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sexta-feira, 1 de novembro de 2013


Finados.

Dia de lembrarmos e rezarmos por todos aqueles que partiram antes de nós ...


Finados
Somente a fé é capaz de dar um significado para esta data

Para alguns, finados é um feriado gostoso, ocasião de sair para “esfriar a cabeça”. Para outros, é dia de lembrar tudo, menos a morte ou as pessoas que já faleceram. Para outros, ainda, é um dia trágico, pois, de certa forma, antecipa a cada ano o que seremos todos um dia. Mas, graças a Deus, para muitos, é um dia de esperança e comunhão com quem amamos e continuamos a amar, apesar de termos perdido sua presença física neste mundo, chamado vale de lágrimas.

Este dia nos convida a refletir, não sobre a morte e, sim, sobre a vida. O nosso Deus é “o Deus dos vivos e não dos mortos”. As pessoas que já partiram desta vida não estão mortas; para Deus, elas não estão mortas e, portanto, nossa oração pode atingi-las ainda. É por isso que rezamos por essas pessoas no transcorrer do ano e dedicamos um dia especial a elas.

Ao rezar pelas pessoas que não estão mais presentes no meio de nós, quem sabe se, neste dia, graças às nossas orações e preces, elas não foram purificadas definitivamente e entraram na alegria de Deus? Ele quer a vitória sobre a morte pela morte de Jesus Cristo. Só a fé em Jesus Cristo morto por nós pode vencer a morte.

Somente a fé verdadeira é capaz de dar um novo significado a toda a nossa vida. Como diz o texto do Evangelho: “Aquele que vem a mim nunca terá fome, aquele que crê em mim nunca terá sede”. Podemos acrescentar: “Aquele que crê em mim e vem a mim possuirá a vida eterna”. Por isso rezemos pelos nossos irmãos defuntos na firme certeza de que um dia os nossos sucessores também rezem por nós!

A Mãe Igreja, ao relembrar os defuntos, convoca a todos para confrontar-nos com o enigma da morte e, por conseguinte, como viver bem, como encontrar a felicidade. E este Salmo responde:  bem-aventurado o homem que doa; bem-aventurado o homem que não usa a vida para si mesmo mas partilha; feliz o homem que é misericordioso, bom e justo; feliz o homem que vive do amor de Deus e do próximo. Assim vivemos bem e não devemos ter receio da morte, porque estamos na felicidade que provém de

Eurico dos Santos Veloso
Arcebispo Emérito de Juiz de Fora, MG



O lado de lá e o lado de cá.
Nossa morte e nosso céu se constroem no dia a dia

O calendário da Igreja nos oferece, neste final de semana, duas faces da magnífica medalha cunhada por Deus, que é a nossa vida, o Dia de todos os Santos e a Comemoração dos Fiéis falecidos. Olhamos primeiro para o ponto de chegada, que corresponde ao magnífico destino para o qual fomos criados: a plenitude da vida e da felicidade junto de Deus, “uma multidão imensa de gente de todas as nações, tribos, povos e línguas, e que ninguém podia contar” (Ap 7, 9). Temos a certeza de que Ele não fez ninguém para a perdição, todos têm em si a vocação para a plena realização de todas as suas potencialidades. Tanto é verdade que o Pai do Céu enviou o próprio Filho, como nosso Salvador e Redentor, para que todos tenham vida, e vida em abundância (cf. Jo 10,10).

Vida plenamente humana é aquela que enxerga o horizonte aberto pelo próprio Deus. A Solenidade de todos os Santos indica a perspectiva da existência marcada por uma realidade descoberta pela fé: “Desde já somos filhos de Deus, mas nem sequer se manifestou o que seremos! Sabemos que, quando Jesus se manifestar, seremos semelhantes a ele, porque o veremos tal como ele é” (1 Jo 3,2).

Santidade é para todos! Se nos alegramos com a iminente canonização de dois Papas do nosso tempo, os Beatos João XXIII e João Paulo II, é para que sejam reconhecidos como referência e como possibilidade. São duas personalidades carregadas de humanidade, cujo percurso histórico nesta terra teve muito de parecido conosco. São homens que vieram de famílias muito simples, lutaram e amadureceram em tempos de desafios grandes, com a provocação das ideologias do século XX. Souberam dialogar com a cultura de nossa época, alegraram-se e sofreram com as mesmas realidades que até hoje nos envolvem.

