Dois pensamentos aos leitores e leitoras deste blog.

Dois pensamentos de boas-vindas aos leitores e seguidores deste blog:
- Mesmo que vivas um século, nunca deixes de aprender!!!
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quinta-feira, 13 de maio de 2010

Papa Bento XVI visita Portugal.../ Procissão das Velas com o Papa / Resumo da Cerimônia de boas vindas ao Papa em Portugal / Discursos do Presidente de Portugal e do Santo Padre / Entrevista ao Papa no interior do avião / A Terceira parte do Segredo de Fátima, também diz respeito a questões atuais, afirma Bento XVI / Está terminando o Ano Sacerdotal / O Sacerdote é outro Cristo / Maria continua no céu a cumprir a missão que teve na terra... e outras novidades...

 Papa Bento XVI visita Portugal

O Santo Padre Bento XVI embarcou nesta segunda-feira 11/05, para uma viagem apostólica em Portugal por ocasião dos cem anos de Proclamação da República e noventa e três anos das Aparições de Nossa Senhora de Fátima.

Uma grande movimentação no país foi feita para receber dignamente o Sumo Pontífice.
Acompanhe na íntegra todos os acontecimentos da viagem acessando o blog

http://opapaemportugal.arautos.org

Lá você encontrará fotos, vídeos, notícias e muito mais sobre o roteiro do Papa em nossa Pátria Mãe!
Arautos do
 Evangelho
Papa Bento XVI visita Portugal
 O Papa Bento XVI chegou na tarde de ontem a Fátima. Hoje, 13 de maio, celebrou Santa Missa no Santuário de Fátima, em comemoração ao 93º aniversário da aparição da Virgem Maria aos três pastorinhos.

Procissão das Velas com o Papa

PROCISSÃO

Procissão das Velas com o Papa: Papa participa da tradicional procissão das Velas, em Fátima

Bento XVI chega a Fátima

Papa Fatima

Bento XVI chega a Fátima: O Santo Padre, Bento XVI visitou a Capelinha das Aparições, sendo recebido pelo reitor do Santuário, Padre Virgilio Antunes

Missa no Paço e encontro com jovens



Após a missa no Terreiro do Paço, o Papa Bento XVI terminou seu primeiro dia de visita a Portugal no encontro com jovens, que se reuniram em frente a Nunciatura para sauda-lo.

Bento XVI na Nunciatura, em Lisboa

Galeria Bento XVI
Bento XVI na Nunciatura, em Lisboa: Jovens encheram ruas da Nunciatura para ouvir Bento XVI

O Papa está em Portugal



Começa a viagem apostólica do Papa Bento XVI a Portugal. No próximo dia 13 o Santo Padre preside a Santa Missa no Santuáriuo Mariano de Fátima.

Resumo da Cerimônia de boas vindas ao Papa em Portugal


 
Pela tarde, o Papa Bento XVI chegou ao Palácio de Belém, para uma visita de cortesia ao Presidente da República. Ao chegar nos Jerônimos foi recebido pelo Presidente da República, Aníbal Cavaco Silva e a primeira Dama, iniciando-se depois a cerimônia oficial de boas vindas com honras militares.

Chegada do Papa a Portugal

Viagem Apostólica de Bento XVI em terras de Santa Maria
 

Viagem Apostólica de Bento XVI em terras de Santa Maria



Missa no Terreiro do Paço em Lisboa
Missa no Terreiro do Paço em Lisboa
O Santo Padre Padre celebra a Eucaristia no Terreiro do Paço, em Lisboa

Discurso do Presidente

Discurso de Boas-Vindas
de Sua Excelência o Presidente da República,
por ocasião da Visita a Portugal

de Sua Santidade o Papa Bento XVI

Lisboa, 11 de Maio de 2010.
Santo Padre

É com profundo júbilo que, em meu nome e em nome de todo o Povo Português, dou as boas-vindas a Vossa Santidade, no início de uma Visita plena de significado para Portugal.
O Povo Português tem por tradição receber com hospitalidade todos quantos o visitam. No caso de Vossa

Santidade, a POPE/essa hospitalidade vem juntar-se a profunda alegria e o intenso fervor dos fiéis que em Vós acolhem o sucessor do Apóstolo Pedro.

Não é possível explicar Portugal sem convocar as nossas relações com a Santa Sé. Relações que ditaram o reconhecimento da nossa própria existência como realidade política independente, em 1179, e que marcaram a afirmação universal da Nação a que os antecessores de Vossa Santidade chamaram “Fidelíssima”.
Relações multisseculares que encontram, hoje, a sua expressão normativa na Concordata assinada pelo Estado português e pela Santa Sé, em 2004. Nos seus termos, que confirmaram os vínculos que nos ligam, Portugal reconhece o papel da Igreja Católica e respeita e apoia o serviço inestimável que presta à sociedade. Um serviço que quero, de forma solene, na presença de Vossa Santidade, agradecer.
Santo Padre,

O país que Vos acolhe é um Portugal livre e plural, cuja identidade se deve a múltiplos contributos, e que se rege pelos princípios da promoção da dignidade da pessoa humana, da justiça e da paz.
Um país onde a separação entre a Igreja e o Estado convive com as marcas profundas da herança cristã presente na cultura, no património Presidência da República e, acima de tudo, nos valores humanistas que determinam o nosso modo de ser e de estar no mundo.

