abrange qualquer data da era cristã, do ano 1 ao infinito, indo à página do desenho. Imprima-a, recorte e siga as instruções de montagem e de uso.














Exemplo prático: Em que dia da semana foi jogada a bomba atômica sobre Hiroshima?
Data: 6 de agosto de 1945 (milhar/centena=19 dezena/unidade=45)
Gire o disco do meio, posicionando o arco (A) sob o segmento que contém o milhar/centena 19 (B) no disco de fora. Não mexa mais nesses dois discos.
Gire o disco de dentro, posicionando o mês de AGO (C) sob o segmento que contém a dezena/unidade 45 (D) no disco do meio.
Localize na parte mais externa do disco de fora o dia 6 (E) e veja que ele está sobre o dia da semana SEG (F). Segunda-feira, portanto.
O milhar/centena 15J é usado até 4/10/1582 (último dia do Calendário Juliano) e o milhar/centena 15G a partir de 15/10/1582 (primeiro dia do Calendário Gregoriano).
Combine ANO bissexto com mês JAN ou FEV envolvidos por um retângulo, sabendo-se que são bissextos os anos divisíveis por 4, excetuados, a partir do calendário gregoriano, os que, terminados em 00, não sejam divisíveis por 400, tais como 1700, 1800, 1900, 2100 e 2200.
Observe, por último, que ABR, JUN, SET e NOV têm só 30 dias e que FEV só tem 28 ou 29 dias. E que o artefato vai além dos limites impressos; o calendário 19XX vale para 23XX, 27XX, 31XX etc. e assim também 20XX vale para 24XX, 28XX etc. etc. pois a cada 4 séculos tudo se repete.
Nos países em que a transição entre o calendário juliano e o calendário gregoriano foi em data diferente (caso da Grã-Bretanha, que estabeleceu o salto de 2/9/1752 para 14/9/1752), o calendário de bolso também pode ser usado. No exemplo da Grã-Bretanha, considere o milhar/centena 16J e o milhar/centena 17J (até 2/9/1752) como se estivessem no segmento "02 09 18 22" e "03 10" respectivamente (enquanto o calendário gregoriano tem um ciclo de 4 séculos, o calendário juliano tem um ciclo de 7 séculos). Você confirmará que 2/9/1752 (calendário juliano) foi uma quarta-feira e que 14/9/1752 (calendário gregoriano) foi uma quinta-feira.
A título de curiosidade, veja outros modelos experimentais de calendários perpétuos de bolso, que vimos desenvolvendo a partir de 1995.


Um pouco de História...

O Calendário Juliano, instituído em 46 a.C., à época do imperador romano Júlio César, considerou o ano trópico de 365 dias e 1/4 e estabeleceu 3 anos de 365 e 1 de 366 dias, a cada quatriênio. Para perfazer esses 365 ou 366 dias, seis meses alternados teriam 31 dias (março, maio, julho, setembro, novembro e janeiro) e os outros teriam 30 dias (abril, junho, "sextilis", outubro e dezembro), à exceção de fevereiro, na época o último mês do ano, para o qual só restaram 29 dias (e 30 dias nos anos bissextos, os anos de 366 dias).

Mas em 8 a.C. o oitavo mês ("sextilis") teve o nome mudado para agosto, em homenagem ao então imperador César Augusto e, como o mês de julho (em homenagem a Júlio César) tinha 31 dias, resolveu-se igualar o número de dias de agosto, subtraindo 1 dia de fevereiro, que ficou com 28 ou 29 dias, e se alterou a seqüência dos meses de 31 dias (outubro e dezembro teriam 31 dias, no lugar de setembro e novembro).
O mês de março - mês do auge da primavera no hemisfério norte - era efetivamente o primeiro mês do ano. Observe, a esse propósito, que SETEmbro era o sétimo mês. Só mais tarde o mês de janeiro - mês do início do mandato dos cônsules romanos - passou a ser o primeiro e não o décimo-primeiro mês do ano.
Isso definiu as atuais regras dos meses com 31 dias (janeiro, março, maio, julho, agosto, outubro e dezembro), com 30 dias (abril, junho, setembro e novembro) e com 28 ou 29 dias (fevereiro).

