Domingo,
19 de Maio/2013.
Solenidade
de Pentecostes
"Nascimento da Igreja!"
“Pentecostes.
O que é Pentecostes?
Era
para os judeus uma festa de grande alegria, pois era a festa das colheitas.
Ação de graças pela colheita do trigo. Vinha gente de toda a parte: judeus
saudosos que voltavam a Jerusalém, trazendo também pagãos amigos e prosélitos.
Eram oferecidas as primícias das colheitas no templo. Era também chamada festa
das sete semanas por ser celebrada sete semanas depois da festa da páscoa, no
qüinquagésimo dia. Daí o nome Pentecostes, que significa "qüinquagésimo
dia".
No
primeiro pentecostes, depois da morte
de Jesus, cinqüenta dias depois da páscoa, o Espírito Santo desceu sobre a
comunidade cristã de Jerusalém na forma de línguas de fogo; todos ficaram
cheios do Espírito Santo e começaram a falar em outras línguas (At 2,1-4). As
primícias da colheita aconteceram naquele dia, pois foram muitos os que se
converteram e foram recolhidos para o Reino.
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Quem
é o Espírito Santo?
O
prometido por Jesus: "...ordenou-lhes que não se afastassem de Jerusalém,
mas que esperassem a realização da promessa do Pai a qual, disse Ele, ouvistes
da minha boca: João batizou com água; vós, porém, sereis batizados com o
Espírito Santo dentro de poucos dias" (At 1,4-5).
Espírito
que procede do Pai e do Filho:
"quando vier o Paráclito, que vos enviarei da parte do Pai, o Espírito da
Verdade que vem do Pai, ele dará testemunho de mim e vós também dareis
testemunho..." (Jo 15 26-27). O Espírito Santo é Deus com o Pai e com o
Filho. Sua presença traz consigo o Filho e o Pai. Por Ele somos filhos no Filho
e estamos em comunhão com o Pai.
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A
Solenidade do Pentecostes
No dia de Pentecostes o Espírito Santo desceu
com poder sobre os Apóstolos; teve assim início a missão da Igreja no mundo. O
próprio Jesus tinha preparado os Onze para esta missão aparecendo-lhes várias
vezes depois da sua ressurreição (cf. Act 1, 3). Antes da ascensão ao Céu,
ordenou que "não se afastassem de Jerusalém, mas que aguardassem que se
cumprisse a promessa do Pai" (cf. Act 1, 4-5); isto é, pediu que permanecessem
juntos para se prepararem para receber o dom do Espírito Santo. E eles
reuniram-se em oração com Maria no Cenáculo à espera do acontecimento prometido
(cf. Act 1,14).
Permanecer
juntos foi a condição exigida por Jesus
para receber o dom do Espírito Santo; pressuposto da sua concórdia foi uma
oração prolongada. Desta forma, encontramos delineada uma formidável lição para
cada comunidade cristã. Por vezes pensa-se que a eficiência missionária dependa
principalmente de uma programação atenta e da sucessiva inteligente realização
mediante um empenho concreto.
Sem
dúvida, o Senhor pede a nossa colaboração,
mas antes de qualquer resposta nossa é necessária a sua iniciativa: é o seu
Espírito o verdadeiro protagonista da Igreja. As raízes do nosso ser e do nosso
agir estão no silêncio sábio e providente de Deus.
As
imagens que São Lucas usa para
indicar o irromper do Espírito Santo o vento e o fogo recordam o Sinai, onde
Deus se tinha revelado ao povo de Israel e lhe tinha concedido a sua aliança (cf.
Êx 19, 3ss). A festa do Sinai, que Israel celebrava cinquenta dias depois da
Páscoa, era a festa do Pacto. Falando de línguas de fogo (cf. Act 2, 3), São
Lucas quer representar o Pentecostes como um novo Sinai, como a festa do novo
Pacto, na qual a Aliança com Israel se alarga a todos os povos da Terra. A
Igreja é católica e missionária desde a sua origem. A universalidade da
salvação é significativamente evidenciada pelo elenco das numerosas etnias a
que pertencem todos os que ouvem o primeiro anúncio dos Apóstolos (cf. Act 2,
9-11).
