05.04.2012
QUINTA-FEIRA SANTA:
---------------------- celebramos
o mistério da Instituição da
Eucaristia
e a Instituição do Ministério Sacerdotal.Eucaristia
Iniciamos o TRÍDUO PASCAL
com a
QUINTA-FEIRA SANTA
com a
QUINTA-FEIRA SANTA
O que vem a ser "O Tríduo Pascal?"
Artigo publicado originalmente em
O Encontro, boletim informativo da
paróquia Coração Imaculado de Maria,
edição nº 21, de abril de 2006
por diácono Francisco Gonçalves
O Encontro, boletim informativo da
paróquia Coração Imaculado de Maria,
edição nº 21, de abril de 2006
por diácono Francisco Gonçalves
Para
que seja plenamente entendido o significado do Tríduo Pascal, torna-se
fundamental entender o sentido que existe no conceito de “tempo”. O que
significa o tempo? Explicá-lo é sempre dificultoso, já o dizia Santo
Agostinho: “Se ninguém me pergunta sei o que é, mas se eu quiser
explicar não sei o que é”. Na verdade, existe um tempo cósmico, que é o
tempo que existe e passa, e nele ocorre o desenvolvimento da história
humana. Diferentemente, existe o tempo sagrado, que pode ser recuperado
pela pessoa humana e ser celebrado para agradecer e louvar a divindade.
Ora, Cristo entra no tempo e condiciona a história. Para a Igreja, a
história é o lugar da revelação divina. Deus se mostra e se desvela no
tempo.
Os
cristãos criaram seu tempo sagrado ao organizarem seu ano litúrgico,
começando pela organização de sua semana. Como no primeiro dia da semana
Deus iniciou a criação fazendo a distinção entre a luz e as trevas, com
Jesus Cristo ressuscitado surge a nova criação. Ele vence as trevas com
a luz da sua ressurreição. Por isso, na Igreja primitiva, os cristãos
se reuniam e celebravam a Páscoa de Jesus Cristo, não mais no sábado,
mas no domingo (Dia do Senhor). Assim, cada domingo era evento pascal.
Um dia de domingo anual era a festa maior de Páscoa. Cessando as
perseguições dos romanos aos cristãos, no século IV, a Igreja, com mais
liberdade, foi ampliando a celebração do mistério pascal para mais dias.
Aos poucos foram surgindo: o Tríduo Pascal, o Tempo Pascal, a Oitava de
Páscoa, a festa da Ascensão e de Pentecostes, a Quaresma e o Domingo de
Ramos.
Tríduo Pascal
São
os três dias mais importantes de todo o nosso calendário litúrgico,
sendo o ponto culminante a Vigília Pascal. O tríduo se inicia com a
celebração da Quinta-feira Santa e termina com as vésperas do Domingo da
Ressurreição.
Quinta-feira Santa da Ceia do Senhor.
Nesta celebração, somos convidados a celebrar a Nova Aliança selada com
o Corpo e o Sangue do próprio Cristo. O gesto do lava-pés mostra Jesus
como aquele que veio para servir e ao mesmo tempo nos convoca ao serviço
do Reino.
Sexta-feira Santa da Paixão do Senhor. Nesta celebração, somos convidados a compreender e a viver mais profundamente o mistério da cruz.
Sábado Santo. É o dia da oração silenciosa. Recordamos a morte e o sepultamento de Cristo.
Vigília Pascal e Domingo da Ressurreição.
É a festa da Vida Nova: a Liturgia do Fogo e da Luz, em que o Círio
Pascal é aceso com o fogo novo e representa o Cristo Ressuscitado que,
com sua luz, vence a escuridão; a Liturgia da Água e do Batismo, quando
toda a assembléia é convidada a renovar as promessas batismais e a
professar solenemente a fé; e a Liturgia Eucarística.
