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quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Hoje, dia 08 de Dezembro de 2011, o mundo inteiro celebra a solenidade da imaculada conceição de Maria.

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O Dogma da Imaculada Conceição foi proclamado pelo Papa Pio IX, na Praça de São Pedro, diante de 53 cardeais, de 43 arcebispos, de 100 bispos e mais de 50.000 romeiros vindos de todas as partes do mundo, no dia 8 de dezembro de 1854. O Papa visivelmente  emocionado, assim se expressou:  Nós declaramos, decretamos e definimos que a doutrina segundo a qual, por uma graça e um privilégio especial de Deus Todo Poderoso e em virtude dos méritos de Jesus Cristo, salvador do mundo, a bem-aventurada Virgem Maria foi preservada de toda mancha do pecado original no primeiro instante de sua Conceição, foi revelada por Deus e deve, por conseguinte, ser crida firmemente e constantemente por todos os fiéis.


Passados apenas 3 anos dessa solene proclamação, em 11 de agosto de 1858, Nossa Senhora dignou-se aparecer milagrosamente quinze dias seguidos, perto da pequena cidade de Lourdes, na França, a uma pobre menina, de 13 anos de idade, chamada Bernadete.

No dia 25 de março, Bernadete suplicou que Nossa Senhora lhe revelasse seu nome. Após três pedidos seguidos, Nossa Senhora lhe respondeu: "Eu sou a Imaculada Conceição". A Mãe de Deus confirmara, autenticara assim, o que o Vigário de seu Filho Jesus, Papa Pio IX havia anunciado como verdade de fé a Sua Imaculada Conceição.




Hoje, também, a paróquia de nossa senhora da conceição da cidade de aracoiaba,ceará, celebra sua padroeira maior, nossa senhora da conceição.

 

"Nossa Paróquia da Imaculada Conceição de Aracoiaba, amanheceu em clima de festa, a festa da FÉ. Hoje, pela manhã, às 10h aconteceu a Santa Missa na Igreja-Matriz, oportunidade esta em que muitas crianças receberam Jesus Hóstia Santa - isto é - sua Primeira Comunhão. A Missa foi linda! O sermão do Pe. Evando foi dinâmico, rico e  comevedor. Valeu a pena! 
Parabéns ao nosso pároco, as catequistas, aos pais das crianças e, acima de tudo, as crianças. Hoje também, é dia de nós recordarmos o Dia de nossa 1ª Eucaristia e assim fazermos o nosso agradecimento a Deus. Valeu,turma! Parabéns, Aracoiaba! Parabéns,minha terra mãe!

 

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festa no céu, festa na terra!!!

a jesus por maria!!!

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Atenção, irmãos e irmãs!

 

pUBLICAMOS NESTE DIA  que nos é especial, VÁRIOS ARTIGOS QUE FALAM DA IMACULADA CONCEIÇÃO DE MARIA. VALE A PENA LÊ-los.

Um abraço,

lusmar paz

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A Imaculada Conceição e o plano de Deus

Pe. José Maria Mestre
 
  
Celebramos hoje a festa da Imaculada Conceição, ou seja, o privilégio que a Virgem Maria recebe, no momento mesmo de sua concepção no seio de sua mãe, Santa Ana, de ver-se livre do pecado original. Este dogma celebra, pois, a primeira vitória total contra o pecado, porque significa isenção de todo o poderio do pecado e do demônio sobre a alma bem-aventurada de Maria; vitória de Cristo, único Salvador do gênero humano, pois a Imaculada Conceição foi concedida a Maria em vista dos méritos de Cristo em sua Paixão e morte.
Gostaria de considerar, por ocasião desta festa, dois pontos: em primeiro lugar, o aspecto combativo e atual deste dogma; em segundo, como, por este dogma, se nos revela o grandioso plano de Deus de redimir o gênero humano por um Homem e uma Mulher.
 
 
1º Aspecto combativo e atual da Imaculada Conceição.
 