O
Povo de Deus, que tinha
encontrado no Sinai a sua primeira configuração, hoje é ampliado a ponto de não
conhecer qualquer fronteira de raça, cultura, espaço ou tempo. Diferentemente
do que tinha acontecido com a torre de Babel (cf. Jo 11, 1-9), quando os
homens, intencionados a construir com as suas mãos um caminho para o céu,
tinham acabado por destruir a sua própria capacidade de se compreenderem
reciprocamente. No Pentecostes o Espírito, com o dom das línguas, mostra que a
sua presença une e transforma a confusão em comunhão. O orgulho e o egoísmo do
homem geram sempre divisões, erguem muros de indiferença, de ódio e de
violência.
O
Espírito Santo, ao contrário,
torna os corações capazes de compreender as línguas de todos, porque
restabelece a ponte da comunicação autêntica entre a Terra e o Céu. O Espírito
Santo é Amor.
Mas
como entrar no mistério do Espírito Santo,
como compreender o segredo do Amor? A página evangélica conduz-nos hoje ao
Cenáculo onde, tendo terminado a última Ceia, um sentido de desorientação
entristece os Apóstolos. A razão é que as palavras de Jesus suscitam
interrogativos preocupantes: Ele fala do ódio do mundo para com Ele e para com
os seus, fala de uma sua misteriosa partida e há muitas outras coisas ainda
para dizer, mas no momento os Apóstolos não são capazes de carrregar o seu peso
(cf. Jo 16, 12). Para os confortar explica o significado do seu afastamento:
irá mas voltará; entretanto não os abandonará, não os deixará órfãos.
Enviará
o Consolador, o Espírito do
Pai, e será o Espírito que dará a conhecer que a obra de Cristo é obra de amor:
amor d'Ele que se ofereceu, amor do Pai que o concedeu.
É
este o mistério do Pentecostes:
o Espírito Santo ilumina o espírito humano e, revelando Cristo crucificado e
ressuscitado, indica o caminho para se tornar mais semelhantes a Ele, isto é,
ser "expressão e instrumento do amor que d'Ele promana" (Deus caritas
est 33).
Reunida
com Maria, como na sua origem, a Igreja hoje
reza: "Veni Sancte Spiritus! Vem, Espírito Santo, enche os corações dos
teus fiéis e acende neles o fogo do teu amor!".
Amém.
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O
que são Dons de Santificação?
A
nossa vida espiritual tem duas dimensões,
primeiro uma dimensão voltada para dentro
de nós e depois outra voltada para fora.
Na
primeira dimensão voltada para dentro
é a dimensão da nossa santificação, é a busca da nossa santificação, a busca do
nosso retorno para Deus, é a luta contra o pecado e contra tudo que esconde em
nós a imagem e semelhança de Deus.
E
isto é uma tarefa que supera as forças naturais, e que é preciso a força de Deus. E nisso
Deus nos socorre com os chamados dons infusos ou dons de santificação, desde o
batismo recebemos esses dons, que a Igreja chama de sete dons, mas não
necessariamente precisa ser sete: fortaleza, piedade, sabedoria, conhecimento,
conselho, entendimento e temor de Deus. Esses dons fazem crescer em nós a graça
do batismo que recebemos como semente para que a medida que a criança vá
crescendo também vá crescendo as coisas de Deus nela.
São
para isso os dons de santificação,
sabedoria para buscar a Deus, ciência para mergulhar profundamente nos
mistérios de Deus, enfim, todos eles para levar a pessoa a santificação.
Na dimensão exterior estão os Dons
Carismáticos.
Os Dons da Santificação são:
- Dom da Fortaleza
- Dom da Piedade
- Dom da Sabedoria
- Dom do Conhecimento
- Dom do Conselho
- Dom do Entendimento
- Dom do Temor de Deus
Prof. Felipe Aquino
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Dom
da Fortaleza
O dom da fortaleza, também chamado "dom
da coragem", imprime em nossa alma um impulso que nos permite suportar as
maiores dificuldades e tribulações, e realizar, se necessário, atos
sobrenaturalmente heróicos.
