Parabéns, Santo Padre!
Conte sempre com
nossas orações!
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Diante de suas limitações,
Bento XVI diz confiar plenamente em Deus.
Nicole Melhado
Da Redação
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Bento XVI é o 264º Papa da Igreja Católica
Ao comemorar seu 78º
aniversário, o Cardeal Joseph Ratzinger esperava uma aposentadoria
tranquila, mas três dias depois, no dia 19 de abril de 2005, ele foi
eleito o 264º sucessor de Pedro.
“A única coisa que pensei para
explicar a mim mesmo foi: ‘Evidentemente, a vontade de Deus é outra, e
para mim começa algo completamente diferente, uma coisa nova. Mas Ele
está comigo”, conta o agora Papa Bento XVI, no livro-entrevista “Luz do
Mundo. O Papa, a Igreja e os sinais dos Tempos".
Na Praça de São
Pedro, fiéis, peregrinos e a imprensa de todo mundo esperavam pelo
anúncio e o primeiro pronunciamento no novo Papa. Bento XVI então pensou
“O que poderia dizer?”. Desde o momento da eleição, ele só conseguia
dizer “Senhor, o que está fazendo comigo? Agora a responsabilidade é
Tua. Deves conduzir-me! Não sou capaz disso. Se me quiseste, agora deves
também ajudar-me”.
De fato, ser o líder da maior Igreja
cristã que reúne fiéis de diferentes etnias, povos e culturas dos quatro
cantos da Terra é um grande dever. Os católicos no mundo são cerca de 1
bilhão e 196 milhões. De acordo com o Anuário de 2010, um aumento de
fiéis em 1,3% (entre 2009 e 2010), e uma presença global que se mantém
estável em torno de 17,5%.
O poder do Papa
Ao
completar sete anos de Pontificado, Bento XVI afirma que esses números
mostram quão ampla é a comunidade católica, mas o poder do Papa, no
entanto, não está nesses dados. Por que não? Ele explica que a comunhão
com o Papa é de outro gênero, como também é a pertença à Igreja. Como
dizia Santo Agostinho, muitos que parecem estar dento, estão fora; e
muitos que parecem estar fora, estão dentro. “Em uma questão como a fé e
a pertença à Igreja, o dentro e o fora estão entretecidos
misteriosamente”, reforça o Pontífice.
O ex-líder da União
Soviética, Josef Stalin, disse que o Papa não tem divisões militares e
não pode intimidar ou impor nada, não possui sequer uma grande empresa,
por assim dizer, na qual todos seus fiéis seriam seus dependentes ou
subalternos. Nesse sentido o Papa seria uma pessoa absolutamente
impotente. Por outro lado, Bento XVI esclarece que ele tem uma grande
responsabilidade, pois é, em certo sentido, o chefe, o representante, e
tem o dever de fazer com que a fé que mantém unidas as pessoas tenha
credibilidade, permaneça viva e continue íntegra em sua identidade.
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Bento XVI recebe o carinho de crianças e fiéis do mundo inteiro
O Papa, como qualquer outro sacerdote fala e age sobre o comando de Jesus Cristo e por Ele. O Filho de Deus confiou Sua Palavra à Igreja, mas todo sacerdote pode ter suas insuficiências e fragilidades. “O que conta é que eu não exponho as minhas ideias, mas procuro pensar e viver a fé da Igreja, agir sob Seu comando de modo obediente”, destaca o Santo Padre.
O Papa tem conta no banco?
É verdade que o Papa não tem conta em banco, esclarece Bento XVI, as doações em dinheiro não são destinadas a seu uso pessoal, mas enviadas a fim de que possam ajudar os outros.
“Comove-me muito o fato de que pessoas simples me mandem algum dinheiro, dizendo ‘Sei que o senhor tem tantas pessoas a quem ajudar...! quero contribuir um pouco também eu’”. O Santo Padre recebe ainda cartas e pequenos presentes do mundo inteiro, são pessoas simples, freiras, mãe, pais e crianças que o encorajam escrevendo “Rezamos pelo senhor, não tenha medo, nós o queremos bem”.
Além do carinho e das demonstrações de apoio pelas cartas, Bento XVI encontra a consolação no relacionamento íntimo com Deus. Sua fé é a mesma de quando era um jovem sacerdote, mas ele confessa que, na condição de Papa, ele tem muitas razões a mais para rezar e para entregar-se completamente a Deus.
“A oração e o contato com Deus são agora mais necessários, mas também mais naturais e espontâneos do que antes”, conta o Pontífice.
Após sua eleição, no dia 19 de abril, o Papa Bento XVI iniciou o Pontificado cinco dias depois, no dia 24 de abril de 2005.
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Presidente da CNBB, Cardeal Dom Raymundo Damasceno Assis, destaca momentos significativos do pontificado de Bento XVI.
Por Alessandra Borges
Após celebrar os 85 anos de vida do Papa
Bento XVI, no início desta semana, os católicos celebram, hoje, dia 19,
outra data importante e bem significativa para todos os fiéis. O Santo
Padre recorda, nesta data, o sétimo aniversário de sua eleição para
sucessor do beato João Paulo II. Cinco dias depois, no dia 24 de abril
de 2005, teve início o seu pontificado.
Durante estes sete anos de pontificado,
Bento XVI realizou 23 viagens internacionais, 26 viagens na Itália, 4
Sínodos dos Bispos e 3 Jornadas Mundiais da Juventude; escreveu três
Encíclicas, inúmeros discursos e atos magisteriais; proclamou o Ano
Paulino e o Ano Sacerdotal.
Para o Cardeal Arcebispo de Aparecida e presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), Dom Raymundo Damasceno Assis, o carisma principal do pontificado de Bento XVI é a unidade e a fé na Igreja. Por ter sido um grande colaborador do Papa João Paulo II, durante muitos anos, o atual Pontífice vem conduzindo a Igreja de uma maneira sábia, prudente e aprofundando a fé do povo de Deus.
O Santo Padre é um homem de Deus que
procura divulgar e aprofundar, cada vez mais, os ensinamentos do
Concílio Vaticano II. A exemplo do Papa João Paulo II, ele continuou
com a missão de realizar visitas pastorais em todos os países do mundo.
Segundo o Cardeal, as visitas realizadas pelos continentes e o grande
apoio dos católicos ao Papa têm surpreendido as pessoas a cada dia.
“As visitas pastorais a outros
continentes têm gerado resultados positivos de uma maneira até
surpreendente pelas características de Bento XVI, que é uma pessoa mais
simples, humilde, reflexiva, introvertida, mas que, apesar dessas
características, não tem deixado de ser acolhido por grande multidões
nas visitas apostólicas”, disse Dom Damasceno.
O Cardeal já testemunhou, de perto, o
carinho dos católicos pelo Papa Bento XVI e como os fiéis o recebem com
um grande calor humano.
“Recordo-me quando ele veio ao Brasil em
2007 para inaugurar a V Conferência Geral do Episcopado
Latino-Americano e do Caribe. Ele passou por São Paulo e foi acolhido,
calorosamente, por uma multidão. Recentemente, no México, também foi
acolhido por um uma multidão, e eu pude constatar que os mexicanos o
acolheram com muito carinho, afeto e respeito”, lembrou o arcebispo.
O pontificado do Santo Padre tem vencido
barreiras. Por meio de suas homilias, discursos, encíclicas e audiências
públicas, no Vaticano, ele tem levado a mensagem do Evangelho a todas
as pessoas. Para Dom Damasceno, o pontificado de Bento XVI é adequado
ao momento pelo qual a Igreja está vivendo.
“Estamos vivendo um tempo de mudança de
época, na qual as pessoas estão precisando de uma palavra orientadora,
de uma luz que ilumine os caminhos da humanidade e da Igreja. O Papa
tem conduzido isso de uma maneira muito sábia, muito competente e
tranquila”, frisou o presidente da CNBB.
Visita de Bento XVI ao Brasil
Dom Damasceno, em entrevista ao Portal
Canção Nova, falou, com carinho, sobre a alegria de receber o Bento XVI
em sua primeira visita intercontinental ,e a primeira visita ao
Brasil, em maio de 2007.
“Eu tive esse privilégio e a graça de
recebê-lo, em Aparecida, durante sua primeira visita ao Brasil. Foi uma
decisão dele querer inaugurar a V Conferência sob o manto e proteção de
Nossa Senhora Aparecida, padroeira do Brasil”, contou o cardeal.
Bento XVI visitará o Brasil, pela segunda
vez, por ocasião da Jornada Mundial da Juventude 2013, a qual será
realizada na cidade do Rio de Janeiro (RJ). Dom Damasceno destaca que
essas jornadas da juventude têm sido um grande momento de encontro do
Santo Padre com os jovens de todas as nacionalidades.
“Creio que será uma visita muito festiva e
alegre, deixará marcas profundas nos corações dos jovens brasileiros e
estrangeiros que virão para jornada”, disse.
O Brasil e toda juventude aguardam
ansiosamente a visita de Bento XVI. Segundo palavras de Dom Damasceno, o
encontro vai causar muita alegria e muito prazer ao coração do Papa.
Hoje, dia 19 de Abril de 2012
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O anencéfalo é um ser humano.
Aborto, nunca!
A grande maioria dos brasileiros continua sendo contrária à legalização do aborto.
De acordo com recente pesquisa do Instituto Vox Populi – encomendada
pelo Portal iG – a grande maioria dos entrevistados (80%) é contra
mudanças na normativa jurídica que regula o tema.
O aborto mata um ser humano em gestação; é um atentado contra um ser indefeso, uma covardia. Ainda que tenha havido uma concepção por estupro, não se justifica esse mal, pois a justiça deve punir o agressor e não a criança, tirando-lhe a vida. Ainda que uma criança esteja sendo gerada com alguma deficiência, não se justifica matá-la; ao contrário, as verdadeiras civilizações se caracterizam por proteger os mais fracos, e não por os matar.
O aborto mata um ser humano em gestação; é um atentado contra um ser indefeso, uma covardia. Ainda que tenha havido uma concepção por estupro, não se justifica esse mal, pois a justiça deve punir o agressor e não a criança, tirando-lhe a vida. Ainda que uma criança esteja sendo gerada com alguma deficiência, não se justifica matá-la; ao contrário, as verdadeiras civilizações se caracterizam por proteger os mais fracos, e não por os matar.
O
anencéfalo é um ser humano; é dotado de uma alma imortal, tem vida. Não
importa quanto tempo vá viver, a sua existência tem de ser respeitada
pela mãe e pelo Estado.
