A SEMANA ESTÁ SE APROXIMANDO.
Iremos comentar os "Dias Santos" nesta Semana Santa que está se
aproximando.
Ei-los:
Domingo de Ramos
Quinta-feira Santa
Sexta-feira Santa
Sábado Santo (Vigília Pascal)
e Domingo da Ressurreição.
Comentaremos também alguns símbolos da Páscoa..
Ir. Letícia, Religiosa Paulina, há 50 anos se consagrou a Deus na
Vida Religiosa
em prol dos irmãos!
Hoje, esta freira, esta filha de Deus, está aniversariando.
Hoje também nos unimos à Irmã Letícia, e juntos agradecemos a
Deus pelo maravilhoso DOM DA VIDA dessa nossa tão querida
amiga!
Ir. Letícia, receba os cumprimentos e as orações de todos aqueles
que
Um beijo no seu coração pelos lábios maternais
de
Nossa Senhora!
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PENSAMENTOS
Se seus sonhos estiverem nas nuvens,
não se preocupe, pois eles estão no lugar certo;
agora, construa os alicerces.
William Shakespeare
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O livro é um alimento;
alguns são provados, outros devorados,
pouquíssimos, mastigados e digeridos.
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O livro é uma janela. Quem não o lê, é como alguém que ficou
distante da janela...
...e só pode ver uma pequena
parte da janela.
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A Semana Santa e nós
Padre Elílio de Faria Matos Júnior*
Com o Domingo de Ramos, os católicos iniciam as celebrações da chamada semana santa, cujo destaque recai sobre o tríduo pascal (quinta-feira santa, sexta-feira santa e sábado santo), quando a Igreja celebra a “passagem” – paixão, a morte e a ressurreição- de seu Senhor, Jesus Cristo. Os aleluias festivos da ressurreição são rompidos na noite do Sábado para o grande Domingo da Páscoa.
Na verdade, os mistérios celebrados na semana santa dizem respeito a todo homem que vem a este mundo, sem exceção. A fé católica sustenta que a verdade sobre quem somos esclarece-se à luz da vida de Cristo, principalmente à luz de sua paixão morte e ressurreição. As questões fundamentais da existência humana – De onde vim? Para onde vou? Que devo fazer? Qual o sentido da vida? – recebem de Cristo as respostas que todo homem gostaria de ouvir. Fomos feitos por Deus e para Deus, e Jesus é quem nos revela a verdadeira face do Pai, fundamento da nossa existência.
Um desejo profundo acompanha todo homem: viver uma vida feliz e sem fim. Com efeito, a imortalidade feliz constitui o grande anseio da alma humana. Ninguém quer uma existência precária e infeliz; ninguém deseja que a vida feliz lhe seja arrebatada. Todavia, grandes inimigos tentam contrariar o anseio humano: a dor, o sofrimento, a morte. Em uma palavra: o mal. Ora, Jesus veio exatamente para nos salvar do mal. Na oração do Pai-Nosso ensinou-nos a pedir: “Livrai-nos do mal”. Com sua vida, o mal foi concretamente vencido. Na semana santa celebramos o coroamento da vitória de Jesus. O Filho de Deus humanado, atravessando o sombrio vale do sofrimento e da morte, saiu vitorioso na madrugada daquele Domingo que marcou para sempre a história da humanidade. As forças obscuras do pecado e da morte cederam lugar à poderosa luz que jorrou da ressurreição..
A Igreja anuncia há dois mil anos esta grande alegria: o mal não é a última palavra sobre o homem. Fomos criados por um Deus que é inteligência e amor. Não somos frutos de cegas leis naturais ou do acaso. Deus pensou em nós e nos quis. Ele sempre nos acompanha. Na verdade, Deus se aproximou de nós, em Cristo, até o limite do possível. A vida de Cristo é o grande testemunho de que este Deus sabe e pode tirar o bem até mesmo do mal. Do sofrimento tirou a alegria; do pecado do mundo, a salvação dos homens; da morte do inocente, a vida sem fim para todos que dele se aproximam. Que a celebração piedosa do mistério pascal do Senhor Jesus abra-nos as portas da vida em abundância que ele nos veio trazer!
* Padre Elilio
Presbítero da Igreja Católica Apostólica Romana, incardinado na Arquidiocese de Juiz de Fora. Natural de Vargem Bonita, MG. Vigário Paroquial na Paróquia Santa Rita de Cássia, de Juiz de Fora, e formador dos vocacionados do propedêutico
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Quaresma é tempo de Confissão, de Reconciliação!
Semana Santa é tempo de Confissão e Reconciliação!
