Dois pensamentos aos leitores e leitoras deste blog.

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segunda-feira, 14 de maio de 2012

EXPLICAÇÃO DA ORAÇÃO "SALVE RAINHA", PARTE POR PARTE.

Atenção: publicamos hoje a explicação da Oração "SALVE RAINHA".
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COMUNICADO
Coroação de N. Sra. sob a responsabilidade doApostolado da Oração em Aracoiaba.




O APOSTOLADO DA ORAÇÃO em Aracoiaba, lembra seus  Aspirantes e Zeladores(as) que a COROAÇÃO DE NOSSA SENHORA,  acontecerá dia 24 de Maio/2012, quinta-feira, às 19h, no Salão Paroquial. Sintam-se convidados!

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A EXPLICAÇÃO DA ORAÇÃO
"SALVE RAINHA",
  PARTE POR PARTE


Salve Rainha é uma oração bem antiga, e que tem uma estrutura impressionantemente lógica.


Poderíamos esquematizá-la nos seguintes tópicos:

1- Introdução, invocando a Virgem Maria como soberana Mãe de Deus e nossa;

2- Exposição de nossas necessidades espirituais;

3- Apresentação de nossos pedidos.

4- Saudação final.

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1ª Parte

1- Introdução, invocando a Virgem Maria como soberana Mãe de Deus e nossa.

 
A Salve Rainha principia, então, -- como é necessário e conveniente -- com a invocação da Virgem Maria, citando alguns de seus atributos:


"Salve Rainha, Mãe de misericórdia, vida, doçura, esperança nossa, salve!"


Assim como a "Ave Maria", a "Salve Rainha" saúda a Virgem Maria com o brado de "Salve", recordando que ela também, embora a mais alta de todas as criaturas, foi salva por Cristo, isto é, que todos os seus privilégios, dons e graças lhe foram concedidos na previsão dos méritos infinitos de Nosso Senhor Jesus Cristo.

Salve Rainha...

O primeiro título que damos a Maria nessa oração é o de Rainha. Fazemos isso para como que forçá-la a nos ajudar, já que ela tem todo o poder no céu e na terra. Só Deus é onipotente. Mas Cristo quis dar a Ela a onipotência suplicante. O que Ela Lhe pedir, Ele lho concederá, pois Cristo nada recusa à sua divina Mãe.

É o que ficou provado em Caná da Galiléia.

É o que ficou ainda mais provado, quando Ela pedia a Deus que mandasse à terra o Messias Salvador: sua oração foi tão poderosa, que alcançou que Deus se encarnasse:

"Ave, cheia de graça, o Senhor é contigo", disse-lhe o anjo. E disse-lhe mais: "Não temas Maria, porque achaste graça diante de Deus" (Luc. I, 28-29).
Maria é a Rainha dos anjos e dos santos , pois é Mãe de Deus, soberano absoluto. Mas nem tanto adiantaria, para nós, que Maria fosse Rainha do céus e da terra, se Ela não fosse também nossa Mãe, e Mãe plena de Misericórdia. Que nos adiantaria ser Ela nossa Mãe, se não tivesse poder? E de que adiantaria ter poder, se não fosse também nossa Mãe?

Mãe de Misericórdia...


E o segundo de seus títulos que é lembrado é que ela é nossa Mãe de Misericórdia.

E isto de dois modos: em primeiro lugar, porque, sendo a Virgem Maria, a Mãe de Jesus Cristo, nosso Divino Redentor, ela é realmente a Mãe da Misericórdia, já que Cristo se encarnou por Misericórdia de nós, pobres mortais.

Os anjos e os homens podem ter a virtude da misericórdia, mas Cristo é A Misericórdia, pois que é Deus, e, em Deus, todas as qualidades e virtudes existem em grau infinito. Deus é A Bondade, A Justiça, A Misericórdia, A Beleza, por excelência, enquanto as criaturas apenas podem ter essas qualidades em graus maiores ou menores, mas não são essas qualidades.

Em segundo lugar, Nossa Senhora é Mãe de Misericórdia, porque ela é a criatura que possui essa qualidade no mais alto grau possível, para uma criatura, e porque, sendo nossa Mãe, ela, como modelo de todas as mães, não pode deixar de ter compaixão de nós, que somos seus filhos, por nossas misérias e fraquezas.


Vida...

A seguir se lhe diz que ela é vida.

Como dissemos, somente Deus é A Vida. Jesus, filho de Maria, disse de Si mesmo: "Eu sou o Caminho a Verdade e a Vida" (Jo. XIV, 6). Deus é que nos concedeu a vida, que só Ele é. Mas, no mistério da encarnação do Verbo, Maria Virgem teve o privilégio de conceber, em seu seio virginal e puríssimo, por obra do Espírito Santo, o Verbo de Deus encarnado. Ela foi a Mãe de Deus, a mãe dA Vida. E mãe é aquela que dá a vida. Maria deu vida à Vida, assim como ensinou o Verbo de Deus a falar. Ela deu vida a Cristo, enquanto homem, a Ele que era A Vida, em Deus. Ela ensinou Cristo a falar, a Cristo, Verbo de Deus, enquanto homem. Ela deu palavra àquele que era a Palavra infinita, em Deus, enquanto Deus.

Nossa Senhora é chamada ainda de "vida" porque só por meio dela recebemos a vida da graça em nossas almas.

Deus poderia ter vindo ao mundo por muitos meios. Ele, Sabedoria infinita,-- nos ensina São Luis Maria Grignion de Montfort -- Ele escolheu o melhor meio, o mais sábio, o mais perfeito, o mais curto de todos os caminhos, para vir a este mundo. E esse caminho melhor, o mais perfeito, o mais sábio e o mais curto, foi vir até nós por meio da Virgem Maria, encarnando-se em seu seio.

Cristo é A VIDA, e veio para nos dar vida. Nos dar a vida da graça, que é participação na vida infinita da Santíssima Trindade. Porque, no universo criado, há seres que têm graus diversos de vida. As plantas têm vida apenas vegetativa. Os animais têm vida com mobilidade e sensações. Os homens têm vida racional. Os anjos, seres puramente espirituais, têm vida mais elevada que a humana, pois que a sua vida angélica é vida puramente espiritual. Deus é a VIDA.

Deus livremente quis nos comunicar uma participação em sua Vida divina, isto é, elevar-nos a uma Vida mais alta que a vida angélica, vivendo Ele, em nossas almas, por meio da graça santificante. Essa participação na Vida divina se faz pela graça habitual, ou graça santificante, que recebemos no Batismo, instituído por Cristo. O Batismo nos perdoa o pecado original, nos faz membros da Igreja, herdeiros do céu, e filhos adotivos de Deus, participantes de sua Vida infinita. Pelo batismo, somos capazes de ser como Deus, e tendo méritos infinitos.

Assim como o ferro posto no fogo adquire qualidades do fogo -- luz e calor -- continuando a ser simples ferro, assim nós, pelo Batismo, adquirimos qualidades divinas, continuando a ser puramente humanos. Ora, essa vida divina que recebemos no Batismo, pela aplicação dos méritos infinitos da redenção de Cristo, na Cruz, nós só pudemos obtê-la, porque Maria Santíssima aceitou ser Mãe de Deus encarnado, Mãe da Vida. Portanto, só participamos da Vida divina por causa de Nossa Senhora, que foi o meio que Deus quis usar para vir ao mundo, para nos salvar. Maria é, pois, a causa instrumental de nossa vida mais alta e mais perfeita, que é a vida sobrenatural, que nos foi obtida por Cristo. Por isso, nós a chamamos de vida, na Salve Rainha, porque toda nossa vida sobrenatural, que nos foi dada por Cristo, chegou até nós pelo canal de Maria.

Assim como é o sol que nos permite ver, a luz de Deus, A Verdade, Cristo, sol de Deus, só chegou até nós por Maria. O olho humano foi feito para a luz, para o sol, mas não consegue contemplar diretamente o sol. A alma humana foi feita para ver a luz de Deus, para a Verdade, mas não nos é possível ver ou compreender Deus.

Por isso, a Idade Média inventou o vitral que permite ao olho humano contemplar o sol sem ser ferido por sua luz esplendorosa, e ver a luz do sol plena de cores.

Assim também, Deus quis vir até nós por meio do vitral que é a Virgem Maria, e nós que não podíamos ver a Deus, fomos capazes de vê-Lo, como um Menino, e Ele era "cheio de graça e de verdade"(Jo. I,14). E assim como a luz passa pelo vitral sem quebrá-lo, assim Deus nasceu de Maria sem que ela perdesse a virgindade. E do mesmo modo que a luz, a mais simples das criaturas, é dividida pelo prisma, e dele ganha beleza, pois que o prisma "explicita" as suas cores, assim Deus que é simplicidade absoluta, colocou todas as suas graças em Maria, que como prisma de Deus, nos reparte as suas graças. Daí Maria ser a Medianeira de todas as graças.


Doçura...

Maria é para todos os homens a doçura.

Chamamos de doce tudo o que nos agrada suavemente. Não só um alimento é doce ao paladar . Há músicas doces aos ouvidos. Há palavras doces ao coração. Há veludos doces ao tato, como há perfumes doces ao olfato. Há movimentos doces de uma gaivota no ar, e é possível existir um andar doce e calmo por alamedas em doces ladeiras. Doce é, sobretudo, a amizade fundamentada na verdade. (E como é amargo perder um amigo que Deus nos deu, afastado por um conselho imprudente e político). Doce é tudo o que é proporcionado aos sentidos. Doce é tudo o que é proporcionado a nós. E nada é tão proporcionado ao ser humano, qualquer seja ele, do que Maria, o ser puramente humano, o mais perfeito que possa existir, porque Cristo, embora homem, é também Deus infinito. Maria é a doçura da humanidade.

