Dois pensamentos aos leitores e leitoras deste blog.

Dois pensamentos de boas-vindas aos leitores e seguidores deste blog:
- Mesmo que vivas um século, nunca deixes de aprender!!!
- O importante não é saber tudo, e sim, nunca perder a capacidade de aprender!



quinta-feira, 15 de abril de 2010

ESPECIAL: Aniversário Natalício do Papa Bento XVI. / 18 de Abril, Dia Nacional do Livro Infantil e Dia de Monteiro Lobato / Dados Biográficos de M. Lobato - Relato: Sobre os livros - Dia Internacional do Livro Infantil - As Primeiras histórias infantis e sua influência na educação das crianças - A Criança e a Leitura - Como despertar na criança o interesse pela leitura. Domingo, dia 18, postaremos a Liturgia Diária Dominical. - Boa leitura, turma!!!


18 DE ABRIL -  DIA NACIONAL


DO LIVRO INFANTIL

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"AGRADECIMENTO ESPECIAL"


Agradecemos aos  quatro novos seguidores do nosso blog:
Antônio Siqueira 49
BlogMulungu
                              Daylana Régia Sousa Dantas.

                        Alberto Lourenço

Sejam muito bem-vindos a Família do Blog lusmarpazleite.
 Deus lhes abençoe!!!
 Lusmar Paz
Aracoiaba-CE.
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"12 MIL VISUALIZAÇÕES"
Aos seguidores e leitores deste blog, devemos dizer com gratidão:
Deus lhes pague !!!
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18 DE ABRIL
 

DIA NACIONAL DO LIVRO INFANTIL


DIA DE MONTEIRO LOBATO




"Um país se faz com homens e livros"
(Monteiro Lobato)

José Bento Monteiro Lobato nasceu em 18 de abril de 1882, em Taubaté, no Vale do Paraíba. Estreou no mundo das Letras com pequenos contos para os jornais estudantis dos colégios Kennedy e Paulista.

No curso de Direito da Faculdade do Largo São Francisco, em São Paulo, dividiu-se entre suas principais paixões: escrever e desenhar. Colaborou em publicações dos alunos, vencendo um concurso literário, promovido em 1904 pelo Centro Acadêmico XI de Agosto.

Morou na república do Minarete, liderou o grupo de colegas que formou o "Cenáculo" e mandou artigos para um jornalzinho de Pindamonhangaba, cujo título era o mesmo daquela república de estudantes.
Nessa fase de sua formação, Lobato realizou as leituras básicas e entrou em contato com a obra do filósofo alemão Nietzsche, cujo pensamento o guiaria vida afora.

Viveu um tempo como fazendeiro e foi editor de sucesso. Mas foi como escritor infantil que Lobato despertou para o mundo em 1917.

Escreveu, nesse período, sua primeira história infantil, "A menina do Narizinho Arrebitado". Com capa e desenhos de Voltolino, famoso ilustrador da época, o livrinho, lançado no natal de 1920, fez o maior sucesso. Dali nasceram outros episódios, tendo sempre como personagens Dona Benta, Pedrinho, Narizinho, Tia Anastácia e, é claro, Emília, a boneca mais esperta do planeta. 

Insatisfeito com as traduções de livros europeus para crianças, ele criou aventuras com figuras bem brasileiras, recuperando costumes da roça e lendas do folclore nacional. E fez mais: misturou todos eles com elementos da literatura universal da mitologia grega, dos quadrinhos e do cinema.

No Sítio do Picapau Amarelo, Peter Pan brinca com o Gato Félix, enquanto o Saci ensina truques a Chapeuzinho Vermelho no país das maravilhas de Alice. Mas Monteiro Lobato também fez questão de transmitir conhecimentos e ideias em livros que falam de história, geografia e matemática, tornando-se pioneiro na literatura paradidática - aquela em que se aprende brincando.

Trabalhando a todo vapor, Lobato teve que enfrentar uma série de obstáculos. Primeiro, foi a Revolução dos Tenentes que, em julho de 1924, paralisou as atividades da sua empresa durante dois meses, causando grande prejuízo. Seguiu-se uma inesperada seca, obrigando a um corte no fornecimento de energia. O maquinário gráfico só podia funcionar dois dias por semana. 

E, numa brusca mudança na política econômica, Arthur Bernardes desvalorizou a moeda e suspendeu o redesconto de títulos pelo Banco do Brasil. A conseqüência foi um enorme rombo financeiro e muitas dívidas. Só restou uma alternativa a Lobato: pedir a autofalência, apresentada em julho de 1925. O que não significou o fim de seu ambicioso projeto editorial, pois ele já se preparava para criar outra empresa. 

Assim surgiu a Companhia Editora Nacional. Sua produção incluía livros de todos os gêneros, entre eles traduções de Hans Staden e Jean de Léry, viajantes europeus que andaram pelo Brasil no século XVI. Lobato recobrou o antigo prestígio, reimprimindo na empresa sua marca inconfundível: livros bem impressos, com projetos gráficos apurados e enorme sucesso de público.

Sofreu perseguições políticas na época da ditadura, porém conseguiu exílio político em Buenos Aires. Lobato estava em liberdade, mas enfrentava uma das fases mais difíceis da sua vida. Perdeu Edgar, o filho mais velho, e presenciou o processo de liquidação das companhias que fundou e, o que foi pior, sofreu com a censura e atmosfera asfixiante da ditadura de Getúlio Vargas. 

Partiu para a Argentina, após se associar à Brasiliense e editar suas "Obras Completas", com mais de dez mil páginas, em trinta volumes das séries adulta e infantil. Regressou de Buenos Aires em maio de 1947 para encontrar o país às voltas com situações conflituosas do governo Dutra. Indignado, escreveu "Zé Brasil". 

No livro, o velho "Jeca Tatu", preguiçoso incorrigível, que Lobato depois descobriu vítima da miséria, vira um trabalhador rural sem terra. Se antes o caipira lobatiano lutava contra doenças endêmicas, agora tinha no latifúndio e na distribuição injusta da propriedade rural seu pior inimigo. Os personagens prosseguiam na luta. Porém, seu criador já estava cansado de tantas batalhas. Monteiro Lobato sofreu dois espasmos cerebrais e, no dia 4 de julho de 1948, virou "gás inteligente" - o modo como costumava definir a morte.


Monteiro Lobato foi-se aos 66 anos de idade, deixando uma imensa obra para crianças, jovens e adultos e o exemplo de quem passou a existência sob a marca do inconformismo.
Pesquisa no site www.lobato.com.br

SOBRE OS LIVROS

"Na deixa da virada do milênio, anuncia-se um revolucionário conceito de tecnologia de informação, chamado de Local de Informações Variadas, Reutilizáveis e Ordenadas - L.I.V.R.O. Ele representa um avanço fantástico na tecnologia. Não tem fios, circuitos elétricos, pilhas. Não necessita ser conectado a nada nem ligado. 

É tão fácil de usar que até uma criança pode operá-lo. Basta abri-lo!
Cada L.I.V.R.O. é formado por uma seqüência de páginas numeradas, feitas de papel reciclável e são capazes de conter milhares de informações. As páginas são unidas por um sistema chamado lombada, que as mantém automaticamente em sua seqüência correta.

Através do uso intensivo do recurso TPA - Tecnologia do Papel Opaco - permite que os fabricantes usem as duas faces da folha de papel. Isso possibilita duplicar a quantidade de dados inseridos e reduzir os seus custos pela metade! Especialistas se dividem quanto aos projetos de expansão da inserção de dados em cada unidade.

É que, para se fazer L.I.V.R.O.s com mais informações, basta se usar mais páginas.
Isso, porém, os torna mais grossos e mais difíceis de serem transportados, fato que atrai críticas dos adeptos da portabilidade do sistema.

Cada página do L.I.V.R.O. deve ser escaneada opticamente, e as informações transferidas diretamente para a CPU do usuário, em seu cérebro. 

Lembramos que quanto maior e mais complexa a informação a ser transmitida, maior deverá ser a capacidade de processamento do usuário.
Outra vantagem do sistema é que, quando em uso, um simples movimento de dedo permite o acesso instantâneo à próxima pagina.

O L.I.V.R.O. pode ser rapidamente retomado a qualquer momento, basta abri-lo. Ele nunca apresenta "ERRO GERAL DE PROTEÇÃO", nem precisa ser reiniciado, embora se torne inútil caso caia no mar, por exemplo. 

O comando "broxe" permite acessar qualquer página instantaneamente e avançar ou retroceder com muita facilidade. A maioria dos modelos à venda vem com o equipamento "índice" instalado, o qual indica a localização exata de grupos de dados selecionados.

Um acessório opcional, o marca-páginas, permite que você acesse o L.I.V.R.O. exatamente no local em que o deixou na
última utilização, mesmo que ele esteja fechado.

A compatibilidade dos marcadores de página é total e permite que funcionem em qualquer modelo ou marca de L.I.V.R.O. , 

sem necessidade de configuração. Além disso, qualquer L.I.V.R.O. suporta o uso simultâneo de vários marcadores de página, caso seu usuário deseje manter selecionados vários trechos ao mesmo tempo. A capacidade máxima para uso de marcadores coincide com o número de páginas.

Pode-se ainda personalizar o conteúdo do L.I.V.R.O., através de anotações em suas margens. Para tanto, deve-se utilizar de um periférico de Linguagem Apagável Portátil de Intercomunicação Simplificada - L.A.P.I.S..

Portátil, durável e barato, o L.I.V.R.O. é apontado como o instrumento de entretenimento e cultura do futuro. Milhares de programadores desse sistema disponibilizaram vários títulos e upgrades para a utilização na plataforma L.I.V.R.O."
Autor: Millôr Fernandes


MONTEIRO LOBATO

(Minibiografia poética)


Taubaté=SP= 18/04/1882 +04/07/1948


Lobato, o grande autor da literatura infanto-juvenil,
Também traduziu e adaptou vários livros estrangeiros.


No livro Urupês, Jeca Tatu é o personagem central;
Rui Barbosa louvou o livro no Congresso brasileiro!
Lobato foi quem fundou a primeira editora naciona
l.


Após início de sua carreira, Lobato vai aos Estados Unidos.
Com o progresso lá visto, retornou com idéias diferentes,
Por defender nosso petróleo, passou situações amargas.
Sua carta, com o tema "Petróleo", ofendeu o Presidente Vargas.
Por este motivo, acabou detido no presídio Tiradentes...
Sua luta pelo petróleo brasileiro deixou-o magoado e doente!
Nacionalista, Lobato escrevia sobre o futuro da nação.
Grande parte de suas obras direcionava às crianças.
Lobato embolsava nas histórias a alegria e a confiança;
A leitura levava o transmite para a boa educação!
 No livro, O Sítio do Pica-pau Amarelo,
Jeca Tatu, Boneca Emília, Narizinho, Tia Nastácia, Visconde de Sabugosa, Cuca, Saci, Pedrinho e outros,
Como personagens, vivem aventuras inacreditáveis!
Para o mundo, Lobato, é um dos escritores notáveis..



Autor: Manuel de Almeida (Manal)

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Monteiro Lobato e alguns de seus personagens

O dia 18 de abril foi instituído como o dia nacional 

da literatura infantil, 

em homenagem à Monteiro Lobato.