Percorreram o caminho dos bem-aventurados, de olhos fixos n'Aquele que é “O Bem-aventurado”, Jesus Cristo: os pobres em espírito, dos quais é o Reino dos Céus; os aflitos, que serão consolados; os mansos, porque possuirão a terra; os que têm fome e sede de justiça, porque serão saciados; os misericordiosos, que alcançarão misericórdia; os puros de coração, porque verão a Deus; os que promovem a paz, chamados filhos de Deus; os que são perseguidos por causa da justiça, de quem é o Reino dos Céus! Homens e mulheres que se descobriram felizes quando injuriados e perseguidos por causa de Cristo. Pessoas portadoras de uma alegria invencível, certos da recompensa nos céus (Cf. Mt 5, 1-12).

A santidade, vocação universal dos cristãos, começa com coisas simples. João XXIII registrou, em seu diário íntimo, um caminho bom para todos, adequado para uma festa de Todos os Santos bem vivida, chamado “Decálogo da serenidade": 1. Procurarei viver pensando apenas no dia de hoje, exclusivamente neste dia, sem querer resolver todos os problemas da minha vida de uma só vez; 2. Hoje, apenas hoje, procurarei ter o máximo cuidado na minha convivência, cortês nas minhas maneiras, a ninguém criticarei, nem pretenderei melhorar ou corrigir à força ninguém, senão a mim mesmo; 3. Hoje, apenas hoje, serei feliz. Na certeza de que fui criado para a felicidade, não só no outro mundo, mas também já neste; 4. Hoje, apenas hoje, adaptar-me-ei às circunstâncias, sem pretender que sejam todas as circunstâncias a se adaptarem aos meus desejos; 5. Hoje, apenas hoje, dedicarei dez minutos do meu tempo a uma boa leitura, recordando que assim como o alimento é necessário para a vida do corpo, a boa leitura é necessária para a vida da alma; 6. Hoje, apenas hoje, farei uma boa ação, e não direi a ninguém; 7. Hoje, apenas hoje, farei ao menos uma coisa que me custe fazer, e se me sentir ofendido nos meus sentimentos, procurarei que ninguém o saiba; 8. Hoje, apenas hoje, executarei um programa pormenorizado. Talvez não o cumpra perfeitamente, mas ao menos o escreverei, e fugirei de dois males, a pressa e a indecisão; 9. Hoje, apenas hoje, acreditarei firmemente, embora as circunstâncias mostrem ao contrário, que a Providência de Deus se ocupa de mim, como se não existisse mais ninguém no mundo; 10. Hoje, apenas hoje, não terei nenhum temor, de modo especial não terei medo de gozar o que é belo, e de crer na bondade.

A santidade que começa com muita simplicidade, é destinada a fazer o bem aos outros. Não é feita para aparecer, não se incha de orgulho. Sua motivação de fundo é a caridade, sem a qual nada vale neste mundo. Até porque é apenas a caridade que será levada para o encontro definitivo com Deus, “o lado de lá”, quando veremos face a face o Senhor. Ela é uma aventura feliz e bem-sucedida, construída no dia a dia e unificada pelo fio de ouro do amor de Deus, que nos faz ver o sentido de tudo o que vivemos. De fato, tudo concorrerá para o bem dos que amam a Deus (Cf. Rm 8, 29)! O Livro do Apocalipse vê uma imensa multidão, de toda língua, raça, povo e nação, “os que vieram da grande tribulação. Lavaram e alvejaram as suas roupas no sangue do Cordeiro” (Cf. Ap 7, 2-14).

O “lado de lá” é preparado pelo “lado de cá” bem vivido, com o qual os homens e as mulheres se preparam para a páscoa pessoal, enfrentando todas as dificuldades e ultrapassando o misterioso e também magnífico umbral da morte. Como ninguém ficará para semente nesta terra, ocorre meditar sobre esta realidade, tomar consciência de sua seriedade e preparar-se bem. Morremos do jeito que vivemos. Nossa morte e nosso céu se constroem no dia a dia, para que o Dia do Senhor não nos surpreenda, mas nos encontre vigilantes e preparados!