O nome dos meses

A origem do nome moderno dos meses? Janeiro, homenagem a Janus, deus de duas caras. Fevereiro, homenagem a Februa, deusa das purificações e dos sacrifícios. Março, homenagem a Marte, deus da guerra. Abril, de origem contraditória, sobressaindo a referência ao "abrir" (germinar) das sementes. Maio, também de origem polêmica, ora associado à magistratura, ora associado à deusa Maia. Junho, associado a Junius, antigo mês consagrado aos jovens. Julho, homenagem a Júlio César. Agosto, homenagem a César Augusto. Setembro, Outubro, Novembro e Dezembro, respectivamente sétimo, oitavo, nono e décimo mês nos calendários antigos.
Um parêntese: Diferentemente da crença popular, o nome "bissexto" não teve origem no fato de anos bissextos contarem 366 dias. A explicação correta é que o dia complementar seria colocado entre o sétimo e o sexto dia anteriores às "calendas de março" (isto é, entre 23 e 24 de fevereiro - mês que na época tinha 29 dias, normalmente), o que fez denominá-lo "bissexto calendas" (em outras palavras, dois "sextos dias" antes de março).
O Calendário Juliano acabou teoricamente em 4 de outubro de 1582 e o Calendário Gregoriano iniciou em 15 de outubro de 1582, à época do Papa Gregório XIII, "apagando" da história os 10 dias intermediários, de 5 a 14 de outubro de 1582.

Anos bissextos

Enquanto que, no Calendário Juliano, foram bissextos todos os anos divisíveis por 4, no Calendário Gregoriano, para maior precisão astronômica, passariam a ser bissextos os anos divisíveis por 4, exceto os que, terminados em 00, não fossem divisíveis por 400. Vale dizer, seriam bissextos os anos de 1584, 1588... 1600, 2000, 2400 etc. mas não os de 1700, 1800, 1900, 2100 etc.. Isso porque, descobriu-se, o ano trópico não tem exatamente 365 dias e 1/4.
Uma ressalva: Registros históricos dão conta de que o ano 4 da nossa era não foi bissexto. Teria havido um erro de interpretação, que fez contarem os anos bissextos de três em três, durante os primeiros anos de vigência do Calendário Juliano. Para corrigir isso, o imperador César Augusto teria determinado um lapso, entre 8 a.C. e 8 d.C., em que os anos múltiplos de quatro não seriam bissextos. 

Ano trópico

Mas o que é ano trópico? Cabe lembrar aqui a origem disso: Muito antes do calendário atual os sábios já haviam percebido que, na sua oscilação entre o trópico de Câncer e o de Capricórnio, o sol está, periodicamente, "em cima" da linha do equador, ocasião em que o dia e a noite têm o mesmo tempo de duração, o chamado "equinócio". Verificou-se que isso tinha relação direta com as "estações" e ocorria no auge da primavera e no auge do outono. Usou-se, então, o tempo decorrido entre dois equinócios de primavera no hemisfério norte (março) para definir o ano. Eram aqueles 365 dias e 1/4 do tempo de Júlio César, número surpreendentemente preciso para a época.
Mas, no tempo do Papa Gregório XIII, já se sabia que o número era outro. Hoje ele está definido como 365,24219271 (em vez dos antigos 365,25) e diminui à razão de 0,005369 segundo por ano. Por isso o Calendário Gregoriano substituiu o Calendário Juliano, fazendo o mencionado acerto dos 10 dias e estabelecendo as mencionadas correções extraordinárias a cada 100 anos. Isso acertará as coisas ao menos até perto do ano 4000, quando a fração restante provocará novo erro de 1 dia, a ser corrigido. Especula-se fazê-lo definindo como não bissexto também o ano 4000 e seus múltiplos. 

