Atenção, turma!
A partir de Domingos de Ramos iniciaremos oficialmente
a Semana Santa.
Acompanharemos todos os dias desta “Grande Semana”, explicando o
significado dos dias santos...
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Estamos chegando ao final da “Quaresma”.
Então, vamos relembrar o sentido do período quaresmal...
Ah, apresentamos também nesta reflexão pistas para se fazer uma boa confissão.
O que é a Quaresma
O tempo quaresmal é o tempo litúrgico de conversão estabelecido pela Igreja para que nos preparemos para a grande festa da Páscoa. É tempo de nos arrependermos dos nossos pecados e de mudar algo em que precisamos ser melhores para viver mais próximos de Cristo.
A Quaresma dura 40 dias; começa na Quarta-feira de Cinzas e termina no
Domingo de Ramos. Ao longo desse período, sobretudo na liturgia do
domingo, fazemos um esforço para recuperar o ritmo e o chamado de
verdadeiros filhos de Deus.
A cor litúrgica desse período é o roxo, que significa luto e penitência. É um período de reflexão, de penitência, de conversão espiritual em preparação para o mistério pascal.
Na Quaresma, Cristo nos convida a mudar de vida. A Igreja nos convida a viver esse tempo como um caminho a Jesus Cristo, escutando a Palavra de Deus,
orando, compartilhando com o próximo e praticando boas obras. Ela nos
convida a viver atitudes cristãs a fim de que nos pareçamos mais com Jesus Cristo, já que por ação do pecado, nos afastamos de Deus.
Por isso, a Quaresma é o tempo especial do perdão
e da reconciliação fraterna. A cada dia, durante a vida, devemos
retirar de nosso coração o ódio, o rancor, a inveja, os zelos que se
opõem ao nosso amor a Deus e aos irmãos. Nesse tempo, aprendemos a conhecer e a apreciar a cruz de Jesus. Com isso aprendemos também a tomar nossa cruz com alegria para alcançar a glória da ressurreição.
Vídeos sobre a Quaresma
Duração da Quaresma
A duração do período quaresmal está baseada no símbolo que envolve o número quarenta na Bíblia,
na qual são narrados os quarenta dias do dilúvio, os quarenta anos da
peregrinação do povo judeu pelo deserto, os quarenta dias de Moisés e de Elias na montanha, os quarenta dias em que Jesus passou no deserto antes de começar Sua vida pública, os 400 anos que durou o exílio dos judeus no Egito.
Na Bíblia,
o número quatro simboliza o universo material, seguido do número zero
significa o tempo de nossa vida na terra, seguido de provações e
dificuldades.
A vivência da Quaresma data do século IV, quando esse tempo passa a ser
dedicado, de forma especial, à penitência e à renovação para toda a Igreja, com a prática do jejum e da abstinência. Conservada com bastante vigor, ao menos em um princípio, nas Igrejas
do Oriente, a prática penitencial desse período tem sido cada vez mais
abrandado no Ocidente, mas deve-se observar um espírito penitencial e de
conversão.
O Tempo da Quaresma
Um tempo com características próprias.
A Quaresma é o tempo que precede e nos prepara para a celebração da Páscoa. Período de escuta da Palavra de Deus e de conversão, de preparação e de memória do batismo, de reconciliação com Deus e com os irmãos, de vivência mais frequente e aprofundada das armas da penitência cristã: a oração, o jejum e a esmola (cf. Mt 6,1-6.16-18).
De maneira semelhante ao povo de Israel, que partiu durante quarenta anos pelo deserto para ingressar na Terra Prometida, a Igreja, o novo povo de Deus, prepara-se durante quarenta dias para celebrar a Páscoa
do Senhor. Embora seja um tempo penitencial, não é um período triste e
depressivo. Trata-se de uma época especial de purificação e de renovação
da vida cristã para podermos participar com maior plenitude e gozo do
mistério pascal do Senhor.