Ninguém precisa ficar preocupado com a morte, mas viver bem, amando a Deus e ao próximo, semeando o bem e a bem-aventurança. E quando a morte chegar, será a oportunidade de virar o jogo! O segredo está, também aqui, em nosso Salvador: “Ninguém tira a minha vida, eu a dou livremente” (Jo 10,18). Vale a pena antecipar a morte! Sim, morrendo cada dia para o egoísmo e para a maldade, transformando em dom a Deus e aos outros cada ato de nossa existência. Quem viver assim poderá dizer com São Paulo: “Para mim, de fato, o viver é Cristo e o morrer, lucro. Ora, se, continuando na vida corporal, eu posso produzir um trabalho fecundo, então já não sei o que escolher. Estou num grande dilema: por um lado, desejo ardentemente partir para estar com Cristo – o que para mim é muito melhor; por outro lado, parece mais necessário para o vosso bem que eu continue a viver neste mundo” (Fl 1,21-24).

Que cheguemos a tais alturas: “Sabemos que, se a tenda em que moramos neste mundo for destruída, Deus nos dá outra moradia no céu, que não é obra de mãos humanas e que é eterna. Aliás, é por isso que gememos, suspirando por ser sobrevestidos com a nossa habitação celeste; sobrevestidos digo, se é que seremos encontrados vestidos e não nus. Sim, nós que moramos na tenda do corpo estamos oprimidos e gememos, porque, na verdade, não queremos ser despojados, mas sim sobrevestidos, de modo que o que é mortal em nós seja absorvido pela vida. quem nos preparou para isto é Deus, que nos deu seu Espírito em garantia. Estamos sempre cheios de confiança e bem lembrados de que, enquanto moramos no corpo, somos peregrinos, longe do Senhor; pois caminhamos pela fé e não pela visão. Mas estamos cheios de confiança e preferimos deixar a moradia do nosso corpo, para ir morar junto do Senhor” (2 Cor 5, 1-8).

