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segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Novidades neste Mês de Novembro!!!



No primeiro dia do mês de novembro, a Igreja Católica celebra o Dia de Todos os Santos. Trata-se de uma forma de se fazer memória de todos aqueles que, pelo seu compromisso cristão levado até as últimas consequências, atingiram a santidade, vocação de todos os batizados. A Igreja, com a festa de todos os santos, homenageia aqueles que, pela santidade de vida reconhecida pelo povo cristão e pela própria Igreja, após rigoroso processo de averiguação, foram merecedores da honra dos altares e da veneração de todos.

Entretanto, há uma infinidade de homens e mulheres que contemplam a face de Deus e não são conhecidos. Por isso a Igreja, que celebra o dia da morte dos santos como o dia de sua entrada na glória, decidiu celebrar todos os santos, beatificados e canonizados ou não, no dia 1º de novembro.

No Brasil, para que as pessoas possam participar intensamente dessa solenidade, a Igreja transfere a celebração de Todos os Santos para o Domingo seguinte ao dia 1º, neste ano, será no dia 6.



Papa no Angelus: santidade, vocação de todo batizado.

                                                            Nesta terça-feira, 1º de novembro, o Vaticano celebrou a Solenidade de Todos os Santos, festejada no Brasil no próximo domingo, dia 06. E, como habitualmente, o Papa conduziu a oração mariana do Angelus junto aos fieis e peregrinos presentes na Praça São Pedro.

“A Solenidade de Todos os Santos – iniciou o Papa - é a ocasião propícia para elevar o olhar das realidades terrenas, dispersas pelo tempo, à dimensão de Deus, a dimensão da eternidade e da santidade”. O Papa então enfatizou que “a liturgia de hoje nos recorda que a santidade é a vocação originária de cada batizado” e “que todos os membros do Povo de Deus são chamados a serem santos, segundo a afirmação do apóstolo Paulo ‘esta, de fato, é a vontade de Deus, a vossa santificação’ (1 Ts 4,3)”.

Bento XVI lembrou que a Comemoração de Todos os Fiéis Defuntos, celebrada amanhã, quarta-feira, dia 2, nos ajuda a recordar os nossos falecidos e todas as almas que caminham rumo à plenitude da vida.

"Desde os primeiros tempos da fé cristã, a Igreja terrena, reconhecendo a comunhão de todo o corpo místico de Jesus Cristo, cultivou com grande piedade a memória dos defuntos, oferecendo-lhes sufrágio" – sublinhou o pontífice.
O Papa destacou que a nossa oração não é somente útil, mas necessária, pois torna eficaz a intercessão dos Santos por nós. "Ir ao cemitério, além de cultivar os laços de afeto com quem nos deixou, nos recorda que caminhamos rumo à outra vida, além da morte" – ressaltou.

Ao término da oração mariana do Angelus, Bento XVI concedeu a sua bênção apostólica e saudou, em diversas línguas, os presentes e todos que seguiram a cerimônia.


                         
                        Fonte: CatolicaNet
                                               
Pastoral da Comunicação 
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Qualquer estado de vida oferece vias de santificação", diz Papa

Site:Canção Nova

Mirticeli Medeiros
Da Redação


AP
Bento XVI fala sobre Solenidade de todos os santos e dia de finados durante o Angelus
O Papa Bento XVI fez na manhã desta terça-feira, 1º, a oração mariana do Angelus por ocasião da Solenidade de todos os Santos.

Durante o discurso que antecede a oração, o Santo Padre explicou tanto o significado da celebração de todos os santos, como a importância do dia de Finados que, nesta quarta-feira, 2, levará todos os fiéis a oferecerem intenções pelos mortos. Falando sobre a santidade, o Pontífice explicou que ela está ao alcance de todos.
"Todos os estados de vida, de fato, podem tornar-se, com a ação da graça e com o empenho e a perseverança de cada um, vias de santificação", afirmou.
Detendo-se sobre a vivência da santidade na comunidade eclesial, o Santo Padre explicou ainda sobre o caráter santificador da Igreja e o significado do Corpo de Cristo, que faz cada pessoa viver nesta 'comunhão dos santos'.
"Somos, portanto, convidados a olhar a Igreja no seu aspecto temporal e humano, marcado pela fragilidade, mas como Cristo a quis, isto é, na comunhão dos santos. No Credo professamos "santa", na medida em que é Corpo de Cristo, é instrumento de participação dos santos Mistérios, em primeiro lugar a Eucaristia e família dos Santos, a qual proteção somos confiados no dia do batismo", disse o Papa.


Acesse

.:ÍNTEGRA: Angelus de Bento XVI na Solenidade de todos os santos 


Dia de finados

Sobre o dia de finados, o Papa falou sobre a esperança que este dia deve gerar no coração de todos aqueles que perderam seus entes queridos. Ele destacou ainda a necessidade de rezar pelo mortos a fim de que eles alcancem a plenitude da vida.
"A nossa oração pelos mortos é, portanto, não somente útil,mas necessária, enquanto que essa não somente os pode ajudar, mas torna durante o tempo, eficaz a intercessão deles em nosso favor", salientou.


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02 de Novembro - “Dia de Finados”.

Afinal de contas, o que significa “Dia de Finados?”
Purgatório? O que vem a ser “Purgatório”?

(Cemitério - Cidade de Aracoiaba )
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Reflexões sobre o Dia de Finados - O dia da saudade, o dia de fazer memória, o dia de professar a fé na ressurreição. 





Dia dos finados – dia de oração em favor dos que partiram. 
 
No dia 02 deste mês, as peregrinações ao cemitério se intensificam. Todos querem levar uma flor à sepultura daquele que partiu, deixando um vazio de tristeza aos que ficaram. Pode, para muitos, ser um dia de saudade e de recordação. Para nós, cristãos, a visão da morte é diferente. Não que não nos traga tristeza. Mas há, na recordação dos mortos, um luminoso raio de alegria.

No prefácio da Missa dos mortos, a Igreja lembra esta confortadora esperança: “Aos que a certeza da morte entristece, a promessa da imortalidade consola. Para os que crêem, a vida não é tirada, mas transformada. E desfeita a nossa habitação terrestre, nos é dada no céu uma eterna mansão”.