Quando
falamos em virtudes heróicas,
ninguém pense que só existe heroísmo quando enfrentamos grandes causas. Você
faz grandes heroísmos lá no interior da sua casa, no dia-a-dia de sua vida.
Veja bem que heroísmo imenso é o de uma mãe que suporta o vício do álcool do
marido ou do filho! Às vezes por 10, 20, 40 anos enfrenta aquela dor, aquele
sofrimento, por amor a Deus, por doação e caridade. Essa mãe tem o Dom da
Fortaleza. O Dom da Fortaleza não é só para os mártires, os grandes confessores
da fé. É para cada um de nós.
Hoje
vemos uma multidão caindo nas tentações.
Pode estar faltando o Dom da Fortaleza em muita gente. Saber não cair na
tentação, já é um sinal da força desse Dom.
Santa
Teresinha nos fala do "heroísmo do pequeno". A fidelidade às pequenas inspirações
que Deus nos faz todo dia e toda hora é fruto do Dom da Fortaleza. Nós deixamos
passar ótimas oportunidades quando pequenas cruzes, pequenos sofrimentos vão
passando pela nossa vida e nós não os aproveitamos para uma resposta fiel a
Deus. Vem um aborrecimento, uma pessoa nos causa feridas porque falou qualquer
coisa contra nós. O que fazemos? Há duas respostas: Revidamos com palavras
amargas, com evidente menosprezo, com inimizades, etc., ou fazemos de conta que
nem ficamos sabendo, não nos importamos com aquilo, etc.. Como funcionou o Dom
da Fortaleza? É claro, naquela hora que suportamos a ofensa. O heroísmo está
aí. Aprendemos agora um dos caminhos que nos leva a santidade.
São
poucas as pessoas que fazem por Deus
e pelo próximo aquilo que poderiam fazer mais. Porque, não temos coragem de nos
empenharmos em grandes obras. Imaginem o bem que poderíamos fazer se ainda não
fôssemos tão comodistas.
Paulo
afirma: "Tudo posso naquele que me fortalece". E nos diz mais: pode suportar as maiores
dificuldades e tribulações e praticar, se necessário, atos heróicos. Não pelas
suas qualidades pessoais, mas pelo dom da fortaleza que Deus lhe
concedeu". Carta aos coríntios, descrevendo as tribulações pelas quais
passou por amor ao Senhor e à Igreja:
"Cinco
vezes recebi dos judeus os quarenta açoites menos um. Três vezes fui
flagelado com varas. Uma vez apedrejado. Três vezes naufraguei, uma noite e um
dia passei no abismo. Viagens sem conta, exposto a perigos nos rios, perigos de
salteadores, perigos da parte de meus concidadãos, perigos da parte dos pagãos,
perigos na cidade, perigo no deserto, perigos no mar, perigos entre falsos
irmãos! Trabalhos e fadigas, repetidas vigílias com fome e sede, freqüentes
jejuns, frio e nudez! Além de outras coisas, a minha preocupação quotidiana, a
solicitude por todas as Igrejas!" (II. Cor 11,24-28) .
Ao
dom da Fortaleza se opõe a
timidez, que é o temor desordenado, e também aquele comodismo que impede de
caminhar, de querer dar grandes passos. Estacionamos numa espiritualidade
medíocre, temos medo de tudo, de prejudicar a amizade, de descontentar alguém e
vamos comodamente parando no caminho da perfeição.
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Dom
da Piedade
O dom da Piedade produz em nós uma
afeição filial para com Deus, adorando-o com amor sobrenatural e santo ardor, e
uma terna afeição para com as pessoas e coisas divinas.
Aprimora em nós a virtude da justiça, sob todas as
suas formas, a da religião, a da piedade e a da gratidão. Pela virtude da
justiça, damos ao outro (a Deus ou ao próximo) aquilo que lhe pertence. Pelo
dom da piedade, damos ao outro tudo o que podemos dar, sem medidas.