Dom Alberto Taveira Corrêa
Arcebispo de Belém - PA


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Padre Orleano
Não podemos recusar à priori a possibilidade de aparições de almas do Purgatório aos que ainda peregrinam na terra. Estas aparições não são raras e abundam na vida dos Santos. Eis um exemplo tirado da Autobiografia de Santa Margarida-Maria Alacoque. Conta ela: “Quando estava diante do Santíssimo Sacramento, no dia da Sua festa, apresentou-se-me de repente uma pessoa a arder em fogo. O estado lamentável em que se encontrava no Purgatório, tal como o vi, fez-me verter lágrimas abundantes. Disse-me que era aquele religioso beneditino que me tinha ouvido em confissão, e me ordenara que comungasse e, em recompensa por isso, Deus permitiu-lhe dirigir-se a mim para aliviar as suas penas. Pediu-me que oferecesse tudo o que eu podesse fazer durante três meses. Prometi-lhos, depois de pedir autorização à minha Superiora. Disse-me então que a primeira razão de suas grandes penas era o ter posto a própria reputação, acima da glória de Deus; a segunda, era a falta de caridade para com os irmãos; a terceira, o demasiado afecto natural pelas criaturas. É impóssível exprimir o que tive de sofrer naqueles três meses. Ele não me deixava, e do lado em que ele estava, parecia-me arder em fogo também, e tão vivas dores, que me faziam gemer e chorar continuamente…. Finalmente, passados três meses, vi-o cheio de alegria e de glória: ia gozar a felicidade eterna e, ao agradecer-me, disse-me que, intercederia por mim diante de Deus.» (Autobiografia de Santa Margarida-Maria Alacoque, Editorial Apostolado da Oração, 2008-5, pp. 160-161). Quer saber mais, clica aqui
É possível que Deus permita à aparição das almas do Purgatório. Mas porque Deus permite coisas tão extraordinárias? Respondemos que Deus as permite pela Sua infinita misericórdia. Não para satisfazer a nossa curiosidade, mas em ordem à nossa salvação eterna. É para aliviar e abreviar as penas das almas do Purgatório, que Ele ama, e para despertar a nossa compaixão e, portanto, o dever de orar e sacrificar-se por elas. É para confirmar a realidade da vida eterna e a necessidade de se preparar. É para suscitar o desejo da santidade, pois, revelando-nos a severidade e o rigor da Sua justiça, contra as faltas que nós consideramos leves, sintamos a necessidade de nos convertermos. Por isso, estes factos extraordinários, são sempre conformes à misericórdia de Deus e ao Seu plano de salvação. É deste ponto de vista que devemos colocar-nos para os julgar. apariaçoes-de-almas-do-purgatorio-a-santos
Maria Agata Simma
é uma mística austríaca, nasceu no dia 5 de Fevereiro de 1915 em Sonntag, segunda filha de José António Simma e de Aloisa Rinderer, queria tornar-se religiosa, mas por três foi rejeitada devido a sua fraca constituição, assim ficou em casa dos pais, cuidava da igreja e dava catequese as crianças. A sua permanência por três vezes no convento, a formaram e a fizeram progredir na vida espiritual, preparando-a assim para o apostolado em favor das almas do Purgatório. Por um carisma raríssimo na História da Igreja, recebeu por mais de 50 anos a visita das almas do Purgatório. Desde a infância, sentiu interiormente o chamamento de Deus para ajudar as almas do Purgatório com orações e indulgencias. Mas foi a partir de 1940, quando tinha 25 anos, que as almas do Purgatório começaram a manifestar-se pedindo-lhe o socorro das suas orações. O leitor poderá encontrar aqui o relatório que Pe. Alphonse Matt, pároco de Sonntag e seu director espiritual, enviou ao Bispo da sua diocese. É um documento interessante e tenho a certeza que aproveitará bem o seu tempo a lê-lo com atenção. Relatorio-do-paroco-de-maria-simma
Testemunho de Maria Agata Simma: «Desde a minha infância tinha um grande amor pelas almas do purgatório; a minha mãe também as amava muito e repetia-nos sempre este conselho. “Quando tiverdes um pedido importante a fazer, dirigi-vos às almas do purgatório; são a melhor ajuda”. Foi em 1940 que se me manifestou pela primeira vez uma alma do purgatório. Acordei ouvindo alguém ir e vir no meu quarto. Olhei para ver quem poderia estar no meu quarto. Nunca fui muito medrosa. Vi então um estranho que ia e vinha lentamente». O que dizem estas almas? Dão avisos, pedem orações e sacrifícios, falam dos seus indescritiveis sofrimentos atenuados pela feliz espectativa do Paraíso, revelam o imenso poder que temos de podermos aliviar seus sofrimentos. Deus utiliza muitas formas para ajudar seus filhos; decerto este carisma especial de Maria Simma é como um farol poderoso que ilumina a vida da Igreja.  As-almas-do-purgatario-disseram-me
Em 1999, quando Maria Simma tinha 84 anos, a Irmã Emanuel de Mejugorje foi visitá-la. Depois publicou um livrinho traduzido também em língua portuguesa com o título:O impressionante segredo das almas do Purgatório, Ed. Cidade do Imaculado Coração de Maria, Fátima. Intrevista-a-maria-simma