Desde o século XIX a ciência reconhece que a vida humana se inicia na concepção. O maior geneticista do século XX, Dr. Jerome Lejeune, descobridor da Síndrome de Down, atestou esta verdade. Não existem tratados de embriologia que neguem esse fato. O embrião cresce com autonomia, tem sexo definido, é completo e vai se desenvolver até a sua morte a partir de tudo o que já possui. Toda a mensagem de sua vida já está ali completamente definida. Ele só precisa de três condições para seguir sua vida: oxigênio, nutrição e tempo, o mesmo de que nós precisamos. A vida intrauterina é apenas uma das etapas do desenvolvimento do ser humano, eliminar qualquer etapa significa encerrar as demais fases futuras de uma vida.
A mãe jamais tem o direito de eliminar um filho que está em gestação; é uma vida independente dela; e a mulher, acima de tudo, foi criada para dar e gerar a vida. Ainda que o nascituro esteja temporariamente dentro do corpo de sua mãe, ele não é parte deste corpo. É um descalabro uma mãe matar o próprio filho, nem a cobra venenosa faz isso.
Se damos à mãe o direito de matar um filho em seu ventre, porque é um “estorvo” para ela, teríamos de dar o mesmo direito a um filho de eliminar a sua mãe velha e doente que é um “estorvo” para ele. Se existe direito ao aborto, então, temos real direito de matar qualquer um, a diferença será apenas a idade da vítima. Mas assim, eliminamos o amor, a fé, a caridade.
Sabemos que 50% dos bebês abortados são mulheres, o que demonstra que o aborto não é instrumento de defesa do sexo feminino; é uma aviltação deste.
Todos aqueles que defendem o aborto já nasceram; vivem porque tiveram acesso primeiramente ao direito à própria vida. Nenhum direito humano ficará de pé se for eliminado “o direito de nascer”.
felipeaquino@cancaonova.com
Prof. Felipe Aquino, casado, 5 filhos, doutor em Física pela UNESP. É membro do Conselho Diretor da Fundação João Paulo II. Participa de aprofundamentos no país e no exterior, escreveu mais de 60 livros e apresenta dois programas semanais na TV Canção Nova: "Escola da Fé" e "Trocando Idéias". Saiba mais em Blog do Professor Felipe Site do autor: www.cleofas.com.br
11/04/2012 - 08h00
Tags: Aborto vida humana anencéfalo filho
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Mãe de bebê anencéfalo espera que a decisão do STF seja a favor da vida
A jornalista Joana de Souza Schmitz Croxato, mãe de um bebê de 2 anos e
3 meses, diagnosticada com acrania (anomalia fetal caracterizada pela
ausência parcial ou total dos ossos do crânio, frequentemente associada
com anencefalia).
Para Joana, o tempo de convivência e de cuidados, ainda que curto, ajuda no processo de dor e de posterior perda da criança. “Quando a mãe interrompe a gestação, fica só com a dor. Quando vai adiante, ela tem oportunidade de se tornar mãe de uma criança muito especial”, afirma.
Para Joana, o tempo de convivência e de cuidados, ainda que curto, ajuda no processo de dor e de posterior perda da criança. “Quando a mãe interrompe a gestação, fica só com a dor. Quando vai adiante, ela tem oportunidade de se tornar mãe de uma criança muito especial”, afirma.
Além disso, ela disse que espera que crianças como sua filha sejam reconhecidas como seres humanos e que a sociedade também reconheça que é preciso ter solidariedade com quem é mais fraco. Informações Agência Brasil.
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Hoje, dia 17 de Abril de 2012
Reunião do Apostolado da Oração em Aracoiaba, às 19h, na Igreja Matriz.
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16 de Abril de 2012
O mundo canta parabéns ao Papa Bento XVI.
Nesta segunda-feira, 16, o Papa Bento XVI celebra
85 anos de vida. Na quinta-feira, 19, a Igreja reza pelo sétimo
aniversário de sua eleição para sucessor do Papa João Paulo II.
Durante a oração mariana do Regina Caeli, nesse domingo, 15, o Santo Padre pediu para que os fiéis rezem por ele.
“Na próxima quinta-feira, por ocasião do
sétimo aniversário de minha eleição à Sé de Pedro, peço-lhes que rezem
por mim, para que o Senhor me dê forças para cumprir a missão que me
confiou!”, pediu Bento XVI.
No Vaticano, o Santo Padre foi
homenageado com uma Missa, na qual participaram os bispo de Baviera,
sua terra natal. Durante celebração o Decano do Colégio Cardinalício,
Cardeal Angelo Sodano ressaltou que o Pontífice é um dom que a Igreja,
na Alemanha, ofereceu a toda a Igreja.
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Mirticeli Medeiros
“Vejo o Papa como um homem simples, humilde, sábio, um homem de Deus”, enfatizou.
Leia mais
.: Bento XVI celebra aniversário ao lado de seu irmão
.: Papa fala sobre sua experiência pessoal com Deus
Domingo, 15 de AbrilA determinação de um homem simples que se tornou Papa
Mirticeli Medeiros
Da Redação
Arquivo
Bento XVI completa seus 85 anos nesta segunda-feira, 16
O Papa Bento XVI completa seus
85 anos, nesta segunda-feira, 16, dos quais sete são dedicados à
cátedra de Pedro até o presente momento.
O alemão tímido que da sacada principal da Basílica de São Pedro se dirigiu ao mundo em seu primeiro pronunciamento como Papa, com a surpreendente expressão: “Sou um humilde servo na vinha do Senhor”, já conquistou o mundo através de seus discursos dotados de precisão, profundidade e espiritualidade. De fato, uma marca deste pontificado é a ‘simplificação da teologia’, ao passo que cada cristão é capaz de compreender verdades profundas através de palavras simples.
“Da coerência e da constância de seus ensinamentos, aprendemos sobretudo que a prioridade de seu serviço à Igreja e à humanidade é orientar nossas vidas a Deus”, disse o porta-voz do Vaticano, Padre Federico Lombardi.
O Papa, as pessoas e algumas curiosidades
Todas as manhãs, logo cedo, Bento XVI inicia suas atividades com a celebração da Santa Missa. Entre os muros do Palácio Apostólico, um Papa que faz suas orações cotidianas sem esquecer-se, todavia, das intenções dos fiéis que lhe enviam pedidos de oração. De acordo com um de seus secretários particulares, a sensibilidade do Papa diante do sofrimento humano é tamanho, que todas as intenções de oração à ele confiadas pelos fiéis, são depositadas no genuflexório onde ele reza todas as manhãs. Ainda como forma de atenção às pessoas, ele repassa a cada terça-feira, com um gravador na mão, um dia antes da catequese, todas as saudações em várias línguas, as quais ele profere na Praça de São Pedro, no dia seguinte. Um Papa que gosta de gatos, de música e que se considera um ‘mendigo diante de Deus’, quando reza: esta é a personalidade de Bento XVI caracterizada pela simplicidade, coerência, gentileza e determinação.
“Desde o início meu irmão sempre foi para mim não somente um companheiro, mas também uma direção confiável. Foi para mim um ponto de orientação e referência com a clareza e a determinação nas suas decisões. Me mostrou o caminho a seguir, mesmo em situações difíceis”, disse Monsenhor Georg Ratzinger, irmão do Papa, em entrevista ao jornal italiano Il Giornale.
O Papa e os desafios do Pontificado
Bento XVI, cujo nome de batismo é Joseph Ratzinger jamais imaginou que chegaria à Sé de Pedro. No livro-entrevista “Luz do Mundo” onde ele responde a várias perguntas do jornalista alemão Peter Seewald, ele confessa que teve medo após o término do Conclave e não se sentia capaz de assumir a função de Sucessor de Pedro. Mesmo diante da insegurança inicial, Bento XVI trouxe a força de sua personalidade para o Pontificado: com determinação, assumiu como meta combater o relativismo e levar os católicos às bases da fé.
“Com Bento XVI aprendemos que a fé e a razão se ajudam mutuamente na busca da verdade e respondem às expectativas e dúvidas de cada um de nós e de toda a humanidade; que a indiferença a Deus e o relativismo são riscos gravíssimos de nossos tempos”, afirmou Padre Lombardi.
O alemão tímido que da sacada principal da Basílica de São Pedro se dirigiu ao mundo em seu primeiro pronunciamento como Papa, com a surpreendente expressão: “Sou um humilde servo na vinha do Senhor”, já conquistou o mundo através de seus discursos dotados de precisão, profundidade e espiritualidade. De fato, uma marca deste pontificado é a ‘simplificação da teologia’, ao passo que cada cristão é capaz de compreender verdades profundas através de palavras simples.
“Da coerência e da constância de seus ensinamentos, aprendemos sobretudo que a prioridade de seu serviço à Igreja e à humanidade é orientar nossas vidas a Deus”, disse o porta-voz do Vaticano, Padre Federico Lombardi.
O Papa, as pessoas e algumas curiosidades
Todas as manhãs, logo cedo, Bento XVI inicia suas atividades com a celebração da Santa Missa. Entre os muros do Palácio Apostólico, um Papa que faz suas orações cotidianas sem esquecer-se, todavia, das intenções dos fiéis que lhe enviam pedidos de oração. De acordo com um de seus secretários particulares, a sensibilidade do Papa diante do sofrimento humano é tamanho, que todas as intenções de oração à ele confiadas pelos fiéis, são depositadas no genuflexório onde ele reza todas as manhãs. Ainda como forma de atenção às pessoas, ele repassa a cada terça-feira, com um gravador na mão, um dia antes da catequese, todas as saudações em várias línguas, as quais ele profere na Praça de São Pedro, no dia seguinte. Um Papa que gosta de gatos, de música e que se considera um ‘mendigo diante de Deus’, quando reza: esta é a personalidade de Bento XVI caracterizada pela simplicidade, coerência, gentileza e determinação.
“Desde o início meu irmão sempre foi para mim não somente um companheiro, mas também uma direção confiável. Foi para mim um ponto de orientação e referência com a clareza e a determinação nas suas decisões. Me mostrou o caminho a seguir, mesmo em situações difíceis”, disse Monsenhor Georg Ratzinger, irmão do Papa, em entrevista ao jornal italiano Il Giornale.
O Papa e os desafios do Pontificado
Bento XVI, cujo nome de batismo é Joseph Ratzinger jamais imaginou que chegaria à Sé de Pedro. No livro-entrevista “Luz do Mundo” onde ele responde a várias perguntas do jornalista alemão Peter Seewald, ele confessa que teve medo após o término do Conclave e não se sentia capaz de assumir a função de Sucessor de Pedro. Mesmo diante da insegurança inicial, Bento XVI trouxe a força de sua personalidade para o Pontificado: com determinação, assumiu como meta combater o relativismo e levar os católicos às bases da fé.
“Com Bento XVI aprendemos que a fé e a razão se ajudam mutuamente na busca da verdade e respondem às expectativas e dúvidas de cada um de nós e de toda a humanidade; que a indiferença a Deus e o relativismo são riscos gravíssimos de nossos tempos”, afirmou Padre Lombardi.