Em 1917, a Maçonaria celebrou em Roma seu segundo centenário. Por todas as partes, apareceram bandeiras e cartazes que representavam o Arcanjo São Miguel vencido e derrubado por Lúcifer; e, na mesma praça S. Pedro, podia-se escutar o seguinte slogan: « Satanás reinará no Vaticano, e o Papa tomará parte em seu corpo de guarda! ».
O irmão Maximiliano Kolbe, franciscano conventual polaco, era então estudante de teologia na Gregoriana de Roma. Ante essas demonstrações de audácia do inimigo, pergunta-se: « Por que os católicos tem de ser tão pusilânimes na defesa de sua fé, enquanto os inimigos são tão audazes em atacá-la? Não possuímos nós armas mais eficazes que eles, o Céu e a Imaculada?» E meditando nas Sagradas Escrituras e nos Santos Padres, inspirando-se nos escritos dos santos marianos, especialmente São Luís Maria de Montfort; considerando o dogma da Imaculada e as aparições de Nossa Senhora de Lurdes, e a extensão prática de todas estas verdades, chega a esta conclusão: « A Virgem Imaculada, vitoriosa contra todas as heresias, não cederá ante seu inimigo que levanta a cabeça; se encontrar servidores fiéis, dóceis às suas ordens, logrará novas vitórias, muito maiores do que poderíamos imaginar... ».

E funda assim, em 16 de outubro de 1917, três dias apenas após o milagre de Fátima, a Milícia da Imaculada. O emblema desta nova milícia será a Medalha Milagrosa. Sua exigência, a consagração total à Imaculada Mãe de Deus, para viver praticamente esta consagração. Seu fim, arrancar as massas das garras de Satanás e pedir à Imaculada a conversão dos inimigos da Igreja, especialmente os mações.

Se São Maximiliano Kolbe dá a sua Milícia o nome de Milícia da Imaculada, é também, e é preciso sabê-lo, porque a definição do dogma da Imaculada Conceição, em 1854, por Pio IX, apresenta um aspecto combativo que os inimigos da Igreja souberam discernir em seguida, e que nós não devemos esquecer. Com efeito, em 1854, estão em plena circulação todos os princípios do Contrato Social de Rousseau, que iriam levar ao estabelecimento universal desta grande mentira que é a democracia e os direitos humanos. Qual é o cimento de todas estas fábulas, de todas estas mentiras em que, de tão boa fé, crê o homem moderno? Um só: o dogma da imaculada conceição... do gênero humano. Postula-se que o homem é bom por natureza, que o homem nasce bom e que é a sociedade quem o corrompe. Sem este postulado latente, todo o sistema social revolucionário cai.
Ora, Pio IX, com sua definição dogmática, o põe por terra. Pois, ao definir a Imaculada Conceição de Maria, não faz senão assentar o seguinte: a imunidade do pecado original, longe de ser uma lei geral, válida para todos os homens, é, ao contrário, o privilégio único e exclusivo de uma única criatura, que é a Santíssima Virgem Maria. E que, portanto, para os demais homens, segue vigente o pecado original, com todas as conseqüências que ele implica: a necessidade de um Redentor, a que devem submeter-se todos os homens; a necessidade da autoridade, da graça, dos sacramentos, da Igreja, da educação, da família e da necessidade, enfim, da ordem social cristã, concebida e construída especialmente para curar os homens que nascem sob o pecado original... A necessidade, pois, de tudo o que pretendiam negar os revolucionários.

2º O plano de Deus na economia da Redenção.
 
Mas, se nos aprofundarmos um pouco, veremos que o dogma da Imaculada Conceição, especialmente comemorado no Advento, no começo da celebração dos mistérios de Cristo, revela o plano de Deus na obra de nossa Redenção. Com efeito, nos mostra, antes de Cristo, o Novo Adão, Maria, em toda a plenitude de sua santidade, como Nova Eva. A cena do Evangelho é, a este propósito, muito sugestiva.
Deus quis que o gênero humano fosse propagado segundo a carne por um homem e uma mulher. Também quis que, na ordem sobrenatural, fosse restaurado por um Homem e uma Mulher.
Ou seja, a obra da Redenção é concebida ao modo de uma vingança divina, como no-lo ensinam unanimemente os Santos Padres. 
O plano de Satanás foi o de perder o homem e, como ele, toda sua descendência, através da mulher, escudando-se nela, dissimulando-se por trás dela. Eva teve, assim, na ordem da queda, um papel de introdução, de preparação e de colaboração.
O plano de Deus será o de salvar a humanidade através de um Homem, um Novo Adão, mas com a colaboração de uma Mulher, uma Nova Eva. O Novo Adão é Cristo, a Nova Eva, Maria. Maria tem, assim, na ordem da redenção e por vontade divina, um papel de introdução (encarnação), preparação (Caná) e de colaboração (em todos mistérios de Cristo, mas especialmente, no Calvário).
Para cumprir de modo conveniente esta missão, que era de luta e vitória contra o diabo, era preciso que Maria não tivesse parte alguma com ele, que fosse Imaculada: Imaculada para ser digna Mãe do Redentor; Imaculada para poder ser a Corredentora do gênero humano; Imaculada para ser, em toda a linha, associada à obra de santificação do Redentor.
   