Os dias da semana

A origem da divisão do tempo em semanas perde-se no passado. O que se sabe é que os povos antigos se inspiraram na duração das fases da Lua para estabelecer o período semanal (sete dias, "septimana", semana). Mas os registros de datas, como conhecidos hoje, somente foram organizados a partir do Concílio de Nicéia, em 325 d.C., à época do Papa Silvestre I (sim, foi ele que inspirou o nome da Corrida de São Silvestre e, nas folhinhas, é ele o santo do dia 31 de dezembro), inclusive no que diz respeito ao dia de Natal e ao domingo de Páscoa. Qualquer registro histórico anterior a 325 d.C. tem, portanto, margem de erro, inclusive as importantes datas do nascimento e do martírio do Cristo.
Outra curiosidade é a associação dos dias da semana com os corpos celestes, como alguns povos ainda preservam em seu calendário, a saber:


                 Inglês    Espanhol  Italiano  Francês

Domingo Sol      Sunday    Domingo   Domenica  Dimanche
Segunda Lua      Monday    Lunes     Lunedi    Lundi
Terça   Marte    Tuesday   Martes    Martedi   Mardi 
Quarta  Mercúrio Wednesday Miércoles Mercoledi Mercredi 
Quinta  Júpiter  Thursday  Jueves    Giovedi   Jeudi 
Sexta   Vênus    Friday    Viernes   Venerdi   Vendredi 
Sábado  Saturno  Saturday  Sábado    Sabato    Samedi
O nome dos dias da semana

Na verdade, se dependesse do Papa Silvestre I, todos os povos teriam adotado a nomenclatura "domingo, segunda-feira, terça-feira, quarta-feira, quinta-feira, sexta-feira e sábado", a qual, todavia, só persistiu junto aos povos de língua portuguesa. Os outros povos preferiram manter as antigas denominações pagãs. Por que "segunda-feira, terça-feira etc"? Porque naquela época a Páscoa era comemorada durante toda a semana, vale dizer, eram sete feriados consecutivos ("feriae" no latim, traduzido para "feira" no português). O nome "sábado" seria preservado e o domingo, que levaria o nome de "primeira feira" depois do sábado, também teve o nome preservado, em homenagem ao Senhor ("dominus"). Só a partir da "segunda feira" depois do sábado prevaleceu a regra dos números ordinais – terça (terceira) feira, quarta feira, quinta feira e sexta feira depois do sábado. 

Uma observação oportuna

O século XXI e o terceiro milênio somente começam em 1º de janeiro de 2001, e não no ano 2000. Isso porque não existiu ano zero. A primeira década foi de 1 a 10, a segunda de 11 a 20, o primeiro século de 1 a 100, o segundo de 101 a 200, o vigésimo de 1901 a 2000 e o vigésimo-primeiro será de 2001 a 2100. Assim como o primeiro milênio foi de 1 a 1000, o segundo de 1001 a 2000 e o terceiro será de 2001 a 3000.


Cultura inútil

Quantas sextas-feiras 13 nós teremos nos anos 2000 a 2099? Quantas vezes teremos de agüentar as reportagens sobre o "palpitante" acontecimento, nesse período? 172 vezes! Confira abaixo (constata-se que os meses são os mesmos, a cada 28 anos, no período examinado):

00 28 56 84 OUT
01 29 57 85 ABR-JUL
02 30 58 86 SET-DEZ
03 31 59 87 JUN
04 32 60 88 FEV-AGO
05 33 61 89 MAI
06 34 62 90 JAN-OUT
07 35 63 91 ABR-JUL
08 36 64 92 JUN
09 37 65 93 FEV-MAR-NOV
10 38 66 94 AGO
11 39 67 95 MAI
12 40 68 96 JAN-ABR-JUL
13 41 69 97 SET-DEZ
14 42 70 98 JUN
15 43 71 99 FEV-MAR-NOV
16 44 72    MAI
17 45 73    JAN-OUT
18 46 74    ABR-JUL
19 47 75    SET-DEZ
20 48 76    MAR-NOV
21 49 77    AGO
22 50 78    MAI
23 51 79    JAN-OUT
24 52 80    SET-DEZ
25 53 81    JUN
26 54 82    FEV-MAR-NOV
27 55 83    AGO

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