O Papa na ótica do Brasil
Os
cardeais brasileiros criados nos últimos três Consistórios convocados
por ele (ao todo foram quatro), também se surpreendem com a
personalidade do Santo Padre. Dom Odilo Pedro Sherer, cardeal arcebispo
de São Paulo expressa quem é a pessoa Bento XVI a partir de sua
experiência pessoal.
"É um homem simples, muito educado, cordial,
respeitoso, atento as pessoas, alguém preocupado com quem esta com ele à
sua frente.“Vejo o Papa como um homem simples, humilde, sábio, um homem de Deus”, enfatizou.
Leia mais
.: Bento XVI celebra aniversário ao lado de seu irmão
.: Papa fala sobre sua experiência pessoal com Deus
Festa da Divina Misericórdia
A Festa da Divina Misericórdia que ocorre no primeiro domingo depois da Páscoa, estabelecida oficialmente como festa universal pelo Papa João Paulo II.
"Por todo o mundo, o
segundo Domingo da Páscoa irá receber o nome de Domingo da Divina
Misericórdia, um convite perene para os cristãos do mundo enfrentarem,
com confiança na divina benevolência, as dificuldades e desafios que a
humanidade irá experimentar nos anos que virão" (Congregação
para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos, Decreto de 23 de
Maio de 2000).
Encontra suas origens em Santa Maria Faustina Kowalska, que
na década de 30 obteve de Jesus, revelações acêrca da instituição
dessa festa no seio da Igreja, bem como profecias e manifestações que
o próprio Cristo mandou que as escrevesse e retransmitisse à
humanidade. Foi Jesus quem pediu a instituição da festa da
Divina Misericórdia a Santa Faustina. Jesus se refere a ela 14 vezes,
expressando o imenso desejo do Seu Coração Misericordioso de
distribuir, neste dia, as Suas graças.
"Nenhuma alma terá
justificação, enquanto não se dirigir, com confiança, à Minha
misericórdia. E é por isso que o primeiro domingo depois da Páscoa
deve ser a Festa da Misericórdia” (Diário, 570).
"Neste dia, estão
abertas as entranhas da Minha misericórdia. Derramo todo um mar de graças
sobre as almas que se aproximam da fonte da Minha misericórdia;
a alma que se confessar e comungar alcançará o perdão total das
culpas e castigos; nesse dia estão abertas todas as comportas
Divinas, pelas quais fluem as graças;
"Que nenhuma alma tenha
medo de se aproximar de mim, ainda que seus pecados sejam como
escarlate. A minha misericórdia é tão grande que por toda a
eternidade não a aprofundará nenhuma mente, nem humana, nem angélica.
Tudo que existe saiu das entranhas da minha misericórdia"
(Diário, 699).
"Dize à humanidade
que sofre que se aproxime do meu coração misericordioso, e eu a
cumularei de paz (Diário 1074)
Irmã Faustina era polonesa, natural da vila de Glogowiec, perto de
Lodz, a terceira de uma prole de dez filhos. Aos vinte anos entrou para
a Congregação de Nossa Senhora da Misericórdia, cujas irmãs se
dedicavam à assistência de moças desvalidas ou em perigo de seguir o
mau caminho. Em 1934, por indicação de seu diretor
espiritual, iniciou um diário que intitulou "A divina
misericórdia em minh'alma". A narração pormenorizada de
profundas revelações e de experiências espirituais extraordinárias
revela o modo pelo qual Nosso Senhor deseja incumbi-la de uma missão
particularíssima - ou seja - a de relançar no mundo a mensagem
da sua misericórdia unida a novas formas de culto quais sejam uma
imagem e uma festa comemorativa.
A missão da irmã Faustina iniciou-se em 1931, quando o
misericordioso Salvador lhe aparecer em característica
visão: Ela vira de fato Jesus envolto em uma túnica branca.
Tinha a mão direita alçada no ato de abençoar, enquanto a esquerda
pousava no peito, onde a túnica levemente aberta deixava sair dois
grandes raios, um vermelho e outro pálido. A irmã fixou em silêncio o
olhar surpreso no Senhor: a sua alma, de início espantada, sentia
progressivamente exultante felicidade. Disse-lhe Jesus:
"Pinta uma imagem de acordo
com o modelo que vês com a inscrição embaixo: Jesus, eu confio em
Vós! Desejo que esta imagem seja venerada primeiro na vossa capela
e depois no mundo inteiro.
"Prometo que a alma que
venerar esta imagem não perecerá. Prometo também a
vitória sobre os inimigos já nesta terra mas especialmente na
hora da morte. Eu mesmo a defenderei com a minha própria
glória."
"Ofereço aos homens um
recipiente com o qual deverá vir buscar graças na fonte da
misericórdia. O recipiente é esta própria imagem com a
inscrição: Jesus, eu confio em Vós!"
A pedido de seu diretor espiritual, irmã Faustina perguntou ao Senhor
qual era o significado dos dois raios que tanto se destacavam na
imagem:
"Os dois raios representam o
sangue e a água. O raio pálido representa a água que justifica as
almas, o vermelho representa o sangue, vida das almas. Ambos os
raios saíram das entranhas da minha misericórdia quando na cruz, o meu
coração agonizante na morte foi aberto com a lança".
"Estes raios defendem
as almas da ira do meu Pai. Feliz aquele que viver sob a
proteção deles, porque não será atingido pelo braço da justiça de
Deus."
Em outras ocasiões, Jesus voltou a falar sobre a imagem:
"O meu olhar naquela imagem
é igual ao meu olhar na Cruz"
"Mediante esta imagem
concederei muitas graças às almas; ela deve recorrer às
exigências da minha misericórdia, pois que a fé, mesmo se
fortíssima, nada adiantará sem as obras".
"Não na beleza da cor, nem
na habilidade do artista, mas na minha graça está o valor desta
imagem"
TRÊS
HORAS DA TARDE: HORA DA MISERICÓRDIA
"Às três da tarde,
implora à minha misericórdia, especialmente pelos pecadores e, ao
menos por um breve tempo, reflete sobre a minha Paixão, sobretudo sobre
o abandono em que me encontrei no momento da minha agonia. Esta é uma
hora de grande misericórdia para o mundo inteiro. Nesta hora não
negarei nada a alguma que me pedir em nome da minha Paixão. (n. 59)
"Todas as vezes que ouvires
soar três horas da tarde, mergulhe toda na minha misericórdia,
adorando-a e glorificando-a. Invoca a sua onipotência para o
mundo inteiro, especialmente para os pobres pecadores porque é nessa
hora que estará largamente aberta para cada alma. Naquela hora obterás
tudo para ti e para os outros. Naquela hora o mundo inteiro recebeu uma
grande graça: A misericórdia venceu a justiça.
"Procura nessa hora
realizar a Via Sacra, se os teus deveres não te impedirem. Se não for
possível vai um momento à capela e venera o meu Coração cheio de
misericórdia no Santíssimo Sacramento. Se não puderes ir à capela,
recolhe-te um momento em oração no lugar onde te encontrares.
Eis uma invocação que se pode dizer às três horas da tarde e que
Irmã Faustina repetia freqüentemente durante o dia, para renovar
a sua consagração à Divina Misericórdia:
"Ó Sangue e Água que
jorras do Coração de Jesus como fonte de misericórdia para nós,
confio em Vós".
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1. "Confitemini Domino quoniam bonus,
quoniam in aeternum misericordia eius".
"Louvai o Senhor, porque Ele é bom, porque é eterno o Seu amor" (Sl 118, 1). Assim canta a Igreja na Oitava de Páscoa, como que recolhendo dos lábios de Cristo estas palavras do Salmo, dos lábios de Cristo ressuscitado, que no Cenáculo traz o grande anúncio da misericórdia divina e confia aos apóstolos o seu ministério: "A paz seja convosco! Assim como o Pai Me enviou, também Eu vos envio a vós... Recebei o Espírito Santo. Àqueles a quem perdoardes os pecados, ser-lhes-ão perdoados; àqueles a quem os retiverdes, ser-lhes-ão retidos" (Jo 20, 21-23).
Antes de pronunciar estas palavras, Jesus mostra as mãos e o lado. Isto é, indica as feridas da Paixão, sobretudo a chaga do coração, fonte onde nasce a grande onda de misericórdia que inunda a humanidade. Daquele Coração a Irmã Faustina Kowalska, a Beata a quem de agora em diante chamaremos Santa, verá partir dois fachos de luz que iluminam o mundo: "Os dois raios, explicou-lhe certa vez o próprio Jesus representam o sangue e a água" (Diário, Libreria Editrice Vaticana, pág. 132).
2. Sangue e água! O pensamento corre rumo ao testemunho do evangelista João que, quando um soldado no Calvário atingiu com a lança o lado de Cristo, vê jorrar dali "sangue e água" (cf. Jo 19, 34). E se o sangue evoca o sacrifício da cruz e o dom eucarístico, a água, na simbologia joanina, recorda não só o baptismo, mas também o dom do Espírito Santo (cf. Jo 3, 5; 4, 14; 7, 37-39).
A misericórdia divina atinge os homens através do Coração de Cristo crucificado: "Minha filha, dize que sou o Amor e a Misericórdia em pessoa", pedirá Jesus à Irmã Faustina (Diário, pág. 374). Cristo derrama esta misericórdia sobre a humanidade mediante o envio do Espírito que, na Trindade, é a Pessoa-Amor. E porventura não é a misericórdia o "segundo nome" do amor (cf. Dives in misericordia, 7), cultuado no seu aspecto mais profundo e terno, na sua atitude de cuidar de toda a necessidade, sobretudo na sua imensa capacidade de perdão?
É deveras grande a minha alegria, ao propor hoje à Igreja inteira, como dom de Deus para o nosso tempo, a vida e o testemunho da Irmã Faustina Kowalska. Pela divina Providência a vida desta humilde filha da Polónia esteve completamente ligada à história do século XX, que há pouco deixámos atrás. De facto, foi entre a primeira e a segunda guerra mundial que Cristo lhe confiou a sua mensagem de misericórdia. Aqueles que recordam, que foram testemunhas e participantes nos eventos daqueles anos e nos horríveis sofrimentos que daí derivaram para milhões de homens, bem sabem que a mensagem da misericórdia é necessária.
Jesus disse à Irmã Faustina: "A humanidade não encontrará paz, enquanto não se voltar com confiança para a misericórdia divina" (Diário, pág. 132). Através da obra da religiosa polaca, esta mensagem esteve sempre unida ao século XX, último do segundo milénio e ponte para o terceiro. Não é uma mensagem nova, mas pode-se considerar um dom de especial iluminação, que nos ajuda a reviver de maneira mais intensa o Evangelho da Páscoa, para o oferecer como um raio de luz aos homens e às mulheres do nosso tempo.