 
Conclusão.
 
Assim o vemos. O dogma da Imaculada Conceição nos mostra, ainda que em esboço e preparação, a Santíssima Virgem totalmente entretida com a obra da Redenção, da qual Ela mesma é o primeiro fruto, e o mais bem acabado. E, portanto, nos mostra a Santíssima Virgem totalmente entretida com a Igreja Católica, com a nossa própria vida espiritual, com a de nossas famílias e sociedades.
Deus guardou o bom vinho para o final. A visão grandiosa do papel de Maria e a intervenção extraordinária da Virgem Santíssima na obra da Redenção, que há de se fazer muito mais visível no final dos tempos, é uma graça que Deus reservou para o fim, para o momento em que a Igreja, como o grão de mostarda, tenha já crescido muitíssimo e, com ela, o conhecimento, o amor, a honra e o serviço à Santíssima Mãe de Deus.

Por isso, ofereçamo-nos hoje à Santíssima Virgem, entreguemo-nos totalmente a Ela. Vivemos em tempos muito perigosos, tempos em que o demônio anda totalmente à solta; mas esses tempos também hão de ser, e forçosamente o serão, tempos da Imaculada que esmaga a cabeça do demônio. E também nós somos chamados a tomar parte na inimizade da Mulher contra a Serpente, e de sua vitória contra o demônio: à condição, no entanto, de sermos, plena e voluntariamente, descendência de Maria.
Na festa da Imaculada Conceição de Maria, 8 de dezembro, o nosso muito obrigado a Deus, nosso Criador e Pai, por nos ter dado uma Mãe Maravilhosa, a Imaculada Conceição.











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HOMENAGEM DE JOÃO PAULO II À IMACULADA CONCEIÇÃO NA PRAÇA DE ESPANHA EM 8 DE DEZEMBRO DE 2002
Ave Maria, gratia plena!
Virgem Imaculada, eis-me aqui,
mais uma vez aos teus pés
com a alma comovida e reconhecida.
Volto a esta histórica Praça de Espanha
no dia solene da tua festa
para rezar pela dilecta cidade de Roma,
pela Igreja, pelo mundo inteiro.
Em Ti, "a mais humilde e excelsa das criaturas",
a graça divina conseguiu a vitória plena
sobre o mal.
Preservada de toda a mancha de culpa,
Tu és para nós,
peregrinos nos caminhos do mundo,
modelo luminoso de coerência evangélica
e penhor valiosíssimo de esperança segura.
Virgem Mãe, Salus Populi Romani!
Vela, eu Te peço,
sobre a amada Diocese de Roma:
sobre Pastores e fiéis,
sobre paróquias e comunidades religiosas.
Vela especialmente sobre as famílias:
que entre os cônjuges reine sempre
o amor, selado pelo Sacramento,
que os filhos caminhem sobre as sendas do bem
e da verdadeira liberdade,
os anciãos se sintam envolvidos
por atenção e afecto.
Suscita, Maria, em muitos corações jovens
respostas radicais à "chamada para a missão",
tema sobre o qual a Diocese
vem reflectindo nestes anos.
Graças a uma intensa pastoral vocacional,
que Roma seja rica de novas forças jovens,
que se entreguem com entusiasmo
ao anúncio do Evangelho
na Cidade e no mundo.
Virgem Santa, Rainha dos Apóstolos!
Assiste quem, com o estudo e a oração,
se prepara para trabalhar
nas múltiplas fronteiras
da nova evangelização.
Hoje confio-Te, de modo especial,
a comunidade do Pontifício Colégio Urbano,
cuja sede histórica se encontra
mesmo em frente desta Coluna.
Que esta benemérita instituição,
fundada já há 375 anos
pelo Papa Urbano VIII
para a formação dos missionários,
possa continuar eficazmente
o seu serviço eclesial.
Quantos aqui são acolhidos,
seminaristas e sacerdotes,
religiosos, religiosas e leigos,
estejam prontos a pôr as suas energias
à disposição de Cristo no serviço do Evangelho
até aos últimos confins da terra.
Sancta Maria, Mater Dei, ora pro nobis!
Roga, ó Mãe, por todos nós.
Pede pela humanidade
que sofre a miséria e a injustiça,
a violência e o ódio, o terror e as guerras.
Ajuda-nos a contemplar com o Santo Rosário
os mistérios daquele que "é a nossa paz",
a fim de que nos sintamos todos envolvidos
num compromisso preciso de serviço à paz.
Volve um olhar de particular atenção
para a terra em que deste à luz Jesus,
terra que amastes em comum
e que hoje é ainda muito provada.
Reza por nós, Mãe da esperança!
"Dá-nos dias de paz, vela sobre o nosso caminho.
Faz que vejamos o teu Filho,
cheios de glória no céu". Amen!
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   OUTRA NOVIDADE!!!!                    