“Um país se faz com homens e com livros”. Essa frase criada por ele demonstra a valorização que o mesmo dava à leitura e sua forte influência no mundo literário.

Monteiro Lobato foi um dos maiores autores da literatura infanto-juvenil, brasileira. Nascido em Taubaté, interior de São Paulo, em 18 de abril de 1882, iniciou sua carreira escrevendo contos para jornais estudantis. Em 1904 venceu o concurso literário do Centro Acadêmico XI de Agosto, época em que cursava a faculdade de direito.

Como viveu um período de sua vida em fazendas, seus maiores sucessos fizeram referências à vida num sítio, assim criou o Jeca Tatu, um caipira muito preguiçoso.

Depois criou a história “A Menina do Nariz Arrebitado”, que fez grande sucesso. Dando sequência a esses sucessos, montou a maior obra da literatura infanto-juvenil: O Sítio do Picapau Amarelo, que foi transformado em obra televisiva nos anos oitenta, sendo regravado no final dos anos noventa.

Dentre seus principais personagens estão D. Benta, a avó; Emília, a boneca falante; Tia Nastácia, cozinheira e seus famosos bolinhos de chuva, Pedrinho e Narizinho, netos de D. Benta; Visconde de Sabugosa, o boneco feito de sabugo de milho, Tio Barnabé, o caseiro do sítio que contava vários “causos” às crianças; Rabicó, o porquinho cor de rosa; dentre vários outros que foram surgindo através das diferentes histórias.

Quem não se lembra do Anjinho da asa quebrada que caiu do céu e viveu grandes aventuras no sítio?

Dentre suas obras, Monteiro Lobato resgatou a imagem do homem da roça, apresentando personagens do folclore brasileiro, como o Saci Pererê, negrinho de uma perna só; a Cuca, uma jacaré muito malvada; e outros. 

Também enriqueceu suas obras com obras literárias da mitologia grega, bem como personagens do cinema (Walt Disney) e das histórias em quadrinhos.

Na verdade, através de sua inteligência, mostrou para as crianças como é possível aprender através da brincadeira. Com o lançamento do livro “Emília no País da Gramática”, em 1934, mostrou assuntos como adjetivos, substantivos, sílabas, pronomes, verbos e vários outros. 

Além desse, criou ainda Aritmética da Emília, em 1935, com as mesmas intenções, porém com as brincadeiras se passando num pomar.

Monteiro Lobato morreu em 4 de julho de 1948, aos 66 anos de idade, no ano de 2002 foi criada uma Lei (10.402/02) que registrou o seu nascimento como data oficial da literatura infanto-juvenil.

Por Jussara de Barros
Graduada em Pedagogia
Equipe Brasil Escola

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02 de Abril - Dia Internacional do Livro Infantil


Hans Christian e um de seus principais personagens – O Patinho Feio

As primeiras histórias infantis e sua influência na educação das crianças
  
A literatura infantil surgiu no século XVII, no intuito de educar as crianças moralmente.

Em homenagem ao escritor dinamarquês Hans Christian Andersen, foi criado o dia internacional do livro infantil, que é comemorado na data de seu nascimento, 02 de abril; em virtude das inúmeras histórias criadas por ele.
Dentre as mais conhecidas mundialmente estão “O Patinho Feio”, “O Soldadinho de Chumbo”, “A Pequena Sereia” e “As Roupas Novas do Imperador”.

A data é conhecida e comemorada mundialmente, em mais de sessenta países, como forma de incentivar e despertar nas crianças o gosto pela leitura.
Tanto os clássicos da literatura infantil quanto os livros somente ilustrados, proporcionaram o desenvolvimento do imaginário das crianças, bem como o aspecto cognitivo, desenvolvendo seu aprendizado em várias áreas da vida.

As histórias reportam valores morais e éticos, que levam o sujeito a repensar suas atitudes do cotidiano, numa reflexão que pode modificar sua ação, tornando-a melhor enquanto pessoa.

Segundo Humberto Eco – escritor, filósofo e linguista italiano – a literatura infantil traz sentido aos fatos que acontecem na vida, envolvendo as crianças. Dessa forma, "qualquer passeio pelos mundos ficcionais tem a mesma função de um brinquedo infantil.

As crianças brincam com a boneca, cavalinho de madeira ou pipa a fim de se familiarizar com as leis físicas do universo e com os atos que realizarão um dia".
Todos os anos a Internacional Board on Books for Young People, oferece o troféu “Hans Christian”, como sendo o prêmio Nobel desse gênero, algumas escritoras brasileiras já foram homenageadas, como Lygia Bojunga, no ano de 1982, e Ana Maria Machado, em 2000.

Por Jussara de Barros
Graduada em Pedagogia
Equipe Brasil Escola
 

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A CRIANÇA E A LEITURA

Proporcionar a uma criança que ela crie o hábito da leitura é uma tarefa que deve envolver também o hábito daqueles que com ela convive. O universo infantil é cheio de faz-de-conta e a criança sempre leva para o imaginário seu mundo real. Daí a importância de que desde pequenas sejam estimuladas a amarem os livros como forma de incentivar seu potencial criativo.

Nesse processo é de suma importância que os primeiros livros sejam aqueles mais resistentes, para que a criança possa explorá-los de todas as formas que tiver interesse. Comumente vemos pais chamando a atenção dos pequenos para que não façam mau uso dos livros, como riscar, amassar ou rasgar. Mas como a criança irá gostar de um material e se vincular a ele se não puder mantê-lo próximo ou utilizá-lo naquilo que gera prazer, com coisas que já consegue fazer?

Para que a criança sinta-se envolvida pelos livros é importante que possa manifestar suas vontades diante dos mesmos, podendo escrever em suas páginas a história da forma como ela mesma imagina, com rabiscos ou desenhos, que mesmo não tendo significado para o adulto o tem para a criança. Aos poucos o pequeno vai internalizando os conceitos da história além de abrir-lhe a possibilidade de recontá-la do seu jeitinho, de acordo com a sua idade e capacidade, levando-a ao enriquecimento da imaginação, da criatividade e da linguagem.


O fascínio da leitura leva à concentração


É importante também que a criança se torne um bom ouvinte, que ela tenha condições de participar de momentos de narração de histórias, seja pelos pais, pessoas envolvidas em seu processo educativo ou ainda em livrarias, shoppings, teatros, etc. Mas nesse caso, é primordial que o contador já conheça a história, para que não faça a leitura corrida da mesma, de forma fria e sem atrativos, mas que a conte como se estivesse conversando com a criança e com os personagens, criando um fascínio por aquele que a ouve.

Hoje já existem edições de livros que vem com várias formas ativas de participação e envolvimento tanto do leitor como do ouvinte. São livros cheios de estímulos sonoros e mesmo visuais, como figuras tridimensionais, fantoches, sons das vozes dos personagens ou músicas da própria história.

Ensinar os pequenos a amar os livros não é difícil, pois existe um encanto que as histórias sempre transmitem. Aliás, a história por si só, os personagens juntamente com o imaginário de cada um nos conduz a outros lugares, a outras sensações, o que acontece também com a criança. E a partir dessas prazerosas sensações, o desejo de sempre querer mais.

Por Jussara de Barros
Graduada em Pedagogia
Equipe Brasil Escola

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Como despertar na criança o interesse pela leitura 
 
A leitura não é apenas uma das ferramentas mais importantes para o estudo e o trabalho, é também um dos grandes prazeres da vida. Num mundo onde cada vez mais os meios de comunicação dominam o interesse das novas gerações, os pais freqüentemente se preocupam em criar nas crianças hábitos de leitura.
As bibliotecas desempenham um papel importante no interesse das crianças pela leitura. (Maurilo Clareto/AE)


O ensino da leitura para crianças pequenas tem sido um tema polêmico. Alguns professores entendem que os ensinamentos domésticos podem interferir nos sistemas escolares. Sem dúvida, hoje está plenamente aceito o fato de que pais e professores dividem a responsabilidade pela educação. De maneira nenhuma se pretende que os pais cumpram a função dos professores, porque não têm a capacitação necessária para ensinar a seus filhos as técnicas básicas. O resultado poderia confundir a criança, que não saberia bem que instruções seguir e isso a faria sentir-se tensa e resistente à leitura. Temos que lembrar que a tensão e o nervosismo são inimigos da aprendizagem.
 


Primeiro passo - Algumas crianças demostram resistência a leitura. Nesse caso, os pais devem investigar se existe alguma razão especial que motivou esse comportamento. A criança é inquieta demais e tem dificuldade para se concentrar? Rebela-se contra o que considera uma ampliação de suas tarefas escolares? Recebeu na escola a preparação necessária? Os pais demonstram suficiente interesse pela leitura? A criança resiste a ler qualquer livro ou demonstra interesse por algum tipo de leitura? A criança tem algum problema emocional? Determinar a origem do problema será o primeiro passo para resolvê-lo.
Os primeiros livros - É aconselhável dar ao pequeno leitor livros simples e curtos. As crianças que são resistentes à leitura costumam contar as páginas de um livro e desanimam ao pensar que a leitura pode lhes tomar muito tempo. Os livros ilustrados ajudam muito a atrair o interesse imediato da criança. Livros com pouco texto, de preferência com letras grandes, e uma grande quantidade de ilustrações são ideais para que as crianças se iniciem na leitura. Geralmente, as crianças preferem livros com poucas narrativas e muitos diálogos. Nesse sentido, os livros de aventura, em que há muita ação, são mais adequados. Algumas histórias de detetives são também muito indicadas porque se parecem com alguns programas de televisão familiares à criança.

Bibliotecas e feiras de livros - As bibliotecas desempenham um papel importante no interesse das crianças pela leitura. Em alguns países, as bibliotecas têm grandes seções dedicadas a literatura infantil, com móveis especialmente desenhados e estantes com altura adequada, permitindo que as crianças escolham livremente o livro que desejam. Em outros países, as bibliotecas não contam com as mesmas facilidades e dificilmente uma criança se sentirá motivada a ler. Apesar disso, é importante que as crianças saibam para que serve uma biblioteca e, se possível, que estejam inscritas numa biblioteca próxima de casa.
Com as livrarias acontece algo parecido. Existem muito poucas dedicadas à literatura infantil e as grandes livrarias, muito freqüentadas pelos adultos, têm uma seção muito pequena dedicada às crianças, ou simplesmente não têm nenhuma. No entanto, as feiras de livros infantis são bem aceitas pelo público. A visita a uma dessas feiras motivará a criança a estabelecer uma boa relação com os livros, que será mantida durante toda a sua vida. Oficinas e palestras costumam ser atrações especiais nesse tipo de feira que também expõem os catálogos completos das editoras que publicam livros infantis e das novidades editoriais neste campo.
É possível conseguir bons livros infantis em edições relativamente baratas. Pode-se comprar uma certa quantidade de livros em edições simples, ou comprar um número menor de livros em edições caras e primorosas. É impossível comprar todos livros que as crianças querem, mas é possível ensinar-lhes a escolher quais são os mais importantes e interessantes.