Comentário: -QUINTA-FEIRA SANTA
Celebração do dia: Lava-pés e Missa da Ceia do Senhor (horário: ao entardecer)
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Segundo o Missal Romano, “o tríduo
pascal começa com a Missa vespertina da Ceia do Senhor, possui seu
centro na Vigília Pascal e encerra-se com as vésperas do domingo da
Ressurreição” (N. 19). Deste modo, celebramos, de quinta para
sexta-feira, a Paixão; de sexta-feira para sábado, a “Morte”; e de
sábado para domingo, a “Ressurreição”.
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Hoje, Quinta-feira Santa, na celebração da Última Ceia, Jesus revelou o Seu amor em plenitude lavando os pés dos discípulos e repartindo com eles o pão. O amor torna-se presente nas mãos que lavam os pés e no pão que é repartido.
Semana Santa
A SEMANA DO AMOR
INCONDICIONAL
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A semana Santa
é o ponto alto
é o ponto alto
do Ano Litúrgico.
Vamos vivê-la com intensidade!!!
A liturgia de Quinta-Feira Santa é riquíssima de
conteúdo. É o grande dia da instituição da Sagrada Eucaristia, dom do Céu para
os homens; o dia da instituição do sacerdócio, nova prenda divina que assegura
a presença real e atual do Sacrifício do Calvário em todos os tempos e lugares,
tornando possível que nos apropriemos dos seus frutos.
Aproximava-se o momento em que Jesus ia oferecer a
sua vida pelos homens. Tão grande era o seu amor, que na sua Sabedoria infinita
encontrou o modo de ir e de ficar, ao mesmo tempo. São Josemaria, ao considerar
o comportamento dos que se vêem obrigados a deixar a sua família e a sua casa,
para procurar emprego em outro lugar, comenta que o amor humano costuma
recorrer aos símbolos. As pessoas que se despedem trocam lembranças entre si,
talvez uma fotografia… Jesus Cristo, perfeito Deus e perfeito Homem, não deixa
um símbolo, mas uma realidade. Fica Ele mesmo. Embora vá para o Pai, permanece
entre os homens. Sob as espécies do pão e do vinho está Ele, realmente
presente, com o seu Corpo, o seu Sangue, a sua Alma e a sua Divindade.
Como responderemos a esse amor imenso? Assistindo
com fé e devoção à Santa Missa, memorial vivo e atual do Sacrifício do
Calvário. Preparando-nos muito bem para comungar, com a alma bem limpa.
Visitando Jesus com freqüência, escondido no Sacrário.
A primeira leitura da Missa, recorda o que Deus
estabeleceu no Antigo Testamento, para que o povo israelita não se esquecesse
dos benefícios recebidos. Desce a muitos detalhes: desde como devia ser o
cordeiro pascoal, até aos pormenores que tinham de cuidar para recordar a
passagem do Senhor. Se isso se prescrevia para comemorar alguns acontecimentos
históricos, que eram só uma imagem da libertação do pecado realizada por Jesus
Cristo, como deveríamos comportar-nos agora, quando verdadeiramente fomos
resgatados da escravidão do pecado e feitos filhos de Deus!
Esta é a razão por que a Igreja nos inculca um
grande esmero em tudo o que se refere à Eucaristia. Assistimos ao Santo
Sacrifício todos os domingos e festas de guarda, sabendo que estamos
participando numa ação divina?
São João relata que Jesus lavou os pés dos
discípulos, antes da Última Ceia. Temos de estar limpos, na alma e no corpo, e
aproximarmos para recebê-lo com dignidade. Para isso nos deixou o Sacramento da
Penitência.
Comemoramos também a instituição do sacerdócio. É
um bom momento para rezar pelo Papa, pelos Bispos, pelos sacerdotes, e para
rogar que haja muitas vocações no mundo inteiro. Pediremos melhor na medida em
que tenhamos mais diálogo com esse Jesus, que instituiu a Eucaristia e o
Sacerdócio. Vamos dizer, com total sinceridade, o que repetia São Josemaria:
Senhor, põe no meu coração o amor com que queres que eu te ame.
