Dois pensamentos aos leitores e leitoras deste blog.

Dois pensamentos de boas-vindas aos leitores e seguidores deste blog:
- Mesmo que vivas um século, nunca deixes de aprender!!!
- O importante não é saber tudo, e sim, nunca perder a capacidade de aprender!



quinta-feira, 5 de abril de 2012

QUINTA-FEIRA SANTA.

05.04.2012

QUINTA-FEIRA SANTA: 
----------------------
Nesta Quinta-feira Santa, 
celebramos 
o mistério da Instituição da
Eucaristia 
e a Instituição do Ministério Sacerdotal.




 Iniciamos o TRÍDUO PASCAL 
com a
 QUINTA-FEIRA SANTA


O que vem a ser "O Tríduo Pascal?"
Artigo publicado originalmente em
O Encontro, boletim informativo da
paróquia Coração Imaculado de Maria,
edição nº 21, de abril de 2006

por diácono Francisco Gonçalves
Para que seja plenamente entendido o significado do Tríduo Pascal, torna-se fundamental entender o sentido que existe no conceito de “tempo”. O que significa o tempo? Explicá-lo é sempre dificultoso, já o dizia Santo Agostinho: “Se ninguém me pergunta sei o que é, mas se eu quiser explicar não sei o que é”. Na verdade, existe um tempo cósmico, que é o tempo que existe e passa, e nele ocorre o desenvolvimento da história humana. Diferentemente, existe o tempo sagrado, que pode ser recuperado pela pessoa humana e ser celebrado para agradecer e louvar a divindade. Ora, Cristo entra no tempo e condiciona a história. Para a Igreja, a história é o lugar da revelação divina. Deus se mostra e se desvela no tempo.
Os cristãos criaram seu tempo sagrado ao organizarem seu ano litúrgico, começando pela organização de sua semana. Como no primeiro dia da semana Deus iniciou a criação fazendo a distinção entre a luz e as trevas, com Jesus Cristo ressuscitado surge a nova criação. Ele vence as trevas com a luz da sua ressurreição. Por isso, na Igreja primitiva, os cristãos se reuniam e celebravam a Páscoa de Jesus Cristo, não mais no sábado, mas no domingo (Dia do Senhor). Assim, cada domingo era evento pascal. Um dia de domingo anual era a festa maior de Páscoa. Cessando as perseguições dos romanos aos cristãos, no século IV, a Igreja, com mais liberdade, foi ampliando a celebração do mistério pascal para mais dias. Aos poucos foram surgindo: o Tríduo Pascal, o Tempo Pascal, a Oitava de Páscoa, a festa da Ascensão e de Pentecostes, a Quaresma e o Domingo de Ramos.

Tríduo Pascal
São os três dias mais importantes de todo o nosso calendário litúrgico, sendo o ponto culminante a Vigília Pascal. O tríduo se inicia com a celebração da Quinta-feira Santa e termina com as vésperas do Domingo da Ressurreição.

Quinta-feira Santa da Ceia do Senhor. Nesta celebração, somos convidados a celebrar a Nova Aliança selada com o Corpo e o Sangue do próprio Cristo. O gesto do lava-pés mostra Jesus como aquele que veio para servir e ao mesmo tempo nos convoca ao serviço do Reino.

Sexta-feira Santa da Paixão do Senhor. Nesta celebração, somos convidados a compreender e a viver mais profundamente o mistério da cruz.

Sábado Santo. É o dia da oração silenciosa. Recordamos a morte e o sepultamento de Cristo.

Vigília Pascal e Domingo da Ressurreição. É a festa da Vida Nova: a Liturgia do Fogo e da Luz, em que o Círio Pascal é aceso com o fogo novo e representa o Cristo Ressuscitado que, com sua luz, vence a escuridão; a Liturgia da Água e do Batismo, quando toda a assembléia é convidada a renovar as promessas batismais e a professar solenemente a fé; e a Liturgia Eucarística.