Perguntas e respostas sobre o Sacramento da Penitência
1. O que é o sacramento da Penitência?
O sacramento da Penitência, ou Reconciliação, ou Confissão, é o sacramento instituído por Nosso Senhor Jesus Cristo para apagar os pecados cometidos depois do Batismo. É, por conseguinte, o sacramento de nossa cura espiritual, chamado também sacramento da conversão, porque realiza sacramentalmente nosso retorno aos braços do pai depois de que nos afastamos com o pecado.
2. É possível obter o perdão dos pecados mortais sem a confissão?
Depois do Batismo não é possível obter o perdão dos pecados mortais sem a Confissão, embora seja possível antecipar o perdão com a contrição perfeita acompanhada do propósito de confessar-se.
3. E se depois de feita a constrição a pessoa não se confessa?
Quem se comporta desta maneira comete uma falta grave. Pois todos os pecados mortais cometidos depois do batismo devem ser acusados na Confissão.
4. O que se requer para fazer uma boa confissão?
Para fazer uma boa confissão é necessário: fazer um cuidadoso exame de consciência, arrepender-se dos pecados cometidos e o firme propósito de não cometê-los mais (contrição), dizer os outros pecados ao sacerdote (confissão), e cumprir a penitência (satisfação).
5. O que é o exame de consciência?
O exame de consciência é a diligente busca dos pecados cometidos depois da última Confissão bem feita.
6. No exame de consciência é necessário ter exato o número dos pecados?
Dos pecados graves ou mortais é preciso acusar também o número, porque cada pecado mortal deve ser dito na confissão.
7. O que é a dor dos pecados?
A dor dos pecados é o sincero pesar e a repulsa dos pecados cometidos.
8. De quantos tipos é a dor?
A dor é de dois tipos: dor perfeita (ou contrição) e dor imperfeita (ou atrição).
9. Quando se tem dor perfeita ou contrição?
Tem-se a dor perfeita ou contrição quando se arrepende dos próprios pecados porque se ofendeu a Deus, imensamente bom e digno de ser amado: quando a dor nasce do amor desinteressado a Deus, quer dizer, da caridade.
10. Quando se tem a dor imperfeita ou atrição?
Tem-se a dor imperfeita ou atrição quando o arrependimento, assim que inspirado pela fé, tem motivações menos nobres: por exemplo, quando nasce da consideração da desordem causada pelo pecado, ou pelo temor da condenação eterna (Inferno) e das penas que o pecador pode receber.
11. Pela dor dos pecados obtém-se imediatamente o perdão?
A dor perfeita unida ao propósito de confessar-se obtém imediatamente o perdão; a dor imperfeita só se obtém, pelo contrário, na confissão sacramental.
12. É necessário arrepender-se de todos os pecados cometidos?
Para a validez da confissão é suficiente arrepender-se de todos os pecados mortais, mas para o progresso espiritual é necessário arrepender-se também dos pecados veniais.
13. Um verdadeiro arrependimento requer também o propósito de abandonar o pecado?
O arrependimento certamente olha para o passado, mas implica necessariamente um empenho para o futuro com a firme vontade de não cometer jamais o pecado.
14. Pode-se ter um verdadeiro arrependimento se a gente prevê que antes ou depois tornará a cair em pecado?
A previsão do pecado futuro não impede que se tenha o propósito sincero de não cometê-lo mais, porque o propósito depende só do conhecimento que nós temos de nossa fraqueza.
15. O que é a confissão?
A confissão é a manifestação humilde e sincera dos próprios pecados al sacerdote confessor.
16. Quais pecados são obrigatórios confessar?
Estamos obrigados a confessar todos e cada um dos pecados graves, ou mortais, cometidos depois da última confissão bem feita.
17. Quais são os pecados mortais mais freqüentes?
As faltas objetivamente mortais mais freqüentes são (seguindo a ordem dos mandamentos): praticar de qualquer modo a magia; blasfemar; perder a Missa dominical ou as festas de preceitos sem um motivo sério; tratar mau aos próprios pais ou superiores; matar ou ferir gravemente a uma pessoa inocente; procurar diretamente o aborto; procurar o prazer sexual e solitário ou com outras pessoas que não sejam o próprio cônjuge; para os cônjuges, impedir a concepção no ato conjugal; roubar alguma soma relevante, inclusive desviando ou subtraindo no trabalho; murmurar gravemente sobre o próximo ou caluniá-lo; cultivar voluntariamente pensamentos ou desejos impuros; faltar gravemente com o próprio dever; aproximar-se da Sagrada Comunhão em estado de pecado mortal; omitir voluntariamente um pecado grave na confissão.
18. Se a pessoa esquece um pecado mortal, obtém igualmente o perdão na confissão?
Se a pessoa esquecer um pecado mortal, pode obter igualmente o perdão, mas na confissão seguinte deve confessar o pecado esquecido.