Ajude seu filho a formar sua própria biblioteca - É uma boa idéia estimular as crianças a formarem suas próprias bibliotecas - que podem ser compartilhadas com seus irmãos e amigos - e a colaborar, sempre que possível, com a biblioteca da escola. Comentar uma determinada leitura com outras crianças pode ser uma atividade interessante, da qual podem surgir novos interesses que levem, por sua vez, a novas leituras.
Alguns pais acham positivo ler os mesmos livros que seus filhos e comentá-los com eles. Isso não apenas estimula a criança a ler, como também estimula a comunicação entre pais e filhos.

Procure fazer com que a criança acumule experiências que a motivem a ler - Ajudar a criança a acumular experiências relacionadas à leitura a motivará a seguir em frente. Se, num programa de televisão, um livro famoso é mencionado, por exemplo, A pequena sereia, seria interessante dar-lhe de presente esse livro de Hans Christian Andersen.
Devemos nos lembrar que não existem apenas livros de literatura. É importante que a criança conheça, desde pequena, a variedade de gêneros disponíveis. Alguns livros de história para crianças (sobre os egípcios, os gregos e os romanos, por exemplo) podem ser muito didáticos - se elaborados com parágrafos curtos e muito bem ilustrados. O mesmo acontece com alguns livros sobre ciência, que incluem experiências ou atividades. Esse tipo de leitura pode despertar o interesse das crianças por assuntos antes desconhecidos e que podem ser aproveitados na escola.
Alguns livros de histórias sugerem aos pais atividades para serem desenvolvidas com os filhos quando terminar a leitura. Pode-se, por exemplo, fazer um passeio no qual a criança anote as formas que vê e as cores da natureza. Pode vir uma receita típica de algum país, alguma experiência científica simples etc. Tudo isso motivará a criança a ler mais, para depois dedicar-se às atividades relacionadas com as experiências que fez.

Leia para seu filho - A leitura em voz alta pode ser muito importante para motivar seu filho. Além disso, é uma oportunidade para que a criança saiba o que você considera benéfico ou importante. Pode-se ler com ela, por exemplo, uma versão do Dom Quixotepara crianças, histórias de aventuras ou lendas de sua cidade ou país. Qualquer assunto pode ser bom para que você e seu filho passem alguns momentos juntos. Talvez a hora mais adequada para ler para ele seja antes de deitar-se. É importante respeitar o horário escolhido para formar o hábito. Se houver filhos de várias idades, é uma boa idéia escolher livros sobre mitos e lendas, ou talvez algum livro de aventuras, como os de Júlio Verne. Embora seja aconselhável que os pais escolham os livros, não se deve forçar as crianças a lerem o que não querem. Algumas crianças, desde cedo, se sentem inclinadas a ler autores clássicos, embora em adaptações infantis, ao passo que outras resistem a esse tipo de livros. O importante é que a criança adquira o hábito da leitura. Deve-se respeitar a personalidade e os gostos da criança. Não é bom criticar as preferências das crianças em matéria de livros. É importante lembrar que nem todas as crianças têm o mesmo grau de maturidade, a mesma disposição ou o mesmo grau de sensibilidade e de interesses. Posteriormente, será mais fácil orientá-la para que aprecie uma boa leitura. É tarefa dos pais e professores fazer com que as crianças tenham, ao alcance da mão, livros de boa qualidade, de maneira que possam se acostumar à boa literatura. Uma vez que a criança tenha desenvolvido o interesse pela leitura, é pouco provável que o perca, especialmente se tiver adquirido desde cedo o hábito de ler. Embora desenvolva outros interesses e algumas vezes não tenha muito tempo para ler, cedo ou tarde a criança retomará o hábito da leitura.
É importante que os pais participem com as crianças e, principalmente, que lhes dêem o exemplo. As crianças cujos pais lêem certamente também o farão. Uma boa idéia é dar livros de presente no Natal e nos aniversários e possuir uma biblioteca aberta a todos os membros da família. Há uma grande diferença entre ler porque a leitura é obrigatória para o estudo e ler por prazer ou educação. É importante estimular a leitura na criança como uma experiência valiosa e prazerosa. Isso será uma grande fonte de satisfação tanto para as crianças quanto para os adultos que as acompanharem nesta aventura.
Pesquisas Barsa
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AGRADECIMENTO ESPECIAL
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Antônio Siqueira 49
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Alberto Lourenço

Sejam muito bem-vindos a Família do Blog lusmarpazleite.
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16 de Abril de  1927 

Aniversário Natalício - Papa Bento XVI.



 Parabenizamos Sua Santidade, Papa Bento XVI, 

pelos aniversários que está comemorando 

nesta semana:




NO DIA 14 DE ABRIL
 completou-se 5 anos de sua eleição para Sumo Pontífice pelo Colégio Cardinalício no Vaticano.

*NO DIA 16 DE ABRIL
dia de seu aniversário natalício, o Papa Bento XVI completa 83 anos de vida!




Parabéns, Papa Bento VXI,
Pastor Supremo da Santa Igreja.

  Rezemos sempre pelo Papa, especialmente neste Ano Sacerdotal.

Que Deus abençoe nosso Sumo Pontífice, "Doce Cristo na Terra"!

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No aniversário natalício de Bento XVI…

… peçamos ao Senhor pela sua saúde e roguemos-Lhe que com a intercessão da Santíssima Virgem, de todos os Anjos e Santos o proteja, para que nos continue a guiar, catequizar e para que a sua voz continue e a ser ouvida e respeitada.

Embora por vezes possa parecer que o não é, estou firmemente convicto, que as reacções que ouvimos e lemos, só existem, porque exactamente a sua autoridade moral e intelectual é reconhecida e temida pelos seus e nossos inimigos.

Que neste momento de tribulação no seio da nossa amadíssima Igreja e em que Bento XVI é levianamente atacado, Senhor dai-lhe a força e a tranquilidade, para que com os seus 83 anos, saiba com a Tua ajuda e iluminado pelo Teu Espírito, levar a Tua e nossa Igreja na firmeza da fé.

«São tempos duros para os católicos. Mas também são tempos magníficos para se ser sacerdote e para se ser católico. Jesus disso nas bem-aventuranças: “Bem-aventurados serão quando os injuriarem, vos perseguirem e disserem falsamente todo tipo de maldades contra vós por minha causa. Alegrem-se e regozijem-se porque será grande a sua recompensa nos céus, pois da mesma forma perseguiram aos profetas antes de vós.” » (Pe. Roger J. Landry)

Jesus Cristo, ouvi-nos!
Jesus Cristo, acolhei a nossa súplica!


(Palavras de Bento XVI ao dar a primeira bênção

aos seus filhos de todo o orbe)


O Senhor nos ajudará e Maria, sua Mãe, estará conosco
Queridos irmãos e irmãs, após o grande Papa João Paulo II, os Senhores Cardeais elegeram-me, a mim, um humilde e simples operário da Vinha do Senhor. Consola-me saber que Deus sabe trabalhar e agir também com instrumentos insuficientes. E antes de tudo, conto com vossas orações. Na alegria do Senhor
ressuscitado, confiantes em seu permanente auxílio, devemos seguir adiante. O Senhor
nos ajudará e Maria, sua Mãe, estará conosco."
(Palavras de Bento XVI ao dar a primeira bênção aos seus filhos de todo o orbe)

HABEMUS PAPAM! 

Bento XVI sucede a João Paulo II na Cátedra de Pedro

"Meu real programa de governo é não fazer minha própria vontade, não seguir minhas próprias idéias, mas ouvir, junto com toda a Igreja, a palavra e a vontade do Senhor, para ser guiado por Ele, de modo que Ele mesmo guie a Igreja nesta hora de nossa História". Assim se exprimiu o Santo Padre Bento XVI na homilia da Missa inaugural de seu pontificado, na Praça de São Pedro.
José Messias Lins Brandão

Bastariam estas sábias palavras do novo Papa para mostrar o acerto dos Cardeais que o elegeram para Supremo Pastor do rebanho de Cristo.
Papa Bento XVI.JPG
Como se comentou naqueles breves dias em que a Cátedra de Pedro permaneceu sem ocupante, os Cardeais ficaram impressionados pelo modo de o então Cardeal Ratzinger conduzir os assuntos eclesiásticos. E o Sacro Colégio soube ser rápido e vigilante, não deixando o timão da barca de Pedro sem piloto. Ainda ressoavam pelo orbe terrestre as palavras "morreu o Papa", quando passamos a ouvir os ecos da proclamação "Habemus Papam!"

No amor a Cristo está a força do Papa

A atitude do então Cardeal Ratzinger durante a Missa dos funerais de João Paulo II, no dia 8 de abril, causou uma primeira impressão favorável não só entre os Cardeais, mas também entre todos aqueles que o viram, ou presentes na Praça de São Pedro, ou colados às telas de televisão em todos os recantos da terra. Vislumbrava-se uma certa aura em torno dele, como vários comentaristas assinalaram na ocasião. Talvez fosse já um sopro do Espírito Santo para mostrar ao mundo quem seria o próximo Papa.

Especialmente notadas foram as palavras de sua homilia, na qual, referindo- se ao chamado de Cristo a João Paulo II, mostrou como, para ele, no cerne do Papado está uma renúncia radical e um amor sem limites a Cristo, cabeça da Igreja:

"‘Segue-me!' Em outubro de 1978, o Cardeal Wojtyla ouviu de novo a voz do Senhor. Renova-se o diálogo com Pedro, narrado no Evangelho desta celebração: ‘Simão, Filho de João, tu Me amas? Apascenta as minhas ovelhas!' À pergunta do Senhor: ‘Karol, tu Me amas?', o Arcebispo de Cracóvia respondeu do fundo do seu coração: ‘Senhor, tu sabes tudo, sabes que te amo'. O amor de Cristo foi a força dominante do nosso amado Santo Padre; quem o viu rezar, quem o ouviu pregar, bem o sabe. E assim, graças a este profundo enraizamento em Cristo, pôde carregar um peso que vai além das forças meramente humanas: ser pastor do rebanho de Cristo, da sua Igreja universal."

Devemos ter uma fé adulta

Entretanto, segundo grande parte dos analistas, o que parece ter decidido a eleição de Bento XVI foi sua homilia na Missa do dia 18, na abertura do Conclave, quando ele tratou com coragem e discernimento dos males que a Igreja tem de enfrentar em nosso tempo.
Comentando a carta de São Paulo aos Efésios, o então Cardeal Ratzinger afirmou ver "a maturação da fé e o conhecimento do Filho de Deus como condição e conteúdo da unidade no Corpo de Cristo".

No que consiste essa maturação da fé? Que jornada devemos encetar em direção à "maturidade de Cristo"? Devemos ser adultos na fé, foi a resposta do futuro Papa.
Não podemos permanecer menores de idade, tendo uma fé apenas infantil. E no que consiste ter uma fé infantil? - perguntou ele. E, tomando as palavras de São Paulo, respondeu que ter uma fé infantil significa "ser batidos pelas ondas e levados por qualquer vento de doutrina" (Ef 4,14).
"Uma descrição muito atual!" - exclamou Joseph Ratzinger.