Deus nos trata com piedade. Dá-nos o que
necessitamos, muito mais do que aquilo que merecemos.
O dom da piedade é auxiliado por duas
virtudes teologais: a virtude da esperança e a virtude da
caridade. Pela virtude da esperança participamos da execução das promessas de
Deus e, pela virtude da caridade, amamos a Deus e ao próximo.
Nosso crescimento no dom da piedade efetua-se em
quatro estágios:
1) Coloca em nossa alma uma ternura
filial para com Deus nosso Pai: Deus é, acima de tudo, nosso Pai.
2) A piedade nos coloca na alma um
filial abandono nos braços do Pai celeste.
3) Faz-nos ver no próximo um filho de
Deus e irmão de Jesus Cristo.
4) O dom da Piedade nos leva a devotar
amor sincero a todas as pessoas e coisas que estão de algum modo relacionadas
com a paternidade de Deus e a fraternidade cristãs.
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Dom da Sabedoria
Quero
abordar agora a necessidade de sabedoria no uso dos dons, porque tem lugar para
tudo no nosso coração: cura física, cura interior, libertação... tem lugar para
tudo. De nossa parte, temos de ter a sabedoria de ir colhendo uma coisa depois
da outra.
Quando
o Senhor nos dá uma palavra de profecia, de
ciência, de discernimento ou qualquer revelação, temos de procurar discernir se
aquilo que recebemos deve ser dito, quando deve ser dito e como deve ser dito.
Porque alguns são afogueados. Receberam um dom, uma palavra de profecia, e a
pessoa é tão apressada que já quer dizer. Mas você perguntou ao Senhor se essa
palavra de profecia deve ser comunicada? Muitas vezes, trata-se de uma palavra
para ser comunicada aos líderes, aos coordenadores, aos encarregados e não ao
grupo.
Imaginem que eu chegue a uma cidade dizendo:
_Preparem-se,
porque dentro em breve um terrível terremoto acontecerá aqui, as casas haverão
de desabar; preparem-se, preparem o meu povo...
Vejam
que confusão. E o povo
com medo. Como se preparar?
Diante
de uma palavra dessas, o que eu deveria fazer? Primeiro, Orar ao Senhor para
saber como e quando o Senhor quer que eu diga, e para quem o Senhor quer que eu
diga. Depois de eu ter certeza de ter recebido uma palavra de profecia, tenho
de perguntar ao Senhor e, de acordo com a resposta dele, ser dócil, mesmo que
isso signifique gestar nove meses essa palavra de profecia dentro de mim. Não
quero ser um farmacêutico apressado, não quero matar com os remédios do Senhor.
Todos
nós temos de ter essa responsabilidade.
Quando o Senhor me disser: "Você vai falar a tais pessoas, desse jeito e
nessa hora", aí eu falo. Falo, mesmo que falar me arrebente.
Para
que pedir ao Senhor sabedoria no
uso dos dons? Para ministrar o remédio certo a nosso povo, para que aquilo que
o Senhor quer nos dar não se torne veneno.
O
Senhor quer que nós vivamos a sabedoria.
Vive-se a sabedoria com humildade, com paciência, dando tempo ao tempo,
perguntando ao Senhor como, quando e a quem manifestar os seus dons.
Não
adianta fazer as coisas que nós achamos boas:
"Eu acho..." "Ah, eu pensava...". O povo diz que de pensar
morreu um burro. Não adianta esse "eu pensava, eu achava". A
sabedoria se faz a partir daquilo que o Senhor nos manda fazer. Quando fazemos
as coisas segundo nosso entendimento, perdemos a unção: "Porque eu acho,
porque eu penso, porque seria melhor, porque o povo me pressionou".