A Quaresma é um tempo privilegiado para intensificar o caminho da própria conversão.
Esse caminho supõe que cooperemos com a graça divina para que o "homem
velho", existente em nosso interior, morra gradativamente. De forma a
rompermos com o pecado, que habita em nossos corações, e nos afastarmos de tudo aquilo que nos separa do plano de Deus, e por conseguinte, de nossa felicidade e realização pessoal.
A Quaresma é um dos quatro tempos fortes do ano litúrgico e isso
deve ser refletido com intensidade em cada um dos detalhes de sua
celebração. Quanto mais forem acentuadas suas particularidades, tanto
mais intensamente poderemos viver toda sua riqueza espiritual.
Portanto, é preciso se esforçar, entre outras coisas, para entender e viver bem esse tempo:
- Para que se compreenda que, neste tempo, são distintos tanto o enfoque das leituras bíblicas (na Santa Missa
praticamente não há leitura contínua), como os textos eucológicos
(próprios e determinados quase sempre de modo obrigatório para cada uma
das celebrações).
- Para que os cantos sejam totalmente distintos dos habituais e reflitam a espiritualidade penitencial, própria desse período.
- Por obter uma ambientação sóbria e austera, refletindo o caráter de penitência quaresmal.
Sentido da Quaresma
A primeira coisa a ser dita a respeito desse tempo litúrgico é que a finalidade da Quaresma é ser um tempo de preparação para a Páscoa. Por isso é definida “como caminho para a Páscoa”. Esse tempo não é um período fechado em si mesmo ou um tempo “forte” ou importante em si mesmo.
É, antes de tudo, um tempo de preparação para a Páscoa. O tempo quaresmal, como preparação para a Páscoa, se apoia em dois pilares: de um lado, a contemplação da Páscoa de Jesus; de outro, a participação pessoal na Páscoa do Senhor por intermédio da penitência e da celebração e da preparação dos sacramentos pascais –batismo, confirmação, reconciliação, Eucaristia-, com os quais incorporamos nossa vida à Páscoa do Senhor Jesus.
O ato de nos incorporarmos ao “mistério pascal” de Cristo supõe participar do mistério de Sua Morte e Ressurreição. Não esqueçamos que o batismo nos configura com a Morte e Ressurreição
do Senhor. A Quaresma procura fazer com que essa dinâmica batismal
(morte para a vida) seja vivida mais profundamente nesse tempo, para que
o nosso pecado vá morrendo e sejamos ressuscitados com Cristo para a verdadeira vida, pois o Senhor nos assegura que se o grão de trigo morrer dará fruto.
A esses dois aspectos há que se acrescentar outro ponto mais eclesial: a Quaresma é tempo apropriado para cuidar da catequese e oração das crianças e jovens que se preparam para a confirmação e a primeira comunhão e para que toda a Igreja ore pela conversão dos pecadores.
Vivendo a Quaresma
Durante esse tempo especial de purificação e santificação, contamos com diversos meios propostos pela Igreja que nos ajudam a viver a dinâmica quaresmal.
Antes de tudo, a vida de oração é condição indispensável para o encontro com Deus. Na oração, quando o cristão
inicia um diálogo íntimo com o Senhor, a graça divina penetra em seu
coração e, a semelhança da Virgem Maria, se abra à ação do Espírito
cooperando com ela com sua resposta livre e generosa (cf.Lc 1,38).
Como também devemos intensificar a escuta e a meditação atenta à Palavra de Deus, a assistência frequente ao sacramento da reconciliação e a Eucaristia, e mesmo a prática do jejum, segundo as possibilidades de cada um.