19. Se a pessoa omitir voluntariamente um pecado mortal obtém o perdão dos outros pecados?
Se uma pessoa, por vergonha ou por outros motivos, omite um pecado mortal, não só não obtém nenhum perdão, mas também comete um novo pecado de sacrilégio, o de profanação de uma coisa sagrada.
20. Há obrigação de confessar os pecados veniais?
A confissão dos pecados veniais não é necessária, mas é muito útil para o progresso da vida cristã.
21. O confessor deve dar sempre a absolvição?
O confessor deve dar sempre a absolvição se o penitente estiver bem disposto, quer dizer, se estiver sinceramente arrependido de todos seus pecados mortais. Se pelo contrário, o penitente não está bem disposto, não tendo a dor ou o propósito de emenda, então o confessor não pode e não deve dar a absolvição.
22. O que deve fazer o penitente depois da absolvição?
O penitente depois da absolvição deve cumprir a penitência que lhe foi imposta e reparar os danos que seus pecados eventualmente tiverem causado ao próximo (por exemplo, deve restituir o roubado).
23. Quais são os efeitos do sacramento da Penitência?
São a reconciliação com Deus e com a Igreja, a recuperação da graça santificante, o aumento das forças espirituais para caminhar para a perfeição, a paz e a serenidade da consciência com uma viva consolação do espírito.
24. Como se pode superar a dificuldade que se sente para confessar-se?
Que tem dificuldades para confessar-se deve considerar que o sacramento da Penitência é um dom maravilhosos que o Senhor nos deu. No "tribunal" da Penitência o culpado jamais é condenado, mas sempre absolvido. Pois quem se confessa não se encontra com um simples homem, mas com Jesus, o qual, presente em seu ministro, como fez um tempo com o leproso do Evangelho (Mc 1, 40ss.) também hoje nos toca ou nos cura; e, como fez com a menina que jazia morta nos toma pela mão repetindo aquelas palavras: "Talita kumi, menina, eu te digo, levante-te!" (Mc 5, 41).
25. A confissão nos ajuda também no caminho da virtude?
A confissão é um meio extraordinariamente eficaz para progredir no caminho da perfeição. Com efeito, além de nos dar a graça "medicinal" própria do sacramento, faz-nos exercitar as virtudes fundamentais de nossa vida cristã. A humildade acima de tudo, que é a base de todo o edifício espiritual, depois a fé em Jesus Salvador e em seus méritos infinitos, a esperança do perdão e da vida eterna, o amor para Deus e para o próximo, a abertura de nosso coração à reconciliação com quem nos ofendeu. Enfim, a sinceridade, a separação do pecado e o desejo sincero de progredir espiritualmente.
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Final da Santa Quaresma. E os frutos?
Dom Roberto Gomes Guimarães
Bispo Diocesano de Campos
Na caminhada cristã, é sempre de fundamental importância a revisão de vida, pelo chamado exame de consciência . Como se procede nas atividades comerciais, devemos recorrer ao “balanço” espiritual, para à averiguação dos lucros ou prejuízos. Ao final de mais uma Santa Quaresma, igualmente muito oportuno examinarmo-nos quanto à nossa conduta, no decorrer de todo este período tão marcante em nossa vida cristã.
No tempo quaresmal, a Santa Igreja assim nos convida a oração:” Hoje, se ouvirdes a sua voz, não fecheis o vossos corações”. São palavras do salmo 94, onde o salmista nos desperta para a fiel acolhida à Graça Divina, sem jamais incorrermos na censura do Senhor: ” Eis um povo extraviado, seu coração não conheceu os meus caminhos.” (Sl 94) Na preparação para a Semana Santa, o mistério da cruz do calvário se destaca com o brilho fascinante do amor infinito de Jesus, e como força motivadora para os frutos a ser colhidos no progresso espiritual. Disse-nos o Mestre: ” Se Eu for erguido da terra, atrairei tudo para Mim.”( Jo 12,32 ) Com o olhar do coração dirigido para o Divino Crucificado, o esforço da conversão é superado mais facilmente, não obstante a renúncia heróica à nossa vontade rebelde. Através do profeta Joel, o Senhor Deus nos admoesta:” Voltai para Mim, com todo vosso coração: rasgai o coração com o arrependimento, e voltai para o Senhor vosso Deus.” ( Jl 2, 12-13) Este é o critério para avaliarmos os verdadeiros frutos a serem colhidos pela resposta de amor ao Deus que nos amou primeiro: perseverarmos com mais constância , a contemplar, com o máximo enlevo, a deslumbrante misericórdia de Jesus, sacrificado no calvário pelos pecados de toda a humanidade. Do alto da cruz, Jesus parece repetir-nos o desabafo amargurado do profeta Jeremias: ” Ó vós todos que passais pelo caminho, considerai e vede se existe dor semelhante à minha.” Sob pena de nos deixarmos levar por injustificável ingratidão, jamais nos esqueceremos do titulo de Jesus, em razão dos acerbos sofrimentos pela redenção de todos: ” O homem das dores”. Assim compreendemos o edificante exemplo dos santos a aprender no livro da cruz a fiel resposta de gratidão ao Senhor Deus, extasiados perante a maior prova de amor. Com muita razão se afirma não podermos atestar o verdadeiro amor a Deus, se conosco não trouxermos a disponibilidade para suportar toda a cruz e sacrifício, na busca de total conformidade com a agrado da vontade divina. A Santa Quaresma foi o tempo de graças a se derramar sobre nós com tanta profusão. Não as recebamos sem os frutos espirituais de autêntica mudança de vida, como prova efetiva de terno reconhecimento perante as graças de redenção proveniente da cruz bendita do Santíssimo Salvador.