Continuando sua penetrante e ponderada análise do grande problema de nossos dias, ele afirmou sem rodeios: "Quantos ventos de doutrina conhecemos nas últimas décadas, quantas correntes ideológicas, quantos caminhos de pensamento! O pequeno barco do pensamento de muitos cristãos tem sido com freqüência - batido por essas ondas - jogado de um extremo ao outro: do marxismo ao liberalismo, e até à libertinagem; do coletivismo ao radical individualismo; do ateísmo a um vago misticismo religioso; do agnosticismo ao sincretismo, e assim por diante. A cada dia surgem novas seitas, e o que São Paulo diz sobre o engano humano e a astúcia que procura seduzir o povo para o erro (cf. Ef 4,14) torna-se realidade".

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Ditadura do relativismo

Indo ainda mais a fundo no seu diagnóstico sobre os males de nosso tempo, Joseph Ratzinger apontou, quiçá, o supremo embuste do mundo presente: "Hoje em dia, ter uma fé baseada no Credo da Igreja é freqüentemente rotulado de fundamentalismo, ao passo que o relativismo, quer dizer, deixar- se levar para cá e para lá, e levar-se por qualquer vento de doutrina, parece ser a única atitude à altura dos tempos modernos".

E o futuro Papa denunciou então o grande perigo para a Igreja: "Estamos construindo uma ditadura do relativismo que não reconhece nada como definitivo e cujo último objetivo consiste unicamente no próprio ego e nos próprios desejos".

No fim de sua homilia, podia ele afirmar sem hesitação, e sem receio de ser contestado:
"Uma fé adulta não é uma fé que segue as tendências da moda e a última novidade; uma fé madura está profundamente enraizada na amizade com Cristo. Esta amizade é que nos abre para tudo o que é bom e nos dá um critério pelo qual podemos distinguir entre o verdadeiro e o falso, entre o engano e a verdade." 

Um só rebanho e um só Pastor

Na primeira mensagem após sua eleição, ao fim da Missa do dia 20, na Capela Sistina, o Santo Padre Bento XVI mostrou como, desde que ficou público o súbito agravamento da saúde de João Paulo II, vivemos "um tempo extraordinário de graça", que podia-se observar na "onda de fé, de amor e de espiritual solidariedade, que teve o ponto mais alto nas suas solenes exéquias".

O novo Papa constatava, assim, essa alvissareira novidade que assinalamos em nosso Editorial: graças excepcionais derramadas em abundância sobre o mundo. E ele continuava a falar desse fenômeno, dizendo: "Os funerais de João Paulo II foram uma experiência verdadeiramente extraordinária na qual se sentiu de certa forma o poder de Deus que, através da sua Igreja, deseja formar, de todos os povos, uma grande família, mediante a força unificadora da Verdade e do Amor".

Expressando-se desse modo, Bento XVI estava indicando uma das tarefas que considera prioritárias para seu pontificado: conseguir refazer aquela união entre os cristãos que existiu um dia, trazendo para o rebanho da Igreja de Cristo todas as ovelhas que dela devem fazer parte.

Retomou ele o tema na homilia do dia 24, quando comentou o simbolismo do pallium, feito de lã de cordeiro. Lembrou a parábola da ovelha desgarrada, socorrida pela solicitude do pastor, que vai ao seu encalço mesmo à custa de muito sofrimento.

Bento XVI exprimiu seu desejo de seguir nas vias do Bom Pastor, pedindo- nos: "Rezem por mim, para que eu possa aprender a amar cada vez mais o Senhor. Rezem por mim, para que eu aprenda a amar esse rebanho cada vez mais, em outras palavras, vós, a Santa Igreja, cada um de vós e todos vós juntos. Rezem por mim para que eu não fuja de medo dos lobos".

Em seguida traçou em poucas palavras, com clareza, o programa de um ecumenismo autêntico e bem definido para seu pontificado, ao repetir com Jesus: "Tenho outras ovelhas que não são deste rebanho; devo também trazêlas, e elas ouvirão a minha voz; e haverá um só rebanho e um só pastor" (Jo 10,16).

Fazer resplandecer aos olhos do mundo a luz de Cristo

Muito comovido, na homilia da Missa de 20 de abril, Bento XVI referiu- se àquele episódio no qual Jesus constituiu o Papado: "Nestas horas penso de novo em tudo o que aconteceu na região de Cesaréia de Filipe, há dois mil anos. Parece que ouço as palavras de Pedro: Tu és Cristo, o Filho de Deus vivo, e a solene afirmação do Senhor: Tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja (...) dar-te-ei as chaves do Reino do Céu".
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Podemos medir o que ia na alma do Santo Padre, percorrendo suas vibrantes palavras na mesma homilia: "Tu és o Cristo! Tu és Pedro! Pareceme reviver a mesma cena evangélica; eu, Sucessor de Pedro, repito com estremecimento as palavras vibrantes do pescador da Galiléia e ouço novamente com íntima emoção a promessa tranqüilizante do divino Mestre. Se é enorme o peso da responsabilidade que recai sobre os meus pobres ombros, é certamente desmedido o poder divino com o qual posso contar".

E o Santo Padre, numa demonstração de inteira e serena consciência de sua missão universal, sabendo que os olhos de bilhões de pessoas no mundo inteiro se voltam agora para ele, expressou- se sem ambigüidade: "O Senhor quis-me para seu Vigário, quis-me pedra sobre a qual todos possam apoiarse com segurança. Peço-Lhe que auxilie a pobreza das minhas forças, para que eu seja corajoso e fiel Pastor do seu rebanho, sempre dócil às inspirações do seu Espírito".

O Papa Bento XVI tinha ainda frescas na memória as imagens daquela imponente manifestação quando da morte e dos funerais de João Paulo II, e recordou como "em volta dos seus despojos mortais, colocados na terra nua, reuniram- se os Chefes das Nações, pessoas de todas as camadas sociais, e sobretudo jovens, num inesquecível abraço de afeto e de admiração".

E sua conclusão - da qual todo católico participa de alma inteira -, em termos densos de esperança e de certeza na força da Santa Igreja Católica, foi expressa do seguinte modo: "Pareceu a muitos que aquela intensa participação, amplificada até os confins do planeta pelos meios de comunicação social, fosse como um pedido de ajuda dirigido ao Papa pela humanidade de hoje que, perturbada por incertezas e temores, se interroga sobre o seu futuro".

E eis que vemos o Santo Padre, como o Bom Pastor, disposto a sacrificar- se e a ajudar todas as suas ovelhas, desgarradas ou fiéis, de modo a que possam atravessar as borrascas que marcam o início do terceiro milênio. Ciente do que o mundo inteiro espera dele, e, mais do que tudo, do que Cristo espera dele, Bento XVI, na mesma Missa do dia 20, condensou em poucas linhas o cerne de seu programa:

"A Igreja de hoje deve reavivar em si mesma a consciência da tarefa de repropor ao mundo a voz d'Aquele que disse: Eu sou a luz do mundo. Quem Me segue não andará nas trevas, mas terá a luz da vida. Ao empreender o seu ministério, o novo Papa sabe que a sua tarefa é fazer resplandecer aos olhos dos homens e das mulheres de hoje a luz de Cristo: não a sua própria, mas a verdadeira luz de Cristo".

Primeira Mensagem de Bento XVI

Iniciando sua sublime missão, o novo Papa enviou ao mundo sua primeira mensagem por ocasião da Missa concelebrada com os Cardeais que, na véspera, o haviam escolhido para o Sumo Pontificado.

A todos vós, graça e paz em abundância! Neste momento, convivem em meu espírito dois sentimentos contrastantes. De um lado, o de inadequação e de humana perturbação pela responsabilidade que ontem me foi confiada, enquanto Sucessor do Apóstolo Pedro nesta Sé de Roma, em relação à Igreja universal. De outro lado, sinto em mim uma profunda gratidão para com Deus que - como nos faz cantar a liturgia - não abandona seu rebanho, mas o conduz através dos tempos, sob a orientação daqueles que Ele mesmo elegeu como vigários do seu Filho e constituiu pastores.

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Caríssimos, este íntimo reconhecimento por um dom da divina misericórdia prevalece, apesar de tudo, no meu coração. E considero este fato como uma graça especial oferecida pelo meu venerado predecessor, João Paulo II. Parece-me sentir sua mão forte a apertar a minha; parece-me ver seus olhos sorridentes e ouvir suas palavras, dirigidas particularmente a mim neste momento: "Não tenhas medo!"

A força unificadora da Verdade e do Amor

A morte do Santo Padre João Paulo II e os dias que se lhe seguiram foram para a Igreja e para o mundo inteiro um tempo extraordinário de graça. A grande dor pelo seu falecimento e o sentimento de perda que deixou em todos foram atenuados pela ação de Cristo ressuscitado, que se manifestou durante tantos dias na onda de fé, amor e solidariedade espiritual, culminada nas suas exéquias solenes.

Podemos dizer que os funerais de João Paulo II constituíram uma experiência verdadeiramente extraordinária, na qual se percebeu, de algum modo, o poder de Deus que, por meio de sua Igreja, quer fazer de todos os povos uma grande família pela força unificadora da Verdade e do Amor (cf.Lumen gentium, 1). Na hora da morte, conformado ao seu Mestre e Senhor, João Paulo II coroou o seu longo e fecundo Pontificado, confirmando na fé o povo cristão, congregando-o em torno de si e fazendo sentir mais unida toda a família humana. Como não sentir- nos sustentados por esse testemunho? Como não perceber o encorajamento que vem desse acontecimento da graça?

Nessa pedra todos podem se apoiar com segurança

Surpreendendo todas as minhas previsões, a divina Providência, pelo voto dos venerados Padres Cardeais, chamou-me a suceder a este grande Papa. Recordo neste momento o que aconteceu na região de Cesaréia de Filipe, há dois mil anos. Parece-me ouvir as palavras de Pedro: "Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo", e a solene afirmação do Senhor: "Tu és Pedro e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja (...) Dar-te-ei as chaves do Reino dos Céus" (Mt 16, 16-19).

Tu és o Cristo! Tu és Pedro! Parece- me reviver a própria cena evangélica. Eu, Sucessor de Pedro, repito com estremecimento as vibrantes palavras do pescador da Galiléia e ouço de novo, com íntima emoção, a promessa reconfortante do divino Mestre. Se é enorme o peso da responsabilidade posta sobre os meus ombros, é certamente desmedida a força divina com a qual posso contar: "Tu és Pedro e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja"

Escolhendo-me como Bispo de Roma, o Senhor quis fazer de mim seu Vigário, "pedra" sobre a qual todos podem se apoiar com segurança. Peço- lhe que supra a pobreza das minhas forças, para que eu seja Pastor fiel e corajoso do seu rebanho, sempre dócil às inspirações do seu Espírito.
Preparo-me para empreender este peculiar ministério, o ministério petrino a serviço da Igreja universal, com humilde abandono nas mãos da Providência de Deus. Em primeiro lugar, é a Cristo que renovo minha total e confiante adesão: "In Te, Domine, speravi; non confundar in aeternum!"

Comunhão colegial a serviço da unidade na Fé

A vós, Senhores Cardeais, com espírito agradecido pela confiança a mim demonstrada, peço que me sustenteis com a oração e com a constante, ativa e sábia colaboração. Peço também a todos os Irmãos no Episcopado que estejam a meu lado com a oração e com o conselho, para que possa ser verdadeiramente o Servus servorum Dei. Assim como Pedro e os outros Apóstolos constituíram por desejo do Senhor um único Colégio apostólico, do mesmo modo o Sucessor de Pedro e os Bispos, sucessores dos Apóstolos - segundo frisou com força o Concílio - devem estar estreitamente unidos entre si (cf.Lumen gentium, 22).