A mortificação e a renúncia nas circunstâncias ordinárias de
nossa vida também constituem um meio concreto para viver o espírito de
Quaresma. Não se trata tanto de criar ocasiões extraordinárias, mas de
saber oferecer aquelas circunstâncias cotidianas que nos são incômodas,
de aceitar com alegria os diferentes contratempos que nos são
apresentados no dia a dia. Da mesma maneira, o saber renunciar a certas
coisas nos ajuda a viver o desapego e o desprendimento. Dentre as
diversas práticas quaresmais que a Igreja
nos propõe, a vivência da caridade ocupa um lugar especial. Assim nos
recorda São Leão Magno: "Estes dias de Quaresma nos convidam de maneira
apremiante ao exercício da caridade; se desejamos chegar à Páscoa
santificados em nosso ser, devemos por um interesse especialíssimo na
aquisição desta virtude, que contém em si as demais e cobre multidão de pecados".
Esta vivência da caridade deve ser vivida de maneira especial com
aqueles a quem temos mais próximos, no ambiente concreto em que nos
movemos. Assim, vamos construindo no outro "o bem mais precioso e
efetivo, que é o da coerência com a própria vocação cristã" (João Paulo II)
Como viver a Quaresma
1. Arrepender-se dos pecados e confessar-se
Pensar em que ofendi a Deus, Nosso Senhor, se me dói tê-Lo ofendido, se estou realmente arrependido. Este é um bom momento do ano para realizar uma confissão preparada e de coração. Revise os mandamentos de Deus e da Igreja para poder fazer uma boa confissão. Sirva-se de um livro para estruturar sua confissão. Busque tempo para realizá-la.
2. Lutar para mudar:
Analise sua conduta para conhecer em que está falhando. Faça
propósitos para cumprir dia a dia e revise à noite se os alcançou.
Lembre-se de não colocar muitos propósitos porque será muito difícil
cumpri-los todos. Deve-se subir as escadas degrau por degrau, não se
pode subi-la de uma só vez. Conheça qual é o seu defeito dominante e
faça um plano para lutar contra ele. Seu plano deve ser realista,
prático e concreto para poder cumpri-lo.
3. Fazer sacrifícios:
A palavra "sacrifício" vem do latim sacrum-facere e significa "fazer sagrado". Então, fazer um sacrifício é fazer alguma coisa sagrada, quer dizer, oferecê-la por amor a Deus,
por amá-Lo, coisas que dão trabalho. Por exemplo, ser amável com um
vizinho com quem você não simpatiza ou ajudar alguém em seu trabalho. A
cada um de nós há algo que nos custa fazer na vida todos os dias. Se
oferecemos isso a Deus por amor, estamo fazendo um sacrifício.
4. Oração:
Aproveite estes dias para rezar, para conversar com Deus, para dizer que O ama e que quer estar com Ele. Pode ser útil um bom livro de meditação para Quaresma. Você pode ler na Bíblia passagens relacionadas com esse período.
Jejum e abstinência
O jejum consiste em fazer uma só refeição completa ao dia. A abstinênica consiste em não comer carne. A Quarta-feira de Cinzas e a Sexta-feira Santa são dias de abstinência e jejum, que é obrigatória a partir dos quatorze anos e o jejum dos dezoito aos cinquenta e nove anos de idade.
O objetivo dessas práticas cristãs é fazer com que todo nosso ser
(alma e corpo) participe de um ato por meio do qual reconheça a
necessidade de fazer obras com as quais reparemos o dano causado com
nossos pecados e para o bem da Igreja.
O jejum
e a abstinênica podem ser trocados por outro sacrifício, dependendo do
que ditem as Conferências Episcopais de cada país, pois elas têm
autoridade para determinar as diversas formas de penitências cristãs.
Vídeos sobre a Quaresma
Por que o jejum?
É necessário dar uma profunda resposta a esta pergunta, para que fique clara a relação entre o jejum e a conversão, isto é, a transformação espiritual que aproxima o homem de Deus.