Um modo de ser e de estar que se revê na procura do diálogo com outros credos e com o mundo da cultura, que vem distinguindo o Vosso pontificado e de que cumprireis mais uma etapa, em Lisboa.
Noutros tempos, dando um contributo precioso para a expansão da fé cristã, abrimos o mundo ao diálogo universal. Somos, por isso, um povo vocacionado para o reconhecimento do valor da diversidade.
Uma atitude particularmente adequada a um tempo em que, porventura mais do que nunca, se reclama um entendimento entre o discurso da razão e o discurso da Fé.

Esse é o diálogo que incessantemente vindes promovendo como Pastor de uma Igreja que vive na cidade dos homens e que nela faz ouvir a sua voz.
Santo Padre
Recebemo-Vos em tempos de incerteza que põem à prova a solidez das convicções e a força dos laços que unem as comunidades.
Nestes momentos, os homens precisam de quem traga uma mensagem de esperança à sua sede de justiça e de solidariedade.

Solidariedade entre nações, num mundo marcado por abissais diferenças de bem estar e prosperidade. Presidência da República Solidariedade entre as pessoas, nos nossos próprios países, em particular quando se fazem sentir, tantas vezes de forma brutal e injusta, os efeitos de uma crise económica de dimensões globais.
Solidariedade que está na base do extraordinário projecto de paz e de desenvolvimento que é a construção da unidade europeia.

Solidariedade, valor que distingue os homens de bem, independentemente da sua Fé, e componente essencial
do “Mandamento novo” do amor pelo próximo.PORTUGAL-POPE/
Os Portugueses vão escutar-Vos.
Escutar-Vos-ão aqueles que, com alegria, Vos esperam nesta capital de Portugal, junto ao rio em que foi dado sinal de partida para o abraço armilar que levou a Fé católica a tantos Povos, que, hoje, a abraçam como sua.
Escutar-Vos-ão no Santuário de Fátima, que bem conheceis e a que Vos ligam laços tão particulares, local de peregrinação dos católicos que a ele acorrem de todas as partes do mundo.
Escutar-Vos-ão, ainda, na cidade do Porto, nesse Norte onde Portugal nasceu e onde Vos será confirmada, mais uma vez, a devoção e fidelidade de tantos Portugueses.
Santidade,
Foi em nome do Povo Português que Vos convidamos a visitar Portugal. É, pois, com profundo regozijo e sentida emoção que, também em nome dos Portugueses Vos digo: sede bem-vindo Santo Padre

Discurso do Santo Padre

Senhor Presidente da República,
Ilustres Autoridades da Nação,
Venerados Irmãos no Episcopado,
Senhoras e Senhores!

Só agora me foi possível aceder aos amáveis convites do Senhor Presidente e dos meus
Irmãos Bispos para visitar esta amada e antiga Nação, que comemora no corrente ano um século da proclamação da República. Ao pisar o seu solo pela primeira vez desde que a Providência divina me chamou à Sé de Pedro, sinto-me honrado e agradecido pela presença deferente e acolhedora de todos vós. Agradeço-lhe, Senhor Presidente, as suas cordiais expressões de boasvindas, dando voz aos sentimentos e esperanças do bom povo português. Para todos, independentemente da sua fé e religião, vai a minha saudação amiga, com um pensamento particular para quantos não podem vir ao meu encontro. Venho como peregrino de Nossa Senhora de Fátima, investido pelo Alto na missão de confirmar os meus irmãos que avançam na sua peregrinação a caminho do Céu.

Logo aos alvores da nacionalidade, o povo português voltou-se para o Sucessor de Pedro esperando na sua arbitragem para ver reconhecida a própria existência como Nação; mais tarde, um meu Predecessor havia de honrar Portugal, na pessoa do seu Rei, com o título de fidelíssimo (cf. Pio II, Bula Dum tuam, 25/I/1460), por altos e continuados serviços à causa do Evangelho. Que depois, há 93 anos, o Céu se abrisse precisamente sobre Portugal – como uma janela de esperança que Deus abre quando o homem lhe fecha a porta – para reatar, no seio da família humana, os laços da solidariedade fraterna assente no mútuo reconhecimento de um só e mesmo Pai, trata-se de um amoroso desígnio de Deus; não dependeu do Papa nem de qualquer outra
autoridade eclesial: «Não foi a Igreja que impôs Fátima – diria o Cardeal Manuel Cerejeira, de veneranda memória –, mas Fátima que se impôs à Igreja».

Veio do Céu a Virgem Maria para nos recordar verdades do Evangelho que são para a
humanidade, fria de amor e desesperada de salvação, fonte de esperança. Naturalmente esta esperança tem como dimensão primária e radical, não a relação horizontal, mas a vertical e transcendente. A relação com Deus é constitutiva do ser humano: foi criado e ordenado para Deus, procura a verdade na sua estrutura cognitiva, tende ao bem na esfera volitiva, é atraído pela beleza na dimensão estética. A consciência é cristã na medida em que se abre à plenitude da vida e da sabedoria, que temos em Jesus Cristo. A visita, que agora inicio sob o signo da esperança, pretende ser uma proposta de sabedoria e de missão.