Na cena de hoje Nossa Senhora não aparece
fisicamente, ainda que estivesse em Jerusalém naqueles dias: encontrá-la-emos
amanhã ao pé da Cruz. Mas já hoje, com a sua presença discreta e silenciosa,
acompanha muito de perto o seu Filho, em profunda união de oração, de
sacrifício e de entrega. João Paulo II assinala que, depois da Ascensão do
Senhor ao Céu, participaria assiduamente nas celebrações eucarísticas dos
primeiros cristãos. E acrescenta o Papa: aquele corpo, entregue em sacrifício e
presente agora nas espécies sacramentais, era o mesmo corpo concebido no seu
ventre! Receber a Eucaristia devia significar para Maria quase acolher de novo
no seu ventre aquele coração que batera em uníssono com o d'Ela (Ecclesia de
Eucharistia, 56).
Também agora Nossa Senhora acompanha Cristo em
todos os sacrários da terra. Peçamos-lhe que nos ensine a ser almas de
Eucaristia, homens e mulheres de fé segura e de piedade forte, que se esforçam
por não deixar Jesus só. Que saibamos adorá-lo, pedir-lhe perdão, agradecer os
seus benefícios, fazer-lhe companhia.
LITURGIA DIÁRIA
Quinta-feira Santa
Ceia do Senhor
Na Quinta-feira santa, celebramos o mistério da Instituição da Eucaristia. Jesus quis celebrar a Páscoa com seus discípulos. A Páscoa dos Judeus fazia memória da libertação da escravidão do Egito. Além de ser acompanhada de salmos e orações próprias para a ocasião, a celebração previa como alimento um cordeiro, pão sem fermento, ervas amargas, e como bebida, algumas taças de vinho.
- Liturgia da Palavra
- Lava -pés
- Liturgia Eucarística
- Transladação do Santíssimo Sacramento
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Quinta-feira Santa
Ceia do Senhor
Comentário Inicial desta Celebração.
A novidade é que Jesus dá um novo sentido para o pão e o vinho. Com efeito, ele toma o pão, e diz aos discípulos: "Isto é o meu corpo que será entregue por vós, e depois o parte e reparte entre os discípulos. Em seguida toma uma taça de vinho e diz: "Isto é o meu sangue, sangue da nova aliança, derramado por vós para remissão dos pecados." Portanto, a novidade que Jesus introduz na última ceia é que o pão e o vinho se tornam seu corpo e sangue. E isso será para sempre: "todas as vezes que fizerem isso, façam em memória de mim". Isto significa que, doravante, celebrar a ceia do Senhor é fazer memória, isto é,tornar presente a sua doação, a sua entrega em favor da humanidade.
O que Jesus celebra de modo ritual na última ceia acontece na realidade sobre a cruz. Ou seja, realmente Jesus derrama seu sangue por nós. Morre por nós.
A Instituição da Eucaristia não é um fato isolado, limitado apenas às quatro paredes do Cenáculo e ao grupo dos apóstolos; deverá perpetuar-se a todas as gerações. "Todas as vezes que comerdes deste pão e beberdes deste cálice, proclamais a morte do Senhor". Aqui nasce a Instituição do Sacerdócio ministerial.
Os sacerdotes, conforme a constituição dogmática sobre a Igreja, "exercem seu ministério sagrado principalmente no culto ou assembleia eucarística, onde, agindo na pessoa de Cristo e proclamando seu mistério, juntam as orações dos fiéis ao Sacrifício de Cristo, sua cabeça e, no sacrifício da missa, renovam e aplicam, até a vinda do Senhor, o único sacrifício do Novo Testamento, no qual Cristo, uma vez por todas, se ofereceu ao Pai como hóstia imaculada". Por isso se diz que hoje é também o dia do sacerdote.
A Celebração de hoje constitui-se de quatro momentos fundamentais.