Face a Maria Santíssima não temos temor. Ela é nossa Mãe plena de doçura. Por isso São Luís de Montfort lembra que, se Jesus é nosso Redentor e nosso apoio, ela, por ser nossa mãe, será sempre nossa força.

"Vous êtes Vierge Mère,             ( Vós sois, ó Virgem Mãe

après Dieu mon suport.               depois de Deus, o meu apoio.

Je sais qu"íl est mon Père,           Eu se que Ele é meu Pai,

mais vous êtes montfort".             mas vós sois meu forte")

(São Luís de Montfort, canção "Je mets ma confiance"-- "Coloco minha confiança").

 

Esperança...

A Salve Rainha lembra ainda a Nossa Senhora, quando a invocamos, que ela é a nossa esperança. Isso nós dizemos a ela, porque sabemos que ela tudo alcança de Jesus, seu Filho e Deus onipotente. De Deus, que tanto ofendemos, por vezes, temos receio de não mais poder esperar senão castigos. Mas de Maria, nossa Mãe, cheia de misericórdia, esperamos que rogue por nós, evidentemente, não porque ela seja mais bondosa do que Deus, mas porque é natural que a mãe peça por filhos, ainda que maus. Não pediu ela pelos noivos de Caná: "Eles não têm mais vinho"(Jo. II, 3).

E quantas vezes já não temos mais vinho em nossas almas, e só a pedido de Maria, Cristo transmuda nossa água maldosa em vinho de boas obras!

Ela é nossa esperança que a ninguém falece. Por isso São Bernardo nos lembra que, quando tudo está perdido e o barco de nossa alma está prestes a soçobrar, levantemos os olhos, contemplemos Maria. Pois não há pecador que Ela não socorra.


Salve!

Este segundo "salve", encerrando a invocação inicial, é uma confirmação do primeiro "salve" e, ao mesmo tempo, uma exclamação de alegria pelos títulos de Maria Santíssima, que acabaram de ser lembrados, e que nos dão a confiança necessária, a nós pobres pecadores, de recorrer a Mãe tão bondosa quanto poderosa.

 
2ª Parte da Salve Rainha 
Apresentação de nossas necessidades espirituais

Finda a invocação, começa a exposição de nossas misérias à Mãe de Misericórdia.

Lembramos a Ela, em primeiro lugar, que somos "exilados filhos de Eva".

"A ti clamamos, exilados filhos de Eva".

Clamamos, não só pedimos. "Clamar" é gritar por um excesso de aflição e de dor. Clama quem está nos extremos da resistência a um mal, e que já não encontra, em si mesmo, as forças necessárias para resistir, e se salvar. Lembramos a Ela que somos "filhos de Eva", isto é, que somos maus, mas que herdamos a culpa original, que nos impele ao mal. Lembramos a Ela -- a Ela que foi o oposto de Eva -- que nos alcance o bem, quando nossa primitiva mãe terrena nos deu o pecado original. Lembramos a Ela que somos seres humanos como Ela, descendentes de Eva, e que, por isso, Ela é nossa Irmã. E Irmã privilegiada, que não herdou a culpa de Eva. Ela, Imaculada, concebida sem pecado, que tenha pena de seus irmãozinhos concebidos no pecado.

E prosseguimos, dizendo a Maria Santíssima:

"A ti suspiramos, gemendo e chorando, nesse vale de lágrimas".

Lembramos a Maria nossa penosa e miserável situação espiritual, dizendo-lhe que suspiramos pelo bem perdido, gememos pelos justos castigos que merecemos, choramos pela culpa nossa, -- culpa toda nossa, nossa máxima culpa -- "nesse vale de lágrimas".

Vale de lágrimas, porque todos os prazeres deste mundo são ilusórios, e todos os seus bens são passageiros, e toda a sua glória como a flor do campo. "Secou-se o feno, e caiu a flor" (Is. XL, 7). E nossa vida passa como uma sombra, como o pássaro, que, na noite, atravessa, um momento, a claridade da fogueira. Vale de ilusões, que queremos contemplar irisado por nossas lágrimas doloridas.

Vale de lágrimas, que a mentira da Modernidade quer transformar em Reino de Deus na terra, cultuando o Príncipe deste Mundo, isto é, o antigo e mentiroso Júpiter, deus do universo, e não a "Deus Pai Onipotente, Criador de todas as coisas visíveis e invisíveis".

Visto, então, que Maria é tão poderosa e tão bondosa. Visto também que somos tão miseráveis e tão necessitados filhos dEla, nada mais lógico do que recorrer a Ela, dizendo-lhe a conclusão do raciocínio posto na oração.


3ª Parte
 Apresentação de nosso pedidos.

Essa apresentação é dividida em duas partes.

Primeiramente, rogamos que Nossa Senhora olhe para nós.


"Eia, pois, advogada nossa, esses vossos olhos misericordiosos a nós volvei".


Nós a chamamos de advogada nossa. E Ela de fato o é. Advogada significa chamada a ser aquela que fala por nós, que nos defende. Ela, por ser nossa Mãe misericordiosa, está sempre pronta a interceder a Deus por nós, para que nos perdoe. Foi o próprio Deus que a constituiu como nossa advogada, porque o Deus infinitamente misericordioso se compraz em nos fazer misericórdia, atendendo aos pedidos dEla.

Que Ela mesma veja, por si mesma, com seus próprios olhos bondosos, a nossa grande miséria e nossa situação moral terrível.

E, em seguida, lhe pedimos o fundamental, o essencial:

 

"E depois deste desterro, mostrai-nos Jesus, bendito fruto de vosso ventre".


Depois de nossa morte, depois da terrível hora de nossa morte, que Ela nos mostre Jesus.

"Mostrai-nos Jesus", isto é, que vejamos a Deus Nosso Senhor em sua glória, Ele que é o fruto bendito do seio virginal de Maria. Que contemplemos, enfim a Jesus, o mesmo Jesus manso e misericordioso para com os pecadores arrependidos, o mesmo Jesus que perdoou a Maria Madalena e ao bom ladrão, e não o Juiz inexoravelmente justo dos pecadores empedernidos.



4ª Parte
Conclusão

 

"O clemente , ó piedosa, ó doce sempre Virgem Maria".


Essas três exclamações de amor foram acrescentadas, ao final da Salve Rainha, por São Bernardo, quando entrou na Catedral de Spira, ao pregar a Segunda Cruzada. Porque essa é a verdade histórica: os Santos pregavam Cruzadas e aprovavam as fogueiras inquisitoriais, porque faziam justiça e paz.

Ao pregar a segunda Cruzada em Spira, São Bernardo fez dezenas de milagres, numa só manhã, e, com eles e com sua palavra ardente arrastou a nobreza e o Imperador a se decidirem a partir para a Palestina, a combater os turcos maometanos.

Porque não há amor ao bem sem ódio ao mal. E quem ama, combate.

Como uma tocha ardente de fogo do amor à verdade e ao bem, São Bernardo havia pregado a Cruzada contra o Islam, clamando em Vézelay, citando o Profeta Jeremias:

"Maldito aquele que não ensangüentar a sua espada" (Jer. XLVIII, 10).

Depois, em Spira, tendo conseguido arrastar a nobreza e o Imperador à Cruzada, -- o que era mais do que mover montanhas -- São Bernardo, entrando na Catedral de Spira ao cântico da Salve Regina, com o coração ardendo em fogo de amor pela Rainha do Céu e da Terra, Ele exclamou, compondo os versos finais, que, desde então, foram acrescentados à essa oração sublime, ajoelhando-se São Bernardo a cada adjetivo que ele cantava à medida que percorria o corredor central da catedral, em direção ao altar-mor:
"Ó Clemens,

Ó pia,

ó dulcis

Maria".

Na catedral de Spira, três placas de bronze marcam os três lugares em que o Doutor Melífluo se ajoelhou, cantando essas três exclamações da glória de Maria.

Que Ela nos guarde a nós todos, a seu serviço, é o que rogo,
in Corde Jesu, semper,
Orlando Fedeli.
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MAIS NOVIDADES 
NESTE MÊS DE MAIO !!!

Amigos(as), já vimos a explicação das duas orações do Anjo de Portugal ou Anjo da Paz.
 Agora veremos com alguns detalhes a História das Aparições de Nossa Senhora de Fátima.

1.Orações do Anjo (Esta parte foi publicada na semana passada)
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2ª PARTE:
 
2. Aparições de N. Sra. de Fátima

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

 
Lúcia (no meio, aos dez anos de idade) e seus dois primos: Francisco (nove anos) e Jacinta Marto (sete anos) segurando seus rosários (fotografia tirada na altura das aparições).
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No dia 13 de Maio de 1917, três crianças, Lúcia de Jesus dos Santos (10 anos), Francisco Marto (9 anos) e Jacinta Marto (7 anos), afirmaram ter visto "...uma senhora mais branca que o Sol" sobre uma azinheira de um metro ou pouco mais de altura, quando apascentavam um pequeno rebanho na Cova da Iria, lugar de Aljustrel, pertencente ao concelho de Ourém, Portugal.