Vejam um pequeno trecho da mensagem anunciada sobre a Imaculada Conceição:

Em 1823, dois sacerdotes dominicanos, Pes. Bassiti e Pignataro, estavam exorcizando um menino possesso, de 12 anos de idade, analfabeto. Para humilhar o demônio, obrigaram-no, em nome de Deus, a demonstrar a veracidade da Imaculada Conceição de Maria. Para surpresa dos sacerdotes, pela boca do menino possesso, o demônio compôs o seguinte soneto:

"Sou verdadeira mãe de um Deus que é filho,
E sou sua filha, ainda ao ser-lhe mãe;
Ele de eterno existe e é meu filho,
E eu nasci no tempo e sou sua mãe.

Ele é meu Criador e é meu filho,

E eu sou sua criatura e sua mãe;
Foi divinal prodígio ser meu filho
Um Deus eterno e ter a mim por mãe.

O ser da mãe é quase o ser do filho,

Visto que o filho deu o ser à mãe
E foi a mãe que deu o ser ao filho;

Se, pois, do filho teve o ser a mãe,

Ou há de se dizer manchado o filho
Ou se dirá Imaculada a mãe.

Conta-se que o Papa Pio IX chorou, ao ler esse soneto que contém um profundíssimo argumento de razão em favor da Imaculada.


Nossa Senhora foi a restauradora da ordem perdida por meio de Eva. Eva nos trouxe a morte, Maria nos dá a vida. O que Eva perdeu por orgulho, Nossa Senhora ganhou por humildade.


O Dogma da Imaculada Conceição foi proclamado pelo Papa Pio IX, cercado de 53 cardeais, de 43 arcebispos, de 100 bispos e mais de 50.000 romeiros vindos de todas as partes do mundo, no dia 8 de dezembro de 1854.


Passados apenas 3 anos dessa solene proclamação, em 11 de agosto de 1858, Nossa Senhora dignou-se aparecer milagrosamente quinze dias seguidos, perto da pequena cidade de Lourdes, na França, a uma pobre menina, de 13 anos de idade, chamada Bernadete.


No dia 25 de março, Bernadete suplicou que Nossa Senhora lhe revelasse seu nome. Após três pedidos seguidos, Nossa Senhora lhe respondeu: "Eu sou a Imaculada Conceição".

Obs.: Leia a mensagem na íntegra mais abaixo.
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A Imaculada Conceição
Reza o dogma católico que a Bem-aventurada Virgem Maria, desde o primeiro instante de sua conceição, foi preservada da nódoa do pecado original, por privilégio único de Deus e aplicação dos merecimentos de seu divino Filho.

O dogma abrange dois pontos importantes:


a) O primeiro é ter sido a Santíssima Virgem preservada da mancha original desde o princípio de sua conceição. Deus abrogou para ela a lei de propagação do pecado original na raça de Adão; ou por outra, Maria foi cumulada, ainda no começo da vida, com os dons da graça santificante.


b) No segundo, vê-se que tal privilégio não era devido por direito. Foi concedido na previsão dos merecimentos de Jesus Cristo. O que valeu a Maria este favor peculiar foram os benefícios da Redenção, na previsão dos méritos de Jesus Cristo, que já existiam nos eternos desígnios de Deus.