- Lava -pés
- Liturgia Eucarística
- Transladação do Santíssimo Sacramento
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Primeira leitura (Êxodo 12,1-8.11-14)
Leitura do Livro do Êxodo:
Naqueles dias: 1O Senhor disse a Moisés e a Aarão no Egito: 2”Este mês será para vós o começo dos meses; será o primeiro mês do ano. 3Falai a toda a comunidade dos filhos de Israel, dizendo: ‘No décimo dia deste mês, cada um tome um cordeiro por família, um cordeiro para cada casa.
4Se a família não for bastante numerosa para comer um cordeiro, convidará também o vizinho mais próximo, de acordo com o número de pessoas. Deveis calcular o número de comensais, conforme o tamanho do cordeiro.
5O cordeiro será sem defeito, macho, de um ano. Podereis escolher tanto um cordeiro, como um cabrito: 6e devereis guardá-lo preso até ao dia catorze deste mês. Então toda a comunidade de Israel reunida o imolará ao cair da tarde.
7Tomareis um pouco do seu sangue e untareis os marcos e a travessa da porta, nas casas em que o comerem. 8Comereis a carne nessa mesma noite, assada ao fogo, com pães ázimos e ervas amargas.
11Assim devereis comê-lo: com os rins cingidos, sandálias nos pés e cajado na mão. E comereis às pressas, pois é a Páscoa, isto é, a ‘Passagem’ do Senhor!
12E naquela noite passarei pela terra do Egito e ferirei na terra do Egito todos os primogênitos, desde os homens até os animais; e infligirei castigos contra todos os deuses do Egito, eu, o Senhor.
13O sangue servirá de sinal nas casas onde estiverdes. Ao ver o sangue, passarei adiante, e não vos atingirá a praga exterminadora, quando eu ferir a terra do Egito.
14Este dia será para vós uma festa memorável em honra do Senhor, que haveis de celebrar por todas as gerações, como instituição perpétua.
- Palavra do Senhor.
- Graças a Deus.
Naqueles dias: 1O Senhor disse a Moisés e a Aarão no Egito: 2”Este mês será para vós o começo dos meses; será o primeiro mês do ano. 3Falai a toda a comunidade dos filhos de Israel, dizendo: ‘No décimo dia deste mês, cada um tome um cordeiro por família, um cordeiro para cada casa.
4Se a família não for bastante numerosa para comer um cordeiro, convidará também o vizinho mais próximo, de acordo com o número de pessoas. Deveis calcular o número de comensais, conforme o tamanho do cordeiro.
5O cordeiro será sem defeito, macho, de um ano. Podereis escolher tanto um cordeiro, como um cabrito: 6e devereis guardá-lo preso até ao dia catorze deste mês. Então toda a comunidade de Israel reunida o imolará ao cair da tarde.
7Tomareis um pouco do seu sangue e untareis os marcos e a travessa da porta, nas casas em que o comerem. 8Comereis a carne nessa mesma noite, assada ao fogo, com pães ázimos e ervas amargas.
11Assim devereis comê-lo: com os rins cingidos, sandálias nos pés e cajado na mão. E comereis às pressas, pois é a Páscoa, isto é, a ‘Passagem’ do Senhor!
12E naquela noite passarei pela terra do Egito e ferirei na terra do Egito todos os primogênitos, desde os homens até os animais; e infligirei castigos contra todos os deuses do Egito, eu, o Senhor.
13O sangue servirá de sinal nas casas onde estiverdes. Ao ver o sangue, passarei adiante, e não vos atingirá a praga exterminadora, quando eu ferir a terra do Egito.
14Este dia será para vós uma festa memorável em honra do Senhor, que haveis de celebrar por todas as gerações, como instituição perpétua.
- Palavra do Senhor.
- Graças a Deus.
Salmo (Salmos 115)
Ceia do Senhor
— O cálice por nós abençoado/ é a nossa comunhão com o sangue do Senhor.