Mais
do que nunca, o Senhor, o Senhor
quer nos ensinar a sabedoria. É como se fossemos ovelhas. A ovelha é um animal
que não tem sabedoria nenhuma. Os cães tem faro, os gatos são espertíssimos, as
aves conhecem as coisas... mas de todos os animais, o mais desprovido de
inteligência, sem tino, sem direção, é a ovelha. E a nós, que somos ovelhas, o
Senhor quer dar sabedoria. Às vezes pensamos que a sabedoria do Senhor é assim:
ele nos dá sabedoria, e ficamos sábios, sabemos tudo. Já sabemos como nos
conduzir. O que fazer, o que não fazer, que ordens dar, como educar os filhos,
como educar os filhos, como trabalhar, como trabalhar na paróquia, como renovar
as coisas na paróquia, como promover a Renovação, como fazer palestras. A
pessoa pensa que agora sabe de tudo: "Eu recebi sabedoria...", e fala
até grosso, "porque agora eu tenho sabedoria". E não é assim.
A
sabedoria do Senhor é dada a quem
for manso como as ovelhas. A ovelha precisa continuamente da direção do pastor:
"Agora é para cá, agora é para lá, agora é mais pra lá, e agora é para
cá"
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Dom
do Conhecimento
Os dons do Espírito Santo nos conduz
hoje a falar de outro dom, o dom do Conhecimento pelo qual nos é concedido
conhecer o verdadeiro valor das criaturas em relação ao seu Criador.
Nós sabemos que o homem moderno, justamente por
causa do desenvolvimento das ciências, é exposto particularmente à tentação em
dar uma interpretação naturalista ao mundo. Diante da multiplicidade e da
grandeza das coisas e de suas complexidade, ele corre o risco do absolutismo e
quase a divinização, a ponto de os tornarem propósitos supremos de suas vidas.
Isto acontece especialmente quando se trata de riquezas, prazer e de poder, os
quais realmente podem ser obtidas das coisas materiais. Estes são os principais
ídolos diante dos quais o mundo muito freqüentemente se prostra.
A fim de resistir a tais sutis
tentações e curar as conseqüências perniciosas para as quais elas podem nos
conduzir, o Espírito Santo socorre as pessoas com o dom do Conhecimento. É este
o dom que os ajudam a estimar as coisas corretamente na essencial confiança no
Criador. Graças a isto, S. Tomas escreve: que o homem não estime as criaturas
mais que elas merecem e não coloque nelas o propósito de sua vida, mas em Deus
(ct. " Summa Theol ". II-II, q. 9, um. 4).
Assim ele descobre o significado
teológico da criação vendo as coisas como verdadeiras e real,
embora limitadas, manifestações da Verdade, Beleza, e do infinito Amor que é
Deus, e conseqüentemente ele se sente impelido em traduzir esta descoberta em
louvor, canção, oração, e ação de graças. Isto é o que o Livro de Salmos sugere
tão freqüentemente e de tantas maneiras. Quem não recorda de alguns exemplos
disto que nos eleva a alma a Deus? " Os céus estão contando a glória de
Deus; e o firmamento proclama sua obra" (Salmo 18 [19]:2; cf. Ps 8:2).
" Louve o Senhor dos céus, o louve nas alturas.... Louve o, sol e lua,
louve as estrelas (Salmo 148:1,3)
Iluminado pelo dom do Conhecimento, o homem
descobre ao mesmo tempo a distância infinita que separa as coisas do Criador,
sua intrínseca limitação, o perigo que elas podem apresentar, quando, pelo
pecado, ele faz uso impróprio delas. É uma descoberta que o conduz a perceber
com remorso a sua miséria e o impele voltar com maior impulso e confiança a ele
que só pode satisfazer a necessidade do infinito que completamente o assalta.
Esta foi a experiência dos santos; foi
também, nós podemos dizer, que a experiência dos cinco Bem Aventurados de quem
tive a alegria de elevá-los a honras dos altares hoje. Porém, de um modo muito
especial esta foi a experiência de Nossa Senhora que, pelo exemplo de sua
jornada pessoal de fé nos ensina a viajar " entre os acontecimentos do
mundo tendo nossos corações fixos onde a verdadeira alegria reside "
(Oração dos Vinte-primeiros domingo em Tempo Comum).