O abster-se de comida e bebida tem com como fim introduzir na
existência do homem não somente o equilíbrio necessário, mas também o
desprendimento do que se poderia definir como "atitude
consumística".Tendo em vista que o consumismo é uma das características
mais marcantes da civilização ocidental. O homem, cada vez mais voltado
para os bens materiais, muito frequentemente abusa deles. Essa
civilização consumista faz uso dos bens materiais não somente para que
estes lhe sirvam para o desenvolvimento de atividades criativas e úteis,
mas cada vez mais para satisfazer-lhes os sentidos, a excitação que
deriva deles, o prazer, uma multiplicação de sensações cada vez mais
intensas.
O homem de hoje precisa abster-se de muitos meios de consumo, de
estímulos, de satisfação dos sentidos para voltar a ser como Deus o
criou. Jejuar significa abster-se de algo. O homem cresce e adquire
autodomínio ao dizer a si mesmo: "Não".
Não é uma renúncia simplesmente; o objetivo dessa prática é o
desenvolvimento mais equilibrado de si mesmo para a vivência mais
aprofundada dos valores superiores e a conquista do autocontrole.
Exame de consciência
Precisamente por sermos pecadores, ficamos cegos diante de nossos pecados.
Satanás quer nos fazer ver que não há mal no que fazemos. Então o
coração se endurece, torna-se insensível às exigências do amor. Por isso
é tão importante a conversão do coração.
"Por isso, como diz o Espírito Santo: "Se escutardes hoje MINHA
voz, não endureceis o coração... Atenção irmãos! Que nenhum de vós
tenhais um coração mau e incrédulo [...]" (Hb 3).
Deus é um Pai amoroso que nos faz ver o pecado para nos dar a graça do arrependimento e nos perdoar. Porque nos quer livres. No entanto, o demônio não quer que vejamos nosso pecado. Mas se procurarmos o caminho de Deus, o maligno tratará de nos acusar com nossos pecados para que desanimemos e voltemos atrás. Podemos discernir então a diferença. Deus mostra o pecado
para libertar e perdoar; o demônio o esconde, mas quando o mostra é
para que nos desesperemos e nos distanciemos de Senhor. Devemos rejeitar
energicamente estes pensamentos e ir à confissão com toda confiança no perdão de Deus Pai. Deus SEMPRE nos perdoa quando há arrependimento.
É muito proveitoso fazer exame de consciência diário e também,
com toda humildade, nos abrir a que pessoas próximas de nós nos
corrijam. "Se examinássemos a nós mesmos, não seríamos condenados" (I
Cor. 11, 31)
O exame se faz diante de Deus, escutando Sua voz na consciência.
Preparação para a confissão
- Preparação remota: Educamo-nos na fé pelo estudo da Palavra de Deus, do Catecismo e demais obras e documentos da Igreja, assim como com a leitura e a imitação da vida dos santos, a vivência dos sacramentos, a participação na Santa Missa e o seguimento aos ensinamentos de Cristo.
- Preparação imediata: Fazer o exame de consciência antes da confissão. Ir a um lugar tranquilo, preferivelmente diante do sacrário, para orar. Só Deus pode iluminar nossa realidade e nos dar os meios para responder à graça.
Contemplamos a vida de Jesus e Seu amor manifesto na cruz.
"Contemplai ao que transpassaram" (cf. Jo 19,37). Como tenho respondido
a tanto amor e a tantas graças? Examinamos nossa vida diante da lei de
Deus. Por isso ajuda fazer um exame escrito que nos recorde o que esquecemos. Recordamos que não se trata de sugestões, Deus nos deu MANDAMENTOS. Quebrá-los é quebrar nossa aliança com Deus e cair em pecado.
Não se trata tão somente de enumerar pecados, mas sim de descobrir a atitude do coração e com dor por nossos pecados, FAZER O FIRME PROPÓSITO DE NÃO VOLTAR A COMETÊ-LOS.
Sempre há áreas nas quais somos mais fracos e requerem atenção especial, mas se compreendermos que Cristo - não a cultura - é o exemplo que debvemos seguir –, veremos que em tudo temos muito o que crescer.