FONTE: Diocese de Campos/RJ
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Pe. Dr. Brendan Coleman Mc Donald *
O poder de confessar, ou seja, de perdoar pecados, foi dado à Igreja em forma de um presente de Páscoa. Ressuscitado, pelo seu Espírito, Jesus está conosco. E é através do seu Espírito que chega até nós o perdão. A comunidade eclesial passa a ser o lugar privilegiado onde se vive o perdão de Deus aos homens. Tudo que aqui nos une mais perfeitamente é fonte de perdão: rezar juntos; ouvir juntos a Palavra de Deus; a Eucaristia; e sobretudo, a Confissão e o Batismo que significam e efetuam simultaneamente a remissão dos pecados.
O modo da confissão individual – no ouvido do sacerdote, como diz o povo – não se nega, é uma criação da Igreja, ao longo de sua caminhada histórica. Mas, se constitui numa prática firmada por uma venerável tradição recebida e guardada no direito eclesiástico, ou seja no Código de Direito Canônico-cân. 961.
CADÊ A CONFISSÃO COMUNITÁRIA?
Em tempos mais recentes, uma nova forma começou a se firmar: a confissão comunitária que, no entanto, sofreu um recuo significativo, não se implantando definitivamente. A esta nova forma de confissão, tanto João Paulo como Bento XVI ligam o surgimento de uma preocupante “crise do sentido do pecado”, uma banalização da gravidade da ofensa a Deus, como teologicamente se costuma definir o pecado.
Com Bento XVI, as orientações falam de que a confissão deve ser individual, destacando a “excepcionalidade” dos atos de contrição e absolvição coletivos que, na maioria das dioceses e paróquias, estavam sendo cada vez mais comuns entre os fiéis católicos.
Bispo Diocesano de Campos
Na caminhada cristã, é sempre de fundamental importância a revisão de vida, pelo chamado exame de consciência . Como se procede nas atividades comerciais, devemos recorrer ao “balanço” espiritual, para à averiguação dos lucros ou prejuízos. Ao final de mais uma Santa Quaresma, igualmente muito oportuno examinarmo-nos quanto à nossa conduta, no decorrer de todo este período tão marcante em nossa vida cristã.
No tempo quaresmal, a Santa Igreja assim nos convida a oração:” Hoje, se ouvirdes a sua voz, não fecheis o vossos corações”. São palavras do salmo 94, onde o salmista nos desperta para a fiel acolhida à Graça Divina, sem jamais incorrermos na censura do Senhor: ” Eis um povo extraviado, seu coração não conheceu os meus caminhos.” (Sl 94) Na preparação para a Semana Santa, o mistério da cruz do calvário se destaca com o brilho fascinante do amor infinito de Jesus, e como força motivadora para os frutos a ser colhidos no progresso espiritual. Disse-nos o Mestre: ” Se Eu for erguido da terra, atrairei tudo para Mim.”( Jo 12,32 ) Com o olhar do coração dirigido para o Divino Crucificado, o esforço da conversão é superado mais facilmente, não obstante a renúncia heróica à nossa vontade rebelde. Através do profeta Joel, o Senhor Deus nos admoesta:” Voltai para Mim, com todo vosso coração: rasgai o coração com o arrependimento, e voltai para o Senhor vosso Deus.” ( Jl 2, 12-13) Este é o critério para avaliarmos os verdadeiros frutos a serem colhidos pela resposta de amor ao Deus que nos amou primeiro: perseverarmos com mais constância , a contemplar, com o máximo enlevo, a deslumbrante misericórdia de Jesus, sacrificado no calvário pelos pecados de toda a humanidade. Do alto da cruz, Jesus parece repetir-nos o desabafo amargurado do profeta Jeremias: ” Ó vós todos que passais pelo caminho, considerai e vede se existe dor semelhante à minha.” Sob pena de nos deixarmos levar por injustificável ingratidão, jamais nos esqueceremos do titulo de Jesus, em razão dos acerbos sofrimentos pela redenção de todos: ” O homem das dores”. Assim compreendemos o edificante exemplo dos santos a aprender no livro da cruz a fiel resposta de gratidão ao Senhor Deus, extasiados perante a maior prova de amor. Com muita razão se afirma não podermos atestar o verdadeiro amor a Deus, se conosco não trouxermos a disponibilidade para suportar toda a cruz e sacrifício, na busca de total conformidade com a agrado da vontade divina. A Santa Quaresma foi o tempo de graças a se derramar sobre nós com tanta profusão. Não as recebamos sem os frutos espirituais de autêntica mudança de vida, como prova efetiva de terno reconhecimento perante as graças de redenção proveniente da cruz bendita do Santíssimo Salvador.