O que pedem as almas do Purgatório? Na sua maioria, pedem que eu mande celebrar Missas e participe nelas. Pedem a oração de terços e vias sacras.
O que é o Purgatório? É uma invenção genial de Deus. Tomemos uma imagem. Um dia, uma porta abre-se e lhe aparece um ser estraordinariamente belo, mas tão belo como nunca tinha visto sobre a terra. Você fica fascinado, deslumbrado com este SER de luz e beleza, tanto mais que este SER lhe revela que é louco de amor por si. Você não poderia imaginar ser assim tão amado. Percebe também que Ele tem um grande desejo de o atrair a Si, de o abraçar, e o fogo de amor que já inflama seu coração, incita a lançar-se nos Seus braços. Mas, neste exato momento, percebe que não se lavou há meses, que cheira horrivelmente mal, que os cabelos estão sujos e colados, que tem grandes manchas nas suas vestes … Então compreende que não pode apresentar-se neste estado, que antes de tudo é necessário lavar-se, tomar banho e, a seguir, voltar depressa para tornar a vê-Lo. Mas o amor que nasceu em seu coração é tão intenso que este atraso, por tomar banho, é insuportável. A dor da ausência, mesmo só por alguns minutos, é como uma quemadura atroz no seu coração, pois é proporcional à intensidade da revelação do Amor. O Purgatório é isto! É uma queimadura de amor. É um atraso imposto pelas nossas impurezas, um atraso antes do abraço de Deus, uma quimadura de que faz sofrer terrivelmente, uma nostalgia de amor.  É precisamente esta nostalgia que nos lava do que é ainda impuro em nós. O Purgatório é um lugar de desejo, do desejo louco de Deus, do Deus que já conhecemos, porque já O vimos, mas ao Qual não estamos ainda unidos. (p. 15)
Qual é a diferença entre viver na Terra ou estar no Purgatório? Há uma grande diferença entre o Purgatório e o sofrimento que conhecemos na Terra. No Purgatório, embora a dor seja atroz, as almas têm a certeza absoluta de viver para sempre com Deus, o que torna a alegria mais forte do que a pena. Por isso. nenhuma alma do Purgatório deseja voltar nesta terra. Além disso possuem um conhecimento de Deus que nos ultrapassa infinitamente. Outra diferença importante é que para elas o sofrimento só serve para as purificar, mais nada, enquanto que para nós serve para crescermos no amor e ganhar “meritos”, por isso podemos ajudar imenso as almas do Purgatório.
É importante saber que, as almas do Purgatório nada podem fazer por elas mesmas, são totalmente impotentes. Se os vivos não orarem por elas, ficam abandonadas; por isso é tão importante compreender o poder incrível que está em nossas mãos. (p. 34)
Porquê as almas do Purgatório não podem fazer nada para meritar o Paraíso? Porque com a morte os meritos terminam. Enquanto estamos vivos na Terra podemos não só reparar o mal que fizemos, mas fazer o bem e ter méritos; podemos orar pelos outros, vivos ou defuntos. É uma capacidade que, não só às almas do Purgatório, mas até os anjos, “invejam”, pois temos a possibilidade de crescer; com a morte tudo isso acaba. (p. 35)
Quais os pecados que mais arrastam ao Purgatório? São os pecados contra a caridade, contra o amor ao próximo, a dureza de coração, a hostilidade, a calúnia … a maledicência a a calúnia são as piores máculas, que necessitam duma longa purificação … São pecados contra a caridade: rejeitar certas pessoas que não amamos, recusar de fazer as pazes, recusar de perdoar e todos os rancores que alimentamos … Quanto as palavras, nunca se dirá bastante o quanto uma palavra de crítica, de maledicência, pode realmente matar, e, ao invés, uma palavra benévola pode curar. (p. 19)
Quais os meios mais eficazes para livras as almas do Purgatório? É a Santa Missa: porque é Cristo Quem se oferece por nosso amor. É a oferenda de Cristo, d’Ele mesmo a Deus, as mais bela das oferendas. O Padre é representante de Deus, mas é Deus, Ele próprio Quem se oferece e Se sacrifica por nós. A eficácia da Santa Missa pelos defuntos é tanto maior quanto maior tiver sido o seu amor pela Missa durante a vida e se dela participavam, de todo o coração, também durante a semana, de acordo com as suas possibilidades. Estes tiram grande proveito das Missas celebradas por suas almas. Lá também colherão como tiverem semeado.
Também é aficaz a oração que se faz ao momento do enterro. As almas do Purgatório vêem, muito bem, no dia do enterro, se oram realmente por elas ou se fazem simplesmente um acto de presença. Elas dizem que as lágrimas não servem para nada, só a oração pode ajudá-las. Queixam-se de que há pessoas que vão ao enterro sem dizer uma só oração por elas.