Como se dá a transmissão do Pecado Original


Primeiramente, é necessário esclarecer em que consiste a transmissão do "Pecado Original". A lei geral: "Todos os homens pecaram num só" é o grande argumento dos protestantes contra a "Imaculada Conceição". Tal lei é certa e, segundo vamos demonstrar, não encontra a mínima contradição com o dogma católico.


S. Francisco de Sales, no seu "Tratado do amor de Deus", exprime essa verdade de um modo singelo e glorioso! "A torrente da iniqüidade original veio lançar as suas ondas impuras sobre a conceição da Virgem Sagrada, com a mesma impetuosidade que sobre a dos demais filhos de Adão; mas chegando ali, as vagas do pecado não passaram além, mas se detiveram, como outrora o Jordão no tempo de Josué, aqui respeitando a arca da aliança a torrente parou; lá em atenção ao Tabernáculo da verdadeira aliança, que é a Virgem Maria, o pecado original se deteve."


Os protestantes deveriam compreender a diferença essencial que há entre "pecar em Adão" e "pecar pessoalmente", como são coisas bem distintas pertencer a uma raça pecadora e ser pecador.


De que modo, afinal, contraímos nós o pecado original?


Tal transmissão não se pode fazer pela "criação" da alma; afirmar isso seria dizer que Deus é o autor do pecado, o que é impossível e repugna. Não se transmite tão pouco pelos pais, pois a alma dos filhos não se origina das almas dos pais, mas é criada por Deus. A transmissão se efetua pela "geração".


A alma é criada por Deus no estado de inocência perfeita, mas contrai a "mácula", unindo-se a um corpo formado de um gérmen corrompido, do mesmo modo que ela sofreria, se fosse unida a um corpo ferido. É a opinião de Santo Tomás.


Santo Agostinho diz a propósito: "Apesar de nascerem de pais batizados, os filhos vêm à luz com o pecado original, como do trigo inutilizado germina uma espiga, em que o grão é misturado com a palha."


Nesse mistério do nascimento de uma criança, pelo exposto, opera-se uma dupla conceição: a da alma e a do corpo. Foi nesse momento quase imperceptível que Deus preservou do pecado original a "pessoa" de Maria Santíssima. Criou sua alma, como criou as nossas. Os progenitores de Nossa Senhora formaram-lhe o corpo, como nossos pais formaram o nosso. Até aqui tudo é natural; o milagre da preservação limita-se ao instante em que o Criador uniu a alma ao corpo.


Desta união devia resultar a "transmissão do pecado". Deus fez parar o curso desta transmissão, de modo que nela a união se operou, como se tinha realizado na pessoa de Adão, quando Deus, depois de ter feito o corpo do primeiro homem, soprou nele o espírito, constituindo-o na perfeição da inocência e justiça original.


Maria é uma segunda Eva... mas Eva antes de sua queda! Tal é a sublime doutrina da Igreja de Cristo.


A Exceção à Lei Geral


Seria possível objetar-se que Deus não tem poder para derrogar as leis gerais por Ele mesmo estabelecidas?


Seria negar a onipotência divina e fixar limites Àquele que não os tem.


É uma lei geral que "todos pecaram num só". Tal fato é universal, e todas as criaturas a ele estão subordinadas. Todavia, nada impede que, antes de efetuar-se a união da alma com o corpo, Deus possa intervir e suspender "um dos seus efeitos", o qual é, precisamente, a transmissão desse "pecado original".


A Sagrada Escritura está repleta dessas derrogações de leis gerais. O movimento do sol e da lua está matematicamente fixado pela lei da natureza; entretanto, Josué não hesitou em fazê-lo parar: "Sol detem-te em Gibeon, e tu, lua, no vale de Hadjalon. E o sol deteve-se e a lua parou" (Jos. 10, 12-13).


É uma lei que as águas sigam a correnteza do seu curso. Entretanto, "Moisés estendeu a mão..." o mar deixou livre o seu leito, partiram-se as águas, com um muro à sua esquerda e à sua direita (Exod. 14, 21 e 22).


É uma lei que o um morto fique morto até à ressureição geral; entretanto, o próprio Cristo-Deus, diante do cadáver de Lázaro, já em putrefação, exclamou: "Lázaro, sai!" (Jo 11, 43 e 41). E imediatamente aquele que estava morto saiu vivo.