Esta comunhão colegial, apesar da diversidade de papéis e funções do Romano Pontífice e dos Bispos, está a serviço da Igreja e da unidade na fé, da qual depende em grande medida a eficácia da ação evangelizadora no mundo contemporâneo. Nesse caminho, portanto, sobre o qual avançaram os meus venerados Predecessores, também eu me proponho prosseguir, preocupado unicamente em proclamar ao mundo inteiro a presença viva de Cristo.
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Concílio Vaticano II

Tenho diante de mim, de forma particular, o testemunho do Papa João Paulo II. Ele deixa uma Igreja mais corajosa, mais livre, mais jovem. Uma Igreja que, segundo o seu ensinamento e exemplo, olha com serenidade para o passado e não tem medo do futuro.

Com o Grande Jubileu ela entrou no novo milênio trazendo nas mãos o Evangelho, aplicado no mundo atual através da releitura autorizada do II Concílio do Vaticano. Justamente o Papa João Paulo II indicou o Concílio como "bússola" pela qual orientar- se no vasto oceano do terceiro milênio (cf. Novo millennio ineunte, 57- 58). Também no seu testamento espiritual, ele anotava: "Estou convencido de que ainda por muito tempo será dado às novas gerações descobrir as riquezas que este Concílio do século XX nos deixou" (17/3/2000).

Também eu, ao assumir o serviço que é próprio do Sucessor de Pedro, quero afirmar com força a vontade decidida de prosseguir no compromisso da atuação do Concílio do Vaticano, sobre o trilho dos meus Predecessores e em fiel continuidade com a bimilenária tradição da Igreja.

Terá lugar neste ano o 40º aniversário da conclusão das sessões conciliares (8 de dezembro de 1965). Com o passar dos anos, os Documentos conciliares não perderam a sua atualidade; os seus ensinamentos revelam-se particularmente pertinentes em relação às novas instâncias da Igreja e da atual sociedade globalizada.

Eucaristia, coração do novo pontificado

De maneira muito significativa, o meu Pontificado inicia-se quando a Igreja está vivendo o Ano especial dedicado à Eucaristia. Como não ver nessa coincidência providencial um elemento que deve caracterizar o ministério ao qual fui chamado? A Eucaristia, coração da vida cristã e fonte da missão evangelizadora da Igreja, não pode deixar de constituir o centro permanente e a fonte do serviço petrino que me foi confiado.

A Eucaristia torna constantemente presente o Cristo ressuscitado, que continua a dar-se a nós, chamandonos a participar na mesa do seu Corpo e do seu Sangue. Da plena comunhão com Ele nascem todos os outros elementos da vida da Igreja, em primeiro lugar a comunhão entre todos os fiéis, o compromisso de anunciar e de testemunhar o Evangelho, o ardor da caridade para com todos, especialmente os pobres e pequenos.
Neste ano, portanto, deverá ser celebrada com particular realce a Solenidade de Corpus Christi.

A Eucaristia estará, igualmente, no centro da Jornada Mundial da Juventude, no mês de agosto, em Colônia, e da Assembléia Ordinária do Sínodo dos Bispos, que se reunirá em outubro em torno do tema: "A Eucaristia, fonte e ápice da vida e da missão da Igreja".

Peço a todos intensificar nos próximos meses o amor e a devoção a Jesus Eucaristia, e exprimir de modo corajoso e claro a fé na presença real do Senhor, sobretudo mediante a solenidade e a correção das celebrações.

Peço-o de modo especial aos sacerdotes, nos quais penso neste momento com grande afeto. O Sacerdócio ministerial nasceu no Cenáculo, juntamente com a Eucaristia, como tantas vezes sublinhou o meu venerado Predecessor João Paulo II. "A vida sacerdotal deve ter a título especial uma ‘forma eucarística'", escreveu na sua última Carta de Quinta-Feira Santa (nº 1).

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Para este fim contribui, acima de tudo, a devota celebração quotidiana da santa Missa, centro da vida e da missão de cada sacerdote.

Alimentados e sustentados pela Eucaristia, os católicos não podem deixar de sentir-se estimulados a tender para aquela plena unidade que Cristo desejou ardentemente no Cenáculo. Deste supremo anelo do Divino Mestre, o Sucessor de Pedro sabe que deve encarregar- se de um modo muito particular. A ele foi, de fato, confiada a missão de confirmar os irmãos (cf. Lc 22, 32).

Pressuposto do progresso nas vias do ecumenismo

Com plena consciência, portanto - ao iniciar seu ministério na Igreja de Roma que Pedro regou com seu sangue - o novo Papa assume como compromisso primário o de trabalhar sem poupar energias para reconstituir a plena e visível unidade de todos os seguidores de Cristo.

Esta é sua ambição, este é seu rigoroso dever. Está ele consciente de que para isso não bastarão as manifestações de bons sentimentos. São necessários gestos concretos, gestos que penetrem nas almas e comovam as consciências, solicitando todos àquela conversão interior que é o pressuposto de qualquer progresso nas vias do ecumenismo.
O diálogo teológico é necessário, o aprofundamento das motivações históricas de escolhas acontecidas no passado é, contudo, indispensável. Mas o que urge é aquela "purificação da memória", tantas vezes evocada por João Paulo II, a única que poderá dispor os espíritos a acolher a plena verdade de Cristo.

É diante dele, supremo Juiz de cada ser vivo, que cada um de nós deve se colocar, na consciência de ter um dia de dar-Lhe contas de tudo aquilo que fez ou não fez em vista do grande bem da plena e visível unidade de todos os seus discípulos.

O atual Sucessor de Pedro deixase pessoalmente interpelar por esta questão e está disposto a fazer tudo o que estiver em seu poder para promover a causa fundamental do ecumenismo. Nos passos dos seus Predecessores, ele está plenamente determinado a cultivar qualquer iniciativa que possa parecer oportuna para promover os contactos e o encontro com os representantes das diversas Igrejas e Comunidades eclesiais. A eles, também, envia nesta ocasião a mais cordial saudação em Cristo, único Senhor de todos.

Missão do Papa: fazer resplandecer a Luz de Cristo

Recordo neste momento a inesquecível experiência vivida por todos nós por ocasião da morte e das exéquias de João Paulo II.
Em torno dos seus restos mortais, depositados na terra nua, recolheramse chefes de Estados, pessoas de todos as classes sociais e especialmente os jovens, num inesquecível abraço de afeto e admiração. O mundo inteiro olhou para ele com confiança. Pareceu a muitos que aquela intensa participação, amplificada até os confins do planeta pelos meios de comunicação social, exprimia um pedido de ajuda dirigido ao Papa feito, pela humanidade hodierna que, perturbada por incertezas e temores, se interroga sobre o seu futuro.

A Igreja de hoje deve reavivar em si mesma a consciência da missão de propor ao mundo, novamente, a voz daquele que disse: "Eu sou a luz do mundo, quem me segue não andará nas trevas, mas terá a luz da vida" (Jo 8,12). Ao assumir seu ministério, o novo Papa sabe que sua missão é a de fazer resplandecer diante dos homens e mulheres de hoje a luz de Cristo: não sua própria luz, mas a de Cristo.

Com esta consciência, dirijo-me a todos, mesmo aos que seguem outras religiões ou que simplesmente procuram uma resposta às perguntas fundamentais da existência e ainda não a encontraram. A todos me dirijo com simplicidade e afeto, para assegurar que a Igreja quer continuar a tecer com eles um diálogo aberto e sincero, à procura do verdadeiro bem do homem e da sociedade.
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Paz e desenvolvimento social

Peço a Deus a unidade e a paz para a família humana e declaro a disponibilidade de todos os católicos em cooperar para um autêntico desenvolvimento social, que respeite a dignidade de cada ser humano.
Não pouparemos esforços e dedicação para prosseguir o promissor diálogo começado pelos meus venerados Predecessores com as diversas civilizações, para que da compreensão recíproca nasçam as condições de um futuro melhor para todos.

Os jovens, porvir da Igreja e da humanidade

Penso em particular nos jovens. A eles, interlocutores privilegiados do Papa João Paulo II, vai o meu abraço afetuoso à espera de, se Deus quiser, encontrá-los em Colônia por ocasião da próxima Jornada Mundial da Juventude. Convosco - caros jovens, futuro e esperança da Igreja e da humanidade - continuarei a dialogar, auscultando vossas expectativas no intuito de vos ajudar a encontrar, numa profundidade cada vez maior, o Cristo vivo, o eternamente jovem.

Mane nobiscum, Domine! Fica conosco Senhor!
Esta invocação é o tema dominante da Carta Apostólica de João Paulo II para o Ano da Eucaristia e é a oração que brota espontaneamente do meu coração, enquanto me preparo para iniciar o ministério a que Cristo me chamou.
Como Pedro, também eu renovo- Lhe a promessa incondicional de fidelidade. Só a Ele pretendo servir, dedicando- me totalmente ao serviço da sua Igreja.

"Invoco a maternal intercessão de Maria"

Para sustentar esta promessa, invoco a maternal intercessão de Maria Santíssima, em cujas mãos ponho o presente e o futuro da minha pessoa e da Igreja. Intervenham com sua intercessão também os Santos Apóstolos Pedro e Paulo, e todos os Santos.

EXCERTOS DA HOMILIA NA MISSA "PRO ELIGENDO PONTIFICE"
Um Pastor segundo o coração de Cristo 

Na Missa de abertura do Conclave, em 18 de abril, o Decano do Sacro Colégio pronunciou sua derradeira homilia na qualidade de Cardeal. Nela pediu ao Senhor com grande empenho "um Pastor segundo o seu coração, que nos leve ao conhecimento de Cristo, ao seu amor, à verdadeira alegria".

Nesta hora de grande responsabilidade, escutemos com particular atenção o que nos diz o Senhor com suas própriasimagem.JPG palavras.
A misericórdia não supõe a banalização do mal
A primeira leitura oferece um retrato profético da figura do Messias. Escutemos, com alegria, o anúncio do ano da misericórdia: a misericórdia divina põe um limite ao mal - disse-nos o Santo Padre.
A misericórdia de Cristo não é uma graça que se pode comprar por baixo preço, não supõe a banalização do mal. Cristo carrega no seu Corpo e na sua Alma todo o peso do mal, toda a sua força destruidora. Ele queima e transforma o mal no sofrimento, no fogo do seu amor sofredor.

A ditadura do relativismo

Não devemos permanecer crianças na fé, em estado de minoridade. E em que consiste ser crianças na fé? Responde São Paulo: significa ser "batidos pelas ondas e levados ao sabor de qualquer vento de doutrina..." (Ef 4, 14).
Uma descrição muito atual!

Quantos ventos de doutrina conhecemos nestes últimos decênios, quantas correntes ideológicas, quantos modos de pensamento!... A pequena barca do pensamento de muitos cristãos foi não raro, agitada por essas ondas, lançada dum extremo ao outro: do marxismo ao liberalismo, até o ponto de chegar à libertinagem; do coletivismo ao individualismo radical; do ateísmo a um vago misticismo religioso; do agnosticismo ao sincretismo, e por aí adiante.