Lúcia via, ouvia e falava com a aparição, Jacinta via e ouvia e Francisco apenas via, mas não a ouvia.
As aparições repetiram-se nos cinco meses seguintes e seriam portadoras de uma mensagem ao mundo. A 13 de Outubro de 1917 a aparição disse-lhes ser a Nossa Senhora do Rosário.[1]

Os relatos destes acontecimentos foram redigidos pela Irmã Lúcia a partir de 1935, em quatro manuscritos, habitualmente designados por Memórias I, II, III e IV[2] e transcritos com outras fontes para este artigo.

Índice

Aparições do Anjo

 

Antes das aparições de Nossa Senhora na Cova da Iria em 1917, Lúcia, Francisco e Jacinta tiveram no ano anterior três visões do Anjo, Anjo da Paz ou Anjo de Portugal. Estas visões permaneceram inéditas até 1937, até Lúcia as divulgar, pela primeira vez, no designado texto Memória II. A narração é mais completa e o texto definitivo das orações do anjo é publicado na Memória IV, escrito em 1941. As aparições do Anjo em 1916, foram precedidas por três outras visões, de Abril a Outubro de 1915, nas quais Lúcia e outras três pastorinhas, Maria Rosa Matias, Teresa Matias e Maria Justino viram, também no outeiro do Cabeço, e noutros locais, suspensa no ar sobre o arvoredo do vale "uma como que nuvem mais branca que a neve, algo transparente, com forma humana. Era uma figura, como se fosse uma estátua de neve, que os raios do sol tornavam algo transparente". A descrição é da própria irmã Lúcia.[3]

Primeira aparição

 

O relato da mais velha dos videntes, Lúcia, descreve assim os acontecimentos: "Andava eu com os meus primos Francisco e Jacinta a cuidar do rebanho e subimos a encosta em procura dum abrigo a que chamávamos a "Loca do Cabeço". Depois de aí merendar e rezar, alguns momentos havia que jogávamos e eis que um vento sacode as árvores e faz-nos levantar a vista para ver o que se passava, pois o dia estava sereno. Então começámos a ver, a alguma distância, sobre as árvores que se estendiam em direcção ao nascente, uma luz mais branca que a neve, com a forma dum jovem, transparente, mais brilhante que um cristal atravessado pelos raios do Sol. À medida que se aproximava, íamos-lhe distinguindo as feições. Estávamos surpreendidos e meios absortos. Não dizíamos palavra. Ao chegar junto de nós, disse: – Não temais. Sou o Anjo da Paz. Orai comigo. E ajoelhando em terra, curvou a fronte até ao chão. Levados por um movimento sobrenatural, imitámo-lo e repetimos as palavras que lhe ouvimos pronunciar: – Meu Deus, eu creio, adoro, espero e amo-Vos. Peço-Vos perdão para os que não crêem, não adoram, não esperam e não Vos amam. Depois de repetir isto três vezes, ergueu-se e disse: – Orai assim. Os Corações de Jesus e Maria estão atentos à voz das vossas súplicas. E desapareceu. A atmosfera do sobrenatural que nos envolveu era tão intensa, que quase não nos dávamos conta da própria existência, por um grande espaço de tempo, permanecendo na posição em que nos tinha deixado, repetindo sempre a mesma oração. A presença de Deus sentia-se tão intensa e íntima que nem mesmo entre nós nos atrevíamos a falar. No dia seguinte, sentíamos o espírito ainda envolvido por essa atmosfera que só muito lentamente foi desaparecendo. Nesta aparição, nenhum pensou em falar nem em recomendar o segredo. Ela de si o impôs. Era tão íntima que não era fácil pronunciar sobre ela a menor palavra. Fez-nos, talvez, também maior impressão, por ser a primeira assim manifesta."[4]

Segunda aparição

 

A segunda aparição deu-se no Verão de 1916, sobre o poço da casa dos pais de Lúcia, junto ao qual as crianças costumavam brincar. Assim narra a Irmã Lúcia: "Fomos, pois passar as horas da sesta à sombra das árvores que cercavam o poço já várias vezes mencionado. De repente, vimos o mesmo Anjo junto de nós. - Que fazeis? Orai! Orai muito! Os Corações de Jesus e Maria têm sobre vós desígnios de misericórdia. Oferecei constantemente ao Altíssimo orações e sacrifícios. – Como nos havemos de sacrificar? – perguntei. – De tudo que puderdes, oferecei um sacrifício em acto de reparação pelos pecados com que Ele é ofendido e de súplica pela conversão dos pecadores. Atraí, assim, sobre a vossa Pátria, a paz. Eu sou o Anjo da sua guarda, o Anjo de Portugal. Sobretudo, aceitai e suportai com submissão o sofrimento que o Senhor vos enviar. E desapareceu. Estas palavras do Anjo gravaram-se em nosso espírito, como uma luz que nos fazia compreender quem era Deus, como nos amava e queria ser amado, o valor do sacrifício e como ele Lhe era agradável, como, por atenção a ele, convertia os pecadores. Por isso, desde esse momento, começamos a oferecer ao Senhor tudo que nos mortificava, mas sem discorrermos a procurar outras mortificações ou penitências, excepto a de passarmos horas seguidas prostrados por terra, repetindo a oração que o Anjo nos tinha ensinado."

Terceira aparição

 

A terceira aparição ocorreu no fim do Verão ou princípio de Outono de 1916, novamente na "Loca do Cabeço", como descreve Lúcia: "Rezámos aí o terço e (a) oração que na primeira aparição nos tinha ensinado. Estando, pois, aí, apareceu-nos pela terceira vez, trazendo na mão um cálice e sobre ele uma Hóstia, da qual caíam, dentro do cálix, algumas gotas de sangue. Deixando o cálice e a Hóstia suspensos no ar, prostrou-se em terra e repetiu três vezes a oração: Santíssima Trindade, Padre, Filho, Espírito Santo, adoro-Vos profundamente e ofereço-Vos o preciosíssimo Corpo, Sangue, Alma e Divindade de Jesus Cristo, presente em todos os sacrários da terra, em reparação dos ultrajes, sacrilégios e indiferenças com que Ele mesmo é ofendido. E pelos méritos infinitos do Seu Santíssimo Coração e do Coração Imaculado de Maria, peço-Vos a conversão dos pobres pecadores. Depois, levantando-se, tomou de novo na mão o cálice e a Hóstia e deu-me a Hóstia a mim e o que continha o cálice deu-o a beber à Jacinta e ao Francisco, dizendo, ao mesmo tempo: – Tomai e bebei o Corpo e o Sangue de Jesus Cristo horrivelmente ultrajado pelos homens ingratos. Reparai os seus crimes e consolei o vosso Deus. De novo se prostrou em terra e repetiu connosco mais três vezes a mesma oração: – Santíssima Trindade… etc. E desapareceu. Levados pela força do sobrenatural que nos envolvia, imitávamos o Anjo em tudo, isto é, prostrando-nos como Ele e repetindo as orações que Ele dizia. A força da presença de Deus era tão intensa que nos absorvia e aniquilava quase por completo. Parecia privar-nos até do uso dos sentidos corporais por um grande espaço de tempo. Nesses dias, fazíamos as ações materiais como que levados por esse mesmo ser sobrenatural que a isso nos impelia. A paz e felicidade que sentíamos era grande, mas só íntima, completamente concentrada a alma em Deus. O abatimento físico, que nos prostrava, também era grande."[5]

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Aparições de Nossa Senhora

13 de Maio de 1917

 

A imagem de Nossa Senhora na Capelinha das Aparições em Fátima.
Brincavam os três pastorinhos na Cova da Iria, uma pequena propriedade pertencente aos pais de Lúcia, localizada a 2,5 km de Fátima, quando por volta do meio-dia e depois de rezarem o terço, observaram dois clarões como se fossem relâmpagos. Com receio de começar a chover, reuniram o rebanho e decidiram ir-se embora, mas no caminho e logo abaixo, outro clarão teria iluminado o espaço. Nesse instante, teriam visto em cima de uma pequena azinheira (onde agora se encontra a Capelinha das Aparições), "era uma Senhora vestida de branco e mais brilhante que o Sol, espargindo luz mais clara e intensa que um copo de cristal cheio de água cristalina, atravessado pelos raios do sol mais ardente", descreve Lúcia. "A sua face, indescritivelmente bela não era nem triste, nem alegre, mas séria, com ar de suave censura. As mãos juntas, como a rezar, apoiadas no peito e voltadas para cima. Da mão direita pendia um rosário. As vestes pareciam feitas só de luz. A túnica era branca e branco o manto, orlado de ouro que cobria a cabeça da Virgem e lhe descia até aos pés. Não se Lhe viam os cabelos nem as orelhas." Os traços da fisionomia Lúcia nunca pôde descrevê-los, pois a sua formusura não cabe em palavras humanas. Os videntes estavam tão pertos de Nossa Senhora - a um metro de distância, mais ou menos - que ficavam dentro da luz que A cercava, ou que Ela espargia. O colóquio inicia-se da seguinte maneira:


Nossa Senhora: - Não tenhais medo. Eu não vos faço mal. Lúcia: - Donde é Vossemecê? - Sou do Céu (e Nossa Senhora ergueu as mãos apontando o Céu). - E que é que Vossemecê me quer? - Vim para vos pedir que venhais aqui seis meses seguidos, no dia 13, a esta mesma hora. Depois vos direi quem sou e o que quero. Depois voltarei ainda aqui uma sétima vez. - E eu também vou para o Céu? - Sim, vais. - E a Jacinta? - Também. - E o Francisco? - Também, mas tem que rezar muitos terços. - A Maria das Neves já está no Céu? (Lúcia referia-se a uma mulher que tinha morrido recentemente) - Sim, está. - E a Amélia? - Estará no Purgatório até ao fim do mundo. Quereis oferecer-vos a Deus para suportar todos os sofrimentos que Ele quiser enviar-vos, em acto de reparação pelos pecados com que Ele é ofendido e de súplica pela conversão dos pecadores? - Sim, queremos. - Ides pois ter muito que sofrer, mas a graça de Deus será o vosso conforto. "Foi ao pronunciar estas últimas palavras que abriu pela primeira vez as mãos comunicando-nos uma luz muito intensa, como que reflexo que delas expedia, que nos penetrava no peito e no mais intimo da alma, fazendo-nos ver a nós mesmos em Deus, que era essa luz, mais claramente do que nos vemos no melhor dos espelhos. Então, por um impulso intimo também comunicado, caímos de joelhos e repetimos intimamente ó Santíssima Trindade, eu Vos adoro, meu Deus meu Deus eu Vos amo no Santíssimo Sacramento. Passados estes momentos, Nossa Senhora acrescentou: - Rezem o terço todos os dias para alcançarem a paz para o mundo e o fim da guerra (na altura desenrolava-se a Primeira Guerra Mundial).


"Em seguida começou a elevar-se serenamente em direção ao nascente até desaparecer na imensidade da distância. A luz que A circundava ia como que abrindo um caminho no cerrado dos astros".[6]

13 de Junho de 1917

 

Neste dia compareceram no local cerca de 50 pessoas curiosas pelos factos entretanto revelados pelos pastorinhos. Por volta do meio-dia, os videntes notaram novamente um clarão, a que chamavam relâmpago, mas que não era propriamente tal, mas sim o reflexo de uma luz que se aproximava. Alguns dos espectadores notaram que a luz do sol se obscureceu durante os minutos que se seguiram ao início do colóquio, outros afirmaram que o topo da azinheira, coberto de rebentos, pareceu curvar-se como sob um peso, um momento antes da Lúcia falar. Durante a troca de palavras entre Lúcia e a aparição alguns ouviram um sussurro como se fosse o zumbido de uma abelha.

Lúcia: - Vossemecê que me quer? Nossa Senhora: - Quero que venhais aqui no dia 13 do mês que vem, que rezeis o terço todos os dias e que aprendam a ler. Depois, direi o que quero. Lúcia pediu a cura de um doente. - Se se converter, curar-se-á durante o ano. - Queria pedir-Lhe para nos levar para o Céu. - Sim, a Jacinta e o Francisco levo-os em breve. Mas tu ficas cá mais algum tempo. Jesus quer servir-se de ti para Me fazer conhecer e amar. Ele quer estabelecer no mundo a devoção ao meu Imaculado Coração. A quem a abraçar, prometo a salvação e serão queridas de Deus estas almas, como flores postas por Mim a adornar o seu trono. - Fico cá sozinha? - Não, filha. E tu sofres muito? Não desanimes. Eu nunca te deixarei. O meu Imaculado Coração será o teu refúgio e o caminho que te conduzirá até Deus. "Foi no momento que disse estas últimas palavras que abriu as mãos e nos comunicou, pela segunda vez, o reflexo dessa luz imensa. Nela nos víamos como que submergidos em Deus. A Jacinta e o Francisco pareciam estar na parte dessa luz que se elevava para o céu e eu na que se espargia sobre a terra. À frente da palma da mão direita de Nossa Senhora estava um coração cercado de espinhos que parecia estarem-lhe cravados. Compreendemos que era o Imaculado Coração de Maria ultrajado pelos pecados da humanidade que queria reparação. Quando se desvaneceu esta visão, a Senhora, envolta ainda na luz que d'Ela irradiava, elevou-se da arvorezinha sem esforço, suavemente na direção do leste até desaparecer de todo."
Algumas pessoas mais próximas notaram que os rebentos do topo da azinheira estavam tombados na mesma direção, como se as vestes da Senhora os tivessem arrastado. Só algumas horas mais tarde retomaram a posição natural.[7]

13 de Julho de 1917

 

Ao dar-se a terceira aparição, uma nuvenzinha acizentada pairou sobre a azinheira, o sol ofuscou-se, uma aragem fresca soprou sobre a serra, embora se estivesse em pleno Verão. O Sr. Manuel Marto, pai da Jacinta e do Francisco, diz que também ouviu um sussurro, como o de moscas num cântaro vazio. Os videntes viram o reflexo da costumada luz e, em seguida, Nossa Senhora sobre a carrasqueira.
Lúcia: - Vossemecê que me quer? Nossa Senhora: - Quero que venhais aqui no dia 13 do mês que vem, que continuem a rezar o terço todos os dias, em honra de Nossa Senhora do Rosário para obter a paz do mundo e o fim da guerra, porque só Ela lhes poderá valer. - Queria pedir-lhe para nos dizer quem é; para fazer um milagre com que todos acreditem que Vossemeçê nos aparece. - Continuem a vir aqui todos os meses. Em Outubro direi quem sou, o que quero e farei um milagre que todos hão-de ver para acreditarem. Lúcia apresenta então uma série de pedidos de conversões, curas e outras graças. Nossa Senhora responde recomendando sempre a prática do terço, que assim alcançariam as graças durante o ano. Um dos pedidos foi a cura do filho paralítico de Maria Carreira (que seria desde o início uma devota de Fátima). Nossa Senhora respondeu que não o curaria nem o tiraria da sua pobreza, mas que rezasse o terço todos os dias em família e dar-lhe-ia os meios de ganhar a vida. Outro enfermo pedia para ir em breve para o Céu. Nossa Senhora respondeu que não tivesse pressa, que bem sabia quando o havia de vir buscar. Depois prosseguiu: - Sacrificai-vos pelos pecadores e dizei muitas vezes e em especial quando fizerdes algum sacrifício: "ó Jesus, é por vosso amor, pela conversão dos pecadores e em reparação pelos pecados cometidos contra o Imaculado Coração de Maria." "Ao dizer estas últimas palavras, abriu de novo as mãos, como nos dois meses passados. O reflexo de luz que delas expediam pareceu penetrar a terra e (primeira parte do segredo - "A Visão do Inferno") mostrou-nos um grande mar de fogo que parecia estar debaixo da terra. Mergulhados nesse fogo os demônios e as almas, como se fossem brasas transparentes e negras, ou bronzeadas com forma humana, que flutuavam no incêndio levadas pelas chamas que d'elas mesmas saíam, juntamente com nuvens de fumo, caindo para todos os lados, semelhante ao cair das fagulhas em os grandes incêndios sem peso nem equilíbrio, entre gritos e gemidos de dôr e desespero que horrorizava e fazia estremecer de pavor. Os demónios distinguiam-se por formas horríveis e asquerosas de animais espantosos e desconhecidos, mas transparentes e negros. Esta vista foi um momento, e graças à nossa boa Mãe do Céu que antes nos tinha prevenido com a promessa de nos levar para o Céu (na primeira aparição), se assim não fosse, creio que teríamos morrido de susto e pavor. Em seguida, levantamos os olhos para Nossa Senhora que nos disse com bondade e tristeza: - Vistes o Inferno, para onde vão as almas dos pobres pecadores. 

Para as salvar, (segunda parte do segredo - "O Imaculado Coração de Maria") Deus quer estabelecer no mundo a devoção a meu Imaculado Coração. Se fizerem o que eu disser salvar-se-ão muitas almas e terão paz. A guerra vai acabar, mas se não deixarem de ofender a Deus, no reinado de Pio XI começará outra pior. Quando virdes uma noite, alumiada por uma luz desconhecida (os astrónomos registaram uma aurora boreal que iluminou os céus da Europa na noite de 25 para 26 de Janeiro de 1938), sabei que é o grande sinal que Deus vos dá de que vai a punir o mundo de seus crimes, por meio da guerra, da fome e de perseguições à Igreja e ao Santo Padre. Para a impedir virei pedir a consagração da Rússia a meu Imaculado Coração e a comunhão reparadora nos primeiros sábados. Se atenderem aos meus pedidos, a Rússia se converterá e terão paz, se não, espalhará seus erros pelo mundo, promovendo guerras e perseguições à Igreja, os bons serão martirizados, o Santo Padre terá muito que sofrer, várias nações serão aniquiladas. Por fim o meu Imaculado Coração triunfará. O Santo Padre consagrar-me-á a Rússia, que se converterá, e será concedido ao mundo algum tempo de paz. Em Portugal se conservará sempre o dogma da fé. "Então vimos (terceira parte do segredo - "O atentado ao Papa") ao lado esquerdo de Nossa Senhora um pouco mais alto um Anjo com uma espada de fogo na mão esquerda; ao cintilar, soltava chamas que pareciam incendiar o mundo; mas apagavam-se com o contacto do brilho que da mão direita expedia Nossa Senhora ao seu encontro. O Anjo apontando com a mão direita para a terra, com voz forte dizia: "Penitência, Penitência, Penitência!" E vimos n'uma luz imensa que é Deus: "algo semelhante a como se vêem as pessoas n'um espelho quando lhe passam por diante" um Bispo vestido de branco "tivemos o pressentimento de que era o Santo Padre".