De uma visão sábia sobre a vida e sobre o mundo deriva o ordenamento justo da sociedade. Situada na história, a Igreja está aberta a colaborar com quem não marginaliza nem privatiza a essencial consideração do sentido humano da vida. Não se trata de um confronto ético entre um sistema laico e um sistema religioso, mas de uma questão de sentido à qual se entrega a própria liberdade. O que divide é o valor dado à problemática do sentido e a sua implicação na vida pública. A viragem republicana, operada há cem anos em Portugal, abriu, na distinção entre Igreja e Estado, um espaço novo de liberdade para a Igreja, que as duas Concordatas de 1940 e 2004 formalizariam, em contextos culturais e perspectivas eclesiais bem demarcados por rápida mudança. Os sofrimentos causados pelas mutações foram enfrentados geralmente com coragem.
Viver na pluralidade de sistemas de valores e de quadros éticos exige uma viagem ao centro de si mesmo e ao cerne do cristianismo para reforçar a qualidade do testemunho até à santidade, inventar caminhos de missão até à radicalidade do martírio.

Queridos irmãos e amigos portugueses, agradeço-vos uma vez mais as calorosas boas-vindas. Deus abençoe a quantos aqui se encontram e todos os habitantes desta nobre e dilecta Nação, que confio a Nossa Senhora de Fátima, imagem sublime do amor de Deus que a todos abraça como filhos.
 
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“A fé em Portugal sempre foi corajosa, inteligente e criativa”, declarou o Papa

Na coletiva de imprensa durante o vôo para Portugal, o Papa Bento XVI comentou os temas do patrimônio cristão português, o problema do secularismo, a necessidade do diálogo entre ética e economia e a purificação dentro da Igreja. 




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Em vôo para Portugal, Papa afirmou que se concentrar somente na razão é um erro
Cidade do Vaticano (Quinta-feira, 13-05-2010, Gaudium Press) Na última terça-feira, 11, durante o vôo para Portugual, como de praxe, o Papa Bento XVI concedeu entrevista aos jornalistas presentes no avião. Entre os assuntos comentados pelo Santo Padre estiveram o patrimônio da fé cristã em Portugal; o "dualismo falso" entre economia e ética; e a necessidade da penitência dentro da Igreja.

Em relação à fé em Portugal, o pontífice afirmou que ela sempre foi "corajosa, inteligente e criativa". E agora, segundo o Santo Padre, a fé deve encontrar uma síntese e um diálogo profundo e de vanguarda com a cultura moderna. "Sem o patrimônio espiritual a cultura européia não seria capaz de entrar em diálogo com as grandes culturas da humanidade", assinalou

Bento XVI afirmou também aos jornalistas, enviando um recado para a sociedade secular, que se concentrar somente na razão é um erro. Segundo o Santo Padre, o desafio para a cultura da Europa é integrar a fé e a racionalidade moderna numa única visão antropológica. "A presença do secularismo é algo normal, mas a separação, a contraposição, entre secularismo e cultura da fé é anômala e deve ser superada", complementou.

Já no que se refere à esfera econômica, o Papa destacou que um positivismo econômico, que julga poder funcionar sem o componente da ética, criou um "dualismo falso" e, por consequencia, causou um "puro pragmatismo", que prescinde do caráter ético do homem e "cria problemas insolúveis".
No entanto, para o pontífice, a culpa desta situação é também da Igreja. "Devemos confessar que a fé católica, cristã, freqüentemente, era muito individualista, deixava as coisas concretas, econômicas ao mundo, e pensava somente na salvação individual, nos atos religiosos, sem ver que estes implicam uma responsabilidade global, uma responsabilidade pelo mundo", declarou.

Por fim, respondendo a uma pergunta sobre o sofrimento do Papa no contexto da terceira parte do mistério de Fátima, Bento XVI disse que a maior perseguição da Igreja não vem de inimigos externos, mas nasce do pecado na Igreja. "Reaprender" a conversão, a oração, a penitência e as virtudes teologais é o convite do Santo Padre aos membros da Igreja. "Mas a purificação lembra o perdão e a justiça. Nossa Senhora de Fátima é para nós um sinal da presença da fé. A sua mensagem não se reduz aos pequenos, mas que tem uma mensagem para todo o mundo", concluiu.
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Notícias

“A terceira parte do Segredo de Fátima

também diz respeito a questões atuais”,

afirmou Bento XVI

Publicado 2010/05/12
Author : Gaudium Press

Perguntado ontem, no avião que o levava a Portugal, sobre a terceira parte do segredo de Fátima, o Santo Padre afirmou que, em essência, ela se referia ao atentado que João Paulo II havia sofrido anos atrás, mas que também dizia respeito à atualidade.