— O cálice por nós abençoado/ é a nossa comunhão com o sangue do Senhor.
— Que poderei retribuir ao Senhor Deus/ por tudo aquilo que ele fez em
meu favor?/ Elevo o cálice da minha salvação,/ invocando o nome santo do
Senhor.
— É sentida por demais pelo Senhor/ a morte de seus santos, seus
amigos./ Eis que sou o vosso servo, ó Senhor,/ mas me quebrastes os
grilhões da escravidão!
— Por isso oferto um sacrifício de louvor,/ invocando o nome santo do
Senhor./ Vou cumprir minhas promessas ao Senhor/ na presença de seu povo
reunido.
Segunda leitura (1º Coríntios 11,23-26)
Ceia do Senhor
Leitura da Primeira Carta de São Paulo aos Coríntios:
Irmãos: 23O que eu recebi do Senhor, foi isso que eu vos transmiti: Na noite em que foi entregue, o Senhor Jesus tomou o pão 24e, depois de dar graças, partiu-o e disse: “Isto é o meu corpo que é dado por vós. Fazei isto em minha memória”.
25Do mesmo modo, depois da ceia, tomou também o cálice e disse: “Este cálice é a nova aliança, em meu sangue. Todas as vezes que dele beberdes, fazei isto em minha memória”.
26Todas as vezes, de fato, que comerdes deste pão e beberdes deste cálice, estareis proclamando a morte do Senhor, até que ele venha.
- Palavra do Senhor.
- Graças a Deus.
Irmãos: 23O que eu recebi do Senhor, foi isso que eu vos transmiti: Na noite em que foi entregue, o Senhor Jesus tomou o pão 24e, depois de dar graças, partiu-o e disse: “Isto é o meu corpo que é dado por vós. Fazei isto em minha memória”.
25Do mesmo modo, depois da ceia, tomou também o cálice e disse: “Este cálice é a nova aliança, em meu sangue. Todas as vezes que dele beberdes, fazei isto em minha memória”.
26Todas as vezes, de fato, que comerdes deste pão e beberdes deste cálice, estareis proclamando a morte do Senhor, até que ele venha.
- Palavra do Senhor.
- Graças a Deus.
Evangelho (João 13,1-15)
— O Senhor esteja convosco!
— Ele está no meio de nós.
— PROCLAMAÇÃO do Evangelho de Jesus Cristo, + escrito por João.
— Glória a vós, Senhor!
1Era antes da festa da Páscoa. Jesus sabia que tinha chegado a
sua hora de passar deste mundo para o Pai; tendo amado os seus que
estavam no mundo, amou-os até o fim.
2Estavam tomando a ceia. O diabo já tinha posto no coração de Judas, filho de Simão Iscariotes, o propósito de entregar Jesus.
3Jesus, sabendo que o Pai tinha colocado tudo em suas mãos e que de Deus tinha saído e para Deus voltava, 4levantou-se da mesa, tirou o manto, pegou uma toalha e amarrou-a na cintura. 5Derramou água numa bacia e começou a lavar os pés dos discípulos, enxugando-os com a toalha com que estava cingido.
6Chegou a vez de Simão Pedro. Pedro disse: “Senhor, tu me lavas os pés?” 7Respondeu Jesus: “Agora, não entendes o que estou fazendo; mais tarde compreenderás”.
8Disse-lhe Pedro: “Tu nunca me lavarás os pés!”
Mas Jesus respondeu: “Se eu não te lavar, não terás parte comigo”.
9Simão Pedro disse: “Senhor, então lava não somente os meus pés, mas também as mãos e a cabeça”.
10Jesus respondeu: “Quem já se banhou não precisa lavar senão
os pés, porque já está todo limpo. Também vós estais limpos, mas não
todos”.
11Jesus sabia quem o ia entregar; por isso disse: “Nem todos estais limpos”.