Que prova isso, demonstra que "para Deus nada é impossível" (Lc 18, 27).


Será, então, que os protestantes acham impossível que Deus preserve Maria Santíssima do Pecado Original?


Se a lei geral fosse superior ao poder de Deus, como ficaria o Homem-Deus? Ele, em sua natureza humana, foi preservado do pecado original, mesmo nascendo de uma mulher. Se fosse impossível a Deus manter Imaculada a sua Mãe, também seria impossível manter "imaculado" o Seu Filho único, que nasceu verdadeiro Homem e verdadeiro Deus.


Provas na Sagrada Escritura:


Depois da queda do pecado original, Deus falou ao demônio, oculto sob a forma de serpente: "Ei de por inimizade entre ti e a mulher, entre sua raça (semente) e a tua; ela te esmagará a cabeça" (Gen 3, 15). Basta um pouco de boa-vontade para compreender de que "mulher" o texto fala. A única mulher "cheia de graça", "bendita entre todas", na qual a "semente" ou (raça) foi Nosso Senhor Jesus Cristo (e os cristãos), é a Santíssima Virgem, a nova Eva, mãe do Novo Adão. Conforme esse texto, há uma luta entre dois antagonistas: de um lado, está uma mulher com o filho; do outro, o demônio. Quem há de ganhar a vitória são aqueles e não estes. Ora, se Nossa Senhora não fosse imaculada, essa inimizade não seria inteira e a vitória não seria total, pois Maria Santíssima teria sido, pelo menos em parte, sujeita ao poder do demônio através do Pecado Original. Em outras palavras, a inimizade entre a mulher (e sua posteridade) e a serpente, implica, necessariamente, que Nosso Senhor e Nossa Senhora não poderiam ter sido manchados pelo pecado original.


Na saudação angélica, quando S. Gabriel diz: "Ave, cheia de graça. O Senhor é convosco". Ora, não se exprimiria desta maneira o anjo e nem haveria plenitude de graça, se Nossa Senhora tivesse o pecado original, visto o homem ter perdido a graça após o pecado.


A maneira da saudação angélica transparece a grandeza de Nossa Senhora, pois o Anjo a saúda com a "Ave, Cheia de Graça". Ele troca o nome "Maria" pela qualidade "Cheia de Graça", como Deus desejou chamá-la.


Ao mesmo tempo, a afirmação "o Senhor é convosco" abrange uma verdade luminosa. Se Nosso Senhor é (está) com Nossa Senhora antes da encarnação ("é convosco"). Sendo palavras anteriores à encarnação do verbo no seio da Virgem Maria, forçoso é reconhecer que onde está Deus não está o pecado. Ou seja, Nossa Senhora não tinha o "pecado original".


Prossegue o arcanjo: Não temas, Maria, pois "achaste graça diante de Deus". Aqui termina a revelação da Imaculada Conceição para começar a da maternidade divina: "Eis que conceberás no teu ventre e darás à luz um filho, e por-lhe-ás o nome de Jesus". (Lc 1, 28).


Pela simples leitura percebe-se a conexão estreita entre duas verdades: "Maria será a mãe de Jesus, porque achou graça diante de Deus".


Mas, que graça Nossa Senhora achou diante de Deus para poder ser escolhida como a Mãe Dele? Ora, a única graça que não existia - ou que estava "perdida" - era a "graça original". Falar, pois, que: "Maria achou graça" é dizer que achou a "graça original". Ora, a "graça original" é a "Imaculada Conceição"!


Os evangelhos sinóticos deixam claro que a palavra "Cheia de Graça", em grego: "Kecharitoménê", particípio passado de "charitóô", de "Cháris", é empregado na Sagrada Escritura para designar a graça em seu sentido pleno, e não no sentido corrente. A tradução literal seria: "omnino Plena Caelesti gratia" ou "Ominino gratiosa reddita": "Cheia de graça".


Ou seja, a tradução do latim: "gratia plena" é mais perfeita do que a palavra portuguesa: "cheia de graça". Nossa Senhora não apenas "encontrou graça", mas estava "plena" de Graça. Corroborando o que disse o Arcanjo logo em seguida: "O Senhor é contigo".


Falando à Santíssima Virgem que Ela "achara graça", o Arcanjo diz: Maria, sois imaculada, e, por isto, sereis a Mãe de Jesus Cristo.