FONTE: Diocese de Campos/RJ
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Campanha da Fraternidade 2010
Pe. Dr. Brendan Coleman Mc Donald *
Com um ato solene a terceira Campanha da Fraternidade Ecumênica foi lançada no dia 10 de setembro, próximo passado, no Rio de Janeiro. O tema da Campanha da Fraternidade 2010 é "Fraternidade e Economia" e o lema é "Vocês não podem servir a Deus e ao dinheiro" (Mt 6, 24). O tema e o lema foram escolhidos no ano passado depois de muitas reuniões e pesquisas. O evento contou com a participação de várias autoridades eclesiásticas e políticas: O secretário geral da CNBB, Dom Dimas Lara Barbosa; o presidente do CONIC (Conselho Nacional de Igrejas Cristãs), pastor sinodal Carlos Augusto Möller; a senadora Marina Silva; o economista e secretário de Economia Solidário do Ministério do Trabalho, professor Paul Singer entre outros.
Sob a responsabilidade do CONIC, a Campanha da Fraternidade de 2010 será ecumênica e estará aberta à participação de todas as denominações cristãs. O objetivo geral da Campanha é "Colaborar na promoção de uma economia a serviço da vida, fundamentada no ideal da cultura da paz, a partir do esforço conjunto das Igrejas Cristãs e de pessoas de boa vontade, para que todos contribuam na construção do bem comum em vista de uma sociedade sem exclusão". Portanto a Campanha da Fraternidade 2010 quer unir as Igrejas Cristãs e, principalmente a nossa sociedade, que é formada por pessoas de boa vontade, na promoção de uma economia a serviço da vida, sem exclusões, criando uma cultura de solidariedade e trazendo a paz. A Campanha vai nos ajudar a reconhecer nossa omissão diante das injustiças que causam exclusão social e miséria. Hoje precisamos combinar eficiência econômica, justiça social e prudência ecológica, percebendo a relação e a importância do meio ambiente nas atividades de desenvolvimento econômico, social e cultural. O Texto-Base da Campanha insiste que a economia existe para a pessoa e para o bem comum da sociedade, não a pessoa para a economia. O lema da Campanha, a afirmação de Jesus registrada no Evangelho de Mateus: "Vocês não podem servir a Deus e ao dinheiro" (Mt 6,24) nos propõe uma escolha entre os valores do plano de Deus e a rendição diante do dinheiro, visto como valor absoluto dirigindo a vida (Texto-base, p.47). O dinheiro, embora necessário, não pode ser o supremo valor dos nossos atos nem o critério absoluto das decisões dos indivíduos e dos governos. O dinheiro "deve ser usado para servir ao bem comum das pessoas, na partilha e na solidariedade". Toda a vida econômica deveria ser orientada por princípios éticos. A medida fundamental para qualquer economia é um sistema que deveria criar reais condições de segurança e oportunidades de desenvolvimento da vida de todas as pessoas, desde os mais pobres e vulneráveis. O capitalismo selvagem trabalho no sentido oposto. Não se importa com a destruição da natureza ou com o fato de que está tornando sistêmica a miséria de milhões de famílias.
Na história humana, marcada por ambições, explorações, injustiças e ganância, a Bíblia se volta decididamente para a defesa dos pobres. No âmbito social, a Bíblia nos mostra profetas acusando reis e gente poderosa que enriquece à custa do povo e não cuida bem daqueles a quem deveriam servir (Is. 3,13-15; Jr 5, 27-29: Ez 34, 2-4 etc.). No âmbito comunitário, a Bíblia fala sobre a diária do trabalhador que deve ser paga no mesmo dia, pois ele precisa disso para viver (Ex 19, 13), e ao socorro que devemos prestar aos pobres (Dt 15, 7-11). No âmbito pessoal somos chamados a evitar corrupção e desonestidade e viver a partilha no amor fraterno. As palavras de João no Evangelho de Lucas (Lc 3, 10-14) nos oferecem uma orientação clara nesta área. (cf. p.48 do Texto-Base).