12Depois de ter lavado os pés dos discípulos, Jesus vestiu o
manto e sentou-se de novo. E disse aos discípulos: “Compreendeis o que
acabo de fazer? 13Vós me chamais Mestre e Senhor, e dizeis bem, pois eu o sou. 14Portanto, se eu, o Senhor e Mestre, vos lavei os pés, também vós deveis lavar os pés uns dos outros. 15Dei-vos o exemplo, para que façais a mesma coisa que eu fiz.
Palavra da Salvação.
- Glória a Vós, Senhor!
Explicação do Evangelho
Jesus nos ensina uma lição de serviço, humildade e amor
A Páscoa é o centro da vida e
da fé dos cristãos. Trata-se da passagem da morte para a vida, da
ausência para a presença do amor em plenitude.
Para nós cristãos, a celebração da
Páscoa constitui-se num tríduo celebrativo, isto é, a Páscoa “celebrada
em três dias” e fundamentada na unidade do mistério pascal de Jesus
Cristo, que compreende Sua Paixão, Morte e Ressurreição.
Segundo o Missal Romano, “o tríduo
pascal começa com a Missa vespertina da Ceia do Senhor, possui seu
centro na Vigília Pascal e encerra-se com as vésperas do domingo da
Ressurreição” (N. 19). Deste modo, celebramos, de quinta para
sexta-feira, a Paixão; de sexta-feira para sábado, a “Morte”; e de
sábado para domingo, a “Ressurreição”.
Hoje, Quinta-feira Santa, na celebração
da Última Ceia, Jesus revelou o Seu amor em plenitude lavando os pés dos
discípulos e repartindo com eles o pão. O amor torna-se presente nas
mãos que lavam os pés e no pão que é repartido.
Estamos diante de um Jesus que manifesta
um gesto de serviço e profunda humildade,mas, sobretudo, um gesto de
verdadeiro amor: “Jesus sabia que tinha chegado a sua hora de passar
deste mundo para o Pai; tendo amado os seus que estavam no mundo,
amou-os até o fim” (João 13,1).
As mãos simbolizam a ação, o dinamismo.
Por meio delas recebemos e doamos. João afirma, no Evangelho, que Jesus
é consciente de que o Pai entregou, em Suas mãos, o verdadeiro amor e,
antes de voltar a Ele, precisa doar, com Suas próprias mãos, esse amor
aos Seus discípulos: “…sabendo que o Pai havia posto tudo em suas
mãos, que tinha saído de Deus e voltava a Deus, se levanta da mesa,
tira o manto e, tomando uma toalha, cinge-a. A seguir, põe água numa
bacia e começa a lavar os pés dos discípulos e a secá-los com a toalha
que tinha cingido” (Jo 13,3-5).
Analisando o contexto histórico,
constatamos que oferecer ao hóspede água para lavar os pés da poeira do
caminho era um gesto de cortesia muito comum. Normalmente, esse gesto
era feito por um servo ou por um discípulo dedicado ao seu mestre.
Jesus inverte os papéis e surpreende a todos. O Mestre torna-se servo. A
lição de serviço, humildade e amor é testemunhada.
Em primeiro lugar, devemos sentir esse
amor pleno que nos é doado pelas mãos de Jesus. Mãos que lavam,
acariciam e enxugam, com ternura, os pés de cada um dos discípulos, de
cada um de nós. Em segundo lugar, a ação de Cristo quer ensinar aos
discípulos, e também a nós, que é preciso fazer o mesmo: “Depois de
lhes ter lavado os pés, pôs o manto, reclinou-se e lhes disse:
‘Entendeis o que vos fiz? Vós me chamais mestre e senhor, e dizeis bem.
Portanto, se eu, que sou mestre e senhor, vos lavei os pés, também vós
deveis lavar os pés uns dos outros. Eu vos dei o exemplo, para que
façais o que eu fiz’” (Jo 13,12-15).
A atitude de serviço, humildade e
expressão de amor, simbolizada no lava-pés, foi uma preparação para
celebrar, com mais dignidade, a ceia, conforme disse o próprio Jesus a
Pedro: “Se não te lavar, não terás parte comigo”.