Também é pela própria razão que se pode concluir a Imaculada Conceição. É claro que o argumento racional não é definitivo, mas corroborou com muita conveniência - e completa harmonia - para com ele. Se Maria Santíssima fosse manchada do pecado original, essa mancha redundaria em menor glória para seu filho, que ficou nove meses no ventre de uma mulher que teria sido concebida na vergonha daquele pecado. Se qualquer mácula houvesse na formação de Maria Santíssima, teria havido igualmente na formação de Jesus, pois o filho é formado do sangue materno.


S. Paulo assim se expressa sobre o ventre de onde nasceu o menino-Deus: "Cristo, porém, apareceu como um pontífice dos bens futuros. Entrou no tabernáculo mais excelente e perfeito, não construído por mãos humanas, nem mesmo deste mundo" (Hebr 9, 12).


Que tabernáculo é esse, "não construído por mãos humanas", por onde "entrou" Nosso Senhor Jesus Cristo? Fica claro o milagre operado em Nossa Senhora na previsão dos méritos de seu divino Filho. Negar que Deus pudesse realizar tal milagre (Imaculada Conceição) seria duvidar de sua onipotência. Negar que Ele desejaria fazer tal milagre seria menosprezar seu amor filial, pois, como afirma S. Paulo: Deus construiu o seu "tabernáculo" que não foi "construído por mãos humanas".


Ora, este tabernáculo, feito imediatamente por Deus e para Deus, devia revestir-se de toda a beleza e pureza que o próprio Deus teria podido outorgar a uma criatura.


E esta pureza perfeita e ideal se denomina: a Imaculada Conceição.


Agora examinemos a Tradição, desde os primeiros séculos:


S. Tiago Menor, o qual realizou o esquema da liturgia da Santa Missa, prescreve a seguinte leitura, após ler uns passos do antigo e do novo testamento, e de umas orações: "Fazemos memória de nossa Santíssima, Imaculada, e gloriosíssima Senhora Maria, Mãe de Deus e sempre Virgem".


O santo Apóstolo não se limita a isso, mas torna a sua fé mais expressiva ainda. Após a consagração e umas preces, ele faz dizer ao Celebrante: "Prestemos homenagem, principalmente, a Nossa Senhora, a Santíssima, Imaculada, abençoada acima de todas as criaturas, a gloriosíssima Mãe de Deus, sempre Virgem Maria. E os cantores respondem: É verdadeiramente digno que nós vos proclamemos bem-aventurada e em toda linha irrepreensível, Mãe de Nosso Deus, mais digna que os querubins, mais digna de glória que os serafins; a vós que destes à luz o Verbo divino, sem perder a vossa integridade perfeita, nós glorificamos como Mãe de Deus" (S. jacob in Liturgia sua).


O evangelista S. Marcos, na Liturgia que deixou às igrejas do Egito, serve-se de expressões semelhantes: "Lembremo-nos, sobretudo, da Santíssima, intemerata e bendita Senhora Nossa, a Mãe de Deus e sempre Virgem Maria".


Na Liturgia dos etíopes, de autor desconhecido, mas cuja composição data do primeiro século, encontramos diversas menções explícitas da Imaculada Conceição. Umas das suas orações começa nestes termos: Alegrai-vos, Rainha, verdadeiramente Imaculada, alegrai-vos, glória de nossos pais. Mais adiante, é pela intercessão da Imaculada Virgem Maria que o Sacerdote invoca a Deus em favor dos fiéis: "Pelas preces e a intercessão que faz em nosso favor Nossa Senhora, a Santa e Imaculada Virgem Maria.".


Terminamos o primeiro século com as palavras de Santo André, apóstolo, expondo a doutrina cristã ao procônsul Egeu, passagem que figura nas atas do martírio do mesmo santo, e data do primeiro século: "Tendo sido o primeiro homem formado de uma terra imaculada, era necessário que o homem perfeito nascesse de uma Virgem igualmente imaculada, para que o Filho de Deus, que antes formara o homem, reparasse a vida eterna que os homens tinham perdido" (Cartas dos Padres de Acaia).


A doutrina da Imaculada Conceição era, pois, conhecida no primeiro século e por todos admitida. A esse respeito, nenhuma contradição se levantou na primitiva Igreja.