 Vários outros Bispos, Sacerdotes, religiosos e religiosas subiam uma escabrosa montanha, no cimo da qual estava uma grande Cruz de troncos toscos como se fôra de sobreiro com a casca; o Santo Padre, antes de chegar aí, atravessou uma grande cidade meia em ruínas, e meio trémulo com andar vacilante, acabrunhado de dôr e pena, ia orando pelas almas dos cadáveres que encontrava pelo caminho; chegado ao cimo do monte, prostrado de joelhos aos pés da grande Cruz foi morto por um grupo de soldados que lhe dispararam vários tiros e setas, e assim mesmo foram morrendo uns trás dos outros os Bispos, Sacerdotes, religiosos e religiosas e várias pessoas seculares, cavalheiros e senhoras de várias classes e posições. Sob os dois braços da Cruz estavam dois Anjos cada um com um regador de cristal na mão, n'êles recolhiam o sangue dos Mártires e com ele regavam as almas que se aproximavam de Deus." Terminada esta visão, disse Nossa Senhora: - Isto não o digais a ninguém. Ao Francisco sim, podeis dizê-lo. Quando rezardes o terço, dizei depois de cada mistério: "Ó meu Jesus! Perdoai-nos e livrai-nos do fogo do Inferno, levai as almas todas para o Céu, principalmente aquelas que mais precisarem. - Vossemecê não me quer mais nada? - Não. Hoje não te quero mais nada. "E como de costume, começou a elevar-Se em direção ao nascente, até desaparecer na imensa distância do firmamento." Ouviu-se então um trovão, indicando que a aparição cessara.[8][9]

19 de Agosto de 1917

 

No dia 13 de Agosto, quando deveria dar-se a quarta aparição, os videntes não puderam ir à Cova da Iria, pois foram raptados pelo então administrador do concelho de Ourém Artur de Oliveira Santos, que à força quis arrancar-lhes o segredo. Nesse dia, juntou-se uma grande multidão que aguardava pela aparição. Por volta do meio-dia, ouviu-se um trovão, ao qual se seguiu o relâmpago, tendo os espectadores notado uma pequena nuvem branca que pairou alguns minutos sobre a azinheira. Observaram-se também fenómenos de coloração, de diversas cores, nos rostos das pessoas, das roupas, das árvores e do chão. As crianças continuaram em cativeiro e apesar das várias ameaças físicas de que foram alvo, permaneceram inabaláveis e nada revelaram. Na manhã do dia 15 de Agosto e a seguir a um interrogatório final, foram então libertadas e regressaram a Fátima.[10]


No dia 19 de Agosto de 1917[11], Lúcia estava com Francisco e seu irmão João no lugar dos Valinhos, uma propriedade de um dos seus tios e que dista uns 500 metros de Aljustrel. Pelas 4 horas da tarde, começaram a produzir-se as alterações atmosféricas que precederam as aparições anteriores, uma súbita diminuição da temperatura e um esmorecimento do Sol. Lúcia, sentindo que alguma coisa de sobrenatural se aproximava e os envolvia, pediu ao primo João para chamar rápidamente a Jacinta, a qual chegou a tempo de ver Nossa Senhora que - anunciada, como das outras vezes, por um reflexo de luz - apareceu sobre uma azinheira, um pouco maior que a da Cova da Iria.


Lúcia: - Que é que Vossemecê me quer? Nossa Senhora: -Quero que continueis a ir à Cova da Iria no dia 13, que continueis a rezar o terço todos os dias. No último mês farei o milagre para que todos acreditem. - Que é que Vossemecê quer que se faça ao dinheiro que o povo deixa na Cova da Iria? - Façam dois andores, um leva-o tu com a Jacinta e mais duas meninas; o outro que o leve o Francisco com mais três meninos. O dinheiro dos andores é para a festa de Nossa Senhora do Rosário e o que sobrar é para a ajuda de uma capela que hão-de mandar fazer. -Queria pedir-lhe a cura de alguns doentes. -Sim, alguns curarei durante o ano. E tomando um aspeto mais triste, recomendou-lhes novamente a prática da mortificação: - Rezai, rezai muito e fazei sacrifícios pelos pecadores, que vão muitas almas para o Inferno por não haver quem se sacrifique e peça por elas. "E, como de costume, começou a elevar-Se em direção ao nascente." Os videntes cortaram ramos da árvore sobre a qual Nossa Senhora lhes tinha aparecido e levaram-nos para casa. Os ramos exalavam um perfume singularmente suave.[12]

13 de Setembro de 1917

 

Como das outras vezes, uma série de fenómenos atmosféricos foram observados pelos circunstantes, cujo número foi calculado entre 15 e 20 000 pessoas: o súbito refrescar da atmosfera, o empalidecer do Sol até ao ponto de se verem as estrelas, uma espécie de chuva como que de pétalas irisadas ou flocos de neve que desapareciam antes de pousarem na terra. Em particular, foi notado desta vez um globo luminoso que se movia lenta e majestosamente pelo céu, do nascente para o poente e, no fim da aparição, em sentido contrário. Os videntes notaram, como de costume, o reflexo de uma luz e, a seguir, Nossa Senhora sobre a azinheira.
Nossa Senhora: - Continuem a rezar o terço para alcançarem o fim da guerra. Em Outubro, virá também Nosso Senhor, Nossa Senhora das Dores e do Carmo, São José com o Menino Jesus, para abençoarem o Mundo. Deus está contente com os vossos sacrifícios, mas não quer que durmais com a corda. Trazei-a só durante o dia (as crianças tinham passado a usar como cilício uma corda grossa que não tiravam sequer para dormir; isso impedia-lhes muitas vezes o sono e passavam noites inteiras em branco, daí o elogio e a recomendação de Nossa Senhora). Lúcia: - Têm-me pedido para Lhe pedir muitas coisas, a cura de alguns doentes, de um surdo-mudo. - Sim, alguns curarei. Outros não. Em Outubro farei o milagre para que todos acreditem. "E começando a elevar-Se, desapareceu como de costume."[13]

13 de Outubro de 1917

De acordo com os relatos da época, milhares de pessoas assistiram a um Milagre do Sol, em Fátima, no dia 13 de Outubro de 1917.
Devido ao facto de os pastorinhos terem revelado que a Virgem Maria iria fazer um milagre neste dia para que todos acreditassem, estavam presentes na Cova da Iria cerca de 50 mil pessoas, segundo os relatos da época. Chovia com abundância e a multidão aguardava as três crianças nos terrenos enlameados da serra. Lúcia assim descreve estes acontecimentos na Memória IV: "Saímos de casa bastante cedo, contando com as demoras do caminho. O povo era em massa. A chuva, torrencial. Minha mãe, temendo que fosse aquele o último dia da minha vida, com o coração retalhado pela incerteza do que iria acontecer, quis acompanhar-me. Pelo caminho, as cenas do mês passado, mais numerosas e comovedoras. Nem a lamaceira dos caminhos impedia essa gente de se ajoelhar na atitude mais humilde e suplicante. Chegados à Cova de Iria, junto da carrasqueira, levada por um movimento interior, pedi ao povo que fechasse os guarda-chuvas para rezarmos o terço. Pouco depois, vimos o reflexo da luz e, em seguida, Nossa Senhora sobre a carrasqueira.


Lúcia: - Que é que Vossemecê me quer? Nossa Senhora: – Quero dizer-te que façam aqui uma capela em Minha honra, que sou a Senhora do Rosário, que continuem sempre a rezar o terço todos os dias. A guerra vai acabar e os militares voltarão em breve para suas casas. - Eu tinha muitas coisas para Lhe pedir: se curava uns doentes e se convertia uns pecadores, etc. - Uns, sim; outros, não. É preciso que se emendem, que peçam perdão dos seus pecados. E tomando um aspecto mais triste: – Não ofendam mais a Deus Nosso Senhor que já está muito ofendido. E abrindo as mãos, fê-las reflectir no Sol. E enquanto que se elevava, continuava o reflexo da Sua própria luz a projectar-se no Sol."





Foto tirada na Cova da Iria e publicada num jornal português em 29 de Outubro de 1917.
Neste momento, Lúcia diz para a multidão olhar para o sol, levada por um movimento interior que a isso a impeliu. "Desaparecida Nossa Senhora, na imensa distância do firmamento, vimos, ao lado do sol, S. José com o Menino e Nossa Senhora vestida de branco, com um manto azul." Era a Sagrada Família.





Página da edição de 29 de Outubro de 1917 da Ilustração Portuguesa com uma reportagem sobre o milagre.
"S. José com o Menino pareciam abençoar o Mundo com uns gestos que faziam com a mão em forma de cruz. Pouco depois, desvanecida esta aparição, vi Nosso Senhor acabrunhado de dôr a caminho do Calvário e Nossa Senhora que me dava a ideia de ser Nossa Senhora das Dores." Lúcia via apenas a parte superior do corpo de Nosso Senhor e Nossa Senhora não tinha a espada no peito "Nosso Senhor parecia abençoar o Mundo da mesma forma que S. José. Desvaneceu-se esta aparição e pareceu-me ver ainda Nossa Senhora, em forma semelhante a Nossa Senhora do Carmo, com o Menino Jesus ao colo."
Enquanto os três pastorinhos eram agraciados com estas visões (apenas Lúcia viu os três quadros, Jacinta e Francisco viram somente o primeiro), a maior parte da multidão presente observou o chamado O Milagre do Sol. A chuva que caía cessou, as nuvens entreabriram-se deixando ver o Sol, assemelhando-se a um disco de prata fosca, podia fitar-se sem dificuldade sem cegar. A imensa bola começou a girar vertiginosamente sobre si mesma como uma roda de fogo.