O Texto-Base da Campanha deve ser um instrumento à disposição das comunidades cristãs e de todas as pessoas de boa vontade para enfrentar, com consciência crítica, os temas do desenvolvimento e da justiça, da economia e da vida humana no Brasil e no mundo. Precisamos denunciar a perversidade de todo modelo econômico que vise em primeiro lugar o lucro, sem se importar com a desigualdade, miséria, fome e morte. A Campanha nos convida a lutar para: incluir a alimentação adequada entre os direitos previstos na Constituição Federal; erradicar o analfabetismo; eliminar o trabalho escravo; combater o trabalho infantil; conseguir uma tributação justa e progressiva; garantir o acesso à água e continuar a luta pela Reforma Agrária.
VAMOS ENTRAR NA FILA!? A SEMANA SANTA VEM AÍ!
Textualmente: “A Igreja inventou o pecado, pra inventar o perdão, pra inventar a confissão, pra inventar a indulgência, pra ganhar dinheiro com sua venda…”, foi o que me disse ontem um jovem estudante da UVA. Membro de uma família bem católica… e de freqüência religiosa.
O assunto merece reflexões entre pastores e fiéis da Igreja. A afirmação do jovem pode parecer verdade porque vem numa seqüência com aparências de lógica. Só que em termos bem distantes do que ensinam a História e a Bíblia. Mas é bem um exemplo do que fala o Papa em recente documento, quando diz: “Constatamos que, no nosso tempo, os fiéis se encontram imersos numa cultura que tenta cancelar o sentido do pecado, favorecendo um estado de espírito superficial que leva a esquecer a necessidade de estar na graça de Deus”.(Exortação Apostólica sobre a Eucaristia, n.20). Da graça de Deus que recuperamos pela confissão, quando arrependidos nos aproximamos do sacramento da Penitência.
Será por isso que muitos hoje não buscam mais a confissão? Na verdade, há uma crise na procura do sacramento da Penitência. Todavia, alguns analistas da área religiosa, dizem que a crise está mais é na oferta. Há poucos confessores e poucos horários disponíveis. Um caso a se estudar. No texto da Exortação acima referida, o Papa até pede o confessionário bem visível na igreja!
É sintomática a lamentação que, tempos atrás, fez um bispo: Dom Pedro José Conti, de Macapá, quando, escrevendo sobre o assunto, falou: “Hoje tem fila para tudo: no banco, para entrar no estádio e na loja cheia de promoções… Só não há fila para a confissão. Essa fila desapareceu, também, porque nas igrejas novas sumiram os confessionários e as pessoas não sabem mais onde devem ir para se confessar. Até os padres, para ouvir as confissões, estão ficando raros. Já falamos muito sobre a crise desse sacramento e tentamos experiências novas. Algo de mais comunitário.Deu pouco resultado. Tiramos as grades, quase nada.
Arrumamos confortáveis salinhas com sofás e ar condicionado. São boas para conversar, mas os clientes da confissão não aumentaram. Nem na Quaresma os católicos se lembram do mandamento da Igreja: “Confessar-se ao menos uma vez ao ano”, pedido que, junto com o outro: “Receber o sacramento da Eucaristia pelo menos na Páscoa” (Compêndio do Catecismo da Igreja Católica, pg. 197) formam o famoso “preceito pascal”. O movimento está fraco. Outros tempos aqueles das filas na Semana Santa! É a modernidade.”, concluiu o bispo.
UM BONITO PRESENTE DE PÁSCOA: O PODER DE PERDOAR PECADOS
O poder de confessar, ou seja, de perdoar pecados, foi dado à Igreja em forma de um presente de Páscoa. Ressuscitado, pelo seu Espírito, Jesus está conosco. E é através do seu Espírito que chega até nós o perdão. A comunidade eclesial passa a ser o lugar privilegiado onde se vive o perdão de Deus aos homens. Tudo que aqui nos une mais perfeitamente é fonte de perdão: rezar juntos; ouvir juntos a Palavra de Deus; a Eucaristia; e sobretudo, a Confissão e o Batismo que significam e efetuam simultaneamente a remissão dos pecados.