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Dom
do Conselho
O dom do conselho, também chamado
"dom da prudência", nos faz saber pronta e seguramente o que convém
dizer e o que convém fazer nas diversas circunstâncias da vida. É um dom de
santificação que nos faz viver sob a orientação do Espírito Santo.
O dom do conselho nos orienta
instantaneamente de forma perfeita. Por ele, o Espírito Santo nos fala ao
coração e nos faz compreender o que devemos fazer. Agimos sem timidez ou
incerteza. Pelo dom do conselho, falamos ou agimos com toda confiança, com a
audácia dos santos.
Jesus nos fala o que convém dizer, guiados
pelo dom do conselho: "Quando fordes presos, não vos preocupeis nem pela
maneira com que haveis de falar, nem pelo que haveis de dizer: naquele momento
ser-vos-á inspirado o que haveis de dizer. Porque não sereis vós que falareis,
mas é o Espírito do vosso Pai que falará em vós." (Mat 10,19-20).
Há diversos graus de abertura ao dom
do conselho:
No primeiro grau, consegue-se
fazer com rapidez e segurança tudo o que é da vontade de Deus nas coisas necessárias
para a vida espiritual.
No segundo grau, o dom do
conselho nos conduz também nas coisas que não são obrigatórias, mas que são
convenientes e úteis para nos levarem a Deus.
No terceiro grau, o dom do
conselho nos faz caminhar com segurança, sem tropeços ou timidez, pelos
caminhos do Senhor.
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Dom
do Entendimento
O dom do entendimento, também chamado
"dom da inteligência" ou "dom do discernimento" (diferente
do discernimento dos espíritos), nos dá uma compreensão profunda das verdades
reveladas, sem contudo nos revelar o seu mistério. Só teremos plena compreensão
do mistério quando estivermos face a face com Deus
Faz-nos ver o que é divino sob a
aparência do que é material. Por exemplo, crer em Jesus vivo e real nas
espécies eucarísticas, o pão e o vinho. É bem conhecido o milagre de Lanciano
ocorrido no século VIII. Um sacerdote, ao consagrar o pão e o vinho, teve uma
dúvida de fé: será que eles realmente se transubstanciariam no corpo e no
sangue de Cristo? Ocorreu, então, um milagre. O pão transformou-se em carne e o
vinho em sangue. Até os nossos dias podem-se ver, em Lanciano, a carne e as
gotas de sangue, sem deterioração, o que é uma confirmação de que Jesus está
vivo e ressuscitado! Pelo dom do entendimento constata-se a graça de Deus nos
sacramentos.
Torna-se claro que no visível
oculta-se o invisível. No carpinteiro de Nazaré, reconhecer Deus
Salvador. Esse dom nos faz ver nos irmãos a pessoa de Jesus Cristo. Paulo se
chamava apóstolo abortivo, porque se considerava o menor dos apóstolos e nem se
achava digno de ser chamado apóstolo (I Cor 15,8-9). São Francisco queria que
os irmãos o pisoteassem. Santa Teresa se achava extremamente pecadora.
Finalmente, através desse dom, passamos a nos
conhecer profundamente e a reconhecer a profundidade de nossa miséria.
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Dom do Temor de Deus
Há
várias espécies de temores: o temor mundano, o temor servil a Deus e o temor
filial a Deus. Destes, só o último é o Temor de Deus.
1)
O temor humano é o medo que se sente com relação a criaturas ou situações
mundanas. São temores humanos o medo de pessoas, como a mulher que teme o
marido ou o marido que teme a esposa, os filhos que temem o pai ou a mãe, os
alunos que temem os professores... São temores às situações mundanas, por
exemplo, o medo de andar de elevador, o medo do escuro, o medo de tempestades,
etc. Incluem-se ainda nesta classe os medos supersticiosos, como o medo de
passar embaixo de uma escada, o medo de ver um gato preto cruzar o caminho, o
medo do dia 13... Os temores ou medos mundanos originam-se de traumas. Podem
desaparecer pela oração de cura interior ou por tratamentos psicológicos
adequados.