Lisboa (Quarta-feira, 12-05-2010, Gaudium Press) Em entrevista dada, ontem, no avião que o levava a Portugal, o Santo Padre declarou que a terceira parte do segredo de Fátima, em certa medida, estava relacionada aos ataques que a Igreja e ele mesmo vêm sofrendo por conta dos escândalos de pedofilia. A informação foi dada pela vaticanista portuguesa Aura Miguel a emissora portuguesa TVI24.
Segundo a vaticanista, a declaração do Papa surgiu após pergunta de um repórter relacionada à mensagem de Fátima, mais especificamente, ao fato de que a terceira parte do segredo, refere-se ao sofrimento do Papa e da Igreja. Conforme Aura, o jornalista quis saber "se o Papa pensava que o terceiro segredo havia se encerrado com João Paulo II ou se dizia respeito ao sofrimento que ele mesmo estava vivendo com relação às questões de pedofilia; se não seria esta outra forma de martírio".

Neste momento, conforme Aura, o Santo Padre afirmou que, em essência, a terceira parte do segredo referia-se a João Paulo, ao atentado que ele havia sofrido. Contudo, segundo o Papa, também estava relacionado a um aspecto da atualidade. E uma das leituras possíveis da atualidade diz respeito aos ataques à Igreja e ao Papa. Ataques, que segundo pontífice, partem de dentro da Igreja. "Os inimigos que atacam a Igreja vem de dentro e estão ligados a um pecado aterrador", expressou.

De acordo com a vaticanista, o Papa ainda afirmou que "a mensagem de Fátima continua atual, levando em conta este panorama aterrador do pecado da Igreja". De acordo com o Santo Padre, é necessário que haja purificação, conversão, penitência e justiça, "e o essencial da mensagem de Fátima está, precisamente, relacionado a isso", disse o pontífice.
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O sacerdote é um outro Cristo

Publicado 2010/05/10
Author : Pe. José Francisco Hernández Medina, EP 

Encerrar-se-á no próximo mês o Ano Sacerdotal, instituído por Bento XVI para favorecer o avanço dos sacerdotes na via da perfeição espiritual. Poderia Vossa Excelência adiantar alguns dos resultados obtidos, sobretudo no referente à santificação...
 
Em entrevista exclusiva à revista "Arautos do Evangelho", o Secretário da Congregação para o Clero define com riqueza e profundidade teológica a identidade do sacerdote, a dignidade sobrenatural de que está revestido e a necessidade de lembrar estas realidades em face de um mundo secularizado e relativista.
Pe. José Francisco Hernández Medina, EP
Encerrar-se-á no próximo mês o Ano Sacerdotal, instituído por Bento XVI para favorecer o avanço dos sacerdotes na via da perfeição espiritual. Poderia Vossa Excelência adiantar alguns dos resultados obtidos, sobretudo no referente à santificação pessoal dos presbíteros?
Antes de tudo, a focalização da própria identidade sacerdotal, na declinação do compromisso ministerial que essa identidade traz, com o consequente incremento da vida espiritual, não "apesar" da prática pastoral, mas "por meio" desta.
O que levou a Congregação para o Clero a promover o Congresso Teológico "Fidelidade de Cristo, fidelidade do Sacerdote", e quais frutos espera colher desse evento?
Certamente a necessidade de esclarecer a teologia do sacerdócio, centralizada na cristologia, a diferença essencial entre o sacerdócio batismal e o ordenado, a prioridade da dimensão vertical, da qual deriva a horizontal.

Os frutos que esperamos são, da parte dos sacerdotes, a plena consciência da própria consagração virginal e, em consequência, uma forte motivação em vista deste dom recebido de Deus, bem como a alegria de ver a própria identidade conformada segundo Cristo. Esperamos também que - embora sobrecarregados de tarefas e fatigados pelo contínuo dever de responder com o próprio testemunho à objeção apresentada pela sociedade secularizada - os sacerdotes se sintam sempre reconhecidos, sustentados pelas preces dos fiéis, encorajados e circundados pelo afeto das respectivas comunidades. Assim, o clima dentro da Igreja se tornará ainda mais propício para o desabrochar de respostas positivas às vocações que, da parte do Senhor da messe, certamente não faltam.
Em uma das reflexões sobre o Ano Sacerdotal, Vossa Excelência recorda que o sacerdócio é um dom sobrenatural que comporta uma dignidade que todos - leigos e ministros consagrados - precisam reconhecer. Qual deve ser a atitude do presbítero perante sua própria dignidade?
Uma profunda humildade que comporta o esvaziar-se de si mesmo para ceder lugar a Jesus Bom Pastor, numa progressiva conformação ao Tu que é o verdadeiro fim do próprio eu.