Em verdade, o perdão nos renova; faz-nos novos! Como diz o Catecismo da Igreja, a confissão é sacramento que cura; assim, a remissão dos pecados não significa que Deus Pai, por causa de Cristo, apenas “fecha os olhos…” para nossa maldade; maldade de nós que continuaríamos como homens maus. Não! Continuamos pecadores, sim, maus não! A remissão não é apenas um peso que se tira do coração. É muito mais: “O absolvido entra de novo no estado de graça, que é estado de participação ativa, com Jesus, na luta contra o mal causado pelo próprio pecado e pelo pecado dos outros”.
Há uma tradição eclesiástica na prática do perdão. Conhecendo-a nos damos conta de que muitas atitudes religiosas nasceram da necessidade de reparar o mal cometido com o pecado. Assim: as boas obras, as procissões, as peregrinações, tidas como substituição de rigorosa forma penitencial, anteriormente vivenciada. Também assim nasceram a purificação depois da morte, as penas temporárias no purgatório. De tudo isto nasceu até a questão das indulgências, um capítulo complicado da história eclesiástica que fez rebentar a cisão protestante. E como tudo muda: também, em continuidade, nasceram as hoje ironicamente denominadas “indulgências protestantes…” É só acompanhar a propaganda religiosa na televisão.
PECADO? SÓ IDOLATRIA, HOMICÍDIO E ADULTÉRIO
O modo da confissão individual – no ouvido do sacerdote, como diz o povo – não se nega, é uma criação da Igreja, ao longo de sua caminhada histórica. Mas, se constitui numa prática firmada por uma venerável tradição recebida e guardada no direito eclesiástico, ou seja no Código de Direito Canônico-cân. 961.
Na história da Igreja, muito variada tem sido a forma da confissão. Nem era de se esperar que as coisas fossem diferentes, pois coube aos apóstolos e seus sucessores administrar os pormenores dos sacramentos deixados por Cristo. Assim, nos primeiros séculos, a confissão era ministrada mais raramente e de modo mais severo. Apenas três crimes eram objeto desse sacramento: idolatria (apostasia), homicídio e adultério (mais tarde também roubo), e só quando eram conhecidos publicamente e causavam grande escândalo. Os demais pecados eram perdoados por reconciliação mútua, oração, penitência pessoal, boas obras etc.
A forma atual é uma interpretação da verdade antigo-cristã de que não somente homicidas e adúlteros são pecadores, mas todos nós. De forma bem abreviada. assim nos descreve o Catecismo Católico, no nº 1447: “Durante os primeiros séculos, a reconciliação dos cristãos que tinham cometido pecados particularmente graves depois do Batismo (por exemplo: a idolatria, o homicídio ou o adultério) estava ligada a uma disciplina muito rigorosa, segundo a qual os penitentes tinham de fazer penitência pública pelos seus pecados, muitas vezes durante longos anos, antes de receberem a absolvição. Nesta «ordem dos penitentes» (que apenas dizia respeito a certos pecados graves) só raramente se era admitido e, em certas regiões, apenas uma vez na vida. Durante o século VII, depois do ano 600, inspirados pela tradição monástica do Oriente, os missionários irlandeses trouxeram para a Europa continental a prática «privada» da penitência que não exigia a realização pública e prolongada de obras de penitência antes de receber a reconciliação com a Igreja. O sacramento processa-se, a partir de então, dum modo mais secreto, entre o penitente e o sacerdote. Esta nova prática previa a possibilidade da repetição e abria assim o caminho a uma frequência regular deste sacramento. Permitia integrar, numa só celebração sacramental, o perdão dos pecados graves e dos pecados veniais. Nas suas grandes linhas, é esta forma de penitência que a Igreja vem praticando até aos nossos dias”.
CADÊ A CONFISSÃO COMUNITÁRIA?
Em tempos mais recentes, uma nova forma começou a se firmar: a confissão comunitária que, no entanto, sofreu um recuo significativo, não se implantando definitivamente. A esta nova forma de confissão, tanto João Paulo como Bento XVI ligam o surgimento de uma preocupante “crise do sentido do pecado”, uma banalização da gravidade da ofensa a Deus, como teologicamente se costuma definir o pecado.
Muito antes de João Paulo II, teólogos de influência já analisavam que “a consciência da infinita misericórdia de Deus e do perdão tinha penetrado, tão excessivamente, nos cristãos católicos que dera ocasião a fenômeno concomitantemente menos favorável, ou seja: os católicos já não sentiam tanto a gravidade dos seus erros, quanto, por exemplo, cristãos reformados (e também não-cristãos) que, às vezes, têm consciência mais delicada quanto à gravidade do pecado”. (Catecismo Holandês).