 Comentário:  -QUINTA-FEIRA SANTA

Celebramos, hoje, a memória da Ceia do Senhor, com a instituição da Eucaristia. Para bem compreendermos o gesto salvífico de Jesus, urge situar-nos nos gestos concretos realizados por Ele. A Eucaristia não vem como algo separado de outras ações do Mestre. Ele próprio nos demonstra isso, ao executar o gesto do Lava-pés minutos antes da ceia judaica. Isto porque o serviço, a caridade devem acompanhar a partilha do que os irmãos de fé têm e são. Em comunidade reconciliada, onde perdão e mútua preocupação acontecem, é possível viver eucaristicamente.
Celebração do dia: Lava-pés e Missa da Ceia do Senhor (horário: ao entardecer)
-----------------------------------------

Segundo o Missal Romano, “o tríduo pascal começa com a Missa vespertina da Ceia do Senhor, possui seu centro na Vigília Pascal e encerra-se com as vésperas do domingo da Ressurreição” (N. 19). Deste modo, celebramos, de quinta para sexta-feira, a Paixão; de sexta-feira para sábado, a “Morte”; e de sábado para domingo, a “Ressurreição”.


-----------------------------------------------


Hoje, Quinta-feira Santa, na celebração da Última Ceia, Jesus revelou o Seu amor em plenitude lavando os pés dos discípulos e repartindo com eles o pão. O amor torna-se presente nas mãos que lavam os pés e no pão que é repartido.








Semana Santa
 A SEMANA DO AMOR INCONDICIONAL 

 
-------------------------------------------------------------




A semana Santa 

é o ponto alto

 do Ano Litúrgico.
 
Vamos vivê-la com intensidade!!!

------------------------- 
Como entender a Quinta-feira Santa?




A liturgia de Quinta-Feira Santa é riquíssima de conteúdo. É o grande dia da instituição da Sagrada Eucaristia, dom do Céu para os homens; o dia da instituição do sacerdócio, nova prenda divina que assegura a presença real e atual do Sacrifício do Calvário em todos os tempos e lugares, tornando possível que nos apropriemos dos seus frutos.

Aproximava-se o momento em que Jesus ia oferecer a sua vida pelos homens. Tão grande era o seu amor, que na sua Sabedoria infinita encontrou o modo de ir e de ficar, ao mesmo tempo. São Josemaria, ao considerar o comportamento dos que se vêem obrigados a deixar a sua família e a sua casa, para procurar emprego em outro lugar, comenta que o amor humano costuma recorrer aos símbolos. As pessoas que se despedem trocam lembranças entre si, talvez uma fotografia… Jesus Cristo, perfeito Deus e perfeito Homem, não deixa um símbolo, mas uma realidade. Fica Ele mesmo. Embora vá para o Pai, permanece entre os homens. Sob as espécies do pão e do vinho está Ele, realmente presente, com o seu Corpo, o seu Sangue, a sua Alma e a sua Divindade.


Como responderemos a esse amor imenso? Assistindo com fé e devoção à Santa Missa, memorial vivo e atual do Sacrifício do Calvário. Preparando-nos muito bem para comungar, com a alma bem limpa. Visitando Jesus com freqüência, escondido no Sacrário.
A primeira leitura da Missa, recorda o que Deus estabeleceu no Antigo Testamento, para que o povo israelita não se esquecesse dos benefícios recebidos. Desce a muitos detalhes: desde como devia ser o cordeiro pascoal, até aos pormenores que tinham de cuidar para recordar a passagem do Senhor. Se isso se prescrevia para comemorar alguns acontecimentos históricos, que eram só uma imagem da libertação do pecado realizada por Jesus Cristo, como deveríamos comportar-nos agora, quando verdadeiramente fomos resgatados da escravidão do pecado e feitos filhos de Deus! 

Esta é a razão por que a Igreja nos inculca um grande esmero em tudo o que se refere à Eucaristia. Assistimos ao Santo Sacrifício todos os domingos e festas de guarda, sabendo que estamos participando numa ação divina?
São João relata que Jesus lavou os pés dos discípulos, antes da Última Ceia. Temos de estar limpos, na alma e no corpo, e aproximarmos para recebê-lo com dignidade. Para isso nos deixou o Sacramento da Penitência.


Comemoramos também a instituição do sacerdócio. É um bom momento para rezar pelo Papa, pelos Bispos, pelos sacerdotes, e para rogar que haja muitas vocações no mundo inteiro. Pediremos melhor na medida em que tenhamos mais diálogo com esse Jesus, que instituiu a Eucaristia e o Sacerdócio. Vamos dizer, com total sinceridade, o que repetia São Josemaria: Senhor, põe no meu coração o amor com que queres que eu te ame.