À vista de um mandato tão nobre quanto imerecido, a inteligência, a vontade, a afetividade, todas as potências da nossa alma são depositadas na patena do ofertório para que, apresentadas a Ele, os limites da natureza humana possam ser transbordados pelo Seu Amor infinito. Diante da altíssima dignidade da ontologia sacerdotal, portanto, compreende- se bem a exigência de compromisso na castidade do sagrado celibato, na obediência e na pobreza evangélica. Isto requer uma imensa humildade, inspirada na da Santíssima Virgem, que, meditando sobre o singular encargo que o Senhor Lhe
D Mauro - entrevista_1.jpg
"É necessário que os sacerdotes vivam a própria identidade, não apenas
interiormente, mas também exteriormente, mostrando a pureza do culto
divino, a beleza da consagração virginal, a plenitude do relacionamento
com Deus na oração".                 D. Mauro em entrevista concedida a Re -
vista Arautos do Evangelho,durante o Congresso Eucarístico Internacional
solicitava, reconheceu com simplicidade como Ele "olhou para a humildade da sua Serva" (Lc 1, 48).

Assim, no caminho cotidiano traçado pela Celebração Eucarística de cada dia, o programa de cada sacerdote é "tornar-se aquilo que ‘é'"!
Influenciados por um mundo cada vez mais secularizado, certos fiéis tendem a ver o sacerdote como se fosse apenas um líder, um coordenador, um amigo. Como levá-los a reconhecer a dignidade intrínseca dos presbíteros, com o respeito devido à sua altíssima missão?
Deus quer o sacerdócio para que Sua Vida chegue a todos os homens por meio de alguns que Ele mesmo chama - voca - a Si no Sacramento da Ordem, fazendo-os participar, com um caráter indelével e de modo todo especial, de Seu poder.

É necessário que o sacerdote tenha essa consciência do próprio ministério; e o fiel tem o direito sacrossanto de exigir uma catequese adequada, dada segundo a sã doutrina - conforme o Magistério e o Catecismo da Igreja Católica -, os inumeráveis exemplos dos Santos e o testemunho de tantos bons sacerdotes de todos os tempos e lugares.

O sacerdote consciente de seu próprio pertencer a Cristo "exalará" com naturalidade o seu mundo interior, através de sua humanidade consumada n'Ele, na delicadeza de trato, no sentimento de paz, no profundo espírito de acolhida, na simplicidade e na dignidade celebrativa.

Neste mundo - que Vossa Excelência tão oportunamente qualifica de entrelaçamento de relativismo e de modelos democráticos mal-entendidos, de autonomismo e liberalismo - permanece válido o voto de obediência que os presbíteros fazem ao Bispo? Qual é o significado dessa obediência?
A obediência não apenas permanece válida, mas é essencial ao ser sacerdotal e ao seu consequente agir. No presbítero Se prolonga o Jesus Redentor que Se fez "obediente até a morte, e morte de Cruz" (Fl 2, 8). A salvação passa pela Cruz, e a Cruz é obediência salvífica.

O pecado entrou no mundo precisamente pela desobediência. O velho Adão afastou-se pela desobediência, rebelando-se contra o amor imerecido de Deus, colocando-se, assim, numa condição de aparente autossuficiência que evidencia a não submissão à sua identidade de filho. Cristo, o novo Adão, revelou ao homem sua verdadeira natureza, mostrando, no seu "sim" à vontade do Pai, a obediência filial como condição essencial do homem.

O sacrifício da Cruz, a obediência total, é renovado cada dia na Santa Missa. Nela, o sacerdote não é um ator que representa o papel principal num "palco litúrgico", mas é outro Cristo e, enquanto tal, deve-se submeter à realidade do que acontece no Sacramento da Eucaristia. Um sacerdote desobediente é uma contradição nos termos, é como um pecado contra a natureza. Ele deve ser portador de salvação, consciente de que esta passa forçosamente pela obediência ao Bispo, o qual, por sua vez, também precisa prestar a obediência eclesial do modo mais leal, teológico, comunial, concreto e efetivo.

A obediência consiste, portanto, em aderir àquele único Corpo que é a Igreja e nele permanecer. São nocivos os "livres atiradores" que dele se separam, provocando "hiatos". Destacados da Videira, não podem dar fruto. Nesse caso, acontece em âmbito eclesial o que clinicamente ocorre na embolia.
Fala-se muito que, em certos países, estão diminuindo as vocações para o sacerdócio. Contudo, verifica-se que em outros há um notável aumento. Como interpretar isso?
Quando se considera o número de respostas efetivas à vocação sacerdotal, há muitos fatores a ponderar; não se pode ser simplista. É possível, entretanto, encontrar alguns pontos essenciais como, por exemplo, o quociente de fé existente num determinado contexto histórico-social, a educação recebida em família, a efetiva experiência eclesial.

Para obteremse vocações, é preciso juntar as mãos em oração! Diz-nos com clareza inequívoca o Evangelho: "A messe é grande, mas os operários são poucos. Pedi, pois, ao Senhor da messe que envie operários para sua messe" (Mt 9, 37- 38). Portanto, é fundamental a prece, a súplica ao Senhor baseada na necessidade de ver repetirse o milagre de um homem que decide aderir ao grande projeto de Cristo, no dom total de si mesmo.