Todos os dias nascem novas seitas e cumpre-se assim o que São Paulo disse sobre o engano dos homens, sobre a astúcia que tende a induzir ao erro (cf. Ef 4, 14). Ter uma fé clara, segundo o Credo da Igreja, é freqüentemente catalogado como fundamentalismo, ao passo que o relativismo - isto é, o deixar-se levar "ao sabor de qualquer vento de doutrina" - aparece como a única atitude à altura dos tempos atuais. Vai-se constituindo uma ditadura do relativismo que não reconhece nada como definitivo e que usa como critério último apenas o próprio "eu" e os seus apetites.

Não é "adulta" uma fé que segue as ondas da moda e a última novidade; adulta e madura é antes uma fé profundamente enraizada na amizade com Cristo. É esta amizade que se abre a tudo aquilo que é bom e nos dá o critério para discernir entre o verdadeiro e o falso, entre engano e verdade.

"Devemos dar um fruto que permaneça"

O outro elemento do Evangelho que queria acenar é o discurso de Jesus sobre o dar fruto: "Fui Eu que vos escolhi e vos destinei para que vades e deis fruto e o vosso fruto permaneça" (Jo 15, 16). Devemos animar-nos nesta santa inquietação: a inquietação de levar a todos o dom da fé, da amizade com Cristo. Recebemos a fé para a dar a outros, somos sacerdotes para servir outros. E devemos dar um fruto que permaneça.

O fruto que permanece é aquilo que semeamos nas almas humanas - o amor, o conhecimento, o gesto capaz de tocar o coração, a palavra que abre a alma à alegria do Senhor.

Nesta hora, sobretudo, rezemos com insistência ao Senhor, para que depois do grande dom do Papa João Paulo II, nos dê novamente um Pastor segundo o seu coração, um Pastor que nos leve ao conhecimento de Cristo, ao seu amor, à verdadeira alegria. Amém
(Revista Arautos do Evangelho, Maio/2005, n. 41, p. 12 à 19)

BIOGRAFIA DE SUA SANTIDADE BENTO XVI

O Cardeal Joseph Ratzinger, Papa Bento XVI, nasceu em Marktl am Inn, diocese de Passau (Alemanha), no dia 16 de Abril de 1927 (Sábado Santo), e foi baptizado no mesmo dia. O seu pai, comissário da polícia, provinha duma antiga família de agricultores da Baixa Baviera, de modestas condições económicas. A sua mãe era filha de artesãos de Rimsting, no lago de Chiem, e antes de casar trabalhara como cozinheira em vários hotéis.

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Passou a sua infância e adolescência em Traunstein, uma pequena localidade perto da fronteira com a Áustria, a trinta quilómetros de Salisburgo. Foi neste ambiente, por ele próprio definido «mozarteano», que recebeu a sua formação cristã, humana e cultural.
O período da sua juventude não foi fácil. A fé e a educação da sua família prepararam-no para enfrentar a dura experiência daqueles tempos, em que o regime nazista mantinha um clima de grande hostilidade contra a Igreja Católica. O jovem Joseph viu os nazistas açoitarem o pároco antes da celebração da Santa Missa.
Precisamente nesta complexa situação, descobriu a beleza e a verdade da fé em Cristo; fundamental para ele foi a conduta da sua família, que sempre deu um claro testemunho de bondade e esperança, radicada numa conscienciosa pertença à Igreja.

Nos últimos meses da II Guerra Mundial, foi arrolado nos serviços auxiliares anti-aéreos.
Recebeu a Ordenação Sacerdotal em 29 de Junho de 1951.
Um ano depois, começou a sua actividade de professor na Escola Superior de Freising.
No ano de 1953, doutorou-se em teologia com a tese «Povo e Casa de Deus na doutrina da Igreja de Santo Agostinho». Passados quatro anos, sob a direcção do conhecido professor de teologia fundamental Gottlieb Söhngen, conseguiu a habilitação para a docência com uma dissertação sobre «A teologia da história em São Boaventura».

Depois de desempenhar o cargo de professor de teologia dogmática e fundamental na Escola Superior de Filosofia e Teologia de Freising, continuou a docência em Bonn, de 1959 a 1963; em Münster, de 1963 a 1966; e em Tubinga, de 1966 a 1969. A partir deste ano de 1969, passou a ser catedrático de dogmática e história do dogma na Universidade de Ratisbona, onde ocupou também o cargo de Vice-Reitor da Universidade.

De 1962 a 1965, prestou um notável contributo ao Concílio Vaticano II como «perito»; viera como consultor teológico do Cardeal Joseph Frings, Arcebispo de Colónia.
A sua intensa actividade científica levou-o a desempenhar importantes cargos ao serviço da Conferência Episcopal Alemã e na Comissão Teológica Internacional.
Em 25 de Março de 1977, o Papa Paulo VI nomeou-o Arcebispo de München e Freising. A 28 de Maio seguinte, recebeu a sagração episcopal. Foi o primeiro sacerdote diocesano, depois de oitenta anos, que assumiu o governo pastoral da grande arquidiocese bávara. Escolheu como lema episcopal: «Colaborador da verdade»; assim o explicou ele mesmo: «Parecia-me, por um lado, encontrar nele a ligação entre a tarefa anterior de professor e a minha nova missão; o que estava em jogo, e continua a estar - embora com modalidades diferentes -, é seguir a verdade, estar ao seu serviço. E, por outro, escolhi este lema porque, no mundo actual, omite-se quase totalmente o tema da verdade, parecendo algo demasiado grande para o homem; e, todavia, tudo se desmorona se falta a verdade».

Paulo VI criou-o Cardeal, do título presbiteral de "Santa Maria da Consolação no Tiburtino", no Consistório de 27 de Junho desse mesmo ano.

Em 1978, participou no Conclave, celebrado de 25 a 26 de Agosto, que elegeu João Paulo I; este nomeou-o seu Enviado especial ao III Congresso Mariológico Internacional que teve lugar em Guayaquil (Equador) de 16 a 24 de Setembro. No mês de Outubro desse mesmo ano, participou também no Conclave que elegeu João Paulo II.

Foi Relator na V Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos realizada em 1980, que tinha como tema «Missão da família cristã no mundo contemporâneo», e Presidente Delegado da VI Assembleia Geral Ordinária, celebrada em 1983, sobre «A reconciliação e a penitência na missão da Igreja».

João Paulo II nomeou-o Prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé e Presidente da Pontifícia Comissão Bíblica e da Comissão Teológica Internacional, em 25 de Novembro de 1981. No dia 15 de Fevereiro de 1982, renunciou ao governo pastoral da arquidiocese de München e Freising. O Papa elevou-o à Ordem dos Bispos, atribuindo-lhe a sede suburbicária de Velletri-Segni, em 5 de Abril de 1993.
Foi Presidente da Comissão encarregada da preparação do Catecismo da Igreja Católica, a qual, após seis anos de trabalho (1986-1992), apresentou ao Santo Padre o novo Catecismo.

A 6 de Novembro de 1998, o Santo Padre aprovou a eleição do Cardeal Ratzinger para Vice-Decano do Colégio Cardinalício, realizada pelos Cardeais da Ordem dos Bispos. E, no dia 30 de Novembro de 2002, aprovou a sua eleição para Decano; com este cargo, foi-lhe atribuída também a sede suburbicária de Óstia.

Em 1999, foi como Enviado especial do Papa às celebrações pelo XII centenário da criação da diocese de Paderborn, Alemanha, que tiveram lugar a 3 de Janeiro.
Desde 13 de Novembro de 2000, era Membro honorário da Academia Pontifícia das Ciências.

Na Cúria Romana, foi Membro do Conselho da Secretaria de Estado para as Relações com os Estados; das Congregações para as Igrejas Orientais, para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos, para os Bispos, para a Evangelização dos Povos, para a Educação Católica, para o Clero, e para as Causas dos Santos; dos Conselhos Pontifícios para a Promoção da Unidade dos Cristãos, e para a Cultura; do Tribunal Supremo da Signatura Apostólica; e das Comissões Pontifícias para a América Latina, «Ecclesia Dei», para a Interpretação Autêntica do Código de Direito Canónico, e para a revisão do Código de Direito Canónico Oriental.

Entre as suas numerosas publicações, ocupam lugar de destaque o livro «Introdução ao Cristianismo», uma compilação de Papa Bentto XVI.jpglições universitárias publicadas em 1968 sobre a profissão de fé apostólica, e o livro «Dogma e Revelação» (1973), uma antologia de ensaios, homilias e meditações, dedicadas à pastoral.

Grande ressonância teve a conferência que pronunciou perante a Academia Católica Bávara sobre o tema «Por que continuo ainda na Igreja?»; com a sua habitual clareza, afirmou então: «Só na Igreja é possível ser cristão, não ao lado da Igreja».

No decurso dos anos, continuou abundante a série das suas publicações, constituindo um ponto de referência para muitas pessoas, especialmente para os que queriam entrar em profundidade no estudo da teologia. Em 1985 publicou o livro-entrevista «Relatório sobre a Fé» e, em 1996, «O sal da terra». E, por ocasião do seu septuagésimo aniversário, publicou o livro «Na escola da verdade», onde aparecem ilustrados vários aspectos da sua personalidade e da sua obra por diversos autores.

Recebeu numerosos doutoramentos «honoris causa»: pelo College of St. Thomas em St. Paul (Minnesota, Estados Unidos), em 1984; pela Universidade Católica de Eichstätt, em 1987; pela Universidade Católica de Lima, em 1986; pela Universidade Católica de Lublin, em 1988; pela Universidade de Navarra (Pamplona, Espanha), em 1998; pela Livre Universidade Maria Santíssima Assunta (LUMSA, Roma), em 1999; pela Faculdade de Teologia da Universidade de Wroclaw (Polónia) no ano 2000.

Papa Bento XVI

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Bento XVI
266º Papa
Imagem de Bento XVI
Papa Bento XVI
Nos ergo debemus sublevare huiusmodi, ut cooperatores simus veritatis
Brasão pontifical de Bento XVI
Nome de nascimento: Joseph Alois Ratzinger
Nascimento Marktl am Inn, Alemanha,
16 de Abril de 1927
Eleição 19 de Abril de 2005
Entronização: 24 de Abril de 2005
Fim do
pontificado:

Predecessor: João Paulo II
Sucessor:
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Antipapa:
Listas dos papas: cronológica · alfabética
Papa Bento XVI (em latim Benedictus PP. XVI, em italiano Benedetto XVI), nascido Joseph Alois Ratzinger, (Marktl am Inn, Baviera, 16 de abril de 1927) é o Papa desde o dia 19 de Abril de 2005.[1] Foi eleito como o 266º Papa com a idade de 78 anos e três dias, sendo o actual Sumo Pontífice da Igreja Católica. Foi eleito para suceder ao Papa João Paulo II no conclave de 2005 que terminou no dia 19 de Abril.
Domina pelo menos seis idiomas (alemão, italiano, francês, latim, inglês e castelhano), ademais lê o grego antigo e o hebraico.[2] É membro de várias academias científicas da Europa como a francesa Académie des sciences morales et politiques e recebeu oito doutorados honoríficos de diferentes universidades, entre elas da Universidade de Navarra, é também cidadão honorário das comunidades de Pentling (1987), Marktl (1997), Traunstein (2006) e Ratisbona (2006).
É pianista e tem preferências por Mozart e Bach.[3] É o sexto e talvez o sétimo (segundo a procedência de Estêvão VIII, de quem não se sabe se nasceu em Roma ou na Alemanha) papa alemão desde Vítor II e, nos seus 80 anos, tem a idade máxima para ser cardeal eleitor. Em abril de 2005 foi incluído pela revista Time como sendo uma das 100 pessoas mais influentes do mundo.[4]

















O último papa com este nome foi Bento XV, que esteve no cargo de 1914 a 1922, foi o Papa durante a Primeira Guerra Mundial. Ratzinger é o primeiro Decano do Colégio Cardinalício eleito Papa desde Paulo IV em 1555 e o primeiro cardeal-bispo eleito Papa desde Pio VIII em 1829.