Celebrando a ceia com Seus amigos, Jesus
inaugura a “Nova Páscoa”, isto é, dá um novo sentido a ela, pois, em
seu contexto histórico, era a maior festa do ano para os judeus.
Mantendo seu ritual como no Antigo Testamento (Êxodos 12), Israel
celebrava a Páscoa para lembrar-se da “antiga libertação do Egito” e
atualizar “os benefícios de Deus” para com os Seus filhos.
Na Carta aos Coríntios, Paulo transmite o novo e definitivo sentido da Páscoa. Afirma o apóstolo: “O Senhor, na noite em que era entregue, tomou o pão, dando graças o partiu, e disse: ‘Isto é o meu corpo que se entrega por vós. Fazei isto em memória de mim”’ (ICor 11,23-24).
No pão repartido, Jesus entrega Seu
corpo aos discípulos. Trata-se de uma doação total. No pão está
presente o amor em plenitude. Este amor que se doa provoca
transformação. Agora não é apenas uma transformação social, mas uma
libertação do pecado, resgate para uma vida nova.
Quando repartimos o pão na celebração da
Eucaristia, devemos sentir o amor de Jesus que se doa em plenitude.
Amor que alimenta e revigora a nossa vida, amor que nos compromete com
os irmãos e irmãs, que nos faz ser fiéis à vontade do Pai.
Jesus pede aos discípulos: “Fazei isto em memória de mim”
(ICor 11,24b.25b). O pedido de Jesus aos discípulos estende-se também a
todos nós. Portanto, hoje, celebramos o amor presente no pão que se
reparte e nos comprometemos em vivê-lo plenamente.
A liturgia da Quinta-feira Santa é um
convite para nos aprofundarmos, concretamente, no mistério da Paixão de
Cristo, já que quem deseja segui-Lo deve sentar-se à Sua mesa e, com o
máximo recolhimento, ser espectador de tudo o que aconteceu na noite
em que iam entregá-Lo. E, por outro lado, o mesmo Senhor Jesus nos dá
um testemunho maduro da vocação ao serviço, ao qual somos chamados,
quando Ele mesmo decide lavar os pés dos Seus discípulos.
A Santa Missa é, então, a celebração da Ceia do Senhor, na qual Jesus – num dia como hoje, véspera de Sua Paixão – “enquanto ceiava com seus discípulos, tomou o pão…” . Ele quis que, como em Sua Última Ceia, nos reuníssemos e recordássemos da bênção dEle ao pão e ao vinho: “Fazei isto em memória de mim” .
Assim, podemos afirmar que a Eucaristia é
o memorial, não tanto da Última Ceia, mas da Morte, Paixão e
Ressurreição de Jesus Cristo, nosso Senhor.
Poderíamos dizer que a alegria é por nós
e a dor é por Ele. Entretanto, predomina o gozo, porque no amor nunca
podemos falar estritamente de tristeza, porque aquele que se entrega
com amor e por amor, o faz com alegria e para dar alegria.
Podemos dizer que, hoje, celebramos, com
a liturgia (1ª leitura), a Páscoa. Porém, a Páscoa da noite do Êxodo
(Ex 12); não a da chegada à Terra Prometida (Js 5,10ss).
Hoje, inicia-se a festa da “crise
pascal”, isto é, da luta entre a morte e a vida, já que a vida nunca
foi absorvida pela morte, mas sim combatida por ela. A noite do Sábado
de Glória é o canto da vitória, porém, tingida de sangue; é o hino à
luta, mas de quem vence, porque sua arma é o amor em plenitude do Deus
Todo-Poderoso.
Padre Bantu Mendonça
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- Como entender,
preparar
e vivenciar os Atos Litúrgicos
da Semana Santa, 2007.
Autoria: Francisco Lusmar Paz.
- Blog. Canção Nova
- Blog. Canção Nova
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