É de particular importância fazer a Adoração Eucarística e rezar o Rosário nesta intenção. É também necessário que os sacerdotes vivam a própria identidade não apenas interiormente, mas também exteriormente, mostrando a pureza do culto divino, a beleza da consagração virginal, a plenitude do relacionamento com Deus na oração. Um sacerdote que não se apresenta como "outro Cristo", oferece uma imagem falsa de Cristo, nebulosa, e em consequência não pode atrair nem orientar.

Por fim, não se mede o número das vocações segundo os padrões da sociologia, das pesquisas populacionais, mas pelos critérios da fé! São estes que nos devem mover, e só as metodologias que aplicam esses critérios devem ser utilizadas para avaliar as vocações.
Quais são os pontos que mais seria necessário reforçar, na formação dos novos sacerdotes, preparando-os para exercer seu ministério neste mundo secularizado?
À imagem do modo de agir de Cristo, que salva o homem partindo da sua condição limitada, será certamente necessário um olhar sobre o mundo. Isso comporta, porém, uma desintoxicação do espírito do mundo, baseada num senso construtivamente crítico, sobretudo no relativo às culturas dominantes. Esse juízo deve ser construtivo, isto é, deve partir das facetas que definem a realidade social, analisando em profundidade suas motivações, para depois identificar pontos fracos e sanálos, salvando assim o homem de enveredar pelos caminhos que o desviam de Cristo e até de qualquer valor positivo fundado n'Ele. Portanto, será particularmente proveitoso criar "anticorpos" contra o relativismo, o subjetivismo individualista e o pacifismo como um fim em si mesmo. Com esse objetivo, será importante um sadio "travamento" filosófico, aprofundado na metafísica, na lógica e na crítica.

Importa, além disso, que os novos sacerdotes sejam logo educados na ortodoxia doutrinal, num ascético trabalho sobre si mesmos, com o objetivo de corrigir eventuais secularizações, contágios doutrinários da sociedade contemporânea, ou individualismos que conduzem à procura de mensagens novas, mas desviadas do eterno, puro e sempre novo conteúdo do Evangelho transmitido há dois mil anos, na continuidade do Magistério.

O Papa proclamará São João Maria Vianney "Padroeiro de todos os Sacerdotes". Assim, é útil e oportuno seguir seu exemplo. É de altíssima atualidade a força profética que marcou a personalidade humana e sacerdotal desse pastor,
D MAURO_2.jpg
Importa que os novos sacerdotes sejam educados num ascéti-
co trabalho sobre si mesmos, com o objetivo de corrigir even -
tuais secularizações, contágios doutrinários da sociedade con-
temporânea, ou individualismos
D. Mauro Piacenza, durante a terceira sessão do Congresso
Teológico
naquele tempo e naquelas terras feridas pelas consequências da Revolução Francesa e por sua vontade de "sair do estado de minoridade" causado pelo assim denominado Ancien Régime. O santo pároco conseguiu penetrar no âmago das almas, mesmo das mais afastadas, simplesmente mostrando a todos aquilo que intimamente vivia, isto é, a sua relação de amizade com Cristo.

É esse o método que desde sempre a Igreja pede a seus filhos prediletos, chamados a servi-la na totalidade!
Na última Audiência Geral de 2009, Bento XVI insistiu sobre a necessidade de celebrar com dignidade e decoro os Sacramentos. Qual é o papel da beleza no exercício do ministério sacerdotal?
Em seu livro O Idiota, dizia Dostoiévski: "A beleza salvará o mundo". A via estética, que conduz a Deus, foi sempre uma via privilegiada para o homem, pois a arte, subdividida em todas as suas disciplinas, lhe serve de instrumento para atingir algo que supera suas simples capacidades. A essa luz, a Igreja foi levada, no decorrer dos séculos, a desenvolver a arquitetura, a música, as artes plásticas e o artesanato numa sinfonia harmoniosa capaz de manifestar ao mundo, do modo mais direto possível, o grande e pacificante mistério de Deus que Se fez homem por nós.

Sendo o belo, junto com o verdadeiro e o bom, um transcendental do ser, uma faceta do Ser subsistente em Si mesmo, que é Deus, é tarefa do sacerdote comunicar da melhor maneira possível esse conjunto de articulações do Único Mistério na sagrada Liturgia que lhe foi confiada. Fala-se, com efeito, de ars celebrandi, visando precisamente ao melhor modo de exprimir a Beleza inefável do Amor divino, que nos é dado celebrar e mostrar ao Povo de Deus, de maneira especial na Santíssima Eucaristia. A dignidade e o decoro da Liturgia derivam daí como consequência direta, pois a objetividade e o realismo da Encarnação não se comunicam por meio de gestos e palavras improvisadas, mas na obediência a um critério que não foi estabelecido por nós, mas comunicado e revelado pelo próprio Deus como um imenso dom. Assim, nas coisas sagradas, a arte torna-se culto e catequese, piedade e caridade.
Entre os principais elementos que definem o sacerdócio, está o serviço litúrgico e, mais especialmente, o ministério do Altar. Como ajudar os presbíteros a aprofundar cada vez mais o significado teológico e espiritual da Liturgia?
O senso do eterno, do divino, do sobrenatural - que constitui o cerne amplo da formação sacerdotal - deve transparecer naquela pessoa a qual, uma vez conformada a Cristo pelo Sacramento da Ordem, é constituída em vínculo entre o "aqui" e o "além".