Biografia

Infância e juventude


Casa onde Joseph Ratzinger nasceu em 1927, Marktl am Inn no sudeste da Baviera: Mauthaus.

Joseph Ratzinger nasceu em Marktl am Inn, uma pequena vila na Baviera, às margens do rio Inn, na Alemanha, filho de Joseph, um comissário de polícia (Gendarmeriekommissar) do Reich, um oficial da polícia rural oriundo da Baixa Baviera e adepto de uma corrente bávaro-austríaca de orientação católica.[5] Seu pai, era de religiosidade profunda e um decidido adversário do regime nacional-socialista, as suas idéias políticas firmes chegaram a trazer sérios perigos para a própria família.[5][6] Em 1941, um dos primos de Ratzinger, um menino de catorze anos de idade com Síndrome de Down, foi morto pelo regime Nazi em sua campanha eugênica [7]
A sra. Ratzinger, Maria, falecida em 1963, era de procedência tiroleza, do sul da Alemanha, era tida por boa cozinheira e havia trabalhado em pequenos hotéis. O casamento ocorreu em 1920, os filhos Maria e Georg nasceram em 1921 e 1924, Joseph nascera num Sábado de Aleluia e fora batizado no dia seguinte, domingo da Páscoa. A família não era pobre no sentido literal do termo, mas os pais tiveram de fazer muitas renúncias para que os filhos pudessem estudar.[8] Em 1928 a família mudou-se para Tittmoning, na época um lugarejo de cinco mil habitantes, às margens do rio Salzach na fronteira austríaca.[9] Em 1932 a família mudara-se novamente, agora para Aschau, de novo às margens do Inn, um povoado próspero -já que em Tittmoning Ratzinger-pai havia se mostrado demasiado contrário aos nazistas.[5][9]
Aqueles assumiram o poder em 30 de janeiro de 1933 quando Hindenburg nomeou Hitler chanceler, nos quatro anos em que a família Ratzinger passou em Aschau o novo regime limitou-se a espionar e a ter sob controle os sacerdotes que se lhe mostravam hostis, Ratzinger-pai não só não colaborou com o regime como ajudou e protegeu os sacerdotes que sabia estarem em perigo. Já em 1931 os bispos da Baviera haviam publicado uma instrução dirigida ao clero em que manifestavam a sua oposição às idéias nazistas.[5] A oposição entre a Igreja e o Reich estendia-se ao âmbito escolar: os bispos empreenderam uma dura luta em defesa da escola confessional católica e pela observância da Concordata.[5]

Vocação

Em Aschau começam os primeiros vislumbres da vocação sacerdotal, o jovem Ratzinger se deixa tocar pelos atos litúrgicos do povoado os quais frequenta com piedade, entrementes o avanço do novo sistema político e, com ele, a oposição da Igreja. Em fevereiro de 1937 tem lugar a Kristallnacht em que as juventudes hitleristas apredejam as vitrines das lojas dos judeus. Pouco tempo depois Pio XI promulga a Encíclica Mit brennender Sorge, em que condena as teorias nacional-socialistas. Neste ano seu pai, então sexagenário, aposentou-se e a família mudou-se para Traunstein.[10]
Nos anos de ginásio em Traunstein aprendera o latim que ainda era ensinado com rigor, o que muito lhe valeu como teólogo, pode ler as fontes em latim e grego e, em Roma, durante o Concílio, comenta, foi-lhe possível adaptar-se com rapidez ao latim dos teólogos que lá se falava, embora nunca tivesse ouvido palestras nessa língua. A formação cultural com base na antiguidade greco-latina propiciada naquele ambiente "criava uma atitude espiritual que se opunha às seduções da ideologia totalitária"[11]
Com o Anschluss e a fronteira da Áustria aberta a família pode ir com mais frequência a Salzburgo e em peregrinação a Maria Plain, ali puderam assistir a diversas apresentações musicais: "Foi ali que Mozart entrou até o fundo da minha alma. Não é um simples divertimento: a música de Mozart encerra todo o drama do ser humano", afirma.[12] Pela Páscoa de 1939 ingressa no seminário-menor em Traunstein, por indicação do pároco, para que pudesse iniciar de forma sistemática na vida eclesiástica.

 A Guerra

Com a guerra o seminário é requisitado como hospital militar e o diretor o transfere para uns alojamentos vazios das Damas Inglesas de Sparz. A incorporação na Juventude Hitlerista das crianças alemãs tornou-se oficialmente obrigatória a partir de 1938 até o fim do Terceiro Reich em 1945. Até 1939 nenhum seminarista havia entrado na organização, mas o regime exigiu que a partir de março a afiliação fosse obrigatória. Até outubro a direção do seminário em que estava se negou a inscrever os seus alunos mas logo não pode mais impedir a sua inscrição na organização. Assim sucedeu também com Jospeh Ratzinger, aos 14 anos.[13] Uma testemunha relata (segundo o Frankfurter Allgemeine Zeitung) que os seminaristas eram uma "provocação para os nazis: se lhes considerava suspeitos de estar contra o regime.[14] Em um documento do Ministério da Educação se lê que a incorporação compulsória às Juventudes Hitleristas "não garantia que os seminaristas realmente se haviam incorporado à comunidade nacional-socialista".[15] Quando fez catorze anos em 1941, portanto, Joseph teve de se incorporar à Juventude Hitlerista [16] e, de acordo com o seu biógrafo John Allen, não era um membro entusiasta.[17] Recebeu gratuidade escolar por pertencer a esse grupo, mesmo não participando de seus encontros, graças à amizade com um professor de matemática filiado ao partido Nacional Socialista, que lhe leccionou no seminário. Por causa da mobilização provocada pela guerra os irmãos Ratzinger deixaram o seminário naquele ano de 1941 e retornaram à casa paterna.

Serviço militar

Em 1943, com 16 anos, foi incorporado, pelo alistamento obrigatório, no Exército Nazista Alemão, numa divisão da Wehrmacht encarregada da bateria de defesa antiaérea da fábrica da BMW nos arredores de Munique. Mais tarde, estará em Unterförhrin e Gilching, ao norte do lago Ammer. É dispensado em 10 de setembro de 1944 do serviço na bateria antiaérea de Gilching e poucos dias depois é enviado a um campo de trabalho em Burgenland , na fronteira da Áustria com a Hungria e a Checoslováquia para realizar trabalhos forçados, daí é destinado ao quartel de infantaria em Traustein, de onde desertará pouco tempo depois.[18]
Com a rendição alemã em 8 de maio de 1945 Ratzinger é recolhido preso no campo aliado de concentração de prisioneiros em Bad Aibling, com mais de quarenta mil prisioneiros. É libertado em 19 de junho, apenas dois meses depois de ter completado os dezoito anos, chegou em casa em Traunstein na noite da sexta-feira do Sagrado Coração.[19]

 Vida religiosa e acadêmica

Com o irmão, Georg Ratzinger, Joseph entrou num seminário católico. Em 29 de Junho de 1951, foram ambos ordenados sacerdotes pelo Cardeal Faulhaber, Arcebispo de Munique.

Ratzinger cardeal
O cardeal Ratzinger numa celebração
A partir de 1952 iniciou a sua atividade de professor na Escola Superior de Filosofia e Teologia de Freising lecionando teologia dogmática e fundamental. Em 1953, obteve o doutoramento em teologia com a tese "Povo e Casa de Deus na doutrina da Igreja de Santo Agostinho". Sob a orientação do professor de teologia fundamental Gottlieb Söhngen, obteve a habilitação para a docência apresentando para isto dissertação com título de "A teologia da história em São Boaventura"
Lecionou ainda em Bonn (1959 - 1963); em Münster (1963 - 1966) e em Tubinga (1966 - 1969) onde foi colega de Hans Küng e confirmou uma certa visão tradicionalista como oposição às tendências marxistas dos movimentos estudantis dos anos 1960. A partir de 1969, passou a ser catedrático de dogmática e história do dogma na Universidade de Ratisbona, onde chegou a ser Vice-Reitor.
No Segundo Concílio do Vaticano (19621965), Ratzinger assistiu como peritus (especialista em teologia) do Cardeal Joseph Frings de Colónia. Foi também quem apresentou a proposta da realização da missa em língua local em vez do latim.
Fundou em 1972, junto com os teólogos Hans Urs von Balthasar (1905-1988) e Henri De Lubac (1896-1992), a revista Communio, para dar uma resposta positiva à crise teológica e cultural que despontou após o Segundo Concílio do Vaticano.[20]
Recebeu o título de doutor honoris causa das seguintes instituições: College of St. Thomas em St. Paul (Minnesota, Estados Unidos), em 1984; Universidade Católica de Eichstätt, em 1987; Universidade Católica de Lima, em 1986; Universidade Católica de Lublin, em 1988; Universidade de Navarra (Pamplona, Espanha), em 1998; Livre Universidade Maria Santíssima Assunta (LUMSA, Roma), em 1999 e da Faculdade de Teologia da Universidade de Wroclaw (Polônia) no ano 2000 e era ainda Membro honorário da Pontifícia Academia das Ciências.

Ascensão a bispo e cardeal

O Palais Holnstein, residência do Cardeal Ratzinger enquanto era Arcebispo de Munique e Freising.
Ratzinger foi nomeado Arcebispo de Munique e Freising em 25 de março de 1977, pelo Papa Paulo VI, e elevado a Cardeal no consistório de 27 de junho de 1977 com o título presbiteral de "Santa Maria da Consolação no Tiburtino".
Em 1981, foi apontado como prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé pelo Papa João Paulo II, cargo que manteve até ao falecimento do seu predecessor. Foi designado cardeal-bispo da Sé Episcopal de Velletri-Segni em 1993, e tornou-se Decano do Colégio Cardinalício em 2002, tornando-se o bispo titular de Ostia. Participou do Conclave de agosto de 1978 que elegeu o Papa João Paulo I e do Conclave de outubro deste mesmo ano que resultou na eleição de João Paulo II.
Era um velho amigo de João Paulo II, compartilhava das posições ortodoxas do Papa e foi um dos mais influentes integrantes da Cúria Romana. A sua posição como prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé, cargo que exerceu durante vinte e três anos, o colocava como um dos mais importantes defensores da ortodoxia católica. O ex-frade Leonardo Boff, brasileiro, um dos expoentes da Teologia da Libertação, teve voto de silêncio imposto por Ratzinger em 1985 devido às suas posições políticas marxistas.