Exame de conciência com base nas três rupturas
Examine-se - ajudado por estas perguntas - quais pecados você cometeu desde sua última confissão? Trate de não ficar no exterior, mas sim nas atitudes do coração e as omissões.
- Ruptura com Deus: Amo verdadeiramente a Deus com todo meu coração ou vivo mais apegado às coisas materiais? Preocupei-me por renovar minha fé cristã com a ajuda da oração, da participação ativa e atenta da Santa Missa dominical, a leitura da Palavra de Deus, etc.? Guardo os domingos e dias de festa da Igreja? Cumpri com o preceito anual da confissão e a comunhão pascal? Tenho uma relação de confiança e amizade com Deus, ou cumpro somente com ritos externos? Professei sempre, com vigor e sem temores, minha fé em Deus? manifestei minha condição de cristão na vida pública e privada? Ofereço ao Senhor meus trabalhos e alegrias? Recorro a Ele constantemente, ou só O busco quando necessito d'Ele? Tenho reverência e amor para o nome de Deus ou O ofendo com blasfêmias, falsos juramentos ou usando Seu santo nome em vão?
- Ruptura comigo mesmo: Sou soberbo e vaidoso? Considero-me superior a outros? Procuro aparentar algo que não sou para ser valorizado pelos outros? Aceito a mim mesmo ou vivo na mentira e no engano? Sou escravo de meus complexos? Que uso tenho feito do tempo e dos talentos que Deus me deu? Eu me esforço por superar os vícios e inclinações más como a preguiça, a avareza, a gula, a bebida, a droga? Caí na luxúria com palavras e pensamentos impuros, com desejos ou ações impuras? Realizei leituras ou assisti a espetáculos que reduzem a sexualidade a um mero objeto de prazer? Caí na masturbação ou a fornicação? Cometi adultério? Recorri a métodos artificiais para o controle da natalidade?
- Ruptura com os irmãos e com a criação: Amo de coração o meu próximo como a mim mesmo e como o Senhor Jesus me pede que O ame? Em minha família colaboro em criar um clima de reconciliação com paciência e espírito de serviço? Tenho sido um filho obediente a meus pais, prestando-lhes respeito e ajuda em todo momento? Preocupo-se em educar na vida cristã meus filhos e de respirá-los em seu compromisso de vida com o Senhor Jesus? Abusei de meus irmãos mais fracos e indefesos, usando-os para meus interesses? Insultei meu próximo? Escandalizei-o gravemente com palavras ou com ações? Se me ofenderam, sei perdoar, ou guardo rancor e desejo de vingança? Compartilho meus bens e meu tempo com os mais pobres, ou sou egoísta e indiferente à dor de outros? Participo das obras de evangelização e promoção humana da Igreja? Eu me preocupo pelo bem e a prosperidade da comunidade humana em que vivo ou passo a vida preocupado tão somente comigo mesmo? Tenho cumprido com meus deveres cívicos? Pago meus tributos? Sou invejoso? Sou fofoqueiro e enganador? Difamei ou caluniei alguém? Violei segredos? Fiz julgamentos temerários sobre outros? Sou mentiroso? Causei algum dano físico ou moral a outros? Inimizei-me com ódios, ofensas ou brigas com meu próximo? Tenho sido violento? Procurei ou induzi alguém ao aborto? Tenho sido honesto em meu trabalho? Usei corretamente a criação ou abusei dela com fins egoístas? Roubei? Sou justo na relação com meus subordinados tratando-os como eu gostaria de ser tratado por eles? Participei do negócio ou consumo de drogas? Caí na fraude ou estelionato? Recebi dinheiro ilícito?
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Postamos:
1.- Entenda o significado do Domingo de Ramos
2.- Últimos dias de Jesus...--------------------------------------------
Entenda o significado do Domingo de Ramos
O Domingo de Ramos marca o início da Semana Santa, que mistura os gritos de hosanas com os clamores da Paixão de Cristo. O povo acolheu Jesus agitando seus ramos de oliveiras e palmeiras. Os ramos significam a vitória: "Hosana ao Filho de Davi: bendito seja o que vem em nome do Senhor, o Rei de Israel; hosana nas alturas".