O amor ao Senhor, único fundamento real do sacerdócio, prova- se de modo eminente por aquele aspecto não suficientemente sublinhado, mas absolutamente central, que é o amor à divina Presença de Cristo Ressuscitado na Eucaristia. Na Santa Missa, o sacerdote tem a possibilidade de perceber, na própria carne, o que significa pertencer ao Corpo Místico e agir in persona Christi, participando, inclusive com seus próprios sofrimentos, no mistério da substituição vicária, que é chamado a viver em si mesmo cotidianamente. Nisso deve residir a verdadeira felicidade do ministério sacerdotal, já que em Cristo até mesmo o sacrifício é alegria, participação no grande projeto de salvação, querido pelo Pai para a Redenção dos homens.

D MAURO_1.jpgDom Mauro Piacenza, Secretário da Congregação para o Clero, nasceu em Gênova (Itália) em 1944 e recebeu a ordenação sacerdotal em 1969, das mãos do Cardeal Giuseppe Siri. É professor de Direito Canônico na Faculdade Teológica da Itália Setentrional, e de Cultura Contemporânea e História do Ateísmo, no Instituto Superior de Ciências Religiosas "Ligure".

O Papa João Paulo II nomeou-o, em 2003, presidente da Pontifícia Comissão para o Patrimônio Cultural e, em 2004, da Pontifícia Comissão de Arqueologia Sacra. Foi ordenado Bispo pelo Cardeal Tarcísio Bertone em 15 de novembro de 2003.
Desde 1990 tem atuado na Congregação para o Clero, da qual foi chefe de escritório e sub-secretário. Ao ser nomeado,
em 2007, Secretário desse dicastério, foi também elevado à dignidade de Arcebispo.
(Revista Arautos do Evangelho, Maio/2010, N. 101, P. 24 À 27)
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Maria continua no Céu a cumprir a missão que teve na Terra, 

de cooperadora no nascimento e desenvolvimento da vida divina

em cada alma dos homens remidos.
D Orani Tempesta.jpgDom Orani João Tempesta, OCist
Arcebispo do Rio de Janeiro

O mês de maio sempre foi considerado, desde as nossas mais antigas tradições católicas, como o mês de Maria. Todos nós nos recordamos das solenidades que fazem parte deste momento do ano. O verdadeiro devoto de Maria é conduzido por Ela a Jesus. Aliás, Ela nos ensina a ouvir e fazer a vontade de Seu Filho - "Fazei o que Ele disser" (Jo 2, 5) - quando vê a falta de vida e alegria na caminhada da Aliança do Povo de Deus. A maioria de suas imagens no-La representam, de uma forma ou outra, sempre com referência a Cristo, principalmente em Seus braços, como que O anunciando ao mundo.
Duas prerrogativas uníssonas
Ao refletirmos acerca da maternidade de Maria, não podemos deixar de evidenciar: Ela é Mãe, entretanto, Virgem, porque concebeu segundo a ação amorosa do Espírito Santo. Mãe de Deus e Virgem: são uníssonas as duas prerrogativas, sempre proclamadas juntas, porque se integram e se qualificam reciprocamente. Maria é Mãe, mas mãe virgem; Maria é Virgem, virgem mãe. Se omitirmos um dos dois aspectos, não se compreende plenamente o mistério de Maria, como os Evangelhos no-La apresentam.

Maria, uma humilde criatura, gerou o Criador do mundo! O mês de maio renova-nos a consciência deste mistério, apresentando-nos a Mãe do Filho de Deus como copartícipe dos acontecimentos culminantes da História da Salvação. A tradição secular da Igreja considerou sempre o nascimento de Jesus e a Maternidade Divina de Maria como dois aspectos da Encarnação do Verbo. Recorda o Catecismo da Igreja Católica, citando o Concílio de Éfeso: "Com efeito, Aquele que Ela concebeu como homem por obra do Espírito Santo e que Se tornou verdadeiramente Seu Filho segundo a carne, não é senão o Filho eterno do Pai, a Segunda Pessoa da Santíssima Trindade. A Igreja confessa que Maria é, verdadeiramente, a Mãe de Deus".1

Realmente, Nossa Senhora é "a Mãe de Deus", daí derivam todos os outros aspectos da Sua missão; aspectos bem evidenciados pelos milhares de títulos com os quais as comunidades dos discípulos de Cristo em todas as partes do mundo honram- Na. Antes de tudo, os de "Imaculada" e de "Assunção" porque, sem dúvida, Aquela que devia gerar o Salvador não podia ser submetida à corrupção do pecado original. Por isso mesmo, Nossa Senhora é invocada como a Mãe do Corpo Místico, ou seja, da Igreja. O Catecismo da Igreja Católica, inspirando-se na tradição patrística expressa por Santo Agostinho, afirma que Ela é verdadeiramente "Mãe dos membros de Cristo, porque cooperou com o Seu amor
Maria nossa Mae.jpg
Mãe de Deus e Virgem: são uníssonas as duas prerroga -
tivas, sempre proclamadas juntas, porque se integram  e
se qualificam reciprocamente. "Maria com o Menino Jesus
Museu Unterlinden, Colmar (França)
para que na Igreja nascessem os fiéis, membros daquela Cabeça".2 Toda a existência de Maria está estreitamente relacionada à de Jesus.