Eleição

Aos 78 anos, o Cardeal Joseph Ratzinger é eleito papa pelo colégio de cardeais. O conclave findo em 19 de abril de 2005 foi um dos mais rápidos da história, tendo apenas quatro votações e duração de apenas 22 horas. No dia 24 de abril do mesmo ano tomou posse em cerimônia na Basílica de São Pedro em Roma.[21]
A fumaça branca saiu da chaminé da Capela Sistina às 17h50 daquele 19 de Abril (hora do Vaticano). O nome do cardeal alemão foi anunciado cerca das 18h40 locais, da varanda da Basílica de São Pedro, onde o novo Papa surgiu minutos depois usando o solidéu branco, aclamado por milhares de pessoas que preenchiam a Praça de São Pedro, o coração do Vaticano.

O anúncio (Habemus Papam)

Annuntio vobis gaudium magnum; habemus Papam: Anuncio-vos com grande alegria; já temos o Papa:
Eminentissimum ac Reverendissimum Dominum, O Eminentíssimo e Reverendíssimo Senhor
Dominum Josephum D. José
Sanctæ Romanæ Ecclesiæ Cardinalem Ratzinger Cardeal da Santa Igreja Romana, Ratzinger
qui sibi nomen imposuit Benedicti Decimi Sexti. Que adotou o nome de Bento XVI.

 Primeira declaração

Em resposta a esse anúncio, sua primeira declaração ao público, depois de eleito Papa, segue:
"Queridos irmãos e irmãs:
Depois do grande Papa João Paulo II, os senhores cardeais elegeram a mim, um simples humilde trabalhador na vinha do Senhor. Consola-me o facto de que o Senhor sabe trabalhar e actuar com instrumentos insuficientes e, sobretudo, confio nas vossas orações. Na alegria do Senhor ressuscitado, confiados em sua ajuda permanente, sigamos adiante. O Senhor nos ajudará. Maria, sua santíssima Mãe, está do nosso lado. Obrigado."

 O nome "Bento"

Primeira bênção de Natal de Bento XVI, 25 de dezembro de 2005
A escolha do nome Bento é uma provável homenagem ao último papa que adoptou o nome Bento, que foi o italiano Giacomo della Chiesa, entre 1914 e 1922. Conhecido como o "Papa da paz", Bento XV tentou, sem sucesso, negociar a paz durante a Primeira Guerra Mundial. O seu pontificado foi marcado por uma reforma administrativa da igreja, possuindo um caráter de abertura e de diálogo. Além disso, Bento XVI sempre foi muito ligado espiritualmente ao mosteiro da beneditino de Schotten, perto de Ratisbona, na Baviera.
Alguns analistas, como dom Antônio Celso de Queirós, vice-presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), relacionaram a adoção do nome Bento com a atuação de São Bento de Núrsia (480-547), fundador da Ordem Beneditina e padroeiro da Europa, o que o próprio papa confirmou após a publicação das explicações sobre seu brasão. Após as invasões bárbaras, os mosteiros de São Bento foram responsáveis pela manutenção da cultura latina e grega e pela evangelização da Europa. A escolha do nome deste Santo representaria, portanto, que uma das prioridades do papado de Bento XVI será a "recristianização da Europa".

Brasão e lema

"O escudo adoptado pelo Papa Bento XVI tem uma composição muito simples: tem a forma de cálice, que é a mais usada na heráldica eclesiástica (outra forma é a cabeça de cavalo, que foi adotada por Paulo VI). No seu interior, variando a composição em relação ao escudo cardinalício, o escudo do Papa Bento XVI tornou-se: vermelho, com ornamentos dourados. De fato, o campo principal, que é vermelho, tem dois relevos laterais nos ângulos superiores em forma de "capa", que são de ouro. A "capa" é um símbolo de religião. Ela indica um ideal inspirado na espiritualidade monástica, e mais tipicamente na beneditina." (Da explicação do brasão pela Santa Sé)[22]
Visita ao campo de Auschwitz-Birkenau, acompanhado do presidente Lech Kaczyński da Polônia.

Expectativas como Papa

O grande mote de Joseph Cardeal Ratzinger, nos dias que antecederam o conclave, foi a questão do secularismo e do relativismo. Acreditava-se que o papa Bento XVI seria um grande defensor dos valores absolutos, da doutrina e do dogma da Igreja. "A pequena barca com o pensamento dos cristãos sofreu, não pouco, pela agitação das ondas, arrastada de um extremo ao outro: do marxismo ao liberalismo até a libertinagem, do coletivismo ao individualismo mais radical, do ateísmo a um vago misticismo, do agnosticismo ao sincretismo",[23] afirmou durante a missa de abertura do conclave que viria elegê-lo. Acreditava-se também, devido ao nome escolhido (São Bento é padroeiro da Europa), que Bento XVI voltar-se-ia para esse continente que, segundo ele, vem caindo no secularismo (abandono dos valores religiosos e redução de tudo ao espectro político de direita e esquerda).
Para Daniel Johnson[6], poder-se-ia esperar uma cruzada rigorosa contra a eugenia e a eutanásia, graças a convivência do papa com as mazelas do nazismo, mas que haveria uma abertura ao ecumenismo, principalmente em relação às igrejas ortodoxas e protestantes. Também dizia que o papa deveria entusiasmar os fiéis com suas interpretações da teologia, animando, por exemplo, os jovens com a Teologia do Corpo, que vê a sexualidade como uma emanação do amor divino.

[Pensamento teológico

Bento XVI numa audiência privada (20 de janeiro de 2006)
Considerando toda a sua obra literária, as suas atitudes como sacerdote e bispo ao longo da sua vida religiosa, e ainda do que se verifica dos anos passados à frente da Sagrada Congregação para a Doutrina da Fé, Ratzinger possui um pensamento católico ortodoxo que, para muitos de seus críticos, é tido como sendo conservador. Bento XVI tem adotado, no seu Pontificado, propostas semelhantes às do seu predecessor relativos à moral e ao dogma católico.
Na década de 1990 o Cardeal Ratzinger participou da elaboração de documento sobre a concepção humana como sendo o momento da animação. A partir da união do óvulo com o espermatozóide temos uma vida humana perante Deus. Assim, é impossível que a Santa Sé mude sua posição diante das pesquisas com células estaminais (células-tronco) embrionárias ou diante do aborto. Na verdade esperava-se que o Papa reafirmasse o Magistério constante da Igreja sobre estes e outros temas da atualidade relacionados com a Moral, a Ética e a Doutrina Social da Igreja, o que de fato ocorreu.

Atentados e incidentes de segurança

Em 2007, um alemão conseguiu saltar sobre uma barricada na Praça de São Pedro quando o veículo do Papa estava a passar durante uma audiência geral.[30]
Durante a missa de Natal de 2009, uma mulher, identificada como Susanna Maiolo, 28 anos[31] ultrapassou as barreiras de segurança no início do corredor central da Basílica de São Pedro, em Roma e puxou o Papa que acabou por cair.[32] A mesma mulher, que sofre de distúrbios mentais teria tentando o mesmo em 2008, mas foi impedida pela segurança do papa. Ela também acabou por derrubar o Cardeal Roger Echegaray, que quebrou o fêmur e foi levado ao hospital para realização de exames.[33]

] Ordenações episcopais

O Cardeal Joseph Ratzinger foi o principal sagrante dos seguintes arcebispos e bispos:

 Antes do pontificado

 Durante o pontificado

2007
2009
  • Arcebispo Gabriele Giordano Caccia
  • Arcebispo Franco Coppola
  • Arcebispo Pietro Parolin
  • Bispo Raffaello Martinelli
  • Bispo Giorgio Corbellini

Viagens

Bento XVI em frente a imagem de Frei Galvão durante sua visita de canonização do Frei no Brasil.
O Papa mantém um ritmo de viagens apostólicas surpreendente para a sua idade e, com isto, tem superado as expectativas do início de seu pontificado. Justamente por causa da sua idade e pelo seu estilo pessoal mais reservado e comedido quando comparado com seu antecessor João Paulo II os mass media consideravam que este seria um papa que ficaria mais restrito ao âmbito do Vaticano e da Cúria Romana o que acabou não se verificando.

 Visita ao Brasil

A visita de Bento XVI ao Brasil começou em 9 de maio de 2007 e se encerrou no dia 13. Seu objetivo principal foi dar início à Quinta Conferência Geral do Episcopado Latino-americano e Caribenho que ocorreu de 13 a 31 de maio de 2007, no Santuário de Aparecida no Vale do Paraíba, estado de São Paulo. Além disso, foi também nessa ocasião que se deu a canonização de São Frei Galvão, o primeiro santo brasileiro, em cerimônia realizada no dia 11 de maio de 2007, em São Paulo.

O Papa Bento XVI durante missa na Basílica de Nossa Senhora Aparecida, Brasil.

 Visita a Portugal

Bento XVI irá visitar Portugal para presidir às celebrações do Santuário de Nossa Senhora de Fátima, entre os dias 12 e 13 de maio de 2010. O convite foi feito pelo Presidente da República, Aníbal Cavaco Silva, pelo bispo de Leiria-Fátima, Dom António Marto, e pela Conferência Episcopal Portuguesa.[34][35] O Papa chega a Lisboa no dia 11 de maio, onde será recebido pelo Presidente da República, e será celebrada uma missa na Praça do Comércio. No dia 12 de maio parte para Fátima, onde irá presidir às celebrações em honra de Nossa Senhora de Fátima, com a celebração da homilia pelo Papa no dia 13. Já no dia 14, o Papa parte para o Porto, onde presidirá a uma Santa Missa na Avenida dos Aliados, terminando assim a sua visita oficial. Ao longo da visita, o Papa fará vários discursos, e irá se encontrar com várias personalidades portuguesas e membros da Igreja.[36]

Documentos pontifícios

Desde a sua posse como Papa, Bento XVI tem feito inúmeros pronunciamento. Entre os principais documentos escritos que tem publicado no exercício das funções de Sumo Pontífice estão as encíclicas Deus Caritas Est, Spe salvi e Caritas in Veritate.

 Obras publicadas

As publicações de Ratzinger alcançam os 600 títulos, alguns de seus estudos não foram publicados abertamente, mas dirigidos a certos públicos, comissões e documentos eclesiásticos, algumas de suas obras atingiram recordes de venda após a sua eleição como papa.[37][38]

 Curiosidades

O carro do papa
  • O carro do papa, um Volkswagen Golf, foi vendido no eBay por 188.938,88 euros.
  • Depois de João XXIII Bento XVI foi o primeiro papa a voltar a usar o camauro.[39]
  • O uso frequente dos múleos pelo papa tem chamado a atenção da imprensa.[40]
  • Segundo uma nota da Prefeitura da Casa Pontifícia, durante o ano de 2007 Bento XVI atendeu a 44 audiências gerais em Roma nas quais estiveram presentes um total de 624.100 pessoas.[41]
  • Bento XVI é o primeiro papa a possuir um iPod.[2]
  • O Papa Bento XVI é o primeiro pontífice que visita um museu judaico, assim como o Museu Judaico de Roma é o primeiro museu judaico a ser visitado por um Papa.[42]

 

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