Depois, os seus bordos tornaram-se escarlates e deslizou no céu, como um redemoinho, espargindo chamas vermelhas de fogo. Essa luz refletia-se no solo, nas árvores, nas próprias faces das pessoas e nas roupas, tomando tonalidades brilhantes e diferentes cores. Animado três vezes por um movimento louco, o globo de fogo pareceu tremer, sacudir-se e precipitar-se em ziguezague sobre a multidão aterrorizada. Tudo durou uns dez minutos. Finalmente, o Sol voltou em ziguezague para o seu lugar e ficou novamente tranquilo e brilhante. Muitas pessoas notaram que as suas roupas, ensopadas pela chuva, tinham secado súbitamente. Tal fenómeno foi testemunhado por milhares de pessoas, até mesmo por outras que estavam a quilómetros do lugar das aparições. O relato foi publicado na imprensa por diversos jornalistas que ali se deslocaram e que foram também eles, testemunhas do milagre.
O ciclo das aparições em Fátima tinha terminado.[14]

Aparições particulares a Jacinta

 

Jacinta Marto, em 1917.
  • Jacinta vê o Santo Padre - Lúcia assim relata na sua Terceira Memória: "Um dia, fomos passar as horas da sesta para junto do poço de meus pais. A Jacinta sentou-se nas lajes do poço; o Francisco, comigo, foi procurar o mel silvestre nas silvas dum silvado duma ribanceira que aí havia. Passado um pouco de tempo, a Jacinta chama por mim: – Não viste o Santo Padre? – Não! – Não sei como foi! Eu vi o Santo Padre em uma casa muito grande, de joelhos, diante de uma mesa, com as mãos na cara, a chorar. Fora da casa estava muita gente e uns atiravam-Ihe pedras, outros rogavam-lhe pragas e diziam-lhe muitas palavras feias. Coitadinho do Santo Padre! Temos que pedir muito por Ele. Em outra ocasião, fomos para a Lapa do Cabeço. Chegados aí, prostrámo-nos por terra, a rezar as orações do Anjo. Passado algum tempo, a Jacinta ergue-se e chama por mim: – Não vês tanta estrada, tantos caminhos e campos cheios de gente, a chorar com fome, e não tem nada para comer? E o Santo Padre em uma Igreja, diante do Imaculado Coração de Maria, a rezar? E tanta gente a rezar com Ele?
  •  
  • Visões da guerra - "Um dia fui a sua casa, para estar um pouco com ela. Encontrei-a sentada na cama, muito pensativa. – Jacinta, que estás a pensar? – Na guerra que há-de vir. Há-de morrer tanta gente! E vai quase toda para o inferno! Hão-de ser arrasadas muitas casas e mortos muitos Padres (tratava-se da Segunda Guerra Mundial). Olha: eu vou para o Céu. E tu, quando vires, de noite, essa luz que aquela Senhora disse que vem antes, foge para lá também! – Não vês que para o Céu não se pode fugir? – É verdade! Não podes. Mas não tenhas medo! Eu, no Céu, hei-de pedir muito por ti, por o Santo Padre, por Portugal, para que a guerra não venha para cá, e por todos os Sacerdotes.
  •  
  • Visitas de Nossa Senhora - A 23 de Dezembro de 1918, Francisco e Jacinta adoeceram ao mesmo tempo. Indo visitá-los, Lúcia encontrou Jacinta no auge da alegria. Na sua Primeira Memória, Lúcia conta: "Um dia mandou-me chamar: que fosse junto dela depressa. Lá fui, correndo. – Nossa Senhora veio-nos ver e diz que vem buscar o Francisco muito breve para o Céu. E a mim perguntou-me se queria ainda converter mais pecadores. Disse-Lhe que sim. Disse-me que ia para um hospital, que lá sofreria muito; que sofresse pela conversão dos pecadores, em reparação dos pecados contra o Imaculado Coração de Maria e por amor de Jesus. Perguntei se tu ias comigo. Disse que não. Isto é o que me custa mais. Disse que ia minha mãe levar-me e, depois, fico lá sozinha! Em fins de Dezembro de 1919, de novo a Santíssima Virgem se dignou visitar a Jacinta, para Ihe anunciar novas cruzes e sacrifícios. Deu-me a notícia e dizia-me: – Disse-me que vou para Lisboa, para outro hospital; que não te torno a ver, nem os meus pais; que, depois de sofrer muito, morro sozinha, mas que não tenha medo; que me vai lá Ela buscar para o Céu. Durante a sua permanência de 18 dias no hospital em Lisboa, Jacinta foi favorecida com novas visitas de Nossa Senhora, que lhe anunciou o dia e a hora em que haveria de morrer. Quatro dias antes de a levar para o Céu, a Santíssima Virgem tirou-lhe todas as dôres. Nas vésperas da sua morte, alguém lhe perguntou se queria ver a mãe, ao que ela respondeu: - A minha família durará pouco tempo e em breve se encontrarão no Céu… Nossa Senhora aparecerá outra vez, mas não a mim, porque com certeza morro, como Ela me disse".[15]

Aparições particulares a Lúcia

 

  • 10 de Dezembro de 1925 - Encontrando-se Lúcia na sua cela, na Casa das Religiosas Doroteias em Pontevedra, apareceu-lhe a SS. Virgem e, ao lado, suspenso em uma nuvem luminosa, um Menino. A SS. Virgem, pondo-lhe no ombro a mão e mostrando, ao mesmo tempo, um coração que tinha na outra mão, cercado de espinhos. Ao mesmo tempo, disse o Menino: – Tem pena do Coração de tua SS. Mãe que está coberto de espinhos que os homens ingratos a todos os momentos Lhe cravam sem haver quem faça um acto de reparação para os tirar. Em seguida, disse a SS. Virgem: – Olha, minha filha, o Meu Coração cercado de espinhos que os homens ingratos a todos os momentos Me cravam, com blasfémias e ingratidões. Tu, ao menos, vê de Me consolar e diz que todos aqueles que durante 5 meses, ao 1.° sábado, se confessarem, recebendo a Sagrada Comunhão, rezarem um Terço e Me fizerem 15 minutos de companhia, meditando nos 15 mistérios do Rosário, com o fim de Me desagravar, Eu prometo assistir-lhes, na hora da morte, com todas as graças necessárias para a salvação dessas almas.
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  • 15 de Fevereiro de 1926 - Neste dia encontrava-se Lúcia no pátio que dá para a rua da mesma Casa das Religiosas Doroteias. Apareceu-lhe, de novo, o Menino Jesus. Perguntou se já tinha espalhado a devoção a Sua SS. Mãe. A vidente expôs-Lhe as dificuldades apresentadas pelo seu confessor e que a Madre Superiora estava pronta a propagá-la, mas que o confessor tinha dito que ela, só, nada podia. Jesus respondeu: – É verdade que a tua Superiora, só nada pode; mas, com a Minha graça, pode tudo. Lúcia apresentou a Jesus a dificuldade que tinham algumas pessoas em se confessar ao sábado e pediu para ser válida a confissão de oito dias. Jesus respondeu: – Sim, pode ser de muitos mais ainda, contanto que, quando Me receberem, estejam em graça e que tenham a intenção de desagravar o Imaculado Coração de Maria. Ela perguntou: – Meu Jesus, as que se esquecerem de formar essa intenção?. Jesus respondeu: – Podem formá-la na outra confissão seguinte, aproveitando a primeira ocasião que tiverem de se confessar.
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  • 13 de Junho de 1929 - Lúcia assim relata esta aparição: "Eu tinha pedido e obtido licença das minhas superioras e confessor para fazer a Hora-Santa das 11 à meia-noite, de quintas para sextas-feiras. Estando uma noite só, ajoelhei-me entre a balaustrada, no meio da capela, a rezar, prostrada, as Orações do Anjo. Sentindo-me cansada, ergui-me e continuei a rezá-las com os braços em cruz. A única luz era a da lâmpada. De repente iluminou-se toda a Capela com uma luz sobrenatural e sobre o Altar apareceu uma Cruz de luz que chegava até ao tecto. Em uma luz mais clara via-se, na parte superior da cruz, uma face de homem com corpo até à cinta, sobre o peito uma pomba também de luz e, pregado na cruz, o corpo de outro homem. Um pouco abaixo da cinta, suspenso no ar, via-se um cálix e uma hóstia grande, sobre a qual caíam algumas gotas de sangue que corriam pelas faces do Crucificado e duma ferida do peito. Escorregando pela Hóstia, essas gotas caíam dentro do Cálix. Sob o braço direito da cruz estava Nossa Senhora (era Nossa Senhora de Fátima com o Seu Imaculado Coração na mão esquerda, sem espada nem rosas, mas com uma Coroa de espinhos e chamas). Sob o braço esquerdo, umas letras grandes, como se fossem de água cristalina que corresse para cima do Altar, formavam estas palavras: «Graça e Misericórdia». Compreendi que me era mostrado o mistério da Santíssima Trindade e recebi luzes sobre este mistério que não me é permitido revelar. Depois Nossa Senhora disse-me: – É chegado o momento em que Deus pede para o Santo Padre fazer, em união com todos os Bispos do Mundo, a Consagração da Rússia ao Meu Imaculado Coração, prometendo salvá-la por este meio. São tantas as almas que a justiça de Deus condena por pecados contra Mim cometidos que venho pedir reparação: sacrifica-te por esta intenção e ora. Dei conta disto ao confessor que me mandou escrever o que Nossa Senhora queria se fizesse. Mais tarde, por meio duma comunicação íntima, Nossa Senhora disse-me, queixando-se: – Não quiseram atender ao Meu pedido!… Como o rei de França, arrepender-se-ão e fá-la-ão, mas será tarde. A Rússia terá já espalhado os seus erros pelo mundo, provocando guerras, perseguições à igreja: O Santo Padre terá muito que sofrer.