O mesmo nos diz São Paulo (2° Cor. 5,1): Se nossa tenda for destruída, teremos no céu morada eterna, feita não por mãos humanas. É que para nós, cristãos, a morte não é o fim. É passagem, como o é a do nascimento da criança, que passa do escuro do seio materno para a luz do dia.


Não é possível fugir da morte. A vida, na visão do salmista (Salmo 89) é como a flor viçosa na madrugada que reabre em sorrisos para a aurora, mas que à tarde fenece e fica seca. Há, no culto dos mortos, talvez o desejo inconsciente de que eles estivessem vivos, bem perto de nós. Enfeitam-se os enterros de flores. Erguem-se monumentos nos cemitérios com afetuosas inscrições. Conservam-se nas paredes os retratos dos entes queridos. Temos medo de esquecer os nossos, que partiram. E eles não voltam para nos falar.


O Senhor Jesus já nos avisou. Por isto, é oportuno lembrar, no dia dos mortos, a colorida parábola, que São Lucas registra (Lc. 16,19) do homem rico e do pobre mendigo que vegetava na sua porta. Os dois morreram. Quando o rico pede ao Senhor para que o pobre volte à terra a fim de advertir os descuidados sobre o perigo de serem também eles castigados, a resposta divina é peremptória: a distância é intransponível. Não pode quem lá está voltar nem sequer para advertir os incautos. É a palavra do Mestre.

O que fazer pelos mortos? O 2º livro dos Macabeus (2º Mac. 12) responde: rezar por quem morreu, que é sinal de fé na ressurreição dos mortos. Dia dos finados – dia de oração em favor dos que partiram.


Dom Benedicto de Ulhoa Vieira

http://formacaodecatequistas.blogspot.com 

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Celebração da vida e da esperança
No dia 2 de novembro, celebramos de modo especial a memória dos nossos irmãos já falecidos, rogando a Deus por eles. A liturgia realça a ressurreição e a vida, tendo como referência a própria ressurreição de Cristo. Embora sintamos a morte de alguém, acreditamos na vida eterna. Por isso Santo Agostinho nos recomenda: “Saudade sim, tristeza não.”

ORIGEM
- A lembrança dos falecidos sempre esteve presente nas celebrações da Igreja, com um momento especial na missa, desde início do cristianismo. Já no primeiro século, os cristãos rezavam pelos falecidos, visitavam os túmulos dos mártires nas catacumbas para orar por eles. No século IV, já se encontra a memória dos mortos na celebração da missa. Desde o século V a Igreja dedica um dia por ano para fazer oração por todos os falecidos. Mais tarde, fixou-se o dia 2 de novembro como dia especial de oração pelos mortos.

SOLIDARIEDADE ESPIRITUAL - De acordo com a doutrina cristã, existe um estado de purificação, depois da morte, chamado Purgatório. “Os que morrem reconciliados com Deus, mas carregando faltas, misérias, dívidas espirituais por pecados cometidos, necessitam se purificar para que possam entrar no Reino de Deus, que é o reino da santidade perfeita. Rezamos pelos nossos mortos, pois a Igreja ensina que, pela solidariedade espiritual que existe entre os batizados, temos condições de oferecer preces, sacrifícios em sufrágio das almas do purgatório.” Por isso oferecemos orações e missas pelos falecidos.

SENTIDO DO DIA - Na piedade popular inspirada em nossa fé católica, o Dia de Finados é marcado por três características: é o dia da saudade, o dia de fazer memória, o dia de professar a fé na ressurreição. É dia da saudade, pois nos faz sentir a ausência de quem foi presença em nossas vidas; ao mesmo tempo que se sente a ausência, revive-se a presença. Mas a memória dos entes queridos que partiram é confortada pela nossa fé na ressurreição. Se a certeza da morte nos entristece, a promessa da ressurreição nos faz viver da esperança de que a morte não é o fim da vida, mas é a passagem de uma vida peregrinante por este mundo para a vida na pátria definitiva.

VIDA TRANSFORMADA - Para o cristão, a morte é o início de uma nova etapa. Embora a tristeza nos domine quando perdemos um ente querido, a esperança nos consola, pois, como rezamos na Liturgia, “para os que crêem, a vida não é tirada, mas transformada; e desfeito o nosso corpo mortal, nos é dado, nos céus, um corpo imperecível.” A fé na ressurreição encoraja nosso viver e nos impulsiona à prática do bem, deixando-nos conduzir pelo Espírito Santo.

GARANTIA DE RESSURREIÇÃO - O Apóstolo Paulo nos ensina: “Se o Espírito daquele que ressuscitou Jesus dentre os mortos habita em vós, aquele que ressuscitou Cristo Jesus dentre os mortos dará vida também aos vossos corpos mortais.” Para essa esperança, o próprio Deus nos deu a garantia ressuscitando o seu Filho Jesus. Se Deus ressuscitou a Ele, então nós temos a prova de que este Deus não deixa os mortos na morte. Se Deus ressuscitou Jesus, diz Paulo, então “Ele também ressuscitará a todos nós.” (1 Cor 6,14)

CHAMADOS À RESSURREIÇÃO - Na Profissão de Fé rezamos: Creio na ressurreição, creio na vida eterna. Que essa fé nos impulsione na caminhada até Deus, seguindo os ensinamentos de Jesus Cristo. Assim construiremos uma vida feliz que se realizará de forma plena e perfeita após a morte, quando seremos envolvidos pelo abraço amoroso de nosso Pai. Todos morremos mas somos chamados à ressurreição por Cristo. Por isso o Dia de Finados é um convite a celebrarmos a vida e a esperança.
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Dia de Finados: comemoração dos fiéis defuntos

Prof. Renold J. Blank


A festa de finados nos confronta ano por ano com a mesma questão: o que aconteceu com os nossos mortos? Será que eles desapareceram para sempre? Ou será que eles entraram em novos ciclos de reencarnação, de tal maneira que voltarão em outra época e em outra forma, para viverem mais uma vida? Ou será que eles chegaram àquelas outras dimensões, das quais a religião cristã nos fala? Três possibilidades. Três alternativas. Qual delas é a verdadeira? Quem tem razão? A pergunta está sendo formulada. E diante do fato de nossa morte, da morte de nossos entes queridos, se exige uma resposta.

O Apocalipse de São João, numa visão grandiosa nos apresenta a imagem de “uma grande multidão que ninguém podia contar, de todas as nações, tribos, povos e línguas” (Ap 7,9), reunidos em torno de Deus numa felicidade inimaginável. Eles “não mais têm fome nem sede, nem cairá sobre eles o sol nem calor algum” (Ap 7,16). Na imagem desta multidão, o autor do apocalipse quer transmitir aquilo que é o centro da Boa Nova cristã. A certeza de que o nosso destino final não será em algum lugar assombroso dos mortos, nem num “xeol” despersonalizado, nem numa nova vida terrena depois de mais uma reencarnação.


O nosso destino final é a comunhão pessoal e íntima com Deus. É este o plano dele e é para isso que Ele nos criou. Para que nele e através dele cheguemos à nossa plenificação. Esta plenificação, no entanto, não é o resultado de centenas e milhares de vidas, vividas no decorrer de sempre novas reencarnações. Ela é dom e graça de Deus que ama. De um Deus que se apaixonou por nós, e que, por causa disso, nos ressuscitará depois de uma única vida, para que sejamos para sempre unidos a Ele. Unidos com aquele que nos ama, numa êxtase de amor, pela qual o apóstolo Paulo, balbuciando, só consegue dizer que “nem o olho viu, nem o ouvido ouviu, nem jamais penetrou no coração do homem, o que Deus preparou para aqueles que amam.” ( 1 Cor 2,9)


No festa de Finados exprimimos a esperança de que os nossos entes queridos que já morreram já chegaram a este destino. Destino de todos nós. Destino planejado para nós, por um Deus que nos ama. Destino feliz, de tal maneira que o Dia de Finados pode ser uma das nossas maiores festas. Uma das nossas celebrações mais alegres e felizes, porque aqueles que nós amávamos já chegaram a um destino tão maravilhoso. O que nós celebramos neste dia, é a festa da ressurreição dos nossos entes queridos, e a esperança firmemente fundamentada em Jesus Cristo, que também nós, um dia, vamos ressuscitar.


(Extraído de “Consolo para quem está de luto” - Edições Paulinas)

Fonte: http://www.diocesedepiracicaba.org.br
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O dia de finados, é dia de reflexão, de saudade e de esperança.

A morte é ainda assunto-tabu, recalcado, silenciado. Preferimos viver como se a morte não existisse. Mas, na sociedade atual a morte é também trivializada com as guerras, calamidades, eutanásia, aborto, acidentes com auxílio da mídia. Há os que preferem fazer da morte uma experiência soft, é a “morte-soft”, relegada aos hospitais, funerárias e religiões. Aí a morte é maquiada, relativizada pelas instituições, chamada também de “morte digna”. Muitos de nós vivemos uma “vida inautêntica”, uma existência falsa porque não nos permitimos refletir e aceitar a morte.

A dura realidade é que a morte faz parte da vida, é o fim do curso vital, é uma invenção da própria vida em sua evolução. Morrer é uma experiência profundamente humana. Aliás, é a morte que confere um certo gosto e encanto à vida, pois se tudo fosse indefinidamente repetível, a vida se tornaria indiferente, insossa e até desesperadora. E então, a morte é um bem, uma manifestação da sabedoria do Criador. “Nada mais horrível que um eterno-retorno” (Sto Agostinho). Vemos assim que a morte não se opõe à vida, mas ao nascimento. A vida humana será sempre uma “vida mortal”, só na eternidade teremos uma “vida vital”.

Para os que crêem na eternidade, a morte é porta de entrada da vida, o acesso a uma realidade superior, a posse da plenitude. Assim a morte é um ganho, verdadeira libertação, uma bênção que livra a vida do tédio. Porém, do ponto de vista racional ou filosófico, a morte repugna. Budha escreveu: “O homem comum pensa com indiferença na morte de um estranho, com tristeza na morte de um parente e com horror na própria morte”. Outro pensador, Epiteto, disse: “Quando morre o filho ou a mulher do próximo, todos dizem: é a lei da humanidade. Mas, quando morre o próprio filho ou a própria mulher, o que se ouve são gemidos, gritos e lágrimas”.

A ressurreição de Jesus trouxe uma revolução em relação à morte, transformou o “poente em nascente”, Cristo “matou a morte”. Bem escreveu o poeta Turoldo: “morrer é sentir quanto é forte o abraço de Deus”. O fim transforma-se em começo e acontece um segundo nascimento, a ressurreição. “Então, descansaremos e veremos. Veremos e amaremos. Amaremos e louvaremos. Eis o que haverá no Fim que não terá fim” (Sto Agostinho). A fé nos garante que a morte não é uma aniquilação da vida, mas uma transformação. O homem vive para além da morte. Não precisa reencarnar. Creio na ressurreição da carne e no mundo que há de vir. A morte será então a maior festa da vida porque com ela dá-se o início da plena realização da pessoa humana. Habitaremos com Deus com um corpo incorruptível, espiritual e glorioso.

Com Santa Terezinha, todo cristão pode dizer: “Não morro, entro na vida”.  A morte não é apenas um fim, ela é também e principalmente um começo. É o início do dia sem ocaso, da eternidade, da plenitude da vida. A vida é imortal espiritualmente falando. Na morte chegamos a ser plenamente “ Teu rosto Senhor é nossa pátria definitiva”. No céu veremos, amaremos, louvaremos, diz Santo Agostinho. A participação na vida divina faz brotar em nossos corações, assombro e gratidão. Sem fé, porém a morte é absurdo, inimigo, derrota, ameaça, humilhação, tragédia, vazio, nada. Na fé, a morte é irmã, é condição para mais vida, é coroamento e consumação; é revelação e glória do bem.

Por fim, a morte tem um valor educativo: ensina o desapego da propriedade privada, iguala e nivela todas as classes sociais, relativiza a ambição e ganância, ensina a fraternidade universal na fragilidade da vida, convida à procriação para eternizar a vida biológica, rompe o apego a circuito fechado entre as pessoas mesmo no matrimônio, leva ao supremo conhecimento de si e oportuniza a decisão máxima e a opção fundamental da pessoa.

Para morrer bem, é preciso viver fazendo o bem: “levaremos a vida que levamos”.  O bem é o passaporte para a eternidade feliz e o irmão que ajudamos será o avalista de nossa glória no céu: “Vinde benditos”.

Dom Girônimo Zanandréa

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O que é o purgatório?

O purgatório é uma das realidades que acontecem depois da morte. É um dogma de fé da Igreja e quem não o aceita, não pode se dizer completamente católico. Depois da morte, que é a separação do corpo e da alma, acontece o juízo particular. Ali, a alma é julgada por Deus e tem dois destinos: a eternidade feliz (o céu) ou a eternidade infeliz (o inferno). No céu só entram os puros, e a Palavra é muito clara: “Os puros de coração verão a Deus”. O purgatório, então, é uma antessala do céu. As pessoas que morreram arrependidas de seus pecados e se confessaram, não vão para o inferno. O que as leva para lá é a culpa dos pecados, mas estes também tem as penas temporais, que é o estrago que ele próprio causou à pessoa, à sociedade e à Igreja como um todo. Então, essa pessoa tem de passar por um processo de purgamento (daí o nome purgatório; de purificação) para ver a Deus.


O que acontece com as almas enquanto estão neste lugar?


Quando acontece a morte, acaba-se o chamado 'merecimento'. Você não merece mais nada, só pode esperar na misericórdia de Deus e na oração dos vivos. As almas ficam no purgatório por um tempo, mas é claro que o tempo do Senhor é bem diferente do nosso, pois estamos falando de uma realidade pós-morte, quer dizer, num sentido atemporal. Quando dizemos tempo, quer dizer que tem uma duração, ou seja, um início e um final. As pessoas ficam submetidas à misericórdia divina, purgando todas as penas desses pecados até poderem, livremente, ver a face de Deus na glória que nós chamamos de céu.


Como se determina esse tempo?


Esse tempo é determinado de acordo a gravidade dos pecados cometidos e as suas consequências, que são as penas. Muitos santos tiveram a graça de Deus, como Santa Catarina de Gênova e o próprio São Francisco, de serem levados em êxtase ao purgatório; e todos são unânimes em dizer que é um lugar de grande sofrimento. Mas lá existe uma coisa que não existe no inferno, a esperança. Se as almas recebem orações daqui e as aceita, claro que esse purgatório pode ser diminuído. São os mistérios da misericórdia de Deus.


Estando lá, as almas podem ainda obter salvação?


Frei Josué: Sim, elas não vão mais para o inferno. Essa é a grande alegria; por isso não se desesperam. Elas sabem que ofenderam a Deus, pois ali se tem consciência total da gravidade dos pecados. Por isso, cada vez que formos pecar aqui na terra, devemos pensar, porque é desesperador saber que Deus está ali, atrás da porta, mas você não consegue vê-Lo. A única coisa que consola uma alma é a visão beatífica de Deus. Então, de um lado há um grande esforço de querer ver Deus; por outro, um reconhecimento profundo de que não se está preparado ainda. É um dilema, uma dor; e essa dor é purgativa, cura e faz com que ela pague todo o castigo merecido pelas penas dos seus pecados.


Todos nós passaremos por este lugar?


Uma coisa muito importante é sabermos que existe o arrependimento perfeito. Um exemplo disso é Dimas, o bom ladrão que está ao lado de Cristo na crucifixão. Ele teve um arrependimento tão perfeito, que o Senhor lhe disse: “Ainda hoje estarás comigo no Paraíso”(Lc 23,43). Por outro lado, alguns textos da Palavra de Deus como Mateus, capítulo 5, diz assim: “Entrem em acordo, sem demora, com o seu adversário, enquanto ainda estás em caminho com ele, para que se suceda que te entregue ao juiz e o juiz te entregue ao ministro e te seja posto em prisão. Em verdade eu te digo, dali não sairás antes de ter pago o último centavo” (cf. Mt 5,25-26). Este é o purgatório.


Para a maioria de nós é muito difícil, mesmo diante de confissão e tanto conhecimento, fazer um ato de arrependimento perfeito, arrepender-se de coração. Elas pensam assim: “Eu preciso ir para o céu, tenho de me arrepender”. Mas, muitas vezes, elas sentem vergonha de ter feito aquilo, mas não de ter ofendido a Deus. A contrição perfeita, que nos livra do purgatório, é essa consciência que as almas do purgatório tem: “Eu ofendi a Deus, não podia ter feito isso. Ele me deu tanto amor, tanta graça necessária para a minha salvação, mas eu não aproveitei. Eu mereço isso, eu merecia o inferno”. É um misto de contrição e esperança. Então, se vai passar pelo purgatório ou não, depende da contrição perfeita. Por isso, é importante confessar-se sempre.

Ele pode se tornar definitivo para algumas almas?


Não. Inclusive, quando Jesus voltar, ele eliminará o purgatório; só haverá o céu e o inferno.


Até mesmo os santos tem a obrigatoriedade de fazer essa passagem? E O que é um santo?


É aquele que praticou as virtudes em grau heróico. Muitas pessoas são santas e estão no céu, mas não são canonizadas. Quando a Igreja canoniza um santo, está dizendo que ele é um modelo perfeito, uma pessoa bem parecida com Cristo. Então, esse processo de purificação já foi pago aqui. Eu preciso falar também que existem três realidades que nos ajudam a evitar ou até a cortar o próprio purgatório. A primeira é a caridade, pois a Palavra diz que a caridade apaga uma multidão de pecados. Então, a pessoa que é muito caridosa, faz muito bem aos pobres por amor a Jesus – e essa é a verdadeira caridade –, ela paga muito do seu purgatório aqui na terra.


Uma outra graça é aceitar os sofrimentos com paciência. Se aceita com paciência, humildade, já estão vivendo aqui o seu purgatório. Uma outra forma são as indulgências plenária ou parcial, porque elas perdoam as penas dos pecados. Se a Igreja determina que um tempo seja de indulgência e você faz algumas práticas de piedade, como uma hora de adoração e a oferece nas intenções do Santo Padre, você ganha indulgências, ou seja, o perdão das penas. O seu purgatório está sendo evitado. Você também pode aplicar essas indulgências às almas dos seus falecidos, que você deve sempre rezar por elas.


O que leva uma pessoa para o céu ou para o inferno segundo a Igreja?


O que determina é a recompensa que cada um receberá das suas obras. Deus retribuirá a cada um de acordo com elas. É a prática ou não dos dez mandamentos resumidos em dois: "Amar a Deus sobre todas as coisas" e "Amar ao próximo como a si mesmo". Obedecer a lei de Deus e fugir do pecado, é isso determina o seu destino eterno, ou seja, o céu e o inferno começam aqui, consequentemente, o nosso purgatório também.


Por que a Igreja Católica reza pelas almas do purgatório?


Justamente por que a Igreja acredita, como a Palavra de Deus nos ensina, que quando uma pessoa morre, ela não pode mais fazer nada por ela mesma, pois está entregue à misericórdia de Deus e a sua própria história, pela qual ela é julgada. Mas os outros podem fazer isso por ela. É uma prática bíblica; sempre se rezou pelos mortos. Os primeiros santos foram mártires e, no túmulo deles, se fazia oração. Então, sempre houve essa questão da comunhão.


As almas do purgatório podem interceder por nós?


Claro. Elas não podem fazer nada por elas mesmas, mas podem oferecer o sacrifício. E quem reza tem esse grande privilégio de receber auxílio em muitos momentos. E quando essas almas saírem do estado de purgatório e chegarem ao céu, à plenitude da salvação, verdadeiramente elas vão poder fazer mais por nós.



Respostas dadas por: Frei Josué

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O purgatório na Bíblia
Muitos me perguntam onde está na Bíblia o Purgatório? Ele é uma exigência da razão e mesmo da caridade de Deus por nós. A palavra “Purgatório” não existe na Bíblia, foi criada pela Igreja, mas a realidade, o “conceito doutrinário” deste estado de purificação existe amplamente na Sagrada Escritura como vamos ver. A Igreja não tem dúvida desta realidade por isso, desde o primeiro século reza pelo sufrágio das almas do Purgatório.

1 - São Gregório Magno (†604), Papa e doutor da Igreja, explicava o Purgatório a partir de uma palavra de Jesus: “No que concerne a certas faltas leves, deve-se crer que existe antes do juízo um fogo purificador, segundo o que afirma aquele que é a Verdade, dizendo que se alguém tiver pronunciado uma blasfêmia contra o Espírito Santo, não lhe será perdoado nem no presente século nem no século futuro (Mt 12,31). Desta afirmação podemos deduzir que certas faltas podem ser perdoadas no século presente, ao passo que outras, no século futuro” (Dial. 41,3). O pecado contra o Espírito Santo, ou seja a pessoa que recusa de todas as maneiras os caminhos da salvação, não será perdoado nem neste mundo, nem no mundo futuro. Mostra o Senhor Jesus, então, neste trecho, implicitamente, que há pecados que serão perdoados no mundo futuro, após a morte.


2 - O ensinamento sobre o Purgatório tem raízes já na crença dos próprios judeus do Antigo Testamento; cerca de 200 anos antes de Cristo, quando ocorreu o episódio de Judas Macabeus. Narra-se aí que alguns soldados judeus foram encontrados mortos num campo de batalha, tendo debaixo de suas roupas alguns objetos consagrados aos ídolos, o que era proibido pela Lei de Moisés. Então Judas Macabeus mandou fazer uma coleta para que fosse oferecido em Jerusalém um sacrifício pelos pecados desses soldados. “Então encontraram debaixo da túnica de cada um dos mortos objetos consagrados aos ídolos de Jâmnia, coisas proibidas pela Lei dos judeus. Ficou assim evidente a todos que haviam tombado por aquele motivos… puseram-me em oração, implorando que o pecado cometido encontrasse completo perdão… Depois [Judas] ajuntou, numa coleta individual, cerca de duas mil dracmas de prata, que enviou a Jerusalém para que se oferecesse um sacrifício propiciatório. Com ação tão bela e nobre ele tinha em consideração a ressurreição, porque, se não cresse na ressurreição dos mortos, teria sido coisa supérflua e vã orar pelos defuntos. Além disso, considerava a magnífica recompensa que está reservada àqueles que adormecem com sentimentos de piedade. Santo e pio pensamento! Por isso, mandou oferecer o sacrifício expiatório, para que os mortos fossem absolvidos do pecado” (2Mc 12,39-45).

O autor sagrado, inspirado pelo Espírito Santo, louva a ação de Judas: “Se ele não esperasse que os mortos que haviam sucumbido iriam ressuscitar, seria supérfluo e tolo rezar pelos mortos. Mas, se considerasse que uma belíssima recompensa está reservada para os que adormeceram piedosamente, então era santo e piedoso o seu modo de pensar. Eis porque ele mandou oferecer esse sacrifício expiatório pelos que haviam morrido, afim de que fossem absolvidos do seu pecado”. (2 Mac 12,44s) .Neste caso, vemos pessoas que morreram na amizade de Deus, mas com uma incoerência, que não foi a negação da fé, já que estavam combatendo no exército do povo de Deus contra os inimigos da fé. Cometeram uma falta que não foi mortal.

Fica claro no texto de Macabeus que os judeus oravam pelos seus mortos e por eles ofereciam sacrifícios, e que os sacerdotes hebreus já naquele tempo aceitavam e ofereciam sacrifícios em expiação dos pecados dos falecidos e que esta prática estava apoiada sobre a crença na ressurreição dos mortos. E como o livro dos Macabeus pertence ao cânon dos livros inspirados, aqui também está uma base bíblica para a crença no Purgatório e para a oração em favor dos mortos.

3 - Com base nos ensinamentos de São Paulo, a Igreja entendeu também a realidade do Purgatório. Em 1Cor 3,10, ele fala de pessoas que construíram sobre o fundamento que é Jesus Cristo, utilizando uns, material precioso, resistente ao fogo (ouro, prata, pedras preciosas) e, outros, materiais que não resistem ao fogo (palha, madeira). São todos fiéis a Cristo, mas uns com muito zelo e fervor, e outros com tibieza e relutância. E S. Paulo apresenta o juízo de Deus sob a imagem do fogo a provar as obras de cada um. Se a obra resistir, o seu autor “receberá uma recompensa”; mas, se não resistir, o seu autor “sofrerá detrimento”, isto é, uma pena; que não será a condenação; pois o texto diz explicitamente que o trabalhador “se salvará, mas como que através do fogo”, isto é, com sofrimentos.

4 - Na passagem de Mc 3,29, também há uma imagem nítida do Purgatório:”Mas, se o tal administrador imaginar consigo: ‘Meu senhor tardará a vir’. E começar a espancar os servos e as servas, a comer, a beber e a embriagar-se, o senhor daquele servo virá no dia em que não o esperar (…) e o mandará ao destino dos infiéis. O servo que, apesar de conhecer a vontade de seu senhor, nada preparou e lhe desobedeceu será açoitado com numerosos golpes. Mas aquele que, ignorando a vontade de seu senhor, fizer coisas repreensíveis será açoitado com poucos golpes.” (Lc 12,45-48). É uma referência clara ao que a Igreja chama de Purgatório. Após a morte, portanto, há um “estado” onde os “pouco fiéis” haverão de ser purificados.

5 - Outra passagem bíblica que dá margem a pensar no Purgatório é a de (Lc 12,58-59): “Ora, quando fores com o teu adversário ao magistrado, faze o possível para entrar em acordo com ele pelo caminho, a fim de que ele não te arraste ao juiz, e o juiz te entregue ao executor, e o executor te ponha na prisão. Digo-te: não sairás dali, até pagares o último centavo.”

O Senhor Jesus ensina que devemos sempre entrar “em acordo” com o próximo, pois caso contrário, ao fim da vida seremos entregues ao juiz (Deus), nos colocará na “prisão” (Purgatório); dali não sairemos até termos pago à justiça divina toda nossa dívida, “até o último centavo”. Mas um dia haveremos de sair. A condenação neste caso não é eterna. A mesma parábola está´ em Mt 5, 22-26: “Assume logo uma atitude reconciliadora com o teu adversário, enquanto estás a caminho, para não acontecer que o adversário te entregue ao juiz e o juiz ao oficial de justiça e, assim, sejas lançado na prisão. Em verdade te digo: dali não sairás, enquanto não pagares o último centavo” . A chave deste ensinamento se encontra na conclusão deste discurso de Jesus: “serás lançado na prisão”, e dali não se sai “enquanto não pagar o último centavo”.

6 - A Passagem de São Pedro 1Pe 3,18-19; 4,6, indica-nos também a realidade do Purgatório:”Pois também Cristo morreu uma vez pelos nossos pecados (…) padeceu a morte em sua carne, mas foi vivificado quanto ao espírito. É neste mesmo espírito que ele foi pregar aos espíritos que eram detidos na prisão, aqueles que outrora, nos dias de Noé, tinham sido rebeldes (…).” Nesta “prisão” ou “limbo” dos antepassados, onde os espíritos dos antigos estavam presos, e onde Jesus Cristo foi pregar durante o Sábado Santo, a Igreja viu uma figura do Purgatório. O texto indica que Cristo foi pregar “àqueles que outrora, nos dias de Noé, tinham sido rebeldes”. Temos, portanto, um “estado” onde as almas dos antepassados aguardavam a salvação. Não é um lugar de tormento eterno, mas também não é um lugar de alegria eterna na presença de Deus, não é o céu. È um “lugar” onde os espíritos aguardavam a salvação e purificação comunicada pelo próprio Cristo.

Prof. Felipe Aquino 
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Pensamentos Consoladores sobre o Purgatório
S. Francisco de Sales.

O grande doutor da Igreja, São Francisco de Sales (1567-1655), tem um ensinamento maravilhoso sobre o purgatório. Ele ensinava, já na idade média, que “é preciso tirar mais consolação do que temor do pensamento do Purgatório”. Eis o que ele nos diz:


1 - As almas alí vivem uma contínua união com Deus.


2 - Estão perfeitamente conformadas com a vontade de Deus. Só querem o que Deus quer. Se lhes fosse aberto o Paraíso, prefeririam precipitar-se no inferno a apresentar-se manchadas diante de Deus.


3 -Purificam-se voluntariamente, amorosamente, porque assim o quer Deus.


4 - Querem permanecer na forma que agradar a Deus e por todo o tempo que for da vontade Dele.


5 - São invencíveis na prova e não podem ter um movimento sequer de impaciência, nem cometer qualquer imperfeição.


6 - Amam mais a Deus do que a si próprias, com amor simples, puro e desinteressado.


7 - São consoladas pelos anjos.


8 - Estão certas da sua salvação, com uma esperança inigualável.


9 - As suas amarguras são aliviadas por uma paz profunda.


10 - Se é infernal a dor que sofrem, a caridade derrama-lhes no coração inefável ternura, a caridade que é mais forte do que a morte e mais poderosa que o inferno.


11 - O Purgatório é um feliz estado, mais desejável que temível, porque as chamas que lá existem são chamas de amor.


(Extraído do livro O Breviário da Confiança, de Mons. Ascânio Brandão, 4a. ed. Editora Rosário, Curitiba, 1981)

 
Atenção: Por toda esta semana estaremos publicando assuntos relativos ao Dia de Finados... 
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7 bilhões, e agora? Saiba o que a Igreja pensa sobre o assunto

Leonardo Meira
Da Redação - Canção Nova


AP
Danica Camacho, bebê número 7 bilhões. Mitos sobre demografia buscam respaldar iniciativas da cultura da morte, como aborto e esterilização em massa
7 bilhões de habitantes no planeta. A filipina Danica May Camacho nasceu dois minutos antes da meia-noite do domingo, 30, e é um dos bebês símbolos de um número que divide opiniões e ideologias mundo afora.

Há duas principais correntes de interpretação dos dados relacionados à população mundial. De um lado, estão os defensores da chamada explosão demográfica ou superpopulação. De outro, há quem fale sobre inverno demográfico e indique a drástica perspectiva de diminuição das taxas de natalidade.

Não é fácil se posicionar frente a argumentos tão diferentes. Os seguidores da primeira corrente aproveitaram a marca dos 7 bilhões de habitantes no planeta para levantar a bandeira do controle populacional, sob o pretexto de que o mundo não seria capaz de suprir as necessidades de tantas pessoas. Aí, até mesmo o aborto é apresentado como uma "solução", especialmente para os países pobres.

No entanto, há outros segmentos que apontam a capacidade do mundo de atender a todas as demandas de seus habitantes. O mal residiria mais no egoísmo humano, que leva a reter as coisas somente para si, do que na falta de capacidade da terra.

"O nascimento do bebê sete bilhões não é uma maldição, mas uma bênção para todos. Não é um problema, e sim um recurso. O problema a longo prazo da humanidade não é o excesso, senão a escassez de crianças”, explica o presidente do Population Research Institute (PRI), Steve Mosher, no último boletim do Instituto.

"A solução das questões conexas ao crescimento demográfico deve ser antes perseguida no simultâneo respeito tanto da moral sexual quanto da moral social, promovendo uma maior justiça e autêntica solidariedade para dar por todo lado dignidade à vida, a começar por condições econômicas, sociais e culturais", sentencia o Compêndio da Doutrina Social da Igreja.

O próprio diretor-geral do Fundo das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO), Jacques Diouf, intervindo na II Assembleia Especial para a África do Sínodo dos Bispos, que aconteceu em outubro de 2009, no Vaticano, revelou: "O problema da segurança alimentar neste mundo é antes de tudo uma questão de mobilização política a alto nível para que tais recursos sejam disponibilizados. É uma questão de prioridade diante das necessidades humanas fundamentais. O que constatamos hoje é o resultado das decisões fundamentadas em motivações materialistas, em detrimento dos referenciais éticos. Vemos condições de vida injustas e um mundo desigual, no qual um número restrito de pessoas enriquece-se cada vez mais enquanto a maioria da população está a empobrecer. Existem na terra meios econômicos suficientes, tecnologias eficazes e recursos naturais e humanos para eliminar definitivamente a fome no mundo".

Em que acreditar? Sobre esses aspectos, a doutrina da Igreja Católica pode ajudar de modo decisivo a se formar uma opinião mais amadurecida (clique nos subtítulos e acesse os documentos na íntegra).


DECLARAÇÃO SOBRE A DIMINUIÇÃO DA FERTILIDADE NO MUNDO

Em 1998, o Pontifício Conselho para a Família (PCF) divulgou este documento, que aborda diretamente a "versão global e errônea" de que o mundo seria prisioneiro de um crescimento demográfico exponencial, galopante, que levaria a uma explosão demográfica.

"Com efeito, após cerca de trinta anos, as conferências patrocinadas pela ONU tiveram como efeito provocar inquietudes infundadas sobre as questões demográficas, de modo particular nos países do Sul. Baseando-se nestes dados alarmistas, diferentes organismos das Nações Unidas inverteram, e continuam a inverter, consideráveis meios financeiros, com a finalidade de obrigar inúmeros países a adotarem políticas maltusianas. É um fato provado que esses programas, supervisionados a partir do exterior, comportam habitualmente medidas coercitivas de controle da natalidade. De igual modo, a ajuda ao desenvolvimento está regularmente condicionada à aplicação de programas de controle da população, que incluem a esterilização forçada ou realizada sem que as vítimas o saibam. Por outro lado, estas ações maltusianas são assumidas e ampliadas pelos governos nacionais, com a colaboração de organizações não governamentais (ONG), entre as quais a mais conhecida é a Federação Internacional da Planificação da Família (IPPF). Nos países pobres, as primeiras vítimas desses programas são as populações inocentes e indefesas. Elas são enganadas deliberadamente, impelindo-as a aceitar a sua mutilação, sob o pretexto falso de que se trata da condição prévia para o seu desenvolvimento".

No entanto, os dados mostram que a taxa de crescimento da população mundial não cessa de diminuir a um ritmo regular e significativo. Cerca de 1/3 dos países do mundo já não consegue substituir as suas gerações, ou seja, possuem um índice sintético de fecundidade - número de filhos por mulher - inferior a 2,1, o nível mínimo indispensável para a renovação das gerações nos países que contam com as melhores condições sanitárias.

Algumas das principais causas para essa realidade são: a diminuição do número de casamentos; o aumento da idade média da maternidade, com leis trabalhistas que não facilitam o desejo das mulheres de conciliar de maneira harmônica a vida familiar e a atividade profissional; a ausência de uma verdadeira política familiar; difusão das técnicas químicas de contracepção, e com frequência a legalização do aborto, ao mesmo tempo em que se debilitavam as políticas favoráveis ao acolhimento da vida; esterilização em massa.

Entre as consequências mais preocupantes estão: a proporção dos jovens nas populações diminui em grande medida; aumenta a proporção das pessoas idosas diretamente dependentes do governo, enquanto a base produtiva da sociedade, os jovens, fonte de entradas para as finanças públicas, reduz-se - para garantir o funcionamento dos sistemas de segurança social, torna-se grande a tentação de recorrer à eutanásia.


Montagem sobre fotos / Arquivo
Paulo VI: "Problema da natalidade deve ser considerado à luz da visão integral do homem e da sua vocação"

HUMANAE VITAE - PAPA PAULO VI

Publicado em 1968, é um dos documentos do magistério pontifício que trata com mais ênfase a questão da regulação ou controle da natalidade.

"O problema da natalidade, como de resto qualquer outro problema que diga respeito à vida humana, deve ser considerado numa perspectiva que transcenda as vistas parciais - sejam elas de ordem biológica, psicológica, demográfica ou sociológica - à luz da visão integral do homem e da sua vocação, não só natural e terrena, mas também sobrenatural e eterna", sublinha o Pontífice.

No mesmo texto, o Santo Padre declara "que é absolutamente de excluir, como via legítima para a regulação dos nascimentos, a interrupção direta do processo generativo já iniciado, e, sobretudo, o aborto querido diretamente e procurado, mesmo por razões terapêuticas. É de excluir de igual modo, como o Magistério da Igreja repetidamente declarou, a esterilização direta, quer perpétua, quer temporária, tanto do homem como da mulher. É, ainda, de excluir toda a ação que, ou em previsão do ato conjugal, ou durante a sua realização, ou também durante o desenvolvimento das suas consequências naturais, se proponha, como fim ou como meio, tornar impossível a procriação".

Paulo VI, enfim, indica um caminho seguro: "a via de uma política familiar providente, de uma sábia educação das populações, que respeite a lei moral e a liberdade dos cidadãos".


A FOME NO MUNDO - UM DESAFIO PARA TODOS: O DESENVOLVIMENTO SOLIDÁRIO

O documento do Pontifício Conselho Cor Unum, publicado em 1996, indica: "O crescimento demográfico demasiado rápido constitui uma causa ou uma consequência do subdesenvolvimento? Excluindo os casos extremos, a densidade demográfica não justifica a fome. [...] Considera-se que existem maiores possibilidades de reduzir um excessivo crescimento demográfico empenhando-se em diminuir a pobreza de massa, ao invés de vencer a pobreza contentando-se em diminuir as taxas de aumento demográfico".

Os motivos das dificuldades alimentares, dessa forma, residem mais nos desequilíbrios impostos pelos Estados, a política e a gestão econômica, e não em causas objetivas ou pobreza econômica.

O documento também explica que, à medida que enriquecem, os povos passam de uma situação de elevada natalidade à situação inversa: baixos níveis de natalidade e de mortalidade. No entanto, o período de transição pode ser crítico sob o ponto de vista dos recursos alimentares, pois a taxa de mortalidade diminui antes da de natalidade. Mas transformações tecnológicas que acompanhem o crescimento da população são a solução mais justa e eficaz para a questão.

Quanto à realidade de pais cujo nível sócio-cultural entende que somente um elevado número de filhos garante produção e segurança, a Igreja defende uma educação para a paternidade e maternidade responsáveis, respeitando inteiramente os princípios éticos, bem como a necessidade de se dar "acesso a métodos de controle da fecundidade, que estejam em harmonia com a verdadeira natureza do homem", como o método billings, por exemplo.

As investigações têm demonstrado que outros três fatores, além do controle demográfico, contribuem de modo igual e mais ético para a diminuição do crescimento da população mundial. Trata-se do desenvolvimento econômico e social, do melhoramento das condições de vida das mulheres e, paradoxalmente, da redução da mortalidade infantil.


Montagem sobre fotos / Arquivo
João XXIII: "A solução acertada encontra-se apenas num progresso econômico e social que respeite e fomente os genuínos valores humanos"


Já em 1961, o Papa abordava a questão do desequilíbrio entre a população e os meios de subsistência. Citando estatísticas que apontavam o "problema", João XXIII aponta que "há quem julgue indispensável recorrer a medidas drásticas para evitar ou diminuir a natalidade".

No entanto, ele mesmo indica: "A verdade é que, situado o problema no plano mundial, não parece que a relação entre o incremento demográfico, por um lado, e o desenvolvimento econômico e a disponibilidade dos meios de subsistência, por outro, venham a criar dificuldades". Isso, logicamente, a partir de um renovado esforço científico e técnico, por parte do homem, no sentido de aperfeiçoar e estender cada vez mais o seu domínio sobre a natureza.

"Por isso, a solução fundamental do problema não deve procurar-se em expedientes que ofendem a ordem moral estabelecida por Deus e atacam os próprios mananciais da vida humana", explica.

Afirmando que sabe da existência de áreas e países com graves dificuldades, motivadas por uma organização econômica e social deficiente que não oferece meios de vida proporcionais ao índice do incremento demográfico e também à insuficiência da solidariedade entre os povos, o Papa ressalta:

"Todavia, mesmo em tais casos, devemos afirmar claramente desde já que estes problemas não se podem encarar, nem estas dificuldades se podem vencer, recorrendo a métodos e meios que são indignos de um ser racional e só encontram explicação num conceito puramente materialista do homem e da vida. A solução acertada encontra-se apenas num progresso econômico e social que respeite e fomente os genuínos valores humanos, individuais e sociais, em conformidade com a moral, com a dignidade e o imenso valor da vida humana, e, juntamente, numa colaboração em escala mundial que permita e fomente a circulação ordenada e fecunda de conhecimentos úteis, de capitais e pessoas".

Montagem sobre fotos / Arquivo
João Paulo II: família é santuário da vida



CENTESIMUS ANNUS - JOÃO PAULO II

O documento foi escrito em 1991. Ao demarcar a necessidade de se voltar a considerar a família como santuário da vida, o Beato indica que, contudo, "o engenho humano parece orientar-se, nesse campo, mais para limitar, suprimir ou anular as fontes da vida, chegando até ao recurso do aborto, infelizmente tão espalhado pelo mundo, do que para defender e criar possibilidades à mesma vida. Na Encíclica Sollicitudo rei socialis, foram denunciadas as campanhas sistemáticas contra a natalidade, que, baseadas numa concepção distorcida do problema demográfico e num clima de 'absoluta falta de respeito pela liberdade de decisão das pessoas interessadas', as submetem muitas vezes 'a pressões intoleráveis (...) a fim de cederem a esta nova forma de opressão'. Trata-se de políticas que, com novas técnicas, estendem o seu raio de ação até ao ponto de chegarem, como numa 'guerra química', a envenenar a vida de milhões de seres humanos indefesos".





O documento, já em 1965, aponta para o fato de que muitos afirmam que o aumento da população do globo deve ser absoluta e radicalmente diminuído por todos os meios e por qualquer espécie de intervenção da autoridade pública.

"O Concílio exorta todos a que evitem as soluções, promovidas privada ou publicamente ou até por vezes impostas, que sejam contrárias à lei moral. Porque [...] a decisão acerca do número de filhos depende do reto juízo dos pais e de modo algum se pode entregar ao da autoridade pública. Mas como o juízo dos pais pressupõe uma consciência bem formada, é de grande importância que todos tenham a possibilidade de cultivar uma responsabilidade reta e autenticamente humana, que tenha em conta a lei divina, consideradas as circunstâncias objetivas e temporais; isto exige, porém, que por toda a parte melhorem as condições pedagógicas e sociais e, antes de mais, que seja dada uma formação religiosa ou, pelo menos, uma íntegra educação moral. Sejam também as populações judiciosamente informadas acerca dos progressos científicos alcançados na investigação dos métodos que ajudam os esposos na determinação do número de filhos, cuja segurança esteja bem comprovada e de que conste claramente a legitimidade moral".



2 comentários:

JOSENI LIMA disse...

QUE MARAVILHA!!
Fonte quase inesgotável esse teu blog!!
Meus seguidores e leitores adoraram a matéria: 87.714 (31.10.11)
Obrigado pela parceria!!
DEUS TE PROTEJA SEMPRE!!
Esperamos sua visita...

Lusmar Paz Leite disse...

Obrigado, primo!
Evangelizar é preciso! Essa é a nossa missão.
Valeu!