2)
O temor servil é principalmente o medo de ser castigado por Deus, de ir para o
inferno. Esse temor é gerado pela idéia de um Deus que nos vigia
constantemente, pronto a nos castigar pelas nossas faltas. E isso nos inquieta,
agita, deprime. O temor servil pode afastar-nos do pecado, mas é um temor
imperfeito, porque não se baseia no amor de Deus.
3)
O temor de Deus é filial. É o temor de nos afastar do Pai que nos criou e que
nos ama, de ofender a Deus que, por amor, sempre nos perdoa. O filho que ama o
pai não quer ficar longe dele nem fazer algo que o possa magoar. É um temor
nobre que brota do amor. Um temor filial, perfeito e amoroso.
O
temor de Deus é um dom do Espírito Santo
que nos inclina ao respeito filial a Deus e nos afasta do pecado. Este
compreende três atitudes principais:
1)
O vivo sentimento da grandeza de Deus e extremo horror a tudo o que ofenda sua
infinita majestade;
2)
Uma viva contrição das menores faltas cometidas, por haverem ofendido a um Deus
infinito e infinitamente bom, do que nasce um desejo ardente e sincero de as
reparar;
3)
Um cuidado constante para evitar ocasiões de pecado.
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Homilia na Solenidade do
Pentecostes C 2013
Escrito por Pe. Amaro Gonçalo. Publicado em Homilia da
Semana
1. Das Cinzas da Quaresma, ao fogo do Pentecostes,
foram três meses intensos, deste belíssimo Ano da Fé! Propusemo-nos, dia a dia,
semana a semana, a sós, em família, em grupo, em comunidade, “içar as velas
da fé, na barca da Igreja, para a deixar navegar ao sopro do Espírito Santo”! Nos
40 dias de preparação, que já lá vão, e nestes 50 dias de celebração festiva da
Páscoa, que agora se cumprem, procurámos deixar o sopro do Espírito Santo
entrar por alguma fresta do nosso coração e reacender em nós a chama da fé. Na
verdade, não é possível deixar navegar a barca da Igreja, ao sopro do Espírito
Santo, se não forem içadas, pelo mesmo sopro, as suas velas, que são o coração
de cada um dos batizados. Não há, pois, reforma e avanço da Igreja, no mar da
história, sem o aprofundamento e a renovação da fé, em todos e cada um dos seus
membros.
2. Se
bem repararmos, o próprio termo que designa o Espírito Santo,
traduz a palavra hebraica «ruah», que significa, em primeiro lugar, «sopro,
ar, vento». E é desse sopro, no coração de cada um dos batizados, e na casa
da Igreja, que nos falam as leituras deste domingo:
- No
evangelho, que se reporta, de novo, à tarde de Páscoa, o Senhor Jesus sopra
sobre os discípulos, e assim dá-lhes o seu Espírito Santo. Este sopro
sugere-nos o que está escrito, a propósito da inicial criação do homem: "O
Senhor Deus formou o homem do pó da terra e insuflou-lhe, pelas narinas, o
sopro da vida" (Gn 2, 7). Não obstante todas as
nossas limitações, a vida de Deus habita em nós; está em nós o sopro do seu
Amor, da sua verdade e da sua bondade! Com este sopro, Jesus vence-lhes o medo,
reacende neles o dom da fé e restitui-lhes a alegria, a confiança, o perdão e a
paz.
- Na
primeira leitura, que se referia à tarde de Pentecostes, este mesmo sopro
aparece-nos, em toda a sua força, sob a imagem de um vento tempestuoso,
que enche toda a casa onde os apóstolos se encontravam. Aliado a
este «vento tempestuoso» aparece uma espécie de línguas de fogo, como se
o sopro do Espírito Santo reacendesse, reavivasse ou incendiasse a pequena chama
da fé, de cada um dos Doze, para que estes desfraldassem, de novo, as velas da
barca da Igreja, e assim se fizessem, ao mar imenso da missão, no mundo!