Eventos históricos

Apresenta-se a seguir uma cronologia de alguns eventos históricos relacionados com a mensagem e as aparições de Fátima:

Notas e referências

  1. António Augusto Borelli Machado, As aparições e a mensagem de Fátima nos manuscritos da Irmã Lúcia, 23ª edição, Maio de 1998, Depósito Legal nº123 914, ISBN 972-95919-0-3 (página 35)
  2. Idem (página 25)
  3. Idem (páginas 29 e 33)
  4. Idem (páginas 29 a 30)
  5. Idem (página 31 a 33)
  6. Idem (páginas 35 a 38)
  7. Idem (páginas 38 a 40)
  8. Idem (páginas 42 a 46)
  9. O Terceiro Segredo e sua interpretação firmada pelo Vaticano. Paginaoriente.com.
  10. Rapto dos Videntes (13-15 de Agosto de 1917). A Associação de Fátima. Página visitada em 13/05/2012. "Frère Michel de la Sainte Trinité, The Whole Truth About Fatima, Volume I: Science and the Facts, (Immaculate Heart Publications, Buffalo, New York, 1989) p. 218."
  11. História - As aparições. Página oficial do Santuário de Fátima. Página visitada em 13/05/2012.
  12. António Augusto Borelli Machado, As aparições e a mensagem de Fátima nos manuscritos da Irmã Lúcia, 23ª edição, Maio de 1998, Depósito Legal nº123 914, ISBN 972-95919-0-3 (páginas 49-50)
  13. Idem (páginas 52 a 53)
  14. Idem (páginas 53 a 55)
  15. Idem (páginas 59 a 66)
  16. a b c d e f Capelinha das Aparições, Muro de Berlim, Presépio e Capela do Lausperene. Site oficial do Santuário de Fátima. Página visitada em 9 de Setembro de 2011.
  17. a b c d e Imagem da Capelinha das Aparições. Site oficial do Santuário de Fátima. Página visitada em 20 de outubro de 2011.
  18. a b c d Fernando Guedes. Fátima - mundo de esperança. GRIS Impressores: VERBO, março de 1967.
  19. Renacimiento de Portugal después de Fátima (I) (em espanhol). Panorama Católico Internacional (20 de abril de 2006). Página visitada em 22 de outubro de 2011.
  20. a b P. António Maria Martins, S. J.. Novos Documentos de Fátima. Oficinas gráficas da Editorial Franciscana: Livraria A. I. - Porto, novembro de 1984. ISBN 9780000008091
  21. Lúcia considerou que a aurora boreal vista na Europa na noite de 25 para 26 de janeiro de 1938 era o sinal de Deus para o começo da guerra. Memórias da Irmã Lúcia, p. 122, nota 1.
  22. a b c d e f g h A Mensagem de Fátima. Vaticano Congregação para a Doutrina da Fé.
  23. a b c The Third Secret (em inglês). World Apostolate of Fatima Rhode Island Division (2009). Página visitada em 22 de outubro de 2011.
  24. Basílica de Nossa Senhora do Rosário de Fátima. Site oficial do Santuário de Fátima. Página visitada em 9 de Setembro de 2011.
  25. Custodia Carl Malburg. Russian Archbishop Tadeusz Kondruchewicz crowns the IPVS in Fatima, PORTUGAL (pdf) (em inglês). International Pilgrim Virgin Statue Foundation Inc.. Página visitada em 22 de outubro de 2011.
  26. BENTO XVI E FÁTIMA - VÁRIOS MOMENTOS. Site oficial do Santuário de Fátima.
  27. Bento XVI pede para Patriarca de Lisboa colocar o seu pontificado aos pés de Nossa Senhora de Fátima. Site oficial do Santuário de Fátima.
  28. Inauguração de nova Igreja marca comemorações das aparições. TSF.pt (12 de Outubro de 2007 - TSF Rádio Notícias). Página visitada em 23 de Abril de 2011.
  29. Viagem Apostólica a Portugal no 10º aniversário da beatificação de Jacinta e Francisco, pastorinhos de Fátima (11. Site oficial do Vaticano. (14 de Maio de 2010).
  30. Papa lembrou João Paulo II na Capelinha das Aparições. RTP.pt (12 de Maio de 2010).
  31. João Paulo II é beatificado diante de milhares de fiéis em cerimónia no Vaticano. O Globo (1 de Maio de 2011). Página visitada em 1 de Maio de 2011.
  32. Peregrinos assistem a ‘milagre do Sol’ em Fátima. Correio da Manhã (13 de Maio de 2011). Página visitada em 14 de Maio de 2011.

Bibliografia

  • Memórias e cartas da Irmã Lúcia - Introdução e notas pelo Padre Dr. António Maria Martins, S.J. Composição e impressão de Simão Guimarães, Filhos, Lda. Depositários L. E.- Porto, Portugal, 1973.
  • Era uma Senhora mais brilhante que o Sol - Padre João M. de Marchi, I.M.C.. Seminário das missões de Nª Srª de Fátima, Cova da Iria, Portugal, 3ª edição, 1948.
  • Nossa Senhora de Fátima - William Thomas Walsh. Edições Melhoramentos, São Paulo, 2ª edição, 1949.
  • Nossa Senhora de Fátima - Padre Luis Gonzaga Ayres da Fonseca, S.J.. Editora Vozes, Petrópolis, Brasil, 5ª edição, 1954.
  • História das Aparições - Cónego José Galamba de Oliveira. Ocidental Editora, Porto, Portugal, 1954, in Fátima, altar do mundo Vol. II, pp. 21–160
  • A consagração pela Igreja do culto de Nossa Senhora de Fátima - D. Frei Francisco Rendeiro, O. P.. Ocidental Editora, Porto, Portugal, 1954, in Fátima, altar do mundo Vol. II, pp. 163–198.
  • As grandes jornadas de Fátima - Padre Moreira das Neves. Ocidental Editora, Porto, Portugal, 1954, in Fátima, altar do mundo Vol. II, pp. 205–303.
  • Meditações dos primeiros Sábados - Padre António de Almeida Fazenda, S.J.. Mensageiro do Coração de Jesus, Braga, Portugal, 2ª edição, 1953.
  • Fátima, onde o céu tocou a terra - Padre Luiz Gonzaga Mariz, S.J.. Editora Mensageiro da Fé, Lda., Salvador, Brasil, 2ª edição, 1954.
  • Síntese crítica de Fátima-Incidências e repercussões - Cónego Sebastião Martins dos Reis. Edição do Autor, Évora, Portugal, 1967.
  • A vidente de Fátima dialoga e responde pelas Aparições - Cónego Sebastião Martins dos Reis. Tipografia Editorial Franciscana, Braga, Portugal, 1970.
  • Memórias - Irmã Maria Lúcia de Jesus e do Coração Imaculado, 13ª edição, Secretariado dos Pastorinhos, Outubro de 2007 - ISBN 978 972 8524 18 0.

Ver também

Ligações externas

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Bispo Auxiliar do Rio de Janeiro


A devoção à Maria começou com o próprio cristianismo, explica Dom Nelson Francelino
Quando começou a devoção mariana? A pergunta é legítima. E a resposta é imediata e segura: a devoção à Maria começou com o próprio cristianismo. Observemos os fatos. Entremos na pequena Casa de Nazaré, a casa das nossas origens e das nossas primeiras memórias. Eis o que encontramos: o Anjo Gabriel, mandado por Deus, aparece à Maria e lhe diz: “Salve, ó cheia de graça, o Senhor está contigo!” (Lc 1, 28).

Com estas palavras que vêm do Céu começa a devoção mariana. Quem pode negar a evidência deste fato? E quando Maria, única guardiã do anúncio do Anjo, se apresenta à Isabel, depois da longa viagem da Galileia até a Judeia, acontece outro fato singular. Isabel ouve a saudação de Maria e percebe que o menino ‘salta’ de alegria no seio, enquanto o Espírito Santo a atravessa e lhe sugere palavras de rara beleza e de surpreendente compromisso: “Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre. E que venha a mim a mãe do meu Senhor? Pois logo que chegou aos meus ouvidos a tua saudação, o menino saltou de alegria no meu seio. Feliz de ti que acreditaste, porque se vai cumprir tudo o que foi dito da parte do Senhor” (Lc 1, 42-45). É a segunda expressão de devoção mariana registrada no Evangelho.