3. O que nos trarão os anos que estão diante de nós? Como será o futuro do homem sobre a terra? A nós não é dado sabê-lo. Contudo, é certo que ao lado de novos progressos não faltarão, infelizmente, experiências dolorosas. Mas a luz da misericórdia divina, que o Senhor quis como que entregar de novo ao mundo através do carisma da Irmã Faustina, iluminará o caminho dos homens do terceiro milénio.
Assim como os Apóstolos outrora, é necessário porém que também a humanidade de hoje acolha no cenáculo da história Cristo ressuscitado, que mostra as feridas da sua crucifixão e repete: A paz seja convosco! É preciso que a humanidade se deixe atingir e penetrar pelo Espírito que Cristo ressuscitado lhe dá. É o Espírito que cura as feridas do coração, abate as barreiras que nos separam de Deus e nos dividem entre nós, restitui ao mesmo tempo a alegria do amor do Pai e a da unidade fraterna.
4. É importante, então, que acolhamos inteiramente a mensagem que nos vem da palavra de Deus neste segundo Domingo de Páscoa, que de agora em diante na Igreja inteira tomará o nome de "Domingo da Divina Misericórdia". Nas diversas leituras, a liturgia parece traçar o caminho da misericórdia que, enquanto reconstrói a relação de cada um com Deus, suscita também entre os homens novas relações de solidariedade fraterna. Cristo ensinou-nos que "o homem não só recebe e experimenta a misericórdia de Deus, mas é também chamado a "ter misericórdia" para com os demais. "Bem-aventurados os misericordiosos, porque alcançarão misericórdia" (Mt 5, 7)" (Dives in misericordia, 14). Depois, Ele indicou-nos as múltiplas vias da misericórdia, que não só perdoa os pecados, mas vai também ao encontro de todas as necessidades dos homens. Jesus inclinou-se sobre toda a miséria humana, material e espiritual.
A sua mensagem de misericórdia continua a alcançar-nos através do gesto das suas mãos estendidas rumo ao homem que sofre. Foi assim que O viu e testemunhou aos homens de todos os continentes a Irmã Faustina que, escondida no convento de Lagiewniki em Cracóvia, fez da sua existência um cântico à misericórdia: Misericordias Domini in aeternum cantabo.
5. A canonização da Irmã Faustina tem uma eloquência particular: mediante este acto quero hoje transmitir esta mensagem ao novo milénio. Transmito-a a todos os homens para que aprendam a conhecer sempre melhor o verdadeiro rosto de Deus e o genuíno rosto dos irmãos.
Amor a Deus e amor aos irmãos são de facto inseparáveis, como nos recordou a primeira Carta de João: "Nisto conhecemos que amamos os filhos de Deus: quando amamos a Deus e guardamos os Seus mandamentos" (5, 2). O Apóstolo recorda-nos nisto a verdade do amor, indicando-nos na observância dos mandamentos a medida e o critério.
Com efeito, não é fácil amar com um amor profundo, feito de autêntico dom de si. Aprende-se este amor na escola de Deus, no calor da sua caridade. Ao fixarmos o olhar n'Ele, ao sintonizarmo-nos com o seu coração de Pai, tornamo-nos capazes de olhar os irmãos com olhos novos, em atitude de gratuidade e partilha, de generosidade e perdão. Tudo isto é misericórdia!
Na medida em que a humanidade souber aprender o segredo deste olhar misericordioso, manifesta-se como perspectiva realizável o quadro ideal, proposto na primeira leitura: "A multidão dos que haviam abraçado a fé tinha um só coração e uma só alma. Ninguém chamava seu ao que lhe pertencia mas, entre eles, tudo era comum" (Act 4, 32). Aqui a misericórdia do coração tornou-se também estilo de relações, projecto de comunidade, partilha de bens. Aqui floresceram as "obras da misericórdia", espirituais e corporais. Aqui a misericórdia tornou-se um concreto fazer-se "próximo" dos irmãos mais indigentes.
6. A Irmã Faustina Kowalska deixou escrito no seu Diário: "Sinto uma tristeza profunda, quando observo os sofrimentos do próximo. Todas as dores do próximo se repercutem no meu coração; trago no meu coração as suas angústias, de tal modo que me abatem também fisicamente.
Desejaria que todos os sofrimentos caíssem sobre mim, para dar alívio ao próximo" (pág. 365). Eis a que ponto de partilha conduz o amor, quando é medido segundo o amor de Deus!
É neste amor que a humanidade de hoje se deve inspirar, para enfrentar a crise de sentido, os desafios das mais diversas necessidades, sobretudo a exigência de salvaguardar a dignidade de cada pessoa humana. A mensagem de misericórdia divina é assim, implicitamente, também uma mensagem sobre o valor de todo o homem. Toda a pessoa é preciosa aos olhos de Deus; Cristo deu a vida por cada um; o Pai dá o seu Espírito a todos, oferecendo-lhes o acesso à Sua intimidade.
7. Esta mensagem consoladora dirige-se sobretudo a quem, afligido por uma provação particularmente dura ou esmagado pelo peso dos pecados cometidos, perdeu toda a confiança na vida e se sente tentado a ceder ao desespero. Apresenta-se-lhe o rosto suave de Cristo, chegando-lhe aqueles raios que partem do seu Coração e iluminam, aquecem e indicam o caminho, e infundem esperança. Quantas almas já foram consoladas pela invocação "Jesus, confio em Ti", que a Providência sugeriu através da Irmã Faustina! Este simples acto de abandono a Jesus dissipa as nuvens mais densas e faz chegar um raio de luz à vida de cada um.
"Jezu ufam tobie!"
8. Misericordias Domini in aeternum cantabo (Sl 88 [89], 2). À voz de Maria Santíssima, "Mãe da misericórdia", à voz desta nova Santa, que na Jerusalém celeste canta a misericórdia juntamente com todos os amigos de Deus, unamos também nós, Igreja peregrinante, a nossa voz.
E tu, Faustina, dom de Deus ao nosso tempo, dádiva da terra da Polónia à Igreja inteira, obtém-nos a graça de perceber a profundidade da misericórdia divina, ajuda-nos a torná-la experiência viva e a testemunhá-la aos irmãos! A tua mensagem de luz e de esperança se difunda no mundo inteiro, leve à conversão os pecadores, amenize as rivalidades e os ódios, abra os homens e as nações à prática da fraternidade. Hoje, ao fixarmos contigo o olhar no rosto de Cristo ressuscitado, fazemos nossa a tua súplica de confiante abandono e dizemos com firme esperança:
Jesus Cristo, confio em Ti!
"Jezu, ufam tobie!".
A vida terrena do
Papa João Paulo II foi coroada com a mensagem central de seu pontificado, a da Misericórdia Divina. Isso é o que afirma a espanhola
Mª Angeles Manglano, autora do livro "Orar com a Divina
Misericórdia" (Cobel Edições, 2010).
No livro, a autora
recolheu as chaves das revelações de Cristo à santa polonesa, para fazer chegar
a um público amplo a mensagem da Divina Misericórdia. Nesta
entrevista a ZENIT, ela explica a relação de João Paulo
II e seu pontificado com esta mensagem.
ZENIT: Qual é a
mensagem da Divina Misericórdia?
Mª Angeles
Manglano: A mensagem da Divina Misericórdia é o conjunto de revelações que a Irmã Faustina
recebeu dos lábios de nosso Senhor Jesus Cristo, entre 22 de fevereiro de 1931
e sua morte, em 1938. Temos como herança o seu diário,
que contém tudo o que aconteceu.
Talvez o termo
central do Diário seja a palavra "confiança".
Deus ama a todos, não importa quão grande sejam as nossas faltas: sua misericórdia é maior do que todos os nossos pecados.
Ele quer que nos aproximemos d'Ele com confiança e arrependimento, porque
quanto mais confiamos n'Ele, mais recebemos. O próprio Jesus reconheceu que
"eu não posso castigar nem mesmo o maior pecador, se ele suplicar a minha
compaixão". Poderíamos dizer que Jesus sofre duplamente quando vê a
desesperança do pecador, porque este acrescenta ao seu pecado a desconfiança no
perdão de Deus: "A desconfiança das almas rasga o meu coração", disse
Jesus a Santa Faustina. Ao contrário, Ele nunca deixa de desejar "a
confiança das minhas criaturas. (...) Não tenha medo de aproximar-se de mim a
alma fraca, pecadora, e mesmo que tivesse mais pecados do que grãos de areia na
terra, tudo vai cair no abismo da minha misericórdia".
Esta mensagem, por
si só impressionante, adquire todo o seu contraste quando colocada no contexto histórico: um século que viu duas guerras
mundiais, o genocídio nazista, o comunismo totalitário e as tragédias menos
dramáticas, mas mais devastadoras, como a eugenia e o aborto. Também cabe
aplicá-lo às circunstâncias atuais, do fundamentalismo terrorista até o ataque
à família e à maternidade. O pensamento ocidental está em crise: A Europa nega
suas raízes cristãs e é considerada uma sociedade adulta, que já não precisa de
Deus. O homem transfere sua fé à ciência e prefere viver como se Deus não
existisse. No entanto, verificamos que, ainda que do ponto de vista material
vivamos muito melhor, nem sempre somos mais felizes. O
pecado, mais do que nunca, nos tira a paz e corrói a nossa felicidade.
Neste contexto, Jesus nos lembra que, quando a Ele recorrerem "os
pecadores empedernidos, encherei suas almas com a paz e a hora da sua morte
será feliz".
ZENIT: Como a
mensagem da Divina Misericórdia influenciou o magistério de João Paulo II?
Mª Angeles
Manglano: O próprio João Paulo II definiu a mensagem da
Divina Misericórdia como a chave privilegiada para compreender seu magistério
petrino. Além disso, o Papa polonês estava convencido de que "fora da misericórdia de Deus, não existe nenhuma outra
fonte de esperança para o homem". Essa convicção o levou a promover
a santidade de Faustina Kowalska, a quem ele mesmo canonizou, e a estabelecer a
festa do Domingo da Divina Misericórdia (2º Domingo da Páscoa), em 2000.
A mensagem
da divina misericórdia influenciou sua pregação e sua própria vida. A respeito de sua pregação, Bento XVI o resumiu
assim: "Seu longo e multifacetado pontificado encontra aqui seu núcleo;
toda a sua obra a serviço da verdade sobre Deus e sobre o homem e da paz no
mundo se resume neste anúncio". Isto pode ser visto, por exemplo, em uma
de suas primeiras encíclicas, Dives in misericordia, de 1980, que estabelece que a Divina Misericórdia é a força
que transforma o mundo.
ZENIT: Que
influência teve na vida do Papa polonês?