Os
ramos apresentados pelo povo nos remetem ao sacramento do batismo, por
intermédio do qual nos tornamos filhos de Deus e responsáveis pela
missão da nossa Igreja. E o ato de levarmos os ramos para casa nos
lembra que estamos unidos a Cristo na luta pela salvação do mundo.
A Procissão de Ramos tem como objetivo apresentar a peregrinação que cada cristão realiza sobre a Terra buscando a vida eterna ao lado do Senhor. Esse ato nos faz relembrar que somos peregrinos neste mundo e que o céu é o lugar de onde viemos e para onde devemos voltar.
Por fim, a Santa Missa do Domingo de Ramos traz a narrativa de São Lucas sobre a Paixão de Jesus: Sua angústia mortal no Horto das Oliveiras, o Sangue vertido com o suor, o beijo traiçoeiro de Judas, a prisão, os maus-tratos nas mãos dos soldados na casa de Anãs, Caifás; Seu julgamento iníquo diante de Pilatos, depois, diante de Herodes, Sua condenação, o povo a vociferar “crucifica-o, crucifica-o”; as bofetadas, as humilhações, o caminho percorrido até o Calvário, a ajuda do homem cirineu, o consolo das santas mulheres, o terrível madeiro da cruz, o diálogo d'Ele com o bom ladrão, Sua morte e sepultura.
O Mestre nos ensina com fatos e exemplos que o Seu Reino, de fato, não é deste mundo. Que Ele não veio para derrubar César e Pilatos, mas para derrubar um inimigo muito pior e invisível, o pecado. E para isso é preciso se imolar; aceitar a Paixão, passar pela morte para destruí-la; perder a vida para ganhá-la.
Professor Felipe Aquino
Dom Eurico dos Santos Veloso
Arcebispo emérito de Juiz de Fora (MG)
30/03/2012 - 08h00
Tags: Domingo Ramos Jesus crucificacao povo Igreja
A Procissão de Ramos tem como objetivo apresentar a peregrinação que cada cristão realiza sobre a Terra buscando a vida eterna ao lado do Senhor. Esse ato nos faz relembrar que somos peregrinos neste mundo e que o céu é o lugar de onde viemos e para onde devemos voltar.
Por fim, a Santa Missa do Domingo de Ramos traz a narrativa de São Lucas sobre a Paixão de Jesus: Sua angústia mortal no Horto das Oliveiras, o Sangue vertido com o suor, o beijo traiçoeiro de Judas, a prisão, os maus-tratos nas mãos dos soldados na casa de Anãs, Caifás; Seu julgamento iníquo diante de Pilatos, depois, diante de Herodes, Sua condenação, o povo a vociferar “crucifica-o, crucifica-o”; as bofetadas, as humilhações, o caminho percorrido até o Calvário, a ajuda do homem cirineu, o consolo das santas mulheres, o terrível madeiro da cruz, o diálogo d'Ele com o bom ladrão, Sua morte e sepultura.
O Mestre nos ensina com fatos e exemplos que o Seu Reino, de fato, não é deste mundo. Que Ele não veio para derrubar César e Pilatos, mas para derrubar um inimigo muito pior e invisível, o pecado. E para isso é preciso se imolar; aceitar a Paixão, passar pela morte para destruí-la; perder a vida para ganhá-la.
Professor Felipe Aquino
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Últimos dias de Jesus
Seguir Jesus é estar disposto a transformar o mundo
Cada
um de nós tem lá suas ideias a respeito de como deve se apresentar e
como deve ser tratada uma pessoa importante. Acabamos projetando em
Jesus essas concepções. É natural!
Faz parte da nossa maneira de entender a vida. Por isso, quando se faz
um filme da vida de Cristo, tudo é muito bonito e respeitoso. Até a
crucificação é filmada com certa grandiosidade, colorido e iluminação
adequada, para solenizar o momento sagrado.