Outro meio muito eficaz é a oferta do nosso sofrimento voluntário, como a penitência, o jejum, as privações e também a oferta dos nossos sofrimentos involuntários, como a doença, o luto … Não desperdiçamos os nossos sofrimentos na terra, mas ofereçamo-los voluntariamente a Deus. A Maria Simma foi muitas vezes convidada a sofrer para libertar as almas do Purgatório. Ha uma diferença importante entre o nosso sofrimento e o sofrimento das almas do Purgatório. É que nós pelo sofrimento podemos crescer no amor e ganhar méritos, muito pelo contrário, as almas do Purgatório só serve para a purificar do pecado. O sofrimento aceite e oferecido por amor tem o poder de ajudar imenso as almas do Purgatório. A melhor coisa a fazer é unir os nossos sofrimentos aos de Jesus, depositando-os nas mãos de Maria, pois é Ela quem saberá utilizá-los melhor. Infelizmente, revoltamo-nos perante o sofrimento e é-nos difícil acetá-lo, mas é a maior prova do amor de Deus. O recurso à Virgem Maria nos pode ajudar na aceitação do sofrimento e no oferecimento a Deus.
A via sacra é muito eficaz, pois contemplamos nela os sofrimentos do Senhor e, pouco a pouco, começamos a odiar o pecado e a desejar a salvação de todos os homens. Esta inclinação do coração leva grande alívio às almas do urgatório.
O terço, e até mesmo o Rosário, está muito recomendado pelas almas do Purgatório. É por meio do Terço que muitas almas são libertadas do Purgatório pela intervensão da Mãe de Deus, que às almas do Purgatótor chamam de “Mãe de Misericórdia”.
As indulgencias têm um valor inestimável, como também as orações de Santa Brígida e, em geral todas as formas de oração. Oraçoes-pelos-defuntos
E se uma alma se arrepende no momento da morte? A contrição é muito importante! Os pecados são perdoados em todos os casos, mas restam as consequencias do pecado. Par ir directamente para o Céu é preciso que a alma esteja livre de todo o apego ao pecado.
No momento da morte, antes de entrar na eternidade, há ainda um espaço de tempo para o arrependimento, em que a alma tem possibilidade de voltar-se para Deus? Sim, o Senhor dá a cada alma alguns minutos para se arrepender e se decidir: «eu aceito ou não ir para Deus». A cada um é dado o conhecimento total da sua vida, como também a perpectiva da purificação no Purgatório. Mas esta revelação não tem a mesma intensitade para todos, depende da vida de cada um. (p. 37 e 38)
Na nossa época, muitos acreditam na reencarnação. O que dizem as almas?Dizem que Deus só nos dá uma vida e que esta vida é suficiente para conhecer Deus e converter-se. Todos os homens têm uma voz interior, mesmo os não praticantes, não há ninguém que não creia. Cada homem tem a consciência para reconhecer o bem e o mal, uma conciência dada por Deus e um conhecimento interior suficiente para discernir e tornar-se bem-aventurado. (p. 42)
O que acontece aos que se suicidam? Até hoje, nunca encontrei o caso de um suicida que se tenha perdido. O que não quer dizer que não exista, é evidente; mas muitas vezes as almas dizem-me que os maiores culpados são os que os cercavam, quando negligenciaram ou caluniaram.
Os suicidas se arrependem? Sim, mas muitas vezes o suicidio é devido a uma infermidade. Contudo, à luz de Deus, as almas compreendem, de uma só vez, todas as graças que lhe estavam reservadas para o tempo que ainda lhes restava viver. Vêem este tempo, vêm também todas as almas que poderiam ter ajudado … o que os faz sofrer mais é ver o bem que poderiam ter feito e não o fizeram. Mas o Senhor leva em conta o suicídio consequente de uma enfermidade.
E os drogados? Eles não se perdem. Depende das causas da droga, mas devem sofrer muito no Purgatório.
E as pessoas de outras religiões? Sim, e são felizes. Aquele que vive bem a sua fé é feliz. Mas é através da fé católica que mais se ganha para o Céu. As seitas são muito ruins. É preciso fazer de tudo para sairem delas.
Como se pode chegar ao ponto de dizer “não” a Deus? Deus permite ao homem que escolha livremente e concede, quer durante a vida terrena, quer na hora da morte, graças suficientes para se converterem, mesmodepois de uma vida passada nas trevas. Se lhe pedem perdão, com lealdade, certamente se podem salvar.
Que pensar das práticas do espiritismo? Isso não é bom. É sempre o Maligno, é o Diabo que faz mexer as mesas. (p. 50)
Que diferença há entre o seu convivio com as almas dos defuntos e as práticas do espiritismo? Resposta: Não se deve chamar as almas, eu não procuro a sua vinda. No espiritismo, provocam-nas, invocam-nas. Esta diferença é clara e devemos considerá-la com muita seriedade. Se tivessem que crer somente numa das coisas das que digo, gostaria que fosse o seguinte: as pessoas que praticam o espiritismo pensam que chamam as almas dos defuntos. Na realidade, se alguma reação recebem do seu apelo, é sempre, e sem ecepção Satanás e os seus anjos que respondem. É formalmente proibido invocar os mortos. (A seguir há algumas citações bíblicas que omito). É certo que Satanas pode imitar tudo o que vem de Deus, e ele fá-lo. Pode imitar a voz dos defuntos, pode imitar a sua aparência, mas qualquer que seja a sua manifestação, isso vem SEMPRE do Maligno.
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Rezemos pelas almas

Hoje, 2, Dia de Finados, a Igreja celebra Missas nas paróquias e cemitérios, especialmente em intenção dos falecidos. Para nós cristãos participar desta celebração é um ato de gratidão e fé, pois é o dia em que nos lembramos de nossos entes queridos que estão juntos de Deus.
Para os que tem fé, a morte não é o fim da vida, mas o momento que partimos para a vida eterna. A liturgia nos diz: ‘Para os que creem a vida não é tirada, mas transformada’.
Segundo professor Felipe Aquino, essa frase é muito significativa, pois reforça que a vida não termina após a morte, mas continua de uma outra forma.
“Depois da morte, o corpo separa-se da alma. O corpo fica na terra; e a parte espiritual (alma), onde está todo o intelecto – a vontade, a liberdade, a ciência, a capacidade de amar e a memória – é preservada. Agora, a alma vive sem o corpo, é uma vida nova e volta-se para Deus”, explicou professor Felipe.
Ouça, na íntegra, o podcast da redação:
O Catecismo da Igreja Católica traz uma reflexão muito bonita e rica para falar sobre a morte, além de ser a visão correta e teológica da Igreja.
“Eu recomendaria que olhássemos, na primeira parte do Catecismo, o credo que diz: ‘Creio na vida eterna’. Este trecho traz uma visão muito bonita e correta, porque é a palavra da Igreja. Penso que é a melhor reflexão sobre a morte que está no Catecismo. Existem muitos livros sobre isso e vários santos escreveram sobre o assunto, como Santa TeresaSanto Afonso de LigórioSanto Agostinho e muitos outros, os quais falaram sobre a morte, mostrando exatamente que nós tivemos de morrer por causa do pecado original. A natureza humana foi criada sem defeitos por Deus, mas o pecado original se tornou a natureza defeituosa. Assim, o homem passa pela morte e se refez, ou seja, ele adquire uma vida na eternidade que não tem mais as sequelas desta vida terrena de sofrimento, angústia e tristeza”, citou o professor.
A morte é o momento de passagem e de alegria para aquele que tem fé, pois eles entenderam a beleza do que vem depois da morte.
Saiba mais: Neste Dia de Finados, a Igreja propõe aos católicos que pensem nos mortos, mas com a esperança na Ressurreição. Portanto, para os cristãos que visitam o cemitério e rezam pelos falecidos, a Igreja concede uma indulgência plenária.
Na semana das almas, do dia 1º ao dia 8 de novembro, a Igreja concede Indulgência Plenária para aqueles que já faleceram, ou seja, é quando rezamos pela alma de alguém. É um momento especial que a Igreja coloca para o sufrágio da alma (oração pelos mortos).
“A indulgência é o cancelamento das penas devidas pelos pecados que nós cometemos e que já foram perdoados na confissão. Mas é preciso explicar uma coisa: quando se comete um pecado grave, há duas consequências: a culpa e a pena. A culpa é aquela ofensa que se faz a Deus e a confissão perdoa. No entanto, ainda fica a chamada ‘pena temporal’, o estrago causado pelo pecado na sua própria alma, porque você deixou de ser mais santo. Então, há de querer recuperar isso. Essa pena nós cumprimos aqui na terra com orações e penitências ou no purgatório se a pessoa morrer com elas”, esclarece professor Felipe.
Para ganhar essa indulgência é preciso fazer uma boa confissão, participar da Eucaristia, rezar um Pai-Nosso e uma Ave-Maria e realizar um destes momentos: um terço em família diante de uma imagem sagrada ou 30 minutos de adoração do Santíssimo na Igreja ou fazer a via-sacra na Igreja, seguindo as 14 estações ou 30 minutos de leitura meditada da Bíblia.
“Mas que um dia de tristeza, finados é um dia de esperança, assim como diz a liturgia: ‘Se um dia a lembrança da morte nos entristece, a certeza da Ressurreição nos alivia e nos consola’”, disse Aquino.
Leia mais:

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