Mª Ángeles
Manglano: No olhar de João Paulo II para o mundo, um fato salta à vista: sua confiança na misericórdia divina, que o ajudou a
confrontar de uma maneira heroica as forças do mal presentes no mundo. Um
primeiro aspecto é sua experiência com o nazismo e o comunismo na Polônia, como
ele mesmo reconheceu em 1997: "Sempre apreciei e senti próxima a mensagem
da Divina Misericórdia. É como se a história a tivesse inscrito na trágica
experiência da 2ª Guerra Mundial. Nesses anos difíceis, foi um apoio particular
e uma fonte inesgotável de esperança, não só para os habitantes de Cracóvia,
mas também para toda nação. Essa foi também minha experiência pessoal, que
levei comigo para a Sé de Pedro e que, de certo modo, forma a imagem deste
pontificado. Agradeço a divina Providência porque me concedeu contribuir
pessoalmente para o cumprimento da vontade de Cristo, mediante a instituição da
festa da Divina Misericórdia".
Em segundo lugar,
cabe considerar a importância desta mensagem à raiz do atentado que esteve a
ponto de lhe tirar a vida, no dia 13 de maio de 1981. As
imagens de sua visita a Ali na prisão constituem talvez o exemplo mais gráfico
do modo como o Papa assumiu o perdão e a misericórdia divina como modelo e
esperança de sua própria vida.
Finalmente, não
posso deixar de me referir ao falecimento de João Paulo
II, que constitui talvez a prova mais clara da misericórdia divina com o seu
servo bom e fiel. A passagem do Papa polonês para a vida eterna esteve
imediatamente precedida pela Celebração Eucarística do Domingo da Divina
Misericórdia. O ato redentor de Deus tomava nesse dia um tom talvez mais
misericordioso, ao estar revestido da liturgia da festa que o próprio apóstolo
da misericórdia tinha mandado instituir. Sua vida terrena era assim coroada com
a mensagem central de seu pontificado.
ZENIT: Existe
uma relação entre a mensagem da Divina Misericórdia e a mensagem de Fátima?
Mª Angeles
Manglano: Tanto a mensagem de Fátima como a da Divina
Misericórdia aconteceram entre a 1ª e a 2ª Guerra Mundial, e seu
conteúdo tem um fio condutor comum: em Fátima, Nossa
Senhora pede orações para aplacar a justiça de Deus e obter sua misericórdia,
enquanto em Cracóvia, o próprio Cristo pede aos pecadores que recorram à sua
misericórdia. Mais ainda: na primeira se faz uma referência à Rússia
como origem de certos males que atingiriam o mundo, incluindo de modo especial
a Polônia; e na segunda se faz referência à própria Polônia, como berço de uma
nova mensagem de esperança diante desse mal tremendo. Novamente, vem à mente o
papel central de João Paulo II na queda do comunismo.
Por outro lado,
ambas as revelações contêm elementos proféticos que poderiam ter João Paulo II
como vínculo comum. Como é bem conhecido hoje, o
terceiro segredo de Fátima aponta de maneira profética e misteriosa o atentado
ao Papa. Mas também Santa Faustina recebeu a revelação, diretamente de
Jesus Cristo, de que da Polônia "sairá uma faísca
que preparará o mundo para a minha última vinda". Não obstante, o
próprio Papa João Paulo II, durante sua Consagração do Mundo à Divina
Misericórdia, em Cracóvia, interpretou estas palavras não em referência à sua
pessoa, mas ao convite à misericórdia que tanto ele como Santa Faustina
propagaram ao mundo inteiro: "Tomara que se cumpra a firme promessa do
Senhor Jesus: daqui deve sair ‘uma faísca que preparará o mundo para a minha
última vinda'. É preciso acender essa faísca da graça de Deus; é preciso transmitir ao mundo esse fogo da misericórdia.
Na misericórdia de Deus, o mundo encontrará a paz e o homem, a
felicidade".
fonte:zenit.org
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RITO DE
CANONIZAÇÃO DE MARIA FAUSTINA KOWALSKA
HOMILIA
DO PAPA JOÃO PAULO II
NA CONCELEBRAÇÃO EUCARÍSTICA
NA CONCELEBRAÇÃO EUCARÍSTICA
30 de Abril de 2000
"Louvai o Senhor, porque Ele é bom, porque é eterno o Seu amor" (Sl 118, 1). Assim canta a Igreja na Oitava de Páscoa, como que recolhendo dos lábios de Cristo estas palavras do Salmo, dos lábios de Cristo ressuscitado, que no Cenáculo traz o grande anúncio da misericórdia divina e confia aos apóstolos o seu ministério: "A paz seja convosco! Assim como o Pai Me enviou, também Eu vos envio a vós... Recebei o Espírito Santo. Àqueles a quem perdoardes os pecados, ser-lhes-ão perdoados; àqueles a quem os retiverdes, ser-lhes-ão retidos" (Jo 20, 21-23).
Antes de pronunciar estas palavras, Jesus mostra as mãos e o lado. Isto é, indica as feridas da Paixão, sobretudo a chaga do coração, fonte onde nasce a grande onda de misericórdia que inunda a humanidade. Daquele Coração a Irmã Faustina Kowalska, a Beata a quem de agora em diante chamaremos Santa, verá partir dois fachos de luz que iluminam o mundo: "Os dois raios, explicou-lhe certa vez o próprio Jesus representam o sangue e a água" (Diário, Libreria Editrice Vaticana, pág. 132).
2. Sangue e água! O pensamento corre rumo ao testemunho do evangelista João que, quando um soldado no Calvário atingiu com a lança o lado de Cristo, vê jorrar dali "sangue e água" (cf. Jo 19, 34). E se o sangue evoca o sacrifício da cruz e o dom eucarístico, a água, na simbologia joanina, recorda não só o baptismo, mas também o dom do Espírito Santo (cf. Jo 3, 5; 4, 14; 7, 37-39).
A misericórdia divina atinge os homens através do Coração de Cristo crucificado: "Minha filha, dize que sou o Amor e a Misericórdia em pessoa", pedirá Jesus à Irmã Faustina (Diário, pág. 374). Cristo derrama esta misericórdia sobre a humanidade mediante o envio do Espírito que, na Trindade, é a Pessoa-Amor. E porventura não é a misericórdia o "segundo nome" do amor (cf. Dives in misericordia, 7), cultuado no seu aspecto mais profundo e terno, na sua atitude de cuidar de toda a necessidade, sobretudo na sua imensa capacidade de perdão?
É deveras grande a minha alegria, ao propor hoje à Igreja inteira, como dom de Deus para o nosso tempo, a vida e o testemunho da Irmã Faustina Kowalska. Pela divina Providência a vida desta humilde filha da Polónia esteve completamente ligada à história do século XX, que há pouco deixámos atrás. De facto, foi entre a primeira e a segunda guerra mundial que Cristo lhe confiou a sua mensagem de misericórdia. Aqueles que recordam, que foram testemunhas e participantes nos eventos daqueles anos e nos horríveis sofrimentos que daí derivaram para milhões de homens, bem sabem que a mensagem da misericórdia é necessária.
Jesus disse à Irmã Faustina: "A humanidade não encontrará paz, enquanto não se voltar com confiança para a misericórdia divina" (Diário, pág. 132). Através da obra da religiosa polaca, esta mensagem esteve sempre unida ao século XX, último do segundo milénio e ponte para o terceiro. Não é uma mensagem nova, mas pode-se considerar um dom de especial iluminação, que nos ajuda a reviver de maneira mais intensa o Evangelho da Páscoa, para o oferecer como um raio de luz aos homens e às mulheres do nosso tempo.
3. O que nos trarão os anos que estão diante de nós? Como será o futuro do homem sobre a terra? A nós não é dado sabê-lo. Contudo, é certo que ao lado de novos progressos não faltarão, infelizmente, experiências dolorosas. Mas a luz da misericórdia divina, que o Senhor quis como que entregar de novo ao mundo através do carisma da Irmã Faustina, iluminará o caminho dos homens do terceiro milénio.
Assim como os Apóstolos outrora, é necessário porém que também a humanidade de hoje acolha no cenáculo da história Cristo ressuscitado, que mostra as feridas da sua crucifixão e repete: A paz seja convosco! É preciso que a humanidade se deixe atingir e penetrar pelo Espírito que Cristo ressuscitado lhe dá. É o Espírito que cura as feridas do coração, abate as barreiras que nos separam de Deus e nos dividem entre nós, restitui ao mesmo tempo a alegria do amor do Pai e a da unidade fraterna.
4. É importante, então, que acolhamos inteiramente a mensagem que nos vem da palavra de Deus neste segundo Domingo de Páscoa, que de agora em diante na Igreja inteira tomará o nome de "Domingo da Divina Misericórdia". Nas diversas leituras, a liturgia parece traçar o caminho da misericórdia que, enquanto reconstrói a relação de cada um com Deus, suscita também entre os homens novas relações de solidariedade fraterna. Cristo ensinou-nos que "o homem não só recebe e experimenta a misericórdia de Deus, mas é também chamado a "ter misericórdia" para com os demais. "Bem-aventurados os misericordiosos, porque alcançarão misericórdia" (Mt 5, 7)" (Dives in misericordia, 14). Depois, Ele indicou-nos as múltiplas vias da misericórdia, que não só perdoa os pecados, mas vai também ao encontro de todas as necessidades dos homens. Jesus inclinou-se sobre toda a miséria humana, material e espiritual.
A sua mensagem de misericórdia continua a alcançar-nos através do gesto das suas mãos estendidas rumo ao homem que sofre. Foi assim que O viu e testemunhou aos homens de todos os continentes a Irmã Faustina que, escondida no convento de Lagiewniki em Cracóvia, fez da sua existência um cântico à misericórdia: Misericordias Domini in aeternum cantabo.
5. A canonização da Irmã Faustina tem uma eloquência particular: mediante este acto quero hoje transmitir esta mensagem ao novo milénio. Transmito-a a todos os homens para que aprendam a conhecer sempre melhor o verdadeiro rosto de Deus e o genuíno rosto dos irmãos.
Amor a Deus e amor aos irmãos são de facto inseparáveis, como nos recordou a primeira Carta de João: "Nisto conhecemos que amamos os filhos de Deus: quando amamos a Deus e guardamos os Seus mandamentos" (5, 2). O Apóstolo recorda-nos nisto a verdade do amor, indicando-nos na observância dos mandamentos a medida e o critério.
Com efeito, não é fácil amar com um amor profundo, feito de autêntico dom de si. Aprende-se este amor na escola de Deus, no calor da sua caridade. Ao fixarmos o olhar n'Ele, ao sintonizarmo-nos com o seu coração de Pai, tornamo-nos capazes de olhar os irmãos com olhos novos, em atitude de gratuidade e partilha, de generosidade e perdão. Tudo isto é misericórdia!