Será que já nos demos conta de que os últimos dias da vida de Jesus
não foram exatamente assim? Conseguimos imaginar o Senhor sendo
torturado numa delegacia de hoje, sem cenário solene, tratado como
“Zé-ninguém”, na crueza do dia a dia da violência humana? Entre
a entrada festiva como rei em Jerusalém e o deboche da flagelação e da
coroação de espinhos e da inscrição na cruz (Jesus de Nazaré, Rei dos
Judeus), somos levados a pensar: Que tipo de rei o povo queria? E que
tipo de rei Jesus, de fato, foi?
O
povo ansiava por um Messias, mas cada um o imaginava de um jeito:
poderia ser um rei, um guerreiro forte que expulsasse os romanos, um
“ungido de Deus”, capaz de resolver tudo com grandes milagres. É verdade
que havia também textos que falavam do Messias sofredor, que iria
carregar os pecados do povo. Mas essa ideia tão estranha não tinha assim
muito apelo. Talvez o povo pensasse como muita gente de hoje: “De
sofredor já basta eu! Quero alguém que saiba vencer”.
Deus, como de costume, exagera na surpresa. O Messias, além de não vir alardeando poder, entra na fila dos condenados.
Para quem não olhasse a história com os olhos de hoje, não haveria
muita diferença entre as três cruzes no alto do Monte Calvário.
O processo, a condenação e a execução de Nosso Senhor Jesus Cristo
foram uma grande coleção de desrespeitos aos direitos humanos. O
julgamento foi rápido, sem provas suficientes, sem direito de defesa. A
tortura precede a morte, e a humilhação faz parte da pena.
Como
logo depois vem a ressurreição, ascensão, glória etc... esquecemos
depressa a imagem de Jesus como servo indefeso, como um judeu sem
importância a quem as autoridades mandaram para a morte com aquele pouco
caso com que costumam, tantas vezes, ser tratados até hoje os direitos
dos pobres, especialmente, quando estes são acusados de algum delito,
falso ou verdadeiro. “Este homem
era realmente o Filho de Deus”. Esta é a conclusão do centurião que
comandou a crucificação. Isso sabemos nós hoje, à distância de mais de
dois mil anos, acostumados a honrar Jesus de todas as formas.
Que
estranho rei e Filho de Deus é esse que se submete à tortura, que se
deixa confundir com os dois ladrões que morrem a Seu lado? Percebemos
que Deus está assumindo aí todos os nossos pecados e todas as nossas
tragédias? Que está participando do destino de todos os que sofrem,
inocentes e culpados? Quem está tomando posição diante da dor humana?
Não basta trazer flores para o crucifixo, louvar a Cristo com ramos bentos,
fazer questão de ser chamado de cristão. Será que Jesus se contenta com
isso tudo se não tivermos solidariedade com aqueles que hoje são
companheiros de cruz de Nosso Senhor e nossos ritos não traduzirem nossa
fé?
Estamos
já no século XXI. São dois milênios em que nos acostumamos com o Cristo
aclamado, nos habituamos com o símbolo da cruz, oramos ao Cristo
poderoso nas necessidades. Será que não está na hora de perceber e viver
melhor o apelo que nos vem do Filho de Deus, que aceitou ser um judeu
sem defesa, a quem os poderosos trataram como um malfeitor?
Precisamos
ser, como Jesus, uma Igreja servidora, missionária, evangelizadora e
solidária com os que sofrem, compassiva com os caídos, disposta a
transformar a injustiça do mundo, confiando mais na força do amor do que
no poder.
Arcebispo emérito de Juiz de Fora (MG)
30/03/2012 - 08h00
Tags: Domingo Ramos Jesus crucificacao povo Igreja
Um comentário:
PARABÉNS!!
Bela matéria.
Um abraço e SUCESSO sempre.
Deus te proteja sempre!!
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