Vamos até a narração do Natal. O Evangelho de Lucas refere: “Quando os anjos se afastaram deles em direção ao Céu, os pastores disseram uns aos outros: “Vamos a Belém ver o que aconteceu e o que o Senhor nos deu a conhecer”. Foram apressadamente e encontraram Maria, José e o menino deitado na manjedoura” (Lc 2, 15-16). Imaginemos que os pastores, após terem ajoelhado diante do Menino, tenham lançado a seguir um olhar à Mãe e tenham sussurrado alguma palavra. Não é legítimo pensar que os pastores tenham exclamado: “Feliz és tu, Mãe deste Menino?!” Era uma expressão de devoção mariana.

Passemos ao evangelista Mateus, que narra a chegada dos Magos em Belém e usa estas palavras textuais: “E a estrela que tinham visto no Oriente ia diante deles, até que, chegando ao lugar onde estava o menino, parou. Ao ver a estrela, sentiram imensa alegria; e, entrando na casa, viram o menino com Maria, sua mãe. Prostrando-se, adoraram-No” (Mt 2, 9-11).

Podemos, sem muito esforço, imaginar a grande emoção dos Magos, os quais, após uma longa e aventurosa viagem, tiveram a alegria de ver o Menino tão esperado e desejado! Porém, não nos afastamos da verdade dos fatos, se imaginarmos também que os Magos, depois da adoração do Menino, tenham olhado para Maria e lhe dirigido palavras de admiração: também esta é devoção mariana, percebida nas entrelinhas do Evangelho!

Nas bodas de Caná. Conhecemos toda a encantadora história da festa das bodas, na qual Maria intervém, ao mesmo tempo com delicadeza e decisão, para salvar a alegria dos noivos. Os servos, que conheciam o exato suceder-se dos fatos certamente aproximaram-se de Maria e disseram: “Jesus escutou-te! Fala-lhe de nós e pede uma bênção para as nossas famílias!”. Também estas eram autênticas flores de devoção mariana. E os noivos não retomariam com Maria o discurso das bodas e da água transformada em vinho? Certamente teriam dito a Maria: “Obrigado! A tua intervenção salvou a nossa festa. Continua a orar por nós!”

Assim começa a devoção mariana. E continua nos séculos sem interrupção. A verdade histórica é: Maria, a partir das palavras empenhadas pronunciadas pelo Anjo Gabriel, foi imediatamente olhada com admiração. E logo a sua intercessão foi invocada por motivo do seu particular vínculo com Cristo: o vínculo da maternidade! Portanto, quando recorrermos à Maria para a invocar com filial confiança, não nos encontraremos fora do Evangelho, mas totalmente dentro dele.
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O rosário: como rezá-lo bem

Uma oração que Nossa Senhora ama
Você reza o terço? Já viu imagens de Nossa Senhora representando-a tal como apareceu em Lourdes e em Fátima? Maria está com o terço na mão. Ela acompanhou silenciosamente, passando as contas, o terço que a menina Bernardete rezava na gruta de Lourdes. E, em Fátima, também com o terço na mão, a Santíssima Virgem pediu aos Três Pastorinhos que o rezassem todos os dias.
Tomara que algum dia você possa dizer, como o Papa João Paulo II: «O Rosário é a minha oração predileta. Oração maravilhosa! Maravilhosa na simplicidade e na profundidade!». Mas, para isso, será preciso que comece a rezá-lo e, se já o reza com frequência, que aprenda a fazê-lo cada dia melhor. Vamos ver como podemos fazer isso.
Primeiro, vencer as dificuldades:
1) Uma primeira dificuldade: “Não sei rezar o terço”, “Não conheço os vinte 'mistérios' (ou seja, os cinco correspondentes a cada um dos quatro 'terços' que compõem o rosário), não os sei de cor”. Solução: comprar logo, ou pedir a alguma pessoa amiga, algum folheto ou livrinho de orações (há muitos!) que traga a explicação dessa oração: como rezá-lo, quais são os mistérios, que mistérios devem ser rezados nos diferentes dias da semana… É fácil. Pessoas simples aprenderam tudo isso em pouco tempo. Se você “quer”- se “quer” mesmo - não lhes ficará atrás.
Um esclarecimento: a pessoa que o reza sem conhecer ou lembrar os “mistérios” faz, mesmo assim, uma oração válida, ainda que, naturalmente, ele fique incompleto (mas é melhor rezá-lo incompleto do que não rezá-lo).

Assista: "Nos braços da Mãe de Deus", com padre José Augusto 

2) Segunda dificuldade: “Não tenho terço” (o instrumento, o terço material, com as contas, a cruzinha, etc.; ou então o terço em forma de anel, que se usa girando no dedo). Compre-o, que é baratíssimo, e, enquanto não o tiver, conte nos dedos. Mas tenha em conta que vale a pena usar o terço material: se o seu terço (de contas ou de anel) foi bento por um padre ou diácono, ao usá-lo para rezar você ganhará indulgências (Por sinal, você sabia que pode ganhar nada menos que a indulgência plenária - com as devidas condições -, quando o reza em família, ou comunitariamente, num grupo?).
3) Terceira dificuldade: “Não tenho tempo de rezar o terço”. Essa desculpa “não gruda”. O terço pode ser rezado, se for preciso, andando pela rua, fazendo exercício físico de corrida, indo de ônibus, metrô ou trem, guiando carro (melhor do que se irritar com o trânsito), na sala de espera do médico ou do laboratório, em casa, entre outros. E você pode rezá-lo sentado, andando, de joelhos e até deitado (se estiver doente ou em repouso forçado, etc.).
Por sinal, não sei se você sabe que, nas livrarias católicas, são vendidos CDs com o rosário e que também há arquivos em áudio para player portátil. Basta ligar o áudio e ir respondendo ou acompanhando o que ouve.
4) Finalmente, a dificuldade mais comum é a aparente monotonia. “Dizemos sempre a mesma coisa”. “A repetição de tantas Ave-Marias acaba ficando mecânica, cansativa, sem sentido”. “De que adianta fazer uma oração tão repetitiva, que fica rotineira, parece oração de papagaio…”?
Deus faça que, após tê-las lido e, sobretudo, depois de tentar aplicá-las, você dê a razão às palavras de São Josemaria: «Há monotonia porque falta Amor».
Padre Francisco Faus
http://www.padrefaus.org/
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Ser mãe é padecer no paraíso

Maternidade, um dom que vem do céu

Tantas vezes ouvi este ditado e, hoje, quero manifestar a minha interpretação sobre ele. Será que isso é ruim? A expressão padecer traz esta conotação negativa, pesada, mas, na verdade, não é bem assim…
As mães vivem um certo desconforto desde a gestação (enjoos, azia, inchaço). No parto com suas dores próprias, depois nos primeiros dias a adaptação e interpretação do choro do bebê, o sono, o cansaço. São situações reais que parecem eternas pela intensidade, mas, de repente, passam… E alguns meses depois, o padecimento é outro: voltar ao trabalho e deixar o filho, afinal ninguém vai saber cuidar do filho como a mãe. Doce ilusão!
Mais adiante, a entrada na escola. “Quem será o professor?”, “Será que vai acompanhar a aula?”, “O que vai comer no lanche?”, “Quem serão os colegas?” “E se alguém bater no meu filho?” Nós insistimos em viver a vida dos filhos e, com isso, “padecemos”, pois não temos o mesmo entendimento das crianças. E quando chega a adolescência? Nossa! Aí entra outra fase. Só mudam as preocupações, filho criado, trabalho dobrado…

Assista: "O maravilhoso dom da maternidade", com Emmir Nogueira

Mas e aquilo que plantamos na educação deles? Não valeu a pena? As mães de hoje são, na sua maioria, frutos da geração de transição do feminismo e do sexo, drogas e rock'n roll. Achar o equilíbrio não é fácil. Anterior a nós houve a geração de pais que acreditavam que a liberdade era a melhor opção de educação para os filhos vivendo o “é proibido proibir”.
Hoje já percebemos que os limites são necessários na formação de qualquer ser humano. E por isso, às vezes, dar um “não” ao filho chega a ser um padecimento, pois sabemos que ele(a) queria muito tal coisa ou tal situação, mas percebemos que não é o melhor naquele momento, e isso gera um certo desconforto no relacionamento entre mãe e filho(a).
Aí mais do que padecer é compadecer, é sofrer, pois apesar de estarmos conscientes da decisão tomada não gostamos de ver nosso(a) filho(a) triste. E mais uma vez, apesar de toda intensidade, veremos que isso também vai passar!
Assim como nós que, hoje, neste papel de mãe, reconhecemos e aceitamos a postura que as nossas mães tiveram conosco. E pensamos: “Elas estavam certas…” Olhando tudo isso parece que o ditado está certo… ser mãe é padecer no paraíso. Agora é preciso dizer que tudo isso vale a pena!
Veja bem: vale a pena e não valeu ou está valendo… ser mãe vale por toda a vida? A presença, a realização, as conquistas, as alegrias e as tristezas de um(a) filho(a) não têm preço. Este é o nosso paraíso: a maternidade! As mães são capazes de abrir mão e renunciar a várias coisas na vida, somente não conseguem renunciar a maternidade. Esta é inegociável!
Parabéns a todas as mães, avós, tias, madrinhas, sogras… que, de uma forma ou outra, são mães em nossas vidas!
Maria, Mãe de Jesus e da Igreja, nos ensine e conduza na vivência da maternidade segundo o coração de Deus!

Carla Astuti - Comunidade Canção Nova
http://blog.cancaonova.com/temjeito

Um comentário:

Anônimo disse...

parabéns pelo bog.deus te abençõe e he conceda as graças e bençãos de mais precisas