Na medida em que a humanidade souber aprender o segredo deste olhar misericordioso, manifesta-se como perspectiva realizável o quadro ideal, proposto na primeira leitura: "A multidão dos que haviam abraçado a fé tinha um só coração e uma só alma. Ninguém chamava seu ao que lhe pertencia mas, entre eles, tudo era comum" (Act 4, 32). Aqui a misericórdia do coração tornou-se também estilo de relações, projecto de comunidade, partilha de bens. Aqui floresceram as "obras da misericórdia", espirituais e corporais. Aqui a misericórdia tornou-se um concreto fazer-se "próximo" dos irmãos mais indigentes.
6. A Irmã Faustina Kowalska deixou escrito no seu Diário: "Sinto uma tristeza profunda, quando observo os sofrimentos do próximo. Todas as dores do próximo se repercutem no meu coração; trago no meu coração as suas angústias, de tal modo que me abatem também fisicamente.
Desejaria que todos os sofrimentos caíssem sobre mim, para dar alívio ao próximo" (pág. 365). Eis a que ponto de partilha conduz o amor, quando é medido segundo o amor de Deus!
É neste amor que a humanidade de hoje se deve inspirar, para enfrentar a crise de sentido, os desafios das mais diversas necessidades, sobretudo a exigência de salvaguardar a dignidade de cada pessoa humana. A mensagem de misericórdia divina é assim, implicitamente, também uma mensagem sobre o valor de todo o homem. Toda a pessoa é preciosa aos olhos de Deus; Cristo deu a vida por cada um; o Pai dá o seu Espírito a todos, oferecendo-lhes o acesso à Sua intimidade.
7. Esta mensagem consoladora dirige-se sobretudo a quem, afligido por uma provação particularmente dura ou esmagado pelo peso dos pecados cometidos, perdeu toda a confiança na vida e se sente tentado a ceder ao desespero. Apresenta-se-lhe o rosto suave de Cristo, chegando-lhe aqueles raios que partem do seu Coração e iluminam, aquecem e indicam o caminho, e infundem esperança. Quantas almas já foram consoladas pela invocação "Jesus, confio em Ti", que a Providência sugeriu através da Irmã Faustina! Este simples acto de abandono a Jesus dissipa as nuvens mais densas e faz chegar um raio de luz à vida de cada um.
"Jezu ufam tobie!"
8. Misericordias Domini in aeternum cantabo (Sl 88 [89], 2). À voz de Maria Santíssima, "Mãe da misericórdia", à voz desta nova Santa, que na Jerusalém celeste canta a misericórdia juntamente com todos os amigos de Deus, unamos também nós, Igreja peregrinante, a nossa voz.
E tu, Faustina, dom de Deus ao nosso tempo, dádiva da terra da Polónia à Igreja inteira, obtém-nos a graça de perceber a profundidade da misericórdia divina, ajuda-nos a torná-la experiência viva e a testemunhá-la aos irmãos! A tua mensagem de luz e de esperança se difunda no mundo inteiro, leve à conversão os pecadores, amenize as rivalidades e os ódios, abra os homens e as nações à prática da fraternidade. Hoje, ao fixarmos contigo o olhar no rosto de Cristo ressuscitado, fazemos nossa a tua súplica de confiante abandono e dizemos com firme esperança:
Jesus Cristo, confio em Ti!
"Jezu, ufam tobie!".
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INDULGÊNCIA
PLENÁRIA
NA FESTA DA MISERICÓRDIA.
DECRETO DO VATICANO.
Anexadas indulgências aos atos de culto, realizados em
honra da Misericórdia Divina.
"A tua misericórdia, ó Deus, não conhece limites e é
infinito o tesouro da tua bondade... (Oração depois do Hino
"Te Deum") e "Ó Deus, que revelas a tua onipotência
sobretudo com a misericórdia e com o perdão..."
(Oração do Domingo XXVI do Tempo Comum), canta
humilde e fielmente a Santa Mãe Igreja. De fato, a imensa
condescendência de Deus, tanto em relação ao gênero humano
no seu conjunto como ao de cada homem individualmente,
resplandece de maneira especial quando pelo próprio Deus
onipotente são perdoados pecados e defeitos morais e os
culpados são paternalmente readmitidos na sua amizade, que
merecidamente perderam.
Os fiéis com profundo afeto da alma são por isto atraídos
para comemorar os mistérios do perdão divino e para os
celebrar plenamente, e compreendem de maneira clara a máxima
conveniência, aliás o dever de que o Povo de Deus louve com
fórmulas particulares de oração a Misericórdia Divina e, ao
mesmo tempo, cumpra com sentimentos de gratidão as obras
pedidas e tendo cumprido as devidas condições, obtenha
vantagens espirituais derivadas do Tesouro da Igreja.
"O mistério pascal é o ponto culminante desta revelação e
atuação da misericórdia, que é capaz de justificar o homem,
e de restabelecer a justiça como realização daquele desígnio
salvífico que Deus, desde o princípio, tinha querido
realizar no homem e, por meio do homem, no mundo"
(Carta enc. Dives in misericordia, 7).
Na realidade, a Misericórdia Divina sabe perdoar até os
pecados mais graves, mas, ao fazê-lo, estimula os fiéis a
conceber uma dor sobrenatural, não meramente psicológica,
dos próprios pecados, de forma que, sempre com a ajuda da
graça divina, formulem um firme propósito de não voltar a
pecar. Tais disposições da alma obtêm efetivamente o perdão
dos pecados mortais quando o fiel recebe frutuosamente o
sacramento da Penitência ou se arrepende dos mesmos mediante
um ato de caridade e de sofrimento perfeitos, com o
propósito de retomarem o mais depressa possível a prática do
próprio sacramento da Penitência: de fato, Nosso Senhor
Jesus Cristo na parábola do filho pródigo ensina-nos que o
pecador deve confessar a sua miséria a Deus dizendo:
"Pai, pequei contra o Céu e contra ti; já não sou digno de
ser chamado teu filho" (Lc 15, 18-19), admoestando
que isto é obra de Deus: "estava morto e reviveu;
estava perdido e encontrou-se" (Ibid., 15, 32).
Por isso, com providencial sensibilidade pastoral, o Sumo
Pontífice João Paulo II, a fim de infundir profundamente na
alma dos fiéis estes preceitos e ensinamentos da fé cristã,
movido pela suave consideração do Pai das Misericórdias,
quis que o segundo Domingo de Páscoa fosse dedicado a
recordar com especial devoção estes dons da graça,
atribuindo a esse Domingo a denominação de "Domingo da
Misericórdia Divina" (Congregação para o Culto
Divino e a Disciplina dos Sacramentos, Decreto Misericors et
miserator, 5 de Maio de 2000).
O Evangelho do segundo Domingo de Páscoa descreve as
maravilhas realizadas por Cristo Senhor no próprio dia da
Ressurreição na primeira aparição pública: "Na tarde
desse dia, o primeiro da semana, estando fechadas as portas
da casa onde os discípulos se achavam juntos, com medo dos
judeus, veio Jesus pôr-Se no meio deles e disse-lhes: "A paz
seja convosco". Dizendo isto, mostrou-lhes as mãos e o lado.
Alegraram-se os discípulos, vendo o Senhor. E Ele disse-lhes
de novo: "A paz seja convosco. Assim como o Pai Me enviou,
também Eu vos envio a vós". Dito isto, soprou sobre eles e
disse-lhes: "Recebei o Espírito Santo. Àqueles a quem
perdoardes os pecados, ser-lhes-ão perdoados; aqueles a quem
os retiverdes, ser-lhes-ão retidos" (Jo 20, 19-23).
Para fazer com que os fiéis vivam com piedade intensa esta
celebração, o mesmo Sumo Pontífice estabeleceu que o citado
Domingo seja enriquecido com a Indulgência Plenária, como
será indicado a seguir, para que os fiéis possam receber
mais amplamente o dom do conforto do Espírito Santo e desta
forma alimentar uma caridade crescente para com Deus e o
próximo e, obtendo eles mesmos o perdão de Deus, sejam por
sua vez induzidos a perdoar imediatamente aos irmãos.
Desta forma, os fiéis observaram mais perfeitamente o
espírito do Evangelho, acolhendo em si a renovação ilustrada
e introduzida pelo Concílio Ecumênico Vaticano II:
"Lembrados das palavras do Senhor: Nisto conhecerão todos
que sois meus discípulos, se vos amardes uns aos outros (Jo
13, 35), os cristãos não podem formular desejo mais
vivo do que servir os homens do seu tempo com uma
generosidade cada vez maior e mais eficaz... A vontade do
Pai é que reconheçamos e amemos efetivamente Cristo nosso
Irmão, em todos os homens, com a palavra e as obras" (Const.
past. Gaudium et spes, 93).
Por conseguinte, o Sumo Pontífice animado pelo fervoroso
desejo de favorecer o mais possível no povo cristão estes
sentimentos de piedade para com a Misericórdia Divina,
devido aos riquíssimos frutos espirituais que disto se podem
esperar, na Audiência concedida a 13 de Junho de 2002 aos
abaixo assinados Responsáveis da Penitenciaria Apostólica,
dignou-se conceder-nos Indulgências nos seguintes termos:
Concede-se a Indulgência plenária nas habituais condições
(Confissão sacramental, Comunhão eucarística e orações
segundo a intenção do Sumo Pontífice) ao fiel que no segundo
Domingo de Páscoa, ou seja, da "Misericórdia Divina", em
qualquer igreja ou oratório, com o espírito desapegado
completamente da afeição a qualquer pecado, também venial,
participe nas práticas de piedade em honra da Divina
Misericórdia, ou pelo menos recite, na presença do
Santíssimo Sacramento da Eucaristia, publicamente exposto ou
guardado no Tabernáculo, o Pai-Nosso e o Credo, juntamente
com uma invocação piedosa ao Senhor Jesus Misericordioso
(por ex., "Ó Jesus Misericordioso, confio em
Ti").
Concede-se a Indulgência parcial ao fiel que, pelo menos
com o coração contrito, eleve ao Senhor Jesus Misericordioso
uma das invocações piedosas legitimamente aprovadas.
Também aos homens do mar, que realizam o seu dever na
grande extensão do mar; aos numerosos irmãos, que os
desastres da guerra, as vicissitudes políticas, a
inclemência dos lugares e outras causas do gênero, afastaram
da pátria; aos enfermos e a quantos os assistem e a todos os
que, por uma justa causa, não podem abandonar a casa ou
desempenham uma atividade que não pode ser adiada em
benefício da comunidade, poderão obter a Indulgência
plenária no Domingo da Divina Misericórdia, se com total
detestação de qualquer pecado, como foi dito acima, e com a
intenção de observar, logo que seja possível, as três
habituais condições, recitem, diante de uma piedosa imagem
de Nosso Senhor Jesus Misericordioso, o Pai-Nosso e o Credo,
acrescentando uma invocação piedosa ao Senhor Jesus
Misericordioso
(por ex., "Ó Jesus Misericordioso, Confio em Ti").
