Padre apresenta ações práticas para o
Ano da Fé
André Luiz
Da Redação

Mesmo na correria do dia-a-dia, é possível viver
bem o Ano da Fé. Para isso, a sugestão é colocar em prática os passos
sugeridos por Pe. Antônio Luiz.
O Ano da Fé foi proclamado pelo
Papa Bento XVI desde o último mês de outubro. São muitas as propostas
para este tempo forte em que os católicos são convidados a reafirmar sua
fé em Cristo e na Igreja. Bento XVI, em suas catequeses, tem se
dedicado a transmitir conteúdos que aprofundam questões próprias da fé
cristã. Além disso, muitos estudiosos têm escrito sobre o assunto,
propondo reflexões, apontando caminhos para que a Igreja corresponda ao
apelo do Papa para este ano.
Leia mais:
.: Padre sugere metodologias para aprofundar a fé
.: Bento XVI destaca três vias para conhecer a Deus
.: Todas as notícias sobre o Ano da Fé
Apesar de todo o conteúdo já oferecido aos fiéis, alguns ainda podem se perguntar: como viver o Ano da Fé no dia-a-dia?
De acordo com o Padre Antônio Luiz Catelan Ferreira, Assessor da Comissão Episcopal para a Doutrina da Fé da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), há caminhos bem específicos para quem quer viver bem este tempo forte da Igreja Católica e colher bons frutos desta experiência.
O primeiro passo sugerido pelo padre Antônio Luiz, para viver o Ano da Fé no cotidiano da vida, é a leitura da Porta Fidei, Carta Apostólica escrita pelo Papa por meio da qual proclamou o Ano da Fé. Desta forma, diz o padre, o fiel viverá o Ano da Fé em comunhão com o Santo Padre e não de forma aleatória.
Depois, o padre sugere a recitação do Credo diariamente. Se possível, rezar o Credo Niceno-Constantinopolitano que é a profissão de fé ainda mais completa, originado nos Concílios de Nicéia (ano 325) e Constantinopla (ano 381). A recitação pode suscitar no fiel o desejo de aprofundar o Credo e saber o que ele significa, afirma Padre Antônio.
Desde o início de sua vida apostólica, a Igreja elaborou o que passou a ser chamado de “Símbolo dos Apóstolos”(Credo), assim chamado por ser o resumo fiel da fé dos Apóstolos; foi uma maneira simples e eficaz da Igreja apostólica exprimir e transmitir a sua fé em fórmulas breves e normativas para todos. Nos seus doze artigos, o Creio sintetiza tudo aquilo que o católico crê.
No terceiro passo, o fiel deve estar atento às atividades que serão propostas nas paróquias por ocasião do Ano da Fé e vivê-las bem. Por fim, padre Antônio sugere que se tome o Catecismo e se comprometa com seu estudo ao longo deste ano especial para a Igreja.
Nas circunstâncias do Ano da Fé, onde os católicos são incentivados a redescobrir e aprofundar a fé, padre Antônio Luiz faz um alerta:
“É possível conhecer o Catecismo da Igreja e a Teologia, mas não ter fé. Um ateu pode estudar a Teologia e o catecismo católico e nem por isso crer. Ele pode decorar palavra por palavra, conhecer a Teologia melhor que um teólogo católico, mas esse conhecer do ateu é um conhecimento exterior. O conhecimento da fé típico do cristão é um conhecimento por dentro, amoroso, que envolve uma forma de participação. Essa forma produz muitos frutos.”
Logo, de acordo com o padre, é preciso cuidar para que o ato de conhecer e aprofundar a fé seja repleto de profundo amor por Cristo e pela Igreja e manifestem um desejo interior de crescer na fé, a fim de vivê-la melhor.
Leia mais:
.: Padre sugere metodologias para aprofundar a fé
.: Bento XVI destaca três vias para conhecer a Deus
.: Todas as notícias sobre o Ano da Fé
Apesar de todo o conteúdo já oferecido aos fiéis, alguns ainda podem se perguntar: como viver o Ano da Fé no dia-a-dia?
De acordo com o Padre Antônio Luiz Catelan Ferreira, Assessor da Comissão Episcopal para a Doutrina da Fé da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), há caminhos bem específicos para quem quer viver bem este tempo forte da Igreja Católica e colher bons frutos desta experiência.
O primeiro passo sugerido pelo padre Antônio Luiz, para viver o Ano da Fé no cotidiano da vida, é a leitura da Porta Fidei, Carta Apostólica escrita pelo Papa por meio da qual proclamou o Ano da Fé. Desta forma, diz o padre, o fiel viverá o Ano da Fé em comunhão com o Santo Padre e não de forma aleatória.
Depois, o padre sugere a recitação do Credo diariamente. Se possível, rezar o Credo Niceno-Constantinopolitano que é a profissão de fé ainda mais completa, originado nos Concílios de Nicéia (ano 325) e Constantinopla (ano 381). A recitação pode suscitar no fiel o desejo de aprofundar o Credo e saber o que ele significa, afirma Padre Antônio.
Desde o início de sua vida apostólica, a Igreja elaborou o que passou a ser chamado de “Símbolo dos Apóstolos”(Credo), assim chamado por ser o resumo fiel da fé dos Apóstolos; foi uma maneira simples e eficaz da Igreja apostólica exprimir e transmitir a sua fé em fórmulas breves e normativas para todos. Nos seus doze artigos, o Creio sintetiza tudo aquilo que o católico crê.
No terceiro passo, o fiel deve estar atento às atividades que serão propostas nas paróquias por ocasião do Ano da Fé e vivê-las bem. Por fim, padre Antônio sugere que se tome o Catecismo e se comprometa com seu estudo ao longo deste ano especial para a Igreja.