3. «Falando
da Igreja, disse Santo Ambrósio: “Ela é esse navio que navega, bem neste
mundo, ao sopro do Espírito Santo, com as velas da Cruz do Senhor plenamente
desfraldadas”» (CIC, 845). E disse o beato João Paulo II: “O
Espírito é como o vento que sopra a vela da grande barca da Igreja”. Mas
logo acrescentou: “Esta vela da barca da Igreja vale-se de outras inúmeras e
pequenas velas, que são os corações de cada um dos batizados”. Neste
sentido, cada um é desafiado a içar a própria vela, e a desfraldá-la com
coragem, para permitir ao Espírito agir, em si e a partir de si, com toda a Sua
força renovadora. Na medida em que cada um deixar o sopro do Espírito agir, na
sua própria vida, na vela da sua própria fé, oferecerá também o melhor
contributo à missão da Igreja, para que esta navegue, sem medo, nas águas
agitadas da história. No meio das tempestades, que, por certo, nunca
faltarão, tenhamos a confiança de que, nesta barca, está o Senhor! Esta barca
da Igreja não é minha, não é nossa, não é de ninguém em exclusivo. Mas é d’Ele.
Por isso, o Senhor não a deixa afundar! É Ele que a conduz.
Neste
dia de Pentecostes, gostava simplesmente de vos dizer isto: “Não tenhais
medo de desfraldar a vossa vela ao sopro do Espírito Santo” (João Paulo II,
Discurso, 30-04.1998). Invocai-O todos os seus dias! E Ele virá, dos quatro
ventos, com o seu sopro, reacender a vossa fé. E impelir a barca da Igreja, na
aventura da missão!
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Amigos, todos aqui estamos emocionados com esta foto tirada nesta manhã, durante a audiência geral, por nosso colega fotógrafo do L'Osservatore Romano.
Contagiou a vocês
também?
Na audiência de Quarta-feira, dia 15 de Maio, o Santo Padre falou mais uma vez sobre o Espírito Santo
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É o Espírito Santo quem nos faz reconhecer a Verdade, afirma Papa
Catequese
“A Verdade é um encontro com uma Pessoa”, explica Papa Francisco
Kelen Galvan
Da Redação
Da Redação
Na Catequese desta quarta-feira, 15, na Praça de São Pedro, no Vaticano, o Papa Francisco falou sobre a ação do Espírito Santo na condução da Igreja e de cada pessoa rumo à Verdade.
O Santo Padre destacou que vivemos em uma época de muito ceticismo em relação à verdade, como afirmou, muitas vezes, o Papa emérito Bento XVI sobre o relativismo.
Existe realmente a verdade? Podemos conhecê-la? Questionou o Papa. E recordou a ocasião na qual Pôncio Pilatos questiona a Jesus sobre o que é a verdade (cf. Jo 18,37-38). Francisco explica que “Pilatos não consegue entender que a Verdade está diante dele, não consegue ver em Jesus a face da verdade, que é o rosto de Deus”.
De fato, explicou o Santo Padre, a verdade não se “agarra” como uma coisa, mas se encontra. É um encontro com uma Pessoa. “E Jesus é a Verdade que, na plenitude dos tempos, “se fez carne” (Jo 1,1.14), veio a nós para que nós a conhecêssemos”.
Entretanto, destacou o Papa, é o Espírito Santo quem nos faz reconhecer a Verdade. “Jesus assegura aos discípulos que o Espírito Santo os ensinará todas as coisas , recordando-os de suas palavras (cf. Jo 14,26)”.
E complementou, “o Espírito Santo, então, como Jesus promete, nos guia “a toda a verdade” (Jo 16:13) nos leva não somente a encontrar Jesus, a plenitude da Verdade, mas também nos guia para ‘dentro’ da verdade” e afirmou: “Se Deus não nos ilumina interiormente, o nosso ser cristão será superficial”.
Por fim, Francisco convidou a todos a se questionarem se, neste Ano da Fé, realmente temos dado algum passo para conhecer mais a Cristo e as verdades da fé.
E indicou uma oração para ser rezada todos os dias:
“Espírito Santo faça com que meu coração seja aberto à Palavra de Deus, que meu coração esteja aberto ao bem, que o meu coração esteja aberto à beleza de Deus todos os dias”.
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