Se nem sequer isto pode ser feito, naquele mesmo dia
poderão obter a Indulgência plenária todos os que se unirem
com a intenção de espírito aos que praticam de maneira
ordinária a obra prescrita para a Indulgência e oferecem a
Deus Misericordioso uma oração e juntamente com os
sofrimentos das suas enfermidades e os incômodos da própria
vida, tendo também eles o propósito de cumprir logo que seja
possível as três condições prescritas para a aquisição da
Indulgência plenária.
Os sacerdotes, que desempenham o ministério pastoral,
sobretudo os párocos, informem da maneira mais conveniente
os seus fiéis desta saudável disposição da Igreja,
disponham-se com espírito imediato e generoso a ouvir as
suas confissões, e no Domingo da Misericórdia Divina, depois
da celebração da Santa Missa ou das Vésperas, ou durante uma
prática piedosa em honra da Misericórdia Divina, guiem, com
a dignidade própria do rito, a recitação das orações acima
indicadas: por fim, sendo "Bem-aventurados e
misericordiosos, porque encontrarão misericórdia"
(Mt 5, 7), ao ensinar a catequese estimulem docemente os
fiéis a praticar todas as vezes que lhes for possível obras
de caridade ou de misericórdia, seguindo o exemplo e o
mandato de Jesus Cristo, como é indicado na segunda
concessão geral do "Enchiridion Indulgentiarum".
Este Decreto tem vigor perpétuo. Não obstante qualquer
disposição contrária.
Roma, Sede da Penitenciaria Apostólica, 29 de Junho de
2002, solenidade dos santos Apóstolos Pedro e Paulo.
D. Luigi de MAGISTRIS Pró-Penitenciário-Mor
Gianfranco GIROTTI, O.F.M. Conv. Regente
Santa Faustina |
Secretária
da Misericórdia Divina
O século XX foi um
dos períodos mais contraditórios da história humana. De um lado, grandes
avanços nos mais variados campos do saber (biologia, física, tecnologia etc.);
a Igreja Católica, por sua vez, viveria uma nova primavera em diversos âmbitos
(bíblico, litúrgico, pastoral etc.). Por outro lado, deparamo-nos com o
crescimento do agnosticismo e a proliferação das seitas; com enormes
atrocidades, de proporções quase universais; milhões e milhões foram
brutalmente dizimados em dezenas de guerras, bem como em carestias, pestes e
catástrofes, em parte frutos da ganância e arrogância de alguns poucos.
Ao mesmo tempo, é
o século de cristãos de grande envergadura, como os Papas S. Pio X, o Beato
João XXIII e o Servo de Deus João Paulo II, S. Gemma Galgani e Madre Teresa de
Calcutá, os santos Padres Pio e Maximiliano Kolbe, ou como os pastorinhos de
Fátima. É o século outrossim de uma das maiores místicas da história do
cristianismo, Santa Faustina Kowalska. Mística pois deixou-se invadir pelo
mistério do amor divino, no dia a dia de uma vida escondida e laboriosa. A
partir dela nasce uma nova espiritualidade, centrada na Divina Misericórdia.
Eis em breves linhas um pouco da sua vida.
Origens
Faustina nasceu na
aldeia de Glogowiec, distrito de Turek, prefeitura de Poznan (atualmente
Swinice Warckie, principado de Konin), na Polônia, no dia 25/08/1905. Naquela
época a Polônia estava sob o domínio russo. Ela é a terceira de dez filhos do
casal Estanislau Kowalska e Mariana Babel, que cuidam de 5 hectares de terra (e
3 vacas!). As duas primeiras gravidezes foram muito cansativas; por isso, a
terceira foi esperada com preocupação, mas tudo correu bem.
Dois dias depois
do nascimento a menina foi batizada, na paróquia de Swinice Warckie (dedicada a
S. Casimiro), com o nome de Helena Kowalska. Deus os abençoou com outros sete
filhos. “A Helena, minha filha abençoada, santificou o meu ventre”, dirá
a mãe após a sua morte. Sabemos bem pouco acerca das origens desta futura
santa. As principais fontes são o seu Diário e o relato de algumas testemunhas.
Por exemplo, a sua
casa, com paredes de pedra e poucos móveis, é composta por 2 divisões,
separadas por um corredor. O pavimento é de terra e as paredes não são
rebocadas nem caiadas. A mãe faz queijo com grande perfeição. Todas as noites
rezam o terço e dão graças por tudo o que têm.
Seu pai,
Estanislau, lavrador e carpinteiro, era muito piedoso. Freqüentava sempre as
Missas dominicais e cantava todos os dias o ofício da Imaculada Conceição, bem
como o hino matinal. Na Quaresma, cantava as lamentações da Paixão. Era muito
exigente com os filhos, e por isso Helena desde os 9 anos ajuda nos serviços da
casa – debulhando o trigo, levando as vacas para o pasto e ajudando na cozinha.
A mãe era uma boa mulher, muito dedicada e trabalhadora, particularmente
sensível com os pobres. Assim se vai moldando o caráter de Helena (Dr. H.
W.,Irmã Faustina. Apóstola da Divina Misericórdia, Loyola, S. Paulo, 1983, p.
30).
Vocação
A vida espiritual
de Helena começara cedo. Em seu Diário escreve: “Quando eu tinha sete anos
ouvi pela primeira vez a voz de Deus na minha alma”. Depois da preparação
recebida do Pároco, Pe. Romano Pawlowski, em 1914 faz a Primeira Comunhão,
momento que muito lhe marcou: “Eu estou contente porque Jesus veio ter comigo
e agora posso caminhar com Ele”. A oração se torna mais assídua e
fervorosa. A mãe a encontrou várias vezes ajoelhada no chão, principalmente de
noite. Helena lhe explicava: “tenho certeza de que é o meu Anjo que me
acorda”.
Os pais não
aceitam facilmente a vocação da filha Helena. Em 1920 e 1922 a jovem lhes pede
permissão para entrar no convento, mas os pais o recusam. Não possuem recursos
para lhe dar o dote necessário, estão mergulhados em dívidas – e, acima de
tudo, estão muito ligados à filha. Neste período recebeu o sacramento da
Crisma, em Aleksandrów (1921). De modo especial a adolescente escuta com
atenção as homilias dominicais, repetindo-as durante a semana, e também a
leitura da Bíblia feita pelo seu pai, que mantém em casa uma pequena biblioteca.
Com dificuldades
Helena iniciou os seus estudos (1917). É obrigada a interrompê-los a fim de
poder trabalhar como empregada doméstica. Aos 14 anos disse à mãe: “Papai
trabalha muito e eu não tenho com que me vestir aos domingos; sou a mais mal-apresentada
de todas as moças. Irei trabalhar para ganhar alguma coisa”. O desejo de se
consagrar totalmente a Deus lhe acompanha, mas, ante as dificuldades, por um
tempo Helena desiste da idéia. Entrega-se, então, à “vaidade da vida”, aos
“passatempos”, como anos depois escreveria em seu Diário.
Deus, porém, não
volta atrás. Estando um dia num baile com sua irmã, uma visão de Cristo
Sofredor interpela a jovem Helena: “Até quando hei de ter paciência contigo
e até quando tu Me desiludirás?” (Diário, 9). Decide entrar no convento.
Bateu em várias portas até ser acolhida no dia 1º/08/1925 na clausura do
convento da Congregação das Irmãs de Nossa Senhora da Misericórdia, em
Varsóvia. Foi tentada a deixar essa comunidade várias vezes, mas Jesus lhe
apareceu e exortou: “Chamei-te para este e não para outro lugar e preparei
muitas graças para ti” (D. 19).
Revelações
Dentro da
Congregação Helena recebeu o hábito e o nome de Irmã Maria Faustina, em 1926.
Dois anos depois faria a primeira profissão dos votos religiosos. Em sua vida
exterior nada deixava transparecer da sua profunda vida espiritual, que haveria
de incluir as graças extraordinárias da contemplação infusa, o conhecimento da
misericórdia divina, visões, aspirações, estigmas escondidos, o dom da profecia
e discernimento, e o raro dom dos esponsais místicos (D. 1056). Com humildade
exerceu as funções de cozinheira, jardineira e até de porteira. Cumpria
fielmente as regras de sua comunidade, em espírito de recolhimento mas sem
nenhum desequilíbrio, deixando ao mesmo tempo transparecer serenidade e
benevolência. Um sonho a movia – viver plenamente o mandamento do amor:
“Ó meu Jesus,
Vós sabeis que desde os meus mais tenros anos eu desejava tornar-me uma grande
santa, isto é, desejava amar-Vos com um amor tão grande com que até então
nenhuma alma Vos tinha amado” (D. 1372).
O Senhor a escolhe
para uma missão especial. Depois de atravessar pela “noite escura” das provações
físicas, morais e espirituais, a partir de 22/02/1931, em Plock,o próprio
Senhor Jesus Cristo começa a se manifestar à Irmã Faustina de um modo
particular, revelando de um modo extraordinário a centralidade do mistério da
misericórdia divina para o mundo e a história– presente em todo o agir divino,
particularmente na Cruz Redentora de Cristo – e novas formas de culto e
apostolado em prol desta sua divina misericórdia. Descreve esta primeira visão:
“Da túnica
entreaberta sobre o peito saíam dois grandes raios, um vermelho e outro pálido.
(...) Logo depois, Jesus me disse: Pinta uma Imagem de acordo com o modelo que
estás vendo, com a inscrição: Jesus, eu confio em Vós” (D. 47).
Jesus insistirá
particularmente no seu desejo de instituir uma Festa em honra da Divina
Misericórdia para toda a Igreja, o que haveria de se cumprir somente a partir
do ano 2000. Todas estas vivências se encontram relatadas em seu famoso Diário,
escrito entre 1934-1938 sob a orientação dos Padres Miguel Sopocko e Andrasz SJ,
o primeiro deles beatificado a 28/09/2008.
Segundo um dos
mais famosos estudiosos do mesmo, Pe. Ignacy Rózycki, no Diário – e numa das
Cartas de Santa Faustina – encontramos, dentre outros, 83 revelações
particulares especiais sobre o mistério e o culto da Divina Misericórdia. Ao
longo do Diário descobrimos que Jesus a escolhe como secretária, apóstola,
testemunha e dispensadora da divina misericórdia(nn. 965; 1142; 400; 570). Já
pode ser considerado como um dos clássicos da espiritualidade católica, ao lado
de História de uma alma, A prática do amor a Jesus Cristo, Filotéia e outros.