No século segundo, os escritos dos Santos Padres falam da Imaculada Conceição como um fato indiscutível. Entre os escritores e oradores deste século, contamos: S. Jusitino, apologista e mártir; Tertuliano e Santo Irineu.


No terceiro século, existem também textos claros em defesa da Imaculada Conceição. mas em menor quantidade.


Santo Hipólito, bispo de Porto e mártir, escreveu em 220: "O Cristo foi concebido e tomou o seu crescimento de Maria, a Mãe de Deus toda pura". Mais além ele diz: "Como o Salvador do mundo tinha decretado salvar o gênero humano, nasceu da Imaculada Virgem Maria".


Orígenes, que viveu em 226 e pareceu resumir a doutrina e as tradições de sua época, escreveu: "Maria, a Virgem-Mãe do Filho único de Deus, é proclamada a digna Mãe deste digno Filho, a Mãe Imaculada do Santo e Imaculado, sendo ela única, como único é o seu próprio Filho."


Em um dos seus sermões sobre S. José, Orígenes faz o mensageiro celeste dizer ao santo: "Este menino não precisa de Pai na terra, porque tem um pai incorruptível no céu; não precisa de Mãe no Céu, porque tem uma Mãe Imaculada e casta na terra, a Virgem Bem-aventurada, Maria".


No século quarto, aparecem inúmeros escritos sobre a Imaculada Conceição, cada vez mais explícitos e em maior número. Temos diante de nós as figuras incomparáveis de Santo Atanásio, de Santo Efrem, de S. Basílio Magno, de Santo Epifânio, e muitos outros, que constituem a plêiade gloriosa dos grandes Apóstolos do culto da Virgem Santíssima e, de modo particular, de sua Imaculada Conceição.


Um trecho de Lutero, para mostrar que nem ele se atreveu a contestar a Imaculada Conceição: "Era justo e conveniente, diz ele, fosse a pessoa de Maria preservada do pecado original, visto o filho de Deus tomar dela a carne que devia vencer todo pecado". (Lut. in postil. maj.).


Para terminar, transcreveremos um pequeno soneto.


Em 1823, dois sacerdotes dominicanos, Pes. Bassiti e Pignataro, estavam exorcizando um menino possesso, de 12 anos de idade, analfabeto. Para humilhar o demônio, obrigaram-no, em nome de Deus, a demonstrar a veracidade da Imaculada Conceição de Maria. Para surpresa dos sacerdotes, pela boca do menino possesso, o demônio compôs o seguinte soneto:

"Sou verdadeira mãe de um Deus que é filho,
E sou sua filha, ainda ao ser-lhe mãe;
Ele de eterno existe e é meu filho,
E eu nasci no tempo e sou sua mãe.

Ele é meu Criador e é meu filho,

E eu sou sua criatura e sua mãe;
Foi divinal prodígio ser meu filho
Um Deus eterno e ter a mim por mãe.

O ser da mãe é quase o ser do filho,

Visto que o filho deu o ser à mãe
E foi a mãe que deu o ser ao filho;

Se, pois, do filho teve o ser a mãe,

Ou há de se dizer manchado o filho
Ou se dirá Imaculada a mãe.

Conta-se que o Papa Pio IX chorou, ao ler esse soneto que contém um profundíssimo argumento de razão em favor da Imaculada.


Nossa Senhora foi a restauradora da ordem perdida por meio de Eva. Eva nos trouxe a morte, Maria nos dá a vida. O que Eva perdeu por orgulho, Nossa Senhora ganhou por humildade.


O Dogma da Imaculada Conceição foi proclamado pelo Papa Pio IX, cercado de 53 cardeais, de 43 arcebispos, de 100 bispos e mais de 50.000 romeiros vindos de todas as partes do mundo, no dia 8 de dezembro de 1854.


Passados apenas 3 anos dessa solene proclamação, em 11 de agosto de 1858, Nossa Senhora dignou-se aparecer milagrosamente quinze dias seguidos, perto da pequena cidade de Lourdes, na França, a uma pobre menina, de 13 anos de idade, chamada Bernadete.


No dia 25 de março, Bernadete suplicou que Nossa Senhora lhe revelasse seu nome. Após três pedidos seguidos, Nossa Senhora lhe respondeu: "Eu sou a Imaculada Conceição".

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