Nas circunstâncias do Ano da Fé, onde os católicos são incentivados a redescobrir e aprofundar a fé, padre Antônio Luiz faz um alerta:
“É possível conhecer o Catecismo da Igreja e a Teologia, mas não ter fé. Um ateu pode estudar a Teologia e o catecismo católico e nem por isso crer. Ele pode decorar palavra por palavra, conhecer a Teologia melhor que um teólogo católico, mas esse conhecer do ateu é um conhecimento exterior. O conhecimento da fé típico do cristão é um conhecimento por dentro, amoroso, que envolve uma forma de participação. Essa forma produz muitos frutos.”
Logo, de acordo com o padre, é preciso cuidar para que o ato de conhecer e aprofundar a fé seja repleto de profundo amor por Cristo e pela Igreja e manifestem um desejo interior de crescer na fé, a fim de vivê-la melhor.
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Caríssimos irmãos e irmãs!
Iniciamos com toda a Igreja o novo Ano Litúrgico:
um novo caminho de fé, a se viver unidos nas comunidades cristãs, mas
também, como sempre, a se percorrer no interior da história do mundo,
para abri-la ao mistério de Deus, à salvação que vem do seu amor.
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O que é o Ano Litúrgico?
O Ano Litúrgico é o “Calendário religioso”. Contém
as datas dos acontecimentos da História da Salvação. Não coincide com o ano
civil, que começa no dia primeiro de janeiro e termina no dia 31 de dezembro. O
Ano Litúrgico começa e termina quatro semanas antes do Natal. Tem como base as
fases da lua. Compõe-se de dois grandes ciclos: o Natal e a Páscoa. São como
dois pólos em torno dos quais gira todo o Ano Litúrgico.
O Natal tem
um tempo de preparação, que é o Advento; e a Páscoa tem também um
tempo de preparação, que é a Quaresma. Ao lado do Natal e da Páscoa está um
período longo, de 34 semanas, chamado Tempo Comum. O Ano Litúrgico começa com o
Primeiro Domingo do Advento e termina com o último sábado do Tempo Comum, que é
na véspera do Primeiro Domingo do Advento. A sequência dos diversos “tempos” do
Ano Litúrgico é a seguinte:
CICLO DO NATAL
ADVENTO
(Advento: Inicia-se o ano litúrgico. Compõe-se de 4 semanas. Começa 4
domingos antes do Natal e termina no dia 24 de dezembro. Não é um tempo de
festas, mas de alegria moderada e preparação para receber Jesus.)
Início
: 4 domingos antes do Natal
Término
: 24 de dezembro à tarde
Espiritualidade
: Esperança e purificação da
vida
Ensinamento
: Anúncio da vinda do Messias
Cor: Roxa
NATAL
(Natal: 25 de dezembro. É comemorado com alegria, pois é a festa do
Nascimento do Salvador.)
Início: 25 de dezembro
Término: Na festa do Batismo de Jesus
Espiritualidade: Fé, alegria e acolhimento.
Ensinamento: O filho de Deus se fez Homem
Cor: Branca
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O que é o Ano Litúrgico?
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O Natal tem um tempo de preparação, que é o Advento; e a Páscoa tem também um tempo de preparação, que é a Quaresma. Ao lado do Natal e da Páscoa está um período longo, de 34 semanas, chamado Tempo Comum. O Ano Litúrgico começa com o Primeiro Domingo do Advento e termina com o último sábado do Tempo Comum, que é na véspera do Primeiro Domingo do Advento. A sequência dos diversos “tempos” do Ano Litúrgico é a seguinte:
CICLO DO NATAL
ADVENTO
(Advento: Inicia-se o ano litúrgico. Compõe-se de 4 semanas. Começa 4 domingos antes do Natal e termina no dia 24 de dezembro. Não é um tempo de festas, mas de alegria moderada e preparação para receber Jesus.)
Início : 4 domingos antes do Natal
Término : 24 de dezembro à tarde
Espiritualidade : Esperança e purificação da vida
Ensinamento : Anúncio da vinda do Messias
Cor: Roxa
NATAL
(Natal: 25 de dezembro. É comemorado com alegria, pois é a festa do Nascimento do Salvador.)
Início: 25 de dezembro
Término: Na festa do Batismo de Jesus
Espiritualidade: Fé, alegria e acolhimento.
Ensinamento: O filho de Deus se fez Homem
Cor: Branca
O Ano Litúrgico inicia com o Tempo do Advento: tempo estupendo em que se desperta nos corações a expectativa do retorno de Cristo e a memória da sua primeira vinda, quando se despojou da sua glória divina para assumir a nossa carne mortal.(Papa Bento XVI)
ADVENTO
O Ano Litúrgico começa com o Tempo do Advento; um tempo de preparação para a Festa do Natal de Jesus.
Este foi o maior acontecimento da História: o Verbo se fez carne e
habitou entre nós. Dignou-se a assumir a nossa humanidade, sem deixar de
ser Deus. Esse acontecimento precisa ser preparado e celebrado a cada
ano. Nessas quatro semanas de preparação, somos convidados a esperar
Jesus que vem no Natal e que vem no final dos tempos.
Nas duas primeiras semanas do Advento, a liturgia nos convida a
vigiar e esperar a vinda gloriosa do Salvador. Um dia, o Senhor voltará
para colocar um fim na História humana, mas o nosso encontro com Ele
também está marcado para logo após a morte.
Nas duas últimas semanas, lembrando a espera dos profetas e de Maria, nós nos preparamos mais especialmente para celebrar o nascimento de Jesus em Belém.
Os Profetas anunciaram esse acontecimento com riqueza de detalhes:
nascerá da tribo de Judá, em Belém, a cidade de Davi; seu Reino não terá
fim... Maria O esperou com zelo materno e O preparou para a missão
terrena.
Coroa do Advento:
Para nos ajudar nesta preparação usa-se a Coroa do Advento,
composta por 4 velas nos seus cantos – presas aos ramos formando um
círculo. A cada domingo acende-se uma delas. As velas representam as
várias etapas da salvação. Começa-se no 1º Domingo, acendendo apenas uma
vela e à medida que vão passando os domingos, vamos acendendo as outras
velas, até chegar o 4º Domingo, quando todas devem estar acesas. As
velas acesas simbolizam nossa fé, nossa alegria. Elas são acesas em
honra do Deus que vem a nós. Deus, a grande Luz, "a Luz que ilumina todo
homem que vem a este mundo", está para chegar, então, nós O esperamos
com luzes, porque O amamos e também queremos ser, como Ele, Luz.
Termo:
Advento vem de adventus, vinda, chegada, próximo a 30 de novembro
e termina em 24 de dezembro. Forma uma unidade com o Natal e a
Epifanía.
Cor:
A Liturgia neste tempo é o roxo.
Sentido:
O sentido do Advento é avivar nos fiéis a espera do Senhor.
Duração:
4 semanas
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Você conhece o Ano Litúrgico?
(Explicação mais detalhada.)
Ano litúrgico ou calendário litúrgico é o
ciclo das celebrações litúrgicas durante o ano da igreja cristã que
determina quando se celebram a festas, memorial, comemorações e
solenidades, e daí porções das escrituras devem ser lidas. A igreja
ocidental (Católica e evangélica) e a oriental (Ortodoxa) têm diferentes
datas para as diferentes festas mas a sequência é essencialmente a
mesma.
DIFERENÇA ENTRE O ANO CIVIL E O ANO LITÚRGICO
Durante o ano inteiro celebramos a vida
de Cristo, desde a sua em Encarnação no seio da Virgem Maria, passando
pelo seu Nascimento, Paixão, Morte, Ressurreição, até a sua Ascensão e a
vinda do Espírito Santo.
Mas enquanto civilmente se comemoram fatos passados que aconteceram uma vez e não acontecerão mais, (muito embora esses fatos influenciem a nossa vida até os dias de hoje), no Ano Litúrgico, além da comemoração, vivemos na atualidade, no dia-a-dia de nossas vidas, todos os aspectos da salvação operada por Cristo. A celebração dos acontecimentos da Salvação é actualizada, tornada presente na vida actual dos crentes.
Por exemplo: no dia 7 de Setembro comemora-se o Dia da Independência do Brasil. Pois bem, esse fato aconteceu uma única vez na História do mundo. Já do ponto de vista religioso, no Ano Litúrgico, a cada Natal é Cristo que nasce no meio das famílias humanas, é Cristo que sofre e morre na cruz na Semana Santa, é Cristo que ressuscita na Páscoa, é Cristo que derrama o Espírito Santo sobre a Igreja no dia de Pentecostes. De forma que, ao fazermos memória das atitudes e dos fatos ocorridos com Jesus no passado, essas mesmas atitudes e fatos tornam-se presentes e actuantes, acontecem hoje, no aqui e agora da vida dos cristãos.
Mas enquanto civilmente se comemoram fatos passados que aconteceram uma vez e não acontecerão mais, (muito embora esses fatos influenciem a nossa vida até os dias de hoje), no Ano Litúrgico, além da comemoração, vivemos na atualidade, no dia-a-dia de nossas vidas, todos os aspectos da salvação operada por Cristo. A celebração dos acontecimentos da Salvação é actualizada, tornada presente na vida actual dos crentes.
Por exemplo: no dia 7 de Setembro comemora-se o Dia da Independência do Brasil. Pois bem, esse fato aconteceu uma única vez na História do mundo. Já do ponto de vista religioso, no Ano Litúrgico, a cada Natal é Cristo que nasce no meio das famílias humanas, é Cristo que sofre e morre na cruz na Semana Santa, é Cristo que ressuscita na Páscoa, é Cristo que derrama o Espírito Santo sobre a Igreja no dia de Pentecostes. De forma que, ao fazermos memória das atitudes e dos fatos ocorridos com Jesus no passado, essas mesmas atitudes e fatos tornam-se presentes e actuantes, acontecem hoje, no aqui e agora da vida dos cristãos.
ORGANIZAÇÃO DO ANO LITÚRGICO
Com base no que foi comentado acima, podemos perceber que existiu a
necessidade de se organizar essas comemorações. E assim a Igreja fez, ao
longo de séculos, estabelecendo um calendário de datas a serem
seguidas, que ficou sendo denominado de “Ano Litúrgico” ou “Calendário
Litúrgico”.
O Ano Civil começa em 1º de Janeiro e
termina em 31 de Dezembro. Já o Ano Litúrgico começa no 1º Domingo do
Advento (cerca de quatro semanas antes do Natal) e termina no sábado
anterior a ele. Podemos perceber, também, que o Ano Litúrgico está
dividido em “Tempos Litúrgicos”, como veremos a seguir.
Antes, porém, vale a pena lembrar que o
Ano Litúrgico é composto de dias, e que esses dias são santificados
pelas celebrações litúrgicas do povo de Deus, principalmente pelo
Sacrifício Eucarístico e pela Liturgia das Horas. Por esses dias serem
santificados, eles passam a ser denominados dias litúrgicos. A
celebração do Domingo e das Solenidades, porém, começa com as Vésperas
(na parte da tarde) do dia anterior.
Dentre os Dias Litúrgicos da semana, no
primeiro dia, ou seja, no Domingo (Dia do Senhor), a Igreja celebra o
Mistério Pascal de Jesus, obedecendo à tradição dos Apóstolos. Por esse
motivo, o Domingo deve ser tido como o principal dia de festa.
Cada rito litúrgico da Igreja Católica
tem o seu Calendário Litúrgico próprio, com mais ou menos diferenças em
relação ao Calendário Litúrgico do Rito romano, o mais conhecido. No
entanto, para todos os ritos litúrgicos é idêntico o significado do Ano
litúrgico, assim como a existência dos diversos tempos litúrgicos e das
principais festas litúrgicas.
A Igreja estabeleceu, para o Rito romano,
uma seqüência de leituras bíblicas que se repetem a cada três anos, nos
domingos e nas solenidades. As leituras desses dias são divididas em
ano A, B e C. No ano A lêem-se as leituras do Evangelho de São Mateus;
no ano B, o de São Marcos e no ano C, o de São Lucas. Já o Evangelho de
São João é reservado para as ocasiões especiais, principalmente as
grandes Festas e Solenidades.
Nos dias da semana do Tempo Comum, há
leituras diferentes para os anos pares e para os anos ímpares, tirando o
Evangelho, que se repete de ano a ano. Deste modo, os católicos, de
três em três anos, se acompanharem a liturgia diária, terão lido quase
toda a Bíblia.
O Ano Litúrgico da Igreja é assim dividido:
Ciclo da Páscoa
QUARESMA
INÍCIO: Quarta-Feira das Cinzas
TÉRMINO: Quarta-feira da Semana Santa
ESPIRITUALIDADE: Penitência e conversão
ENSINAMENTO: A misericórdia de Deus
COR: Roxa
PÁSCOA
INÍCIO: Quinta-feira Santa (Tríduo Pascal)
TÉRMINO: No Pentecostes
ESPIRITUALIDADE: Alegria em Cristo Ressuscitado
ENSINAMENTO: Ressurreição e vida eterna
COR: Branca
Ciclo do Natal
ADVENTO
INÍCIO: 4 domingos antes do Natal
TÉRMINO: 24 de dezembro à tarde
ESPIRITUALIDADE: Esperança e purificação da vida
ENSINAMENTO: Anúncio da vinda do Messias
COR: Roxa
NATAL
INÍCIO: 25 de dezembro
TÉRMINO: Na festa do Batismo de Jesus
ESPIRITUALIDADE: Fé, alegria e acolhimento
ENSINAMENTO: O filho de Deus se fez Homem
COR: Branca
* ADVENTO: Inicia-se o ano litúrgico. Compõe-se de 4 semanas.
Começa 4 domingos antes do Natal e termina no dia 24 de dezembro. Não é
um tempo de festas, mas de alegria moderada e preparação para receber
Jesus.
* NATAL: 25 de dezembro. É comemorado com alegria, pois é a festa do Nascimento do Salvador.
* EPIFANIA: E celebrada no domingo seguinte ao natal e dura 3
semanas. É uma festa que lembra a manifestação de Jesus como Filho de
Deus. No ciclo de Natal também são celebradas as festas da Apresentação
do Senhor no dia 02 de fevereiro, da Sagrada Família, de Santa Maria Mãe
de Deus e do Batismo de Jesus.
Tempo comum
1ª PARTE
INÍCIO: 2ª feira após o Batismo de Jesus
TÉRMINO: Véspera da Quarta-feira das Cinzas
ESPIRITUALIDADE: Esperança e escuta da Palavra
ENSINAMENTO: Anúncio do Reino de Deus
COR: Verde
* 1ª PARTE: Começa após o batismo de Jesus e acaba na terça antes da quarta-feira de Cinzas.
2ª PARTE
INÍCIO: Segunda-feira após o Pentecostes
TÉRMINO: Véspera do 1º Domingo do Advento
ESPIRITUALIDADE: Vivência do Reino de Deus
ENSINAMENTO: Os Cristãos são o sinal do Reino
COR: Verde
* 2ª PARTE: Começa na segunda após Pentecostes e vai até o sábado anterior ao 1º Domingo do advento.
Ao todo são 34 semanas. É um período sem grandes acontecimentos. É
um tempo que nos mostra que Deus se fez presente nas coisas mais
simples. É um tempo de esperança e acolhimento da Palavra de Deus.
“O Tempo comum não é tempo vazio. É tempo de a Igreja continuar a
obra de Cristo nas lutas e nos trabalhos pelo Reino.” (CNBB – Documento
43, 132)
Ciclo santoral
Ciclo destinado ao louvor das
personalidades santificadas pela Igreja. Existe uma hierarquia nas
festas dos Santos, encabeçadas pelas da Virgem Maria, que define sua
solenidade e posição no calendário.
Este Ano litúrgico da Igreja tem leituras
bíblicas apropriadas para as comemorações de cada santo em particular,
perfazendo um total de 161 comemorações. Destas, apenas 10 têm leituras
próprias. Aí também estão as 15 solenidades e 25 festas, com leituras
obrigatórias, as 64 comemorações necessárias e 94 comemorações
facultativas, com leituras opcionais. O Calendário apresenta também 44
leituras referentes à ressurreição de Jesus Cristo, além de diversas
leituras para os Santos, Doutores da Igreja, Mártires, Virgens, Pastores
e Nossa Senhora.
TEMPOS LITÚRGICOS
Estes tempos litúrgicos existem em toda a
Igreja Católica. Há apenas algumas diferenças entre os vários ritos,
nomeadamente em relação à duração de cada um e à data e importância de
determinadas festividades. A descrição que se segue corresponde ao Rito
romano.
Tempo do Advento
O Tempo do Advento possui dupla
característica: sendo um tempo de preparação para as solenidades do
Natal, em que comemoramos a primeira vinda do Filho de Deus entre os
homens, é também um tempo em que, por meio desta lembrança, se voltam os
corações para a expectativa da segunda vinda de Cristo no fim dos
tempos. Por esse duplo motivo, o tempo do Advento se apresenta como um
tempo de piedosa expectativa da vinda do Messias, além de se apresentar
como um tempo de purificação de vida. O tempo do Advento inicia-se
quatro domingos antes do Natal e termina no dia 24 de Dezembro,
desembocando na comemoração do nascimento de Cristo. É um tempo de
festa, mas de alegria moderada.
Tempo do Natal
Após a celebração anual da Páscoa, a
comemoração mais venerável para a Igreja é o Natal do Senhor e suas
primeiras manifestações, pois o Natal é um tempo de fé, alegria e
acolhimento do Filho de Deus que se fez Homem. O tempo do Natal vai da
véspera do Natal de Nosso Senhor até o domingo depois da festa da
aparição divina, em que se comemora o Batismo de Jesus. No ciclo do
Natal são celebradas as festas da Sagrada Família, de Maria, mãe de
Jesus e do Batismo de Jesus.
Tempo da Quaresma
O Tempo da Quaresma é um tempo forte de
conversão e penitência, jejum, esmola e oração. É um tempo de preparação
para a Páscoa do Senhor, e dura cerca de quarenta dias. Neste período
não se diz o Aleluia, nem se colocam flores na Igreja, não devem ser
usados muitos instrumentos e não se canta o Glória a Deus nas alturas,
para que as manifestações de alegria sejam expressadas de forma mais
intensa no tempo que se segue, a Páscoa. A Quaresma inicia-se na
Quarta-feira de Cinzas, e termina na manhã de Quinta-feira Santa.
Tríduo Pascal
O Tríduo Pascal começa com a Missa da
Santa Ceia do Senhor, na Quinta-Feira Santa. Neste dia, é celebrada a
Instituição da Eucaristia e do Sacerdócio, e comemora-se o gesto de
humildade de Jesus ao lavar os pés dos discípulos.
Na Sexta-Feira Santa celebra-se a Paixão e Morte de Jesus Cristo. É o único dia do ano que não tem Missa, acontece apenas uma Celebração da Palavra chamada de “Ação ou Ato Litúrgico”.
Durante o Sábado Santo, a Igreja não exerce qualquer acto litúrgico, permanecendo em contemplação de Jesus morto e sepultado.
Na noite de Sábado Santo, já pertencente ao Domingo de Páscoa, acontece a solene Vigília pascal. Conclui-se, então, o Tríduo Pascal, que compreende a Quinta-Feira, Sexta-Feira e o Sábado Santo, que prepara o ponto máximo da Páscoa: o Domingo da Ressurreição.
Na Sexta-Feira Santa celebra-se a Paixão e Morte de Jesus Cristo. É o único dia do ano que não tem Missa, acontece apenas uma Celebração da Palavra chamada de “Ação ou Ato Litúrgico”.
Durante o Sábado Santo, a Igreja não exerce qualquer acto litúrgico, permanecendo em contemplação de Jesus morto e sepultado.
Na noite de Sábado Santo, já pertencente ao Domingo de Páscoa, acontece a solene Vigília pascal. Conclui-se, então, o Tríduo Pascal, que compreende a Quinta-Feira, Sexta-Feira e o Sábado Santo, que prepara o ponto máximo da Páscoa: o Domingo da Ressurreição.
Tempo Pascal
A Festa da Páscoa ou da Ressurreição do
Senhor, se estende por cinqüenta dias entre o domingo de Páscoa e o
domingo de Pentecostes, comemorando a volta de Cristo ao Pai na
Ascensão, e o envio do Espírito Santo. Estas sete semanas devem ser
celebradas com alegria e exultação, como se fosse um só dia de festa,
ou, melhor ainda, como se fossem um grande domingo, vivendo uma
espiritualidade de alegria no Cristo Ressuscitado e crendo firmemente na
vida eterna.
Tempo Comum
Além dos tempos que têm características
próprias, restam no ciclo anual trinta e três ou trinta e quatro semanas
nas quais são celebrados, na sua globalidade os Mistérios de Cristo.
Comemora-se o próprio Mistério de Cristo em sua plenitude,
principalmente aos domingos. É um período sem grandes acontecimentos,
mas que nos mostra que Deus se faz presente nas coisas mais simples. É
um tempo de esperança acolhimento da Palavra de Deus. Este tempo é
chamado de Tempo Comum, mas não tem nada de vazio. É o tempo da Igreja
continuar a obra de Cristo nas lutas e no trabalho pelo Reino. O Tempo
Comum é dividido em duas partes: a primeira fica compreendida entre os
tempos do Natal e da Quaresma, e é um momento de esperança e de escuta
da Palavra onde devemos anunciar o Reino de Deus; a segunda parte fica
entre os tempos da Páscoa e do Advento, e é o momento do cristão colocar
em prática a vivência do reino e ser sinal de Cristo no mundo, ou como o
mesmo Jesus disse, ser sal da terra e luz do mundo.
O Tempo Comum é ainda tempo privilegiado para celebrar as memórias da Virgem Maria e dos Santos.
O Tempo Comum é ainda tempo privilegiado para celebrar as memórias da Virgem Maria e dos Santos.
CORES LITÚRGICAS
Quando vamos à igreja, notamos que o
altar, o tabernáculo, o ambão, e até mesmo a estola e a casula usadas
pelo sacerdote, combinam todos com uma mesma cor. Percebemos também que,
a cada semana que passa, essa cor pode permanecer a mesma ou variar. Se
acontecer de no mesmo dia irmos a duas igrejas diferentes,
comprovaremos que ambas usam a mesma cor, com exceção, é claro, da
igreja que celebra o seu padroeiro. Na verdade, a cor usada um certo dia
é válida para a Igreja em todo o mundo, que obedece a um mesmo
calendário litúrgico. Conforme a missa do dia, indicada pelo calendário,
fica estabelecida uma determinada cor.
Desta forma, concluímos que as diferentes cores possuem algum significado para a Igreja: elas visam manifestar externamente o caráter dos Mistérios celebrados e também a consciência de uma vida cristã que progride com o desenrolar do Ano Litúrgico. Manifesta também, de maneira admirável, a unidade da Igreja. No início havia uma certa preferência pelo branco. Não existiam ainda as chamadas cores litúrgicas. Estas só foram fixadas em Roma no século XII. Em pouco tempo, devido ao seu alto valor teológico e explicativo, os cristãos do mundo inteiro aderiram a esse costume, que tomou assim, caráter universal. As cores litúrgicas são seis, como veremos a seguir.
Desta forma, concluímos que as diferentes cores possuem algum significado para a Igreja: elas visam manifestar externamente o caráter dos Mistérios celebrados e também a consciência de uma vida cristã que progride com o desenrolar do Ano Litúrgico. Manifesta também, de maneira admirável, a unidade da Igreja. No início havia uma certa preferência pelo branco. Não existiam ainda as chamadas cores litúrgicas. Estas só foram fixadas em Roma no século XII. Em pouco tempo, devido ao seu alto valor teológico e explicativo, os cristãos do mundo inteiro aderiram a esse costume, que tomou assim, caráter universal. As cores litúrgicas são seis, como veremos a seguir.
Branco
Simboliza alegria, ressurreição, vitória,
pureza. É usada na Páscoa, no Natal, nas solenidades e festas do
Senhor, nas festas de Nossa Senhora ,de São joão evangelista(apóstolo) e
dos santos (excepto dos apóstolos e dos mártires).
Vermelho
Lembra o fogo do Espírito Santo e também o
sangue. É a cor usada na liturgia dos apóstolos (exceto S.joão
evangelista), dos mártires, no Domingo de Ramos, na Sexta-feira Santa e
no Pentecostes.
Verde
Simboliza o crescimento e a esperança. É usada no Tempo Comum.
Roxo
É símbolo da penitência e da conversão. É
usada nos tempos do Advento e da Quaresma, e também nas Missas dos
Fiéis Defuntos e no sacramento da confissão.
Preto
É sinal de tristeza e luto. Antigamente era usada na Sexta-feira Santa simbolizando o luto pela morte de Cristo.
Rosa
A cor rosa pode ser usada no 3º domingo
do Advento e no 4º domingo da Quaresma. Simboliza uma breve pausa, um
certo alívio no rigor da penitência da Quaresma e na preparação do
Advento.
CÁLCULO DO ATUAL ANO LITÚRGICO
O Ano Litúrgico passa por três ciclos, também chamado de anos A, B, C.
A cada ano tem uma sequência de leituras próprias, ou seja, leituras para o ano A, ano B e para o ano C. Para saber de que ciclo é um determinado ano, parte-se deste princípio: o ano que é múltiplo de 3 é do ciclo C.
Para saber se um número é múltiplo de 3, basta somar todos os algarismos, e se o resultado for múltiplo de 3, o número também o é.
Exemplo:
1998 é 1+9+9+8 = 27 (é múltiplo de três) logo é ano C
1999 é 1 + 9 + 9 + 9 = 28 (27+1) = ano A
2000 é 2+0+0+0 = 2 = ano B
2001 é 2+0+0+1 = 3 = ano C
2002 é 2+0+0+2 = 4 (3+1) = Ano A
….
2008 é 2+0+0+8 = 10 (9+1) = Ano A
2009 é 2+0+0+9 = 11
A cada ano tem uma sequência de leituras próprias, ou seja, leituras para o ano A, ano B e para o ano C. Para saber de que ciclo é um determinado ano, parte-se deste princípio: o ano que é múltiplo de 3 é do ciclo C.
Para saber se um número é múltiplo de 3, basta somar todos os algarismos, e se o resultado for múltiplo de 3, o número também o é.
Exemplo:
1998 é 1+9+9+8 = 27 (é múltiplo de três) logo é ano C
1999 é 1 + 9 + 9 + 9 = 28 (27+1) = ano A
2000 é 2+0+0+0 = 2 = ano B
2001 é 2+0+0+1 = 3 = ano C
2002 é 2+0+0+2 = 4 (3+1) = Ano A
….
2008 é 2+0+0+8 = 10 (9+1) = Ano A
2009 é 2+0+0+9 = 11
Graças e louvores se deem a todo momento, ao Santíssimo e Diviníssimo Sacramento!
Eucaristia, mistério de uma presença!
O Catecismo da Igreja Católica afirma: “Cristo Jesus, Aquele que morreu, ou melhor, ressuscitou, Aquele que está à direita de Deus e que intercede por nós (Rm 8,34), está presente de múltiplas maneiras em Sua Igreja: em Sua Palavra, na oração de Sua Igreja, lá ‘onde dois ou três estão reunidos em Meu nome’ (Mt 18,20), nos pobres, nos doentes, nos presos, em Seus sacramentos, dos quais Ele é o autor, no sacrifício da missa e na pessoa do ministro. Mas sobretudo está presente sob as espécies eucarísticas (n. 1373).
É verdade que o Senhor Jesus, na força do Seu Espírito, está presente de modos variadíssimos na Sua Igreja, mas, sobretudo, de um modo eminente, Ele Se faz presente no pão e no vinho consagrados na Eucaristia. Ali, já não está presente simplesmente a graça do Cristo, mas, pessoalmente, o próprio Autor da graça!
Ele, que na Última Ceia Se entregou no pão e no vinho, dizendo “isto é o Meu Corpo, isto é o Meu Sangue”, é Aquele mesmo que havia antes prevenido de modo solene: “Em verdade, em verdade, vos digo: ‘Aquele que crê tem a vida eterna. Eu sou o pão da vida! A Minha carne é verdadeiramente uma comida e o Meu sangue é verdadeiramente uma bebida” (Jo 6,47s.55). Sendo assim, se em todos os sacramentos, Jesus Cristo atua através de sinais sensíveis que, sem mudarem de natureza, adquirem uma capacidade transitória de santificação, na Eucaristia, Ele está presente com o Seu corpo e sangue, alma e divindade, dando ao homem toda a Sua Pessoa e a Sua vida, tudo quanto viveu entre nós amorosamente, até o extremo da entrega na cruz. Tudo isso está presente no pão e no vinho consagrados.
Na Eucaristia, realmente presente para estar em real comunhão conosco
A Igreja sempre acreditou nesta maravilhosa realidade e insondável mistério da presença real do Senhor Jesus. Com a transformação ocorrida na consagração das espécies eucarísticas, o Senhor torna-Se presente no Seu Corpo e Sangue.
Os Santos Padres, doutores da Igreja Antiga, para exprimir a mudança do pão e do vinho no Corpo e Sangue do Senhor, falavam de “metabolismo” do pão e do vinho em corpo e sangue. São Tomás de Aquino recordava que a Eucaristia é o sacramento da presença de Cristo. Isso a distingue dos outros sacramentos. O Santo Doutor dizia que ela “re-presenta” Cristo. “Re-presenta”, no sentido de tornar Cristo realmente presente, já que a Eucaristia não é uma devota recordação, mas a presença efetiva, real, verdadeira e eficaz, pascal, do Senhor morto e ressuscitado, que quer atingir todos os homens e com eles entrar em real e pessoal comunhão. E Ele explicava ainda que o significado do Sacramento é tríplice: “O primeiro diz respeito ao passado, enquanto comemora a paixão do Senhor, que foi um verdadeiro sacrifício… Por isso, é chamado sacrifício. O segundo diz respeito ao efeito presente, ou seja, à unidade da Igreja, em que os homens são reunidos por meio deste Sacramento. O terceiro significado diz respeito ao futuro: pois este Sacramento é prefigurativo da bem-aventurança divina, que se realizará na pátria”.
Também São Boaventura contribuiu para a teologia da Eucaristia, insistindo no espírito de piedade necessário para comungar Cristo. Recorda-nos ele que, na Eucaristia, além das palavras da Última Ceia, realiza-se a promessa do Senhor: “Eu estou convosco todos os dias até ao fim do mundo” (Mt 28,20). Portanto, no Sacramento, Ele está real e verdadeiramente presente na Igreja.
A presença real na Eucaristia: mysterium fidei!
Foi o Concílio de Trento que, como Magistério da Igreja, melhor exprimiu o mistério da presença real do Senhor nas espécies eucarísticas. O Tridentino insistiu na presença verdadeira, real e substancial do Senhor Jesus, verdadeiro Deus e verdadeiro homem, sob as espécies do pão e do vinho.
Afirmou, do mesmo modo, que o Corpo do Senhor está presente não só no pão, mas também no vinho, e que o Seu Sangue está presente não só no vinho, mas também no pão. Em outras palavras: Jesus não está parte no vinho e parte no pão, mas Se encontra real e perfeitamente todo no vinho e todo no pão.
Explicou também que, em ambas as espécies, o Senhor Jesus Cristo está presente com a Sua alma humana e com a Sua divindade.
Portanto, Cristo, Verbo do Pai, verdadeiro Deus e verdadeiro homem, está presente todo inteiro sob as duas espécies e em cada parte delas.
O mesmo Concílio definiu ainda a “transubstanciação”, isto é a mudança real da substância do pão no Corpo de Cristo e da substância do vinho no Seu divino Sangue.
Na sua Encíclica Ecclesia de Eucharistia, o Beato João Paulo II recorda: “A reprodução sacramental na Santa Missa do sacrifício de Cristo coroado pela Sua ressurreição implica uma presença muito especial, chama-se ‘real’, não a título exclusivo como se as outras presenças não fossem ‘reais’, mas por excelência, porque é substancial, e porque por ela se torna presente Cristo completo, Deus e homem. Reafirma-se assim a doutrina sempre válida do Concílio de Trento: ‘Pela consagração do pão e do vinho opera-se a conversão de toda a substância do pão na substância do corpo de Cristo nosso Senhor, e de toda a substância do vinho na substância do Seu sangue; a esta mudança, a Igreja católica chama, de modo conveniente e apropriado, transubstanciação’. Verdadeiramente a Eucaristia é mistério de fé, mistério que supera os nossos pensamentos e só pode ser aceita pela fé, como lembram frequentemente as catequeses patrísticas sobre este sacramento divino. ‘Não hás de ver – exorta São Cirilo de Jerusalém – o pão e o vinho [consagrados] simplesmente como elementos naturais, porque o Senhor disse expressamente que são o Seu corpo e o Seu sangue: a fé o assegura a ti, ainda que os sentidos possam sugerir-te outra coisa” (n. 15).
Assim, segundo a fé católica, recebida dos apóstolos e conservada fielmente na Igreja de Cristo, a presença eucarística do Senhor Jesus morto e ressuscitado começa no momento da consagração e dura também enquanto subsistirem as espécies eucarísticas. Em outras palavras, enquanto houver o pão e o vinho consagrados, há realmente Corpo e Sangue do Senhor.
João Paulo II, citando Paulo VI, afirmou claramente na sua Encíclica eucarística: “Permanece o limite apontado por Paulo VI: ‘Toda a explicação teológica que queira penetrar de algum modo neste mistério, para estar de acordo com a fé católica deve assegurar que na sua realidade objetiva, independentemente do nosso entendimento, o pão e o vinho deixaram de existir depois da consagração, de modo que a partir desse momento são o Corpo e o Sangue adoráveis do Senhor Jesus que estão realmente presentes diante de nós sob as espécies sacramentais do pão e do vinho’” (Ecclesia de Eucharistia, 15).
Portanto, não basta afirmar que Cristo está no pão ou está no vinho; é necessário afirmar que Cristo é o pão e Cristo é o vinho e naquelas espécies consagradas já não há realmente pão e vinho; nada há que não seja o Cristo Senhor, morto e ressuscitado. Imenso mistério! Mistério de amor! Mysterium fidei – mistério da fé!
Razões para estar tão presente de modo tão real
Pode-se perguntar o motivo de o Senhor dar-Se assim, tão realisticamente, no pão e no vinho. Apontemos algumas razões:
(1) A nossa união real e íntima com Ele que, na comunhão, não somente está conosco, mas também em nós, fazendo com que nós estejamos Nele. Nunca esqueçamos que isto é possível porque o Senhor que Se nos dá na Eucaristia é pleno de Espírito Santo, de modo que, em cada comunhão, recebemos o Seu Espírito Santo, que nos faz permanecer em Cristo e Cristo em nós.
(2) A edificação da Igreja, já que comungando todos do mesmo Corpo e Sangue do Senhor, tornamo-nos Nele cada vez mais um só corpo, que é a Igreja, segundo a palavra do Apóstolo: “O cálice de bênção que abençoamos não é comunhão com o sangue de Cristo? O pão que partimos não é comunhão com o corpo de Cristo? Já que há um único pão, nós, embora muitos, somos um só corpo, visto que participamos deste único pão” (1Cor 10,16). Esta unidade não é simplesmente simbólica ou sentimental, mas real, pois é unidade no Corpo do Senhor, pleno do Espírito Santo.
(3) A nossa divinização, pois, recebendo o Corpo e Sangue do Senhor, recebemos a própria vida divina, alimentando-nos com o próprio Cristo ressuscitado pleno do Espírito Santo que dá vida: “Quem come a Minha carne e bebe o Meu sangue permanece em Mim e Eu nele. Assim como o Pai, que vive, Me enviou e Eu vivo pelo Pai, também aquele que come de Mim viverá por Mim” (Jo 6,56s).
(4) Finalmente, comungando do corpo e sangue Daquele que morreu e ressuscitou, recebemos como alimento a própria vida eterna, vida de ressurreição: “Quem come a Minha carne e bebe o Meu sangue tem a vida eterna, e Eu o ressuscitarei no último dia. Quem come deste pão viverá eternamente” (Jo 6,54.58c).
Graças e louvores ao Santíssimo Sacramento!
Diante da Eucaristia, inestimável dom, nossa resposta é não somente a fé agradecida, mas também a viva sede da comunhão frequente e da adoração piedosa. São João Crisóstomo afirmava: “Quando estás para abeirar-te da sagrada mesa, acredita que nela está presente o Senhor de todos”. Por isso, a adoração é inseparável da comunhão.
Neste sentido, a Igreja desde tempos remotos, recomenda aos seus filhos que se detenham frequentemente em adoração ao Senhor sacramentado. O Beato João Paulo quis renovar essa recomendação: “O culto prestado à Eucaristia fora da missa é de um valor inestimável na vida da Igreja, e está ligado intimamente com a celebração do Sacrifício eucarístico. A presença de Cristo nas hóstias consagradas que se conservam após a Missa – presença essa que perdura enquanto subsistirem as espécies do pão do vinho – resulta da celebração da Eucaristia e destina-se à comunhão, sacramental e espiritual. Compete aos Pastores, inclusive pelo testemunho pessoal, estimular o culto eucarístico, de modo particular as exposições do Santíssimo Sacramento e também as visitas de adoração a Cristo presente sob as espécies eucarísticas. É bom demorar-se com Ele e, inclinado sobre o Seu peito como o discípulo predileto (cf. Jo 13,25), deixar-se tocar pelo amor infinito do Seu coração. Se atualmente o cristianismo se deve caracterizar sobretudo pela arte da oração, como não sentir de novo a necessidade de permanecer longamente, em diálogo espiritual, adoração silenciosa, atitude de amor, diante de Cristo presente no Santíssimo Sacramento? Quantas vezes, meus queridos irmãos e irmãs, fiz esta experiência, recebendo dela força, consolação, apoio! Desta prática, muitas vezes louvada e recomendada pelo Magistério, deram-nos o exemplo numerosos Santos. De modo particular, distinguiu-se nisto Santo Afonso Maria de Ligório, que escrevia: ‘A devoção de adorar Jesus sacramentado é, depois dos sacramentos, a primeira de todas as devoções, a mais agradável a Deus e a mais útil para nós’. A Eucaristia é um tesouro inestimável: não só a sua celebração, mas também o permanecer diante dela fora da missa permite-nos beber na própria fonte da graça. Uma comunidade cristã que queira contemplar melhor o rosto de Cristo… não pode deixar de desenvolver também este aspecto do culto eucarístico, no qual perduram e se multiplicam os frutos da comunhão do corpo e sangue do Senhor” (Ecclesia de Eucharistia, 15).
Portanto, não tenhamos dúvidas: se as espécies eucarísticas destinam-se primeiramente a serem consumidas em comunhão fraterna durante a celebração da Santa Missa, também podem e devem ser adoradas não somente no momento mesmo da consagração – quando devemos todos nos ajoelhar de modo reverente a adorante -, mas também fora da missa, em adoração pessoal ou comunitária. Estas são as constantes consciência e doutrina da Igreja, da qual nenhum católico deve duvidar. Ninguém tem o direito de ensinar diversamente! Que fique claro de modo cristalino: as espécies eucarísticas, primariamente dadas à Igreja para a comunhão, devem ser adoradas por todos, seja durante a consagração, seja com um piedoso e reverente gesto antes da comunhão (um inclinação, uma genuflexão ou até mesmo ajoelhar-se), seja na adoração pessoal ou comunitária no culto eucarístico fora da celebração da santa Missa. Que ninguém se deixe iludir por falsos mestres, mestres de si próprios e doutores em próprio nome, que deturpam a fé, usurpam o mandato de ensinar aos fieis, que compete à Igreja, e confundem o rebanho com doutrinas exóticas e de própria autoria, que só levam à confusão dos fieis e ao esfriamento geral da fé! A Eucaristia é um mistério grande demais, sublime demais para ser manipulado por quem quer que seja!
Graças e louvores se deem a todo momento, ao Santíssimo e Diviníssimo Sacramento!
Dom Henrique Soares – Bispo Auxiliar de Aracju/SE
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