Páscoa
Assim como na vida
de Santa Teresinha, Jesus pede também à Santa Faustina que se ofereça como
vítima pelos pecadores. É a graça de poder viver aquilo que diz o Apóstolo:
Completo em minha carne o que falta das tribulações de Cristo pelo seu Corpo,
que é a Igreja(Cl 1,24; cf. Flp 1,20; 2Cor 12,10). Na Quinta-feira Santa de
1934, Jesus lhe revela o seu desejo que se entregue pela conversão dos
pecadores. A este desejo Irmã Faustina respondeu prontamente com um ato de
consagração no qual se oferece voluntariamente pelos pecadores. Desde essa
ocasião, os sofrimentos que oprimiriam a religiosa polonesa foram a prova de
que sua oferta fora aceita pelo Senhor.
Irmã Faustina
levava uma vida muito austera, já antes de entrar no convento. Não perdia
nenhuma oportunidade em oferecer suas penas pela conversão dos pecadores. Nos
últimos anos de sua breve vida aumentaram os seus tormentos interiores e os
padecimentos do organismo. Desenvolve-se uma tuberculose que lhe atacou os
pulmões e os intestinos. Muito fraca, é levada ao convento Jósefów. Segundo um
costume da comunidade, pede perdão às coirmãs pelas faltas cometidas – e afirma
que morreria treze dias depois. Ao Pe. Sopocko diz (26/09): “Perdoe-me,
padre, agora estou ocupada no colóquio com o Pai Celeste. Aquilo que tinha para
dizer, já disse”.
No dia da sua
morte ela recebe o viático do Pe. Andrasz. Pede mas logo recusa uma injeção,
dizendo: “Deus exige sacrifício”. Plenamente unida a Deus, na presença
da irmã Ligoria, erguendo os olhos para o céu, Irmã Faustina falece com fama de
santidade às 22h45min do dia 5/10/1938, com apenas 33 anos de vida. O seu corpo
foi depositado no cemitério do convento em Cracóvia-Lagiewniki.
A situação na
Europa se agravava. Hitler havia invadido a Áustria (11/03/1938). A Polônia
entra num período tempestuoso quando Berlim e Moscou dividiram o seu território
(22/09/1939). Irmã Faustina rezava pela Polônia. Em setembro de 1938, a
jardineira irmã Klemensa foi visitá-la no hospital. Faustina estava reduzida a
pele e ossos. Klemensa lhe perguntou: “O senhor Jesus te disse se haverá
guerra?”. – “Haverá guerra”, respondeu ela. E depois acrescentou: “...A
guerra durará muito tempo, haverá muitas desgraças. Sofrimentos terríveis
cairão sobre as pessoas” (in Bergadano, Elena, Faustina Kowalska.
Mensageira da Divina Misericórdia, Paulinas, S. Paulo, 2006,p. 81).
Há inúmeros
relatos de graças alcançadas por sua intercessão a partir da morte da Ir. Faustina.
Um deles se refere a um fato ocorrido durante a II Guerra, assinado por
Miquelina Niewiadomska em Varsóvia, ano de 1946:
“Como mensageira
do exército clandestino da Polônia, levava um dia um maço de jornais e
documentos importantes da imprensa subterrânea, num cesto vulgar, aberto, de
modo a não chamar a atenção. Numa paragem, o tranvia [transporte] foi abordado
pela polícia da Gestapo, que começou a inspecionar os passageiros. Antes que eu
desse conta, estava a meu lado. Apanhada de improviso, sabia que não tinha
maneira de escapar e deitei o cesto no chão. O que estava dentro caiu, com o
livrinho intitulado ‘Jesus, eu confio em Vós’ por cima de tudo. Um dos
policiais baixou-se para o apanhar e em voz baixa segredou-me: ‘E eu também
confio n’Ele’, e, voltando-se, permitiu que eu apanhasse os papéis” (in
Andrasz-Sopocko, A misericórdia de Deus. A única esperança da humanidade, 2ª
ed., Tipografia Porto Médico L.da, Porto, 1956, pp. 88s).
O processo
informativo para a canonização da Irmã Faustina se iniciou em 1965. O Cardeal
Karol Wojtyla o encerra com uma sessão solene no dia 20/09/1967. Anos depois
(1978) Karol Wojtyla se tornaria o Papa João Paulo II, e por suas mãos Irmã
Faustina seria beatificada (1993) e canonizada (2000), tornado-se assim a primeira
santa canonizada no III Milênio cristão. O milagre que permitiu a sua
canonização foi a cura do Pe. Romualdo P. Pytel que sofria de “estenose aórtica
predominante, calcificada e localizada na bicúspide, com insuficiência aórtica
associada, e descompensação cardíaca esquerda” (in Laria, Raffaele, Santa
Faustina e a Divina Misericórdia, Paulus, Apelação, 2004, p. 84). A data de sua
celebração litúrgica é o dia 5 de outubro, que marca seu nascimento para o céu.
Caro
devoto e apóstolo de Jesus Misericordioso:
Se você deseja
conhecer mais sobre a vida desta grande cristã, adquira o Diário de Santa
Faustinae a biografia escrita por Sophia Michalenko, intitulada: Misericórdia –
Minha Missão, através do nosso Apostolado.
“A Misericórdia
é o maior atributo de Deus” (D. 611)
Santa Faustina
Kowalska: rogai por nós!
|
CNBB lamenta decisão do STF sobre aborto de bebês anencéfalos
CNBB
A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), logo após a conclusão do julgamento do Supremo Tribunal Federal (STF),
nesta quinta-feira, 12, sobre a Arguição de Descumprimento de Preceito
Fundamental nº 54, que descriminaliza o aborto de bebês anencéfalos,
emitiu nota oficial lamentando a decisão.
No texto, os bispos afirmam que "Legalizar o aborto de fetos com anencefalia, erroneamente diagnosticados como mortos cerebrais, é descartar um ser humano frágil e indefeso".
No texto, os bispos afirmam que "Legalizar o aborto de fetos com anencefalia, erroneamente diagnosticados como mortos cerebrais, é descartar um ser humano frágil e indefeso".
Leia a íntegra da nota:
Nota da CNBB sobre o aborto de Feto “Anencefálico”
Referente ao julgamento do Supremo Tribunal Federal sobre a Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental nº 54
Referente ao julgamento do Supremo Tribunal Federal sobre a Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental nº 54
A
Conferência Nacional dos Bispos do Brasil – CNBB - lamenta
profundamente a decisão do Supremo Tribunal Federal que descriminalizou o
aborto de feto com anencefalia ao julgar favorável a Arguição de
Descumprimento de Preceito Fundamental n. 54. Com esta decisão, a
Suprema Corte parece não ter levado em conta a prerrogativa do Congresso
Nacional cuja responsabilidade última é legislar.
Os princípios da “inviolabilidade do direito à vida”, da “dignidade da pessoa humana” e da promoção do bem de todos, sem qualquer forma de discriminação (cf. art. 5°, caput; 1°, III e 3°, IV, Constituição Federal), referem-se tanto à mulher quanto aos fetos anencefálicos. Quando a vida não é respeitada, todos os outros direitos são menosprezados, e rompem-se as relações mais profundas.
Legalizar o aborto de fetos com anencefalia, erroneamente diagnosticados como mortos cerebrais, é descartar um ser humano frágil e indefeso. A ética que proíbe a eliminação de um ser humano inocente, não aceita exceções. Os fetos anencefálicos, como todos os seres inocentes e frágeis, não podem ser descartados e nem ter seus direitos fundamentais vilipendiados!
A gestação de uma criança com anencefalia é um drama para a família, especialmente para a mãe. Considerar que o aborto é a melhor opção para a mulher, além de negar o direito inviolável do nascituro, ignora as consequências psicológicas negativas para a mãe. Estado e a sociedade devem oferecer à gestante amparo e proteção
Ao defender o direito à vida dos anencefálicos, a Igreja se fundamenta numa visão antropológica do ser humano, baseando-se em argumentos teológicos éticos, científicos e jurídicos. Exclui-se, portanto, qualquer argumentação que afirme tratar-se de ingerência da religião no Estado laico. A participação efetiva na defesa e na promoção da dignidade e liberdade humanas deve ser legitimamente assegurada também à Igreja.
A Páscoa de Jesus que comemora a vitória da vida sobre a morte, nos inspira a reafirmar com convicção que a vida humana é sagrada e sua dignidade inviolável.
Nossa Senhora Aparecida, Padroeira do Brasil, nos ajude em nossa missão de fazer ecoar a Palavra de Deus: “Escolhe, pois, a vida” (Dt 30,19).
Os princípios da “inviolabilidade do direito à vida”, da “dignidade da pessoa humana” e da promoção do bem de todos, sem qualquer forma de discriminação (cf. art. 5°, caput; 1°, III e 3°, IV, Constituição Federal), referem-se tanto à mulher quanto aos fetos anencefálicos. Quando a vida não é respeitada, todos os outros direitos são menosprezados, e rompem-se as relações mais profundas.
Legalizar o aborto de fetos com anencefalia, erroneamente diagnosticados como mortos cerebrais, é descartar um ser humano frágil e indefeso. A ética que proíbe a eliminação de um ser humano inocente, não aceita exceções. Os fetos anencefálicos, como todos os seres inocentes e frágeis, não podem ser descartados e nem ter seus direitos fundamentais vilipendiados!
A gestação de uma criança com anencefalia é um drama para a família, especialmente para a mãe. Considerar que o aborto é a melhor opção para a mulher, além de negar o direito inviolável do nascituro, ignora as consequências psicológicas negativas para a mãe. Estado e a sociedade devem oferecer à gestante amparo e proteção
Ao defender o direito à vida dos anencefálicos, a Igreja se fundamenta numa visão antropológica do ser humano, baseando-se em argumentos teológicos éticos, científicos e jurídicos. Exclui-se, portanto, qualquer argumentação que afirme tratar-se de ingerência da religião no Estado laico. A participação efetiva na defesa e na promoção da dignidade e liberdade humanas deve ser legitimamente assegurada também à Igreja.
A Páscoa de Jesus que comemora a vitória da vida sobre a morte, nos inspira a reafirmar com convicção que a vida humana é sagrada e sua dignidade inviolável.
Nossa Senhora Aparecida, Padroeira do Brasil, nos ajude em nossa missão de fazer ecoar a Palavra de Deus: “Escolhe, pois, a vida” (Dt 30,19).
Cardeal Raymundo Damasceno Assis
Arcebispo de Aparecida
Presidente da CNBB
Dom Leonardo Ulrich Steiner
Bispo Auxiliar de Brasília
Arcebispo de Aparecida
Presidente da CNBB
Dom Leonardo Ulrich Steiner
Bispo Auxiliar de Brasília
Secretário Geral da CNBB
Um comentário:
parabéns pelo blog esta muito bonito que deus abençõe seu trabalho de evangelização
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