Missão que continua no Céu


Por fim, não podemos olvidar que Maria, Mãe de Deus, é a Mãe da Igreja, portanto, de todos nós. O Papa Paulo VI afirmou com propriedade: "A primeira verdade é esta: Maria é Mãe da Igreja não apenas por ser Mãe de Jesus Cristo e sua muito íntima colaboradora na ‘nova economia, quando o Filho de Deus assume d'Ela a natureza humana, para libertar o homem do pecado' mediante os mistérios da sua carne (LG, n.55), mas também porque ‘refulge em toda a comunidade dos eleitos como modelo de virtude' (cf. LG, n.65, também n.63). Como, na verdade, cada mãe humana não pode limitar a sua missão à geração de um novo homem mas deve alargá- la à nutrição e à educação, assim se comporta também a Bem-aventurada Virgem Maria. Depois de ter participado no sacrifício redentor do Filho, e de maneira tão íntima que Lhe fez merecer ser por Ele proclamada Mãe não só do discípulo João, mas - seja consentido afirmá-lo - do gênero humano, por aquele de algum modo representado, Ela continua agora no Céu a cumprir a missão que teve na Terra, de cooperadora no nascimento e desenvolvimento da vida divina em cada alma dos homens remidos. Esta é uma consoladora verdade, que por ser livre beneplácito de Deus sapientíssimo faz parte integrante do mistério da salvação humana; por isso ela deve ser considerada como de Fé por todos os cristãos".3

O Documento de Aparecida diz: "Com Maria, chega o cumprimento da esperança dos pobres e do desejo de salvação. A Virgem de Nazaré teve uma missão única na História da Salvação: concebeu, educou e acompanhou Seu filho até a Cruz.
Desde a Cruz, Jesus Cristo confiou a Seus discípulos, representados por João, o dom da maternidade de Maria, que nasce diretamente da hora pascal de Cristo (Jo 19, 27). Perseverando junto aos Apóstolos à espera do Espírito (cf. At 1, 13-14), Ela cooperou com o nascimento da Igreja missionária, imprimindo- lhe um selo mariano que a identifica profundamente. Como Mãe, fortalece os vínculos fraternos entre todos, estimula a reconciliação e o perdão e ajuda os discípulos de Jesus Cristo a experimentarem, como uma família, a família de Deus. Em Maria, encontramo- nos com Cristo, o Pai, o Espírito Santo e os irmãos".4
Sinal que mostra o caminho para Jesus
Por mais de quatro anos, fui Arcebispo de Santa Maria de Belém do Pará. Lá, pude contemplar o mistério de Deus pelo SEDE SAPIENTIAE.jpgculto Mariano. No segundo domingo de outubro de cada um desses anos, contemplei mais de dois milhões de pessoas saírem pelas ruas de Belém, sem contar as manifestações por toda a Região Amazônica, para reverenciar a pequena Imagem da Virgem de Nazaré.

Em 11 de outubro de 2009, já como Arcebispo do Rio de Janeiro, fui a Aparecida para encerrar a Novena em honra da Virgem "Mãe de Deus e nossa". No dia seguinte, dia da festa, eram mais de duzentas e cinquenta mil pessoas na Catedral Basílica. O povo de Deus, particularmente a grande maioria dos brasileiros, tem em Maria o sinal colocado no céu de suas vidas, que mostra o caminho para Cristo Jesus.

Escola de humildade, de serviço e de caridade
Na escola de Maria, escola de humildade, de serviço e de caridade, queremos pedir- Lhe que abençoe o povo brasileiro e ajude todos os seus devotos a serem discípulos- missionários de Jesus Cristo, como nos recomenda o Documento de Aparecida.

Que Ela nos ajude a sermos autênticos filhos de Deus e zelosos filhos da Igreja, quando no mundo devemos anunciar - na esteira da Virgem Mãe de Deus, Mãe da Igreja, Mãe do Brasil - o rosto terno de Jesus que nos chama à fidelidade ao Evangelho.

Que o olhar fiel e de serviço de Maria por Seu Filho nos ensine não só a rezar, mas a nos colocarmos em Seus braços para, com Jesus, caminharmos neste mundo anunciando o amor e vivendo este amor na comunidade dos seguidores do Ressuscitado que está em nosso meio! São Bernardo nos recorda, em um belo sermão sobre a Virgem, que no meio do mar da vida o cristão precisa fazer como um marinheiro que olha para a estrela a fim de encontrar o caminho do porto: "Olha para a estrela, invoca Maria!".
1 Catecismo da Igreja Católica, n.495.
2 Idem, n.963.
3 Signum magnum, 13/5/1967, n.1.
4 DA n.267.

(Revista Arautos do Evangelho, Maio/2010, n. 101, p. 38-39)

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