Com João Paulo II, aconteceram modificações radicais na já quase habitual forma de confissão comunitária. Numa Carta Apostólica, em forma de “motu proprio”, isto é, através de um documento nascido diretamente da sua responsabilidade pastoral de chefe da Igreja, João Paulo já tinha se dirigido aos bispos, sacerdotes e fiéis, especificamente sobre o sacramento da reconciliação (confissão). Anteriormente, já tinha enviado aos sacerdotes do mundo inteiro uma cuidadosa mensagem abordando a missão do padre, onde falava do “sublime ministério do sacramento da reconciliação”, e colocava as mesmas questões. A demora em sua aplicação pode ser atribuída ao que costuma acontecer com tantos outros bem elaborados documentos da Igreja, venham de Roma ou venham daqui mesmo, da CNBB: pouca gente os lê.
Na mesma direção de João Paulo II, Bento XVI, na Exortação Apostólica sobre a Eucaristia, assinada em seguimento ao Sínodo dos Bispos, insistiu na importância do sacramento da Penitência (confissão). ao relacionar os demais sacramentos com a Eucaristia. Mas, se demorou na questão da confissão comunitária para retomar as mesmas ponderações e normas do seu antecessor, agora não só como coisa pessoal, mas, sobretudo, como fruto do acolhimento das orientações e conclusões do Sínodo.
“E P’RA QUE É QUE SERVE CONFISSÃO!?”
Com Bento XVI, as orientações falam de que a confissão deve ser individual, destacando a “excepcionalidade” dos atos de contrição e absolvição coletivos que, na maioria das dioceses e paróquias, estavam sendo cada vez mais comuns entre os fiéis católicos.
O Papa, no seu documento, pede aos Bispos que estabeleçam, para os suas dioceses, os critérios que marcarão o caráter de grande excepcionalidade que permitiria a possibilidade de absolvição coletiva de diversos penitentes sem a prévia confissão individual. Pelos critérios elencados, pouquíssimas vezes. Cita como possíveis de serem levados em consideração apenas “iminente perigo de morte”, “graves dificuldades para o sacerdote”, reprovada a criação de uma necessidade que, só aparentemente, é grave. É algo bem diferente do que a gente vinha fazendo. Algumas Paróquias até marcavam horários para a confissão comunitária …
Ainda quando Cardeal, Ratzinger, o atual Papa, que, na época, era o teólogo mais próximo do Papa João Paulo, observava que “o freqüente uso da confissão comunitária obscureceu o caráter fortemente pessoal do sacramento da Penitência. A Exortação da Igreja não coloca novos fardos nas costas dos cristãos; o que ela quer é destacar a condição pessoal de nossa experiência religiosa” .
Como é de praxe, uma Exortação Apostólica é sempre um documento de avaliação pastoral e de correção de rumos e atitudes na caminhada da Igreja. A de Bento XVI é de linguagem bonita, de agradável e fácil leitura; recheada de citações e referências. O Papa fala de maneira cuidadosa, numa linguagem aberta, sem arrogância doutrinal ou pastoral. Mesmo sendo assim, agrada a uns…, desagrada a outros. Houve até quem perguntasse: Confissão comunitária: Nunca mais? O que fazer!? A Igreja é o Povo de Deus, mas não é uma democracia. Como é sabido, sua direção é hierárquica e tem em muita conta o princípio de autoridade.
Há uma afirmação textual que marca o seu conteúdo: “a confissão e a absolvição individuais são o único modo ordinário mediante o qual os fiéis se reconciliam com Deus”. Falando assim, o Papa frustrou as aspirações de correntes pastorais que viam, e ainda vêem, na prática sacramental da confissão comunitária – aliás, muito procurada e aceita pelos fiéis – como que o elo de uma evolução que iría possibilitar sua incorporação nas normas jurídicas da Igreja relacionadas à vida sacramental. É aguardar para depois.
A Exortação está aí. Não há como não seguí-la.
E agora, quem tem razão!? O jovem que, no início, falou daquela maneira? Ou aquele velhinho, meio simplório e meio mouco, lá de Santana do Acaraú…? Na época, o saudoso padre Joviniano Loiola era o Vigário dali. A Paróquia criava, no campo, algumas ovelhas. No patamar da Igreja, padre Joviniano chamou o velhinho à parte e, dedo em riste para ele, reclamou quase gritando: “Olhe, muitos criadores daqui estão dizendo que você está roubando as ovelhas deles!… Você não tem medo de ir p’ro inferno, não?”. Levando as grossas mãos espalmadas à cintura, desafiador e fixando o olhar no Vigário, o velhinho revidou bem alto: “Tenho não…tenho não…P’ra que é que serve confissão!?”.
Vamos entrar na fila?! A Semana Santa vem aí!
* Professor do Instituto de Teologia e Pastoral (ISTEP) e Pároco de Cruz
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Turma,
A próxima postagem será sobre a SEMANA
SANTA.
Feliz final de Quaresma!!!
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