Na cena de hoje Nossa Senhora não aparece fisicamente, ainda que estivesse em Jerusalém naqueles dias: encontrá-la-emos amanhã ao pé da Cruz. Mas já hoje, com a sua presença discreta e silenciosa, acompanha muito de perto o seu Filho, em profunda união de oração, de sacrifício e de entrega. João Paulo II assinala que, depois da Ascensão do Senhor ao Céu, participaria assiduamente nas celebrações eucarísticas dos primeiros cristãos. E acrescenta o Papa: aquele corpo, entregue em sacrifício e presente agora nas espécies sacramentais, era o mesmo corpo concebido no seu ventre! Receber a Eucaristia devia significar para Maria quase acolher de novo no seu ventre aquele coração que batera em uníssono com o d'Ela (Ecclesia de Eucharistia, 56).
Também agora Nossa Senhora acompanha Cristo em todos os sacrários da terra. Peçamos-lhe que nos ensine a ser almas de Eucaristia, homens e mulheres de fé segura e de piedade forte, que se esforçam por não deixar Jesus só. Que saibamos adorá-lo, pedir-lhe perdão, agradecer os seus benefícios, fazer-lhe companhia.

LITURGIA DIÁRIA

Quinta-feira Santa
Ceia do Senhor

Comentário Inicial desta Celebração.

Na Quinta-feira santa, celebramos o mistério da Instituição da Eucaristia. Jesus quis celebrar a Páscoa com seus discípulos. A Páscoa dos Judeus fazia memória da libertação da escravidão do Egito. Além de ser acompanhada de salmos e orações próprias para a ocasião, a celebração previa como alimento um cordeiro, pão sem fermento, ervas amargas, e como bebida, algumas taças de vinho.

Qual a novidade que Jesus traz para a última ceia?


A novidade  é que Jesus dá um novo sentido para o pão e o vinho. Com efeito, ele toma o pão, e diz aos discípulos: "Isto é o meu corpo que será entregue por vós, e depois o parte e reparte entre os discípulos. Em seguida toma uma taça de vinho e diz: "Isto é o meu sangue, sangue da nova aliança, derramado por vós para remissão dos pecados." Portanto, a novidade que Jesus introduz na última ceia é que o pão e o vinho se tornam seu corpo e sangue. E isso será para sempre: "todas as vezes que fizerem isso, façam em memória de mim". Isto significa que, doravante, celebrar a ceia do Senhor é fazer memória, isto é,tornar presente a sua doação, a sua entrega em favor da humanidade.

O que Jesus celebra de modo ritual na última ceia acontece na realidade sobre a cruz. Ou seja, realmente Jesus derrama seu sangue por nós. Morre por nós.

Na Quinta-feira Santa , comemora-se também a Instituição do Sacerdócio Ministerial.



A Instituição da Eucaristia não é um fato isolado, limitado apenas às quatro paredes do Cenáculo e ao grupo dos apóstolos; deverá perpetuar-se a todas as gerações.  "Todas as vezes que comerdes deste  pão e beberdes deste cálice, proclamais a morte do Senhor". Aqui nasce a Instituição do Sacerdócio ministerial.
Os sacerdotes, conforme a constituição dogmática sobre a Igreja, "exercem seu ministério sagrado principalmente no culto ou assembleia eucarística, onde, agindo na pessoa de Cristo e proclamando seu mistério, juntam as orações dos fiéis ao Sacrifício de Cristo, sua cabeça e, no sacrifício da missa, renovam e aplicam, até a vinda do Senhor, o único sacrifício do Novo Testamento, no qual Cristo, uma vez por todas, se ofereceu ao Pai como hóstia imaculada". Por isso se diz que hoje é também o dia do sacerdote.

A Celebração de hoje constitui-se de quatro momentos fundamentais.

 - Liturgia da Palavra
- Lava -pés 
- Liturgia Eucarística 
- Transladação do Santíssimo Sacramento 
--------------------------------------------------------------

Primeira leitura (Êxodo 12,1-8.11-14)

Leitura do Livro do Êxodo:


Naqueles dias: 1O Senhor disse a Moisés e a Aarão no Egito: 2”Este mês será para vós o começo dos meses; será o primeiro mês do ano. 3Falai a toda a comunidade dos filhos de Israel, dizendo: ‘No décimo dia deste mês, cada um tome um cordeiro por família, um cordeiro para cada casa.
4Se a família não for bastante numerosa para comer um cordeiro, convidará também o vizinho mais próximo, de acordo com o número de pessoas. Deveis calcular o número de comensais, conforme o tamanho do cordeiro.
5O cordeiro será sem defeito, macho, de um ano. Podereis escolher tanto um cordeiro, como um cabrito: 6e devereis guardá-lo preso até ao dia catorze deste mês. Então toda a comunidade de Israel reunida o imolará ao cair da tarde.
7Tomareis um pouco do seu sangue e untareis os marcos e a travessa da porta, nas casas em que o comerem. 8Comereis a carne nessa mesma noite, assada ao fogo, com pães ázimos e ervas amargas.
11Assim devereis comê-lo: com os rins cingidos, sandálias nos pés e cajado na mão. E comereis às pressas, pois é a Páscoa, isto é, a ‘Passagem’ do Senhor!
12E naquela noite passarei pela terra do Egito e ferirei na terra do Egito todos os primogênitos, desde os homens até os animais; e infligirei castigos contra todos os deuses do Egito, eu, o Senhor.
13O sangue servirá de sinal nas casas onde estiverdes. Ao ver o sangue, passarei adiante, e não vos atingirá a praga exterminadora, quando eu ferir a terra do Egito.
14Este dia será para vós uma festa memorável em honra do Senhor, que haveis de celebrar por todas as gerações, como instituição perpétua.


- Palavra do Senhor.
- Graças a Deus. 

Salmo (Salmos 115)

Ceia do Senhor

 

O cálice por nós abençoado/ é a nossa comunhão com o sangue do Senhor.
— O cálice por nós abençoado/ é a nossa comunhão com o sangue do Senhor.

— Que poderei retribuir ao Senhor Deus/ por tudo aquilo que ele fez em meu favor?/ Elevo o cálice da minha salvação,/ invocando o nome santo do Senhor.
— É sentida por demais pelo Senhor/ a morte de seus santos, seus amigos./ Eis que sou o vosso servo, ó Senhor,/ mas me quebrastes os grilhões da escravidão!
— Por isso oferto um sacrifício de louvor,/ invocando o nome santo do Senhor./ Vou cumprir minhas promessas ao Senhor/ na presença de seu povo reunido.
 
 Segunda leitura (1º Coríntios 11,23-26)

Ceia do Senhor

 

Leitura da Primeira Carta de São Paulo aos Coríntios:


Irmãos: 23O que eu recebi do Senhor, foi isso que eu vos transmiti: Na noite em que foi entregue, o Senhor Jesus tomou o pão 24e, depois de dar graças, partiu-o e disse: “Isto é o meu corpo que é dado por vós. Fazei isto em minha memória”.
25Do mesmo modo, depois da ceia, tomou também o cálice e disse: “Este cálice é a nova aliança, em meu sangue. Todas as vezes que dele beberdes, fazei isto em minha memória”.
26Todas as vezes, de fato, que comerdes deste pão e beberdes deste cálice, estareis proclamando a morte do Senhor, até que ele venha.


- Palavra do Senhor.
- Graças a Deus.

 Evangelho (João 13,1-15)


— O Senhor esteja convosco!
— Ele está no meio de nós.

 
— PROCLAMAÇÃO do Evangelho de Jesus Cristo, + escrito por João.
— Glória a vós, Senhor!

1Era antes da festa da Páscoa. Jesus sabia que tinha chegado a sua hora de passar deste mundo para o Pai; tendo amado os seus que estavam no mundo, amou-os até o fim.
2Estavam tomando a ceia. O diabo já tinha posto no coração de Judas, filho de Simão Iscariotes, o propósito de entregar Jesus.

3Jesus, sabendo que o Pai tinha colocado tudo em suas mãos e que de Deus tinha saído e para Deus voltava, 4levantou-se da mesa, tirou o manto, pegou uma toalha e amarrou-a na cintura. 5Derramou água numa bacia e começou a lavar os pés dos discípulos, enxugando-os com a toalha com que estava cingido.
6Chegou a vez de Simão Pedro. Pedro disse: “Senhor, tu me lavas os pés?” 7Respondeu Jesus: “Agora, não entendes o que estou fazendo; mais tarde compreenderás”.

8Disse-lhe Pedro: “Tu nunca me lavarás os pés!”
Mas Jesus respondeu: “Se eu não te lavar, não terás parte comigo”.
9Simão Pedro disse: “Senhor, então lava não somente os meus pés, mas também as mãos e a cabeça”.
10Jesus respondeu: “Quem já se banhou não precisa lavar senão os pés, porque já está todo limpo. Também vós estais limpos, mas não todos”.

11Jesus sabia quem o ia entregar; por isso disse: “Nem todos estais limpos”.
12Depois de ter lavado os pés dos discípulos, Jesus vestiu o manto e sentou-se de novo. E disse aos discípulos: “Compreendeis o que acabo de fazer? 13Vós me chamais Mestre e Senhor, e dizeis bem, pois eu o sou. 14Portanto, se eu, o Senhor e Mestre, vos lavei os pés, também vós deveis lavar os pés uns dos outros. 15Dei-vos o exemplo, para que façais a mesma coisa que eu fiz.

Palavra da Salvação.
- Glória a Vós, Senhor!


 Explicação do Evangelho

Jesus nos ensina uma lição de serviço, humildade e amor

 


A Páscoa é o centro da vida e da fé dos cristãos. Trata-se da passagem da morte para a vida, da ausência para a presença do amor em plenitude.
Para nós cristãos, a celebração da Páscoa constitui-se num tríduo celebrativo, isto é, a Páscoa “celebrada em três dias” e fundamentada na unidade do mistério pascal de Jesus Cristo, que compreende Sua Paixão, Morte e Ressurreição.

Segundo o Missal Romano, “o tríduo pascal começa com a Missa vespertina da Ceia do Senhor, possui seu centro na Vigília Pascal e encerra-se com as vésperas do domingo da Ressurreição” (N. 19). Deste modo, celebramos, de quinta para sexta-feira, a Paixão; de sexta-feira para sábado, a “Morte”; e de sábado para domingo, a “Ressurreição”.

Hoje, Quinta-feira Santa, na celebração da Última Ceia, Jesus revelou o Seu amor em plenitude lavando os pés dos discípulos e repartindo com eles o pão. O amor torna-se presente nas mãos que lavam os pés e no pão que é repartido.

Estamos diante de um Jesus que manifesta um gesto de serviço e profunda humildade,mas, sobretudo, um gesto de verdadeiro amor: “Jesus sabia que tinha chegado a sua hora de passar deste mundo para o Pai; tendo amado os seus que estavam no mundo, amou-os até o fim(João 13,1).
As mãos simbolizam a ação, o dinamismo. Por meio delas recebemos e doamos. João afirma, no Evangelho, que Jesus é consciente de que o Pai entregou, em Suas mãos, o verdadeiro amor e, antes de voltar a Ele, precisa doar, com Suas próprias mãos, esse amor aos Seus discípulos: “…sabendo que o Pai havia posto tudo em suas mãos, que tinha saído de Deus e voltava a Deus, se levanta da mesa, tira o manto e, tomando uma toalha, cinge-a. A seguir, põe água numa bacia e começa a lavar os pés dos discípulos e a secá-los com a toalha que tinha cingido” (Jo 13,3-5).

Analisando o contexto histórico, constatamos que oferecer ao hóspede água para lavar os pés da poeira do caminho era um gesto de cortesia muito comum. Normalmente, esse gesto era feito por um servo ou por um discípulo dedicado ao seu mestre. Jesus inverte os papéis e surpreende a todos. O Mestre torna-se servo. A lição de serviço, humildade e amor é testemunhada.

Em primeiro lugar, devemos sentir esse amor pleno que nos é doado pelas mãos de Jesus. Mãos que lavam, acariciam e enxugam, com ternura, os pés de cada um dos discípulos, de cada um de nós. Em segundo lugar, a ação de Cristo quer ensinar aos discípulos, e também a nós, que é preciso fazer o mesmo: “Depois de lhes ter lavado os pés, pôs o manto, reclinou-se e lhes disse: ‘Entendeis o que vos fiz? Vós me chamais mestre e senhor, e dizeis bem. Portanto, se eu, que sou mestre e senhor, vos lavei os pés, também vós deveis lavar os pés uns dos outros. Eu vos dei o exemplo, para que façais o que eu fiz’” (Jo 13,12-15).

A atitude de serviço, humildade e expressão de amor, simbolizada no lava-pés, foi uma preparação para celebrar, com mais dignidade, a ceia, conforme disse o próprio Jesus a Pedro: “Se não te lavar, não terás parte comigo”.
Celebrando a ceia com Seus amigos, Jesus inaugura a “Nova Páscoa”, isto é, dá um novo sentido a ela, pois, em seu contexto histórico, era a maior festa do ano para os judeus. Mantendo seu ritual como no Antigo Testamento (Êxodos 12), Israel celebrava a Páscoa para lembrar-se da “antiga libertação do Egito” e atualizar “os benefícios de Deus” para com os Seus filhos.

Na Carta aos Coríntios, Paulo transmite o novo e definitivo sentido da Páscoa. Afirma o apóstolo: “O Senhor, na noite em que era entregue, tomou o pão, dando graças o partiu, e disse: ‘Isto é o meu corpo que se entrega por vós. Fazei isto em memória de mim”’ (ICor 11,23-24).
No pão repartido, Jesus entrega Seu corpo aos discípulos. Trata-se de uma doação total. No pão está presente o amor em plenitude. Este amor que se doa provoca transformação. Agora não é apenas uma transformação social, mas uma libertação do pecado, resgate para uma vida nova.
Quando repartimos o pão na celebração da Eucaristia, devemos sentir o amor de Jesus que se doa em plenitude. Amor que alimenta e revigora a nossa vida, amor que nos compromete com os irmãos e irmãs, que nos faz ser fiéis à vontade do Pai.

Jesus pede aos discípulos: “Fazei isto em memória de mim” (ICor 11,24b.25b). O pedido de Jesus aos discípulos estende-se também a todos nós. Portanto, hoje, celebramos o amor presente no pão que se reparte e nos comprometemos em vivê-lo plenamente.
A liturgia da Quinta-feira Santa é um convite para nos aprofundarmos, concretamente, no mistério da Paixão de Cristo, já que quem deseja segui-Lo deve sentar-se à Sua mesa e, com o máximo recolhimento, ser espectador de tudo o que aconteceu na noite em que iam entregá-Lo. E, por outro lado, o mesmo Senhor Jesus nos dá um testemunho maduro da vocação ao serviço, ao qual somos chamados, quando Ele mesmo decide lavar os pés dos Seus discípulos.

A Santa Missa é, então, a celebração da Ceia do Senhor, na qual Jesus – num dia como hoje, véspera de Sua Paixão – “enquanto ceiava com seus discípulos, tomou o pão…” . Ele quis que, como em Sua Última Ceia, nos reuníssemos e recordássemos da bênção dEle ao pão e ao vinho: “Fazei isto em memória de mim” .
Assim, podemos afirmar que a Eucaristia é o memorial, não tanto da Última Ceia, mas da Morte, Paixão e Ressurreição de Jesus Cristo, nosso Senhor.
Poderíamos dizer que a alegria é por nós e a dor é por Ele. Entretanto, predomina o gozo, porque no amor nunca podemos falar estritamente de tristeza, porque aquele que se entrega com amor e por amor, o faz com alegria e para dar alegria.

Podemos dizer que, hoje, celebramos, com a liturgia (1ª leitura), a Páscoa. Porém, a Páscoa da noite do Êxodo (Ex 12); não a da chegada à Terra Prometida (Js 5,10ss).
Hoje, inicia-se a festa da “crise pascal”, isto é, da luta entre a morte e a vida, já que a vida nunca foi absorvida pela morte, mas sim combatida por ela. A noite do Sábado de Glória é o canto da vitória, porém, tingida de sangue;  é o hino à luta, mas de quem vence, porque sua arma é o amor em plenitude do Deus Todo-Poderoso.
Padre Bantu Mendonça
------------------------------------------------------------------------------------------------------
 Pesquisas: Apostila
-  Como entender,
 preparar
 e vivenciar os Atos Litúrgicos
 da Semana Santa, 2007.
Autoria: Francisco Lusmar Paz. 

- Blog. Canção